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MATRIMÔNIO:

A DIMENSÃO DA ALIANÇA E DA
GRAÇA
Equipe Teologia do Corpo – Brasil
Curso Virtual Teologia do Corpo

Todas as citações são das catequeses do Papa João Paulo II


MATRIMÔNIO: VOCAÇÃO DE AMOR
 Terminada a reflexão sobre as palavras de Cristo
(“princípio”, “história”, “ressurreição”), delineada a
antropologia adequada, e após a reflexão sobre a vocação
celibatária, o Papa se volta para o Matrimônio:
 Dimensão da Aliança e da Graça
 Dimensão do Sinal
 A Lei da Vida Como Herança
UMA REFLEXÃO À LUZ DE TUDO QUE
VIMOS ATÉ AGORA

“Já tratamos das palavras nas


quais Cristo apela para o
“princípio”, para o “coração”
humano no Sermão da
Montanha, e para a futura
ressurreição. (...) Portanto, se
quisermos interpretar essa
passagem [Efésios 5, 21-33],
devemos fazê-lo à luz do que
Cristo já nos falou sobre o corpo
humano”.
(TdC 87)
EFÉSIOS 5, 21-33
 Submetei-vos uns aos outros, no temor de Cristo. As
mulheres sejam submissas aos maridos como ao Senhor.
Pois o marido é a cabeça da mulher, como Cristo também é
a cabeça da Igreja, seu Corpo, do qual ele é o Salvador. Por
outro lado, como a Igreja se submete a Cristo, que as
mulheres também se submetam, em tudo, a seus maridos.
EFÉSIOS 5, 21-33
 Maridos, amai as vossas mulheres, como
Cristo também amou a Igreja e se
entregou por ela, a fim de santificar pela
palavra aquela que ele purifica pelo
banho da água. Pois ele quis apresentá-la
a si mesmo toda bela, sem mancha nem
ruga ou qualquer reparo, mas santa e sem
defeito. É assim que os maridos devem
amar suas esposas, como amam seu
próprio corpo. Aquele que ama sua
esposa está amando a si mesmo.
Ninguém jamais odiou sua própria carne.
Pelo contrário, alimenta-a e a cerca de
cuidado, como Cristo faz com a Igreja; e
nós somos membros do seu corpo!
EFÉSIOS 5, 21-33
 “Por isso, o homem deixará seu pai e sua mãe e se unirá
à sua mulher, e os dois serão uma só carne”. Este
mistério é grande — eu digo isto com referência a Cristo
e à Igreja. Em suma, cada um de vós também ame a sua
esposa como a si mesmo; e que a esposa tenha respeito
pelo marido.
SUBMETEI-VOS UNS AOS OUTROS NO
TEMOR DE CRISTO (EF 5, 21)

“Quando se expressa dessa forma, o autor não


tem intenção de dizer que o marido é “dono” da
esposa, e que a aliança interpessoal própria do
casamento é um contrato de dominação por
parte do marido. (...) Marido e mulher estão, na
verdade, “submissos um ao outro”, mutuamente
subordinados um ao outro. A fonte dessa
submissão recíproca está na piedade Cristã, cuja
expressão é o amor.” (TdC 89)
“O amor faz que ao mesmo tempo também o
marido seja submisso à mulher, e submisso nisto
ao Senhor mesmo, assim como a mulher ao
marido. A comunidade ou unidade, que devem
constituir por causa do matrimônio, realiza-se
através de uma recíproca doação, que é também
submissão mútua.” (TdC 89)
SUBMETEI-VOS UNS AOS OUTROS NO
TEMOR DE CRISTO (EF 5, 21)
 Ainda que os cônjuges devam ser "submissos uns aos
outros, como ao Senhor”, todavia, no que se segue, o
marido é acima de tudo aquele que ama, e a mulher, em
contraste, é aquela que é amada.
 Poder-se-ia mesmo levantar a idéia de que a "submissão"
da mulher ao marido, entendida no contexto do trecho
completo da Epístola aos Efésios, significa acima de
tudo "experimentar o amor". Tanto mais que esta
"submissão" se refere à imagem da submissão da Igreja a
Cristo, a qual certamente consiste em experimentar o
Seu amor. (TdC 92)
ANALOGIA ESPONSAL

