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SHS- 0414 – Saneamento 2

03-08-2015
 Esgotos sanitários: despejo líquido constituído de esgotos
doméstico e industrial, água de infiltração e a contribuição pluvial
parasitária (NBR 9648 ABNT, 1986) .

 Esgoto doméstico é o despejo líquido resultante do uso da água para


higiene e necessidades fisiológicas humanas;

 Efluente industrial é o despejo líquido resultante de operações e


processos industriais, em que a água não fica incorporada ao produto
(ex. águas de lavagem; água constituinte da matéria prima, após a
desidratação). Os efluentes industriais apresentam características
peculiares ao processo industrial que os geram.

 Águas de infiltração: Toda água, proveniente do subsolo, indesejável


ao sistema separador e que penetra nas canalizações.
 O esgoto sanitário, predominantemente doméstico, apresenta
características essencialmente orgânicas com cerca de 99,9% de
água e 0,1% de sólidos em dissolução ou em suspensão. Esse
pequeno teor relativo de sólidos torna o esgoto um líquido com
características hidráulicas similares às da água.
Constituinte Pedregal Cali Bennekon
(mg/L)
DBO 369 95 231
DQO 727 267 520
Nitrogênio 44 24 45
Orgânico 10 7 -
Amônia 34 17 -
Fósforo total 11 1 18
Sulfato 18 - 15
Cloreto 110 -
Cálcio 110 - 4
Temperatura 26 27 20
Máxima oC
Temperatura 24 24 8
Mínima oC
Fonte: van Handel & Lettinga (1994)
 MINIMIZAÇÃO DE IMPACTO: Estética do
ambiente; Erosão; Interferência nos outos
sistemas (vias públicas, etc.); Saúde pública.
 SOLO: fossas sépticas; áreas de “sacrifício”;
irrigação (atingem os corpos d’água
subterrâneos – as disposições devem ser
controladas)

 CORPOS D’ÁGUA NATURAIS : lagoas, rios,


oceanos.
◦ POTENCIAL DOS RECEPTORES:
 Associada à capacidade de retenção (ex.sólidos),
destoxificação (compostos tóxicos) e depuração dos
efluentes (matéria orgânica) no final da plano
(população máxima atendida);

 A topografia e acidentes geográficos da região devem


ser levados em conta;

 Os usos múltiplos das águas devem ser considerados.

 A vazão de estiagem deve ser considerada.

 A classificação dos corpos dágua deve ser considerada.


 MINIMIZAÇÃO DO IMPACTO: Proteção do
ambiente, essencialmente da água (bem)

 “ACELERAR” CICLOS BIOGEOQUÍMICOS: ciclo


entre os meios biótico e abiótio em que ocorre
intercâmbio de elementos químicos (C, N, P, S,
etc.) acompanhado de ganhos e perdas de energia.
 A atividade antropogênica contribue para introdução de
substâncias na água, alterando sua qualidade e ciclos relacionados.
 Corrigir suas características indesejáveis, tornando-
os adequados à disposição final ou reúso.

 As caracteríticas devem devem obedecer aos


parâmetros de qualidade:
◦ Lançamento, corpo receptor (Legislação)
◦ Água de reúso (Qualidade necessária)
 Águas doces para abastecimento doméstico

◦ Classe especial: utilização sem prévia ou simples desinfecção

◦ Classe 1: utilização após tratamento simplificado

◦ Classe 2: utilização após tratamento convencional

◦ Classe 3: utilização após tratamento convencional


 Art. 19: Se houver sistema público de esgotos, em
condições de atendimento, os efluentes de qualquer
fonte poluidora deverão ser nele lançados.

 Exclui-se o caso de impossibilidade técnica (não


definitiva)
 Condições transitórias (aguardando sistema público)
 Art.19B: Os efluentes líquidos, exceto os de
origem sanitária, lançados nos sistemas públicos de
coleta de esgotos, estão sujeitos a pré-
tratamento, que os enqudre no Art. 19A.

 Art.19C: Os efluentes líquidos industriais deverão


ser segregados, conforme sua origem e destino:
◦ Águas pluviais
◦ Efluentes sanitários e industriais conjuntos ou segregados
◦ Águas de refrigeração
 Baseia-se em fenômenos que ocorrem na Natureza
(água, solo e ar)

 Nos Sistema de tratamento procura-se “otimizar” os


processos e minimizar os custos

 Deve-se respeitar as restrições de lançamento e os


recursos disponíveis
ZONAS DE AUTODEPURAÇÃO

20
E = 0%
7 E = 35%
E = 65%
Oxigênio dissolvido ( mg/L)

6 O.D.min.

5
4
3
2

1
0
0 5 10 15 20 25 30 35 40 45 50
distância (km)
Em que:
 Em geral, são constituídos de diversas unidades.

