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Afetividade

Objetivos:
 Dar a conhecer o conceito de afetividade
 Explorar a importância da afetividade na
educação parental;
 Salientar a afetividade como motor de dinâmicas
familiares positivas;
 A afetividade como construto fulcral da auto-
estima, motivação e bem-estar bio-psico-social
Mente e emoção
 Falando e pensando em
emoções pela primeira vez, Tratam-se, de algumas das
destacamos sempre uma emoções básicas ou
de várias emoções: universais.
Sem que nos apercebamos,
desde que nos levantamos
Alegria, tristeza, até que nos deitamos estas
medo, cólera, fazem parte das nossas
experiencias diárias. Se
surpresa ou repararmos, de facto a
aversão emoção é a primeira
característica que
evidenciamos ao nascer,
através do choro.
 Serão as emoções importantes?
› Sim. Estas têm um papel muito importante na vida de cada um de
nós, pois:

• Alertam-nos para o perigo;

• Proporcionam-nos a hipótese de criar laços com os


outros, desempenhando um papel importante na vida
em sociedade;

• Influenciam a tomada de decisões;

• Alteram o nosso comportamento;

• Fornecem aos outros informações sobre o nosso estado


“interno”.
Emoções, sentimentos e
afetos
Emoção

 As emoções:

› Têm origem numa causa, num objeto


› São reações corporais específicas, observáveis
› São públicas e voltadas para o exterior
› São automáticas e inconscientes
› Polaridade: podem ser negativas ou positivas
› São versáteis: variam em intensidade e são de breve
duração
› Relacionam-se com o tempo: as emoções têm princípio e
fim
Sentimentos
 Sentimento, por sua vez, é um processo mental relativamente estável,
resultante da emoção.

 Um sentimento é privado (não observável pelos outros), ao contrário


das emoções.
Correlação Emoções/ Sentimentos

Sentimentos
Emoções
(privados e
(públicas e
duradouros)
passageiras)
Afeto

 Existe, ainda, um terceiro conceito, o afeto.


Este é bastante utilizado e empregue ao longo da nossa vida e
quotidiano, podendo ser muitas vezes confundido com emoção ou
sentimento, erradamente!

Então o que é o afeto?

 O afeto é a sensação imediata e subjetiva que temos em relação a


um objeto, pessoa, situação. Logo, os afetos estão associados às
emoções e sentimentos, mas não se confundem com estes.
Falar de afetos é falar da
relação.
A relação implica uma troca,
em que se dá e se recebe, o que
envolve sempre modificação
dos elementos envolvidos.
Nestas relações somos afetados
pelos outros e afectamo-los.
Afetividade

Afetividade é a relação de carinho ou cuidado que se tem com alguém


íntimo ou querido.

É o estado psicológico que permite ao ser humano demonstrar os seus


sentimentos e emoções a outro ser ou objetos. Pode também ser
considerado o laço criado entre humanos, que, mesmo sem características
sexuais, continua a ter uma parte de "amizade" mais aprofundada
O afeto familiar
 Os pais exercem um papel
muito importante dentro
da família, pois é através
deles que a criança dá
inicio a seu contacto
social na nossa cultura. É
na família que a criança
forma as suas primeiras
ligações afetivas e
encontra os seus modelos.
 A afetividade, a convivência 
e a demonstração de Quando há diálogo e afeto, é
interesse da parte dos pais é maior a probabilidade de
necessária, essencial e de haver uma formação com
suma importância para o caráter de qualidade e forma
desenvolvimento saudável positiva. Saber as
dos filhos, o que evita dificuldades, necessidades e
comportamentos alegrias dos filhos é sinal de
problemáticos como por respeito, assim como é sinal
exemplo a violência dentro e de respeito os filhos
fora de casa. A família é respeitarem os limites
responsável pela impostos pelos pais.
compensação afetiva e
afirmação de identidades.
 A falta de afeto dos pais pode gerar nos filhos, quando maiores,
comportamentos de rebeldia e agressividade. Quando os pais demonstram afeto,
isso influencia o desenvolvimento intelectual, considerado pelos componentes
cognitivo e afetivo, que define a auto-estima e motiva a pessoa a aprender.

O afeto é o princípio da auto-estima.

Se os filhos não se sentem amados na infância, quando adultos podem tornar-se


pessoas amargas com dificuldades em demonstrar afeto. Tornam-se pessoas
fechadas, inseguras, com baixa auto-estima e em alguns casos podem usar
drogas, violência e rebeldia com refugio.