“O relacionamento recíproco
entre os esposos, marido e
mulher, deve ser compreendida
pelos cristãos de acordo com a
imagem do relacionamento
entre Cristo e a Igreja.”
(TdC 89)
ANALOGIA ESPONSAL

 A relação esponsal que une os cônjuges, marido e mulher


deve —segundo o Autor da Epístola aos Efésios—
ajudar-nos a compreender o amor que une Cristo com a
Igreja.
 A analogia usada na Epístola aos Efésios, esclarecendo o
mistério da relação entre Cristo e a Igreja, ao mesmo
tempo, revela a verdade essencial sobre o matrimônio:
isto é, que o matrimônio corresponde à vocação dos
cristãos só quando reflete o amor que o Cristo-Esposo dá
à Igreja, Sua Esposa.
 Como se pode ver, essa analogia opera em duas
direções. (TdC 90)
ANALOGIA ESPONSAL

Há também uma analogia


suplementar: isto é, a analogia da
Cabeça e do Corpo.
Esta analogia suplementar "cabeça-
corpo" mostra que estamos lidando
com dois sujeitos distintos que se
tornam em certo sentido um só
sujeito: a cabeça constitui, juntamente
com o corpo, um só sujeito, um só
organismo, uma só pessoa humana
(TdC 91)
ANALOGIA ESPONSAL

 A analogia do amor dos esposos (do


amor esponsal) parece pôr em relevo
acima de tudo o aspecto do dom de si
mesmo por parte de Deus ao homem.
 Este dom é certamente "radical" e por
isso "total“
 Quem recebe o batismo, em virtude
do amor redentor de Cristo, torna-se,
ao mesmo tempo, participante do seu
amor esponsal para com a Igreja.
MATRIMÔNIO: SACRAMENTO
PRIMORDIAL

“Pode-se dizer que o sinal visível do


matrimônio ‘desde o princípio’, à medida
em que está ligado ao sinal visível de Cristo
e sua Igreja na economia da salvação,
transpõe o plano eterno de amor para a
dimensão ‘histórica’, e a torna o
fundamento de toda a ordem
sacramental.” (TdC 95b)
“Todos os Sacramentos da Nova Aliança,
em certo sentido, encontram seu protótipo,
de certo modo, no matrimônio como o
sacramento primordial.” (TdC 98)
MATRIMÔNIO E REDENÇÃO DO CORPO

 Cristo, que no Sermão da Montanha dá sua própria


interpretação do mandamento "Não cometerás adultério"
— uma interpretação constitutiva do novo ethos —, com
as mesmas palavras lapidares confia como tarefa a cada
homem a dignidade de cada mulher; e, ao mesmo
tempo, (embora do texto isto resulte só de modo indireto)
confia também a cada mulher a dignidade de cada
homem. (TdC 100)
 O matrimônio é uma eficaz expressão do poder
salvífico de Deus. Como expressão sacramental desse
poder salvífico, o matrimônio é também uma exortação
a dominar a concupiscência. O matrimônio constitui um
específico remedium concupiscentiae . (TdC 101)
MATRIMÔNIO E REDENÇÃO DO CORPO
O matrimônio é lugar de encontro do eros com o ethos e de sua
recíproca interpenetração no "coração" do homem e da mulher, como
também em todas as relações recíprocas. (TdC 101)
Aqueles que, como cônjuges, segundo o eterno desígnio divino se unem a
ponto de se tornarem, em certo sentido, "uma só carne", são também por
sua vez chamados, mediante o sacramento, a uma vida "segundo o
Espírito“. (TdC 101)
“O eros necessita de disciplina, de purificação para dar ao homem, não o
prazer de um instante, mas uma certa amostra do vértice da existência,
daquela beatitude para que tende todo o nosso ser... Isto não é rejeição
do eros, não é o seu «envenenamento», mas a cura em ordem à sua
verdadeira grandeza. O homem torna-se realmente ele mesmo, quando
corpo e alma se encontram em íntima unidade; o desafio do eros pode
considerar-se verdadeiramente superado, quando se consegue esta
unificação.” (S.S Bento XVI, Deus caritas est, 4)
Portanto, a vida "segundo o
Espírito" se expressa
também na recíproca
“união” ou “conhecimento”
através da qual os cônjuges,
quando se tornam "uma só
carne", submetem a sua
feminilidade e
masculinidade à bênção da
procriação.
ABENÇOA, SENHORA, TODOS OS CASAIS QUE
CONFIAM EM TI E NO AMOR

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