 As unidades dos sistemas de tratamento são, em


geral, tanques destinados à funções epecíficas.

 A operação das unidades é integrada e o objetivo


é a adequação da qualidade da água.

 A eficiência do sistema é avaliada pela comparação


das concentrações dos constitiuintes presentes no
afluente e efluente.

 Os subprodutos (sólidos e gasosos) gerados devem


ser avaliados (necessidade de tratamento?).
XXXXNível Remoção
Preliminar Sólidos em suspensão grosseiros
Primário Sólidos em suspensão sedimentáveis
Secundário Matéria orgânica dissolvida e finamente
particulada
Terciário Matéria orgânica remanescente
Nutrientes (nitrogênio)
Pós-tratamento Constituintes remanescente (tóxicos, ...)
Sólidos dissolvidos inorgânicos
Organismos patogênicos (desinfecção)
 Várias unidades (disposição sequencial) 

 Geralmente cada unidade desempenha uma operação


ou processo 

 Separação de fases e conversão dos constituintes


 fluxograma
 Função das características do efluente bruto e
das desejadas para o efluente tratado

 Fatores importantes na concepção :


◦ Características da água residuária
◦ Padrões a serem atendidos
◦ Segregação e mistura de despejos
◦ Adequação das operações de separação:
sólido/sólido; sólido/líquido; sólido/gás; líquido/gás.
◦ Disponibilidade de área*
◦ Disponibilidade de recursos ($ e técnico)*
 Os esgotos são coletados nos domicílios e demais
locais de geração e conduzidos ao destino final por um
sistema de coleta de esgoto, abordado na disciplina
Saneamento 2.
IBGE
SHS- 0414 – Saneamento 2

03-08-2015
SISTEMAS DE COLETA E TRANSPORTE DE
ESGOTO SANITÁRIO

• Sistema Unitário
• Sistema Separador Absoluto
Sistema unitário
Vazões em um sistema unitário
Sistema separador
CURVAS DE INTENSIDADE – Duração das chuvas
Localização da rede de coleta de esgoto
LOCALIZAÇÃO DA TUBULAÇÃO NA VIA PÚBLICA

A escolha da posição da rede em via pública depende dos seguintes fatores:


• Conhecimento prévio das interferências (galerias de águas pluviais, cabos
telefônicos e elétricos, adutoras, redes de água, tubulação de gás );
• Profundidade dos coletores;
• Tráfego;
• Largura da rua;
• Soleiras dos prédios, etc.
Características da rede de
coleta de esgoto

Diâmetro mínimo: 150mm


Recobrimento mínimo: 90 cm
Profundidade máxima recomendada: 4,5m
REDE DUPLA
• Vias com tráfego intenso:

• Vias com largura entre os alinhamentos dos lotes igual ou


superior a 14m para ruas asfaltadas, ou 18m para ruas de
terras;

• Vias com interferências que impossibilitem o assentamento do


coletor no leito carroçável, ou que constituam empecilho à
execução das ligações prediais. Nesses casos, a tubulação
poderá ser assentada no passeio, desde que a sua largura seja
de preferência superior a 2,0 m ou a 2,5 m, dependendo do tipo
de solo, e que não existam interferências que dificultem a obra.
REDE SIMPLES

Utilizada quando não ocorrer nenhum dos casos citados


anteriormente.

Os coletores serão lançados no eixo carroçável, ou no terço do


leito carroçável.
OUTROS FATORES QUE INTERFEREM NO TRAÇADO
DA REDE DE COLETORES

• Profundidades máximas e mínimas


• Interferências
• Aproveitamento de canalizações existentes
• Planos diretores de urbanização
SISTEMAS DE ESGOTO SANITÁRIO

Partes constituintes
• Rede Coletora
• Interceptor (coletor tronco)
• Emissário
• Estação Elevatória
• Sifão Invertido
• Estação de Tratamento
• Lançamento Submarino
Partes constituintes do sistema de coleta de esgoto
PARTES CONSTITUINTES DOS SISTEMAS DE ESGOTOS
(NBR-9649)
1 - LIGAÇÃO PREDIAL
Trecho do coletor predial (ver NBR9649) compreendido entre o
limite do terreno e o coletor de esgoto;
2 - COLETOR DE ESGOTO OU COLETOR
Tubulação que recebe contribuição em qualquer ponto ao longo
de seu comprimento (conduto livre);
3 - COLETOR PRlNClPAL
Coletor de esgoto de maior extensão dentro de uma mesma
bacia  

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4 - COLETOR TRONCO
Recebe a contribuição dos coletores prediais e de vários
coletores de esgotos.
5 – EMISSÁRIO
Tubulação que recebe esgoto exclusivamente na extremidade
de montante.
6 - TUBO DE INSPEÇÃO E LIMPEZA (TIL)
Dispositivo
não visitável que permite inspeção e introdução de
equipamentos de limpeza.
7 - POÇO DE VISITA (PV)
Câmara visitável: permite a reunião de duas ou mais
canalizações e os serviços de manutenção dessas canalizações.
 