Na verdade a compensação por bens não compensa. Expressões de sentimento -


alegria, amor, carinho, raiva, tristeza - são muito mais eficientes que qualquer
tipo de presente que os pais podem dar.
O que significa esta necessidade de dependência básica da criança?
Significa poder contar com pais que:
 - a façam sentir-se preciosa e importante e providenciem o que necessita
enquanto não for autónoma;
 - dediquem tempo e atenção para poder ajudá-la a definir seus próprios
limites e a obter as informações de que precisa para lidar com a realidade
e com suas próprias necessidades;
 - permitam que expresse os seus impulsos agressivos e hostis sem se
destruírem e sem destruírem a autoestima;
 - permitam que seja criança e ganhe autonomia ao crescer;
 - sejam pessoas coerentes, consistentes, previsíveis que ensinem e ajam da
mesma forma;
 - sejam seres falíveis, que admitam seus  erros e peçam desculpas.
 A forma como as crianças se sentem queridas,
aconchegadas e amadas, definirá quem serão,
o quanto gostam de si e o quanto serão
capazes de gostar dos outros.
O afeto familiar 1ºs laços afectivos

 Desde cedo, que a qualidade dos cuidados


prestados às crianças é fundamental para o seu
desenvolvimento. Inerente a esse cuidado está
um elemento fundamental, invisível aos olhos,
mas sensível ao coração: os afetos.

 De facto, a profundidade com que os pais


"sentem" os seus filhos, irá sem dúvida
influenciar o seu desenvolvimento.
O afeto familiar
 A forma como as crianças se sentem queridas,
aconchegadas e amadas, definirá quem serão, o
quanto gostam de si e o quanto serão capazes
de gostar dos outros.
 A primeira infância (do nascimento aos três
anos de vida) é simultaneamente a fase mais
crítica e mais vulnerável no desenvolvimento
de qualquer criança. É nesta fase que se
estabelecem as bases para o desenvolvimento
intelectual, emocional e moral.
O afeto familiar
 É fundamental que:

 peguem ao colo, sintam o prazer de os acarinhar, massajar, de envolver num

abraço, de sentir-se como parte dele e interagir numa cumplicidade afetiva

que respeita a iniciativa, o ritmo e as suas diferenças.


 Uma relação afetiva
emocional e duradoira  Poderemos dizer que
com um bebé, sem esta é a chave para um
dúvida leva a uma desenvolvimento
melhor interpretação e futuro saudável.
consequente resposta
aos seus sinais.
 Será tão fácil decifrar a
tonalidade do seu choro,
o seu olhar, a expressão
da sua vontade, ou
mesmo a intensidade do
seu medo. Desta forma,
à medida que o bebé
crescer, os laços afetivos
irão solidificar-se em
O afeto familiar
 Padrões familiares que subestimam os afetos podem comprometer

significativamente as capacidades cognitivas e emocionais do bebé. As

interações emocionais com bebés e crianças baseadas no carinho, afeto

e apoio, contribuem para um desenvolvimento adequado do sistema

nervoso central e formam as bases não só cognitivas como também a

maioria das capacidades intelectuais da criança, incluindo a sua

criatividade e a capacidade do pensamento abstrato.


O afeto familiar
 Vinculação
 Necessidade de estabelecimento
de contacto e de laços
emocionais entre o bebé e a mãe
e as outras figuras próximas,
como um fenómeno
biologicamente determinado.
Não é fruto de aprendizagem
mas uma necessidade do mesmo
tipo que a alimentação.
Quanto aos estilos educativos:
 • Afeto e comunicação:
 Pais que mantém relações acolhedoras e estreitas com os seus filhos,
mostrando uma grande sensibilidade diante das necessidades das crianças e
também as incentivam a expressar e a verbalizar essas necessidades VS
pais que não demonstram expressões de afeto, apresentam frieza,
hostilidade podendo chegar até a rejeição e a falta de trocas comunicativas.
 • Controle e exigências:
 Pais que são mais ou menos exigentes na hora de propor situações que
suponham um desafio para as crianças e requeiram certa dose de esforço e
pais que controlam em maior ou menor medida a conduta da criança, se
estabelecem ou não normas, se exigem seu cumprimento de forma firme e
coerente.

 Com a combinação destas duas dimensões apresenta-se a tipologia dos


estilos educativos familiar, descrita por Baumirind (1971):
Estilo democrático:

 níveis elevados de afeto e comunicação, bem como de


controle e exigência;
 relação acolhedora, afetuosa e comunicativa com seus filhos,
mas, ao mesmo tempo, são firmes e exigentes com eles. Com
diálogo e sensibilidade em relação às necessidades de cada
criança, estes pais costumam estabelecer normas que são
mantidas de forma coerente, embora não-rígida;

 Preferem as técnicas indutivas, baseadas no bom senso e na


explicação. Esses pais também incentivam os filhos para que
se superem continuamente, estimulando-os a enfrentar
situações que exigem deles um certo nível de esforço, mas
que estão dentro de suas capacidades.
Estilo autoritário:

 Elevados controle e exigência, mas pouco afeto e


comunicação.
 Pais: não costumam expressar abertamente o seu afeto a
seus filhos e não consideram muito seus interesses e
necessidades.
 O excessivo controle pode manifestar-se em algumas
ocasiões como uma afirmação de poder, pois as normas
costumam ser impostas sem que haja nenhuma explicação.
São pais exigentes e propensos a utilizar práticas coercivas
(baseadas no castigo ou na ameaça) para eliminar as
condutas que não toleram em seus filhos.
Estilo permissivo:

 Elevados níveis de afeto e comunicação,mas


ausência de controlo e de exigências de maturidade.
 são os interesses e os desejos da criança que
parecem dirigir as interações adulto-criança, pois
os pais são pouco propensos a estabelecer normas,
fazer exigências ou exercer controlo sobre a
conduta das crianças;
 intervêm o menos possível com atuações que
suponham exigências e pedido de esforços.
Estilo indiferente ou negligente

 Pais com pouco envolvimento na educação e nas


tarefas das crianças.
 Relações com os filhos : frieza e distanciamento,
mostram pouca sensibilidade com as
necessidades das crianças, algumas vezes não
atendendo sequer às questões básicas.
 Apresentam uma ausência de normas e
exigências, mas algumas vezes exercem um
controlo excessivo, não justificado e incoerente.
 Consequências para as crianças
Filhos de pais - costumam ter
democráticos: baixa auto-estima e Filhos de pais
- Elevada auto- pouco controle, permissivos:
estima, enfrentam embora se mostrem - são imaturos,
novas situações com obedientes e incapazes de
confiança e são submissos quando o controlar seus
persistentes; controlo é externo. impulsos e pouco
- Destacam-se pela persistentes nas
sua competência tarefas.
social, o seu
autocontrolo e pela
interiorização de
valores sociais e
morais.

Filhos de pais
autoritários:
 Filhos de pais negligentes:
têm problemas de identidade e baixa
autoestima;
não costumam acatar as normas e são pouco
sensíveis às necessidades dos demais;
são crianças especialmente vulneráveis e
propensas a experimentar conflitos pessoais e
sociais.
O afeto familiar
 Uma das mais meritórias funções da família é a de
socializar e estruturar as crianças como seres
humanos. Vários têm sido os estudos que apontam
para o facto das “crianças problemáticas”, serem
oriundas de famílias que, independentemente do
seu nível socioeconómico, não lhes proporcionam
o afeto suficiente. O que efetivamente faz a
diferença é a capacidade da família estabelecer
vínculos afetivos unindo-se tanto no amor como
nas frustrações.
O afeto familiar
O afeto familiar

Re
O padrão emocional do ser humano é formado nos

s
um
primeiros anos de vida. Se os pais fornecerem um
modelo deformado durante a infância desse padrão,

o
será difícil modificá-lo mais tarde. Por vezes os pais
desconhecem as consequências para a criança de
não se atribuir às emoções uma importância
significativa.

O aspeto afetivo tem uma profunda


influência sobre o desenvolvimento
intelectual podendo acelerar ou diminuir o
ritmo desse desenvolvimento sendo,
igualmente, o princípio norteador da auto-
estima.
COMPORTAMENTOS QUE PROMOVEM A AUTOESTIMA

 Sorrisos
 Abraços
 Toque
 Aceitação
 Tempo de qualidade
 Escuta
 Ser solidário
 Cooperação
 Atitudes ausentes de crítica destrutiva
 Atribuir responsabilidades

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