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8 - TERMINAL DE LIMPEZA (TL)
Dispositivo que permite introdução de equipamentos de limpeza,
localizado na cabeceira de qualquer coletor.
9 - CAIXA DE PASSAGEM (CP)
Câmara de acesso localizada em pontos singulares por
necessidade construtiva.
10 - ESTAÇÃO ELEVATÓRIA
Construídapara transportar o esgoto do nível de sucção ou de
chegada, ao nível de recalque ou de saída, acompanhando
aproximadamente as variações das vazões afluentes.

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11 - TANQUE FLUXÍVEL
Descargas periódicas de água nas canalizações (coletor, coletor
tronco ou emissário) em trechos onde não houver possibilidade
de manter a declividade mínima (auto-limpeza).
12 - ÓRGÃOS DE TRAVESSIA
  - Estruturas de concreto para travessia de trechos onde por
qualquer motivo, não for possível usar tubos.
- Estruturas de concreto, funcionando como berço de apoio de
tubulações, em travessia de canais, obstáculos, etc.
- Sifão invertido: canalizações rebaixadas funcionando sob
pressão, destinadas à travessia de canais, obstáculo, etc

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13 - ESTAÇÃO DE TRATAMENTO DE ESGOTOS (ETE)
Conjunto de unidades destinadas à remoção de sólidos
grosseiros e matéria orgânica em suspensão ou em solução, à
níveis suficientes para evitar a poluição de cursos d’água, lagos e
oceanos.
 14 - OBRAS DE LANÇAMENTO FINAL
Canalizações destinadas a conduzir o efluente final das
estações de tratamento de esgotos, ou o esgoto bruto, ao ponto
de lançamento em rios, oceanos ou lagos.

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Ex. Coleta em material 100% plástico
REDES COLETORAS – ÓRGÃOS ACESSÓRIOS

• Poço de Visita (PV)


 Início dos coletores  TL
 Mudanças de direção
 Mudanças de declividade CP
 Mudanças de material TIL
 Degraus
 Reunião de coletores
 Tubo de queda
POÇO DE VISITA EM ADUELAS DE CONCRETO
ARMADO PRÉ MOLDADO ( PV )

Tubulação B
Ø 150 mm a 450 mm 1,0 m
Ø 500 mm a 800 mm 1,2 m
Fck > 20 MPa

NOTAS
1) Executar chaminé somente quando
H for maior que 2,50 m
2) Medidas em metros
TUBO DE INSPEÇÃO E LIMPEZA ( TI L )
TERMINAL DE LIMPEZA - (TL)
CAIXA DE PASSAGEM ( CP )

Ø A B C D
(mm) (m) (m) (m) (m)
150 0,45 0,23 0,53 0,18
200 0,60 0,30 0,60 0,24
250 0,75 0,38 0,68 0,30
300 0,90 0,45 0,75 0,36
Ligação domiciliar
MATERIAIS UTILIZADOS EM TUBULAÇÕES DE ESGOTO

•Tubos cerâmicos – ø 100, ø 150, ø 200, ø 250, ø 300, ø 350, ø 375, ø


400 Junta: Asfalto / Elástica

• Tubos de fibrocimento - ø 100 a ø 500 – junta elástica - não é


fabricado no Brasil

• Tubos de ferro fundido dúctil - ø 150 a ø 1200 – junta elástica

• Tubos PVC – Vinilfort - ø 100 a ø 400 – junta elástica

• Tubos de polyester- ø 100 a ø 2000 – junta elástica

• Tubos de concreto - ø 400 a ø 2000 – junta elástica


MATERIAIS PARA AS REDES DE ESGOTO

Fatores que influem na escolha:

♦resistência a cargas externas


♦ resistência à abrasão e ao ataque químico
♦ facilidade de transporte
♦ disponibilidade de diâmetros necessários
♦ custo do material
♦ custo de transporte
♦ custo de assentamento
Custo integral do sistema de coleta e de
tratamento de esgoto
NORMAS PARA PROJETOS DE SISTEMAS DE
SISTEMAS DE ESGOTAMENTO SANITÁRIO

• NBR 9648 – 1986 - Estudo de concepção de sistemas de Esgoto Sanitário,

• NBR 9649 – 1986 - Projeto de Redes Coletoras de Esgoto Sanitário,


.

• NBR 12 207 – 1989 - Projeto de Interceptores de Esgoto Sanitário,


.

• NBR 12 208 – 1989 - Projeto de Estações Elevatórias de Esgoto Sanitário,

• NBR 12 209 – 1990 - Projeto de Estações de Tratamento de Esgoto


Sanitário

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