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Demonstração e argumentação
LÓGICA FORMAL
LÓGICA INFORMAL
RETÓRICA ARGUMENTAÇÃO
DEMONSTRAÇÃO ARGUMENTAÇÃO
Apesar de distintas, demonstração e argumentação não estão separadas: nos diferentes discursos são
combinados processos simultaneamente demonstrativos e argumentativos .
A procura de adesão do auditório
SER Ser que comunica: tem opiniões, crenças, valores e tende a partilhá-los com os
HUMANO outros, desenvolvendo um ponto de vista próprio sobre o mundo em que vive.
Na comunicação que estabelece com os outros, ele pode querer marcar uma
posição, convencer alguém, defender a sua opinião, etc.
Imagem 1 Imagem 2
Imagem 2
Imagem 1 A imagem procura alertar para os perigos
da água poluída sobre as crianças.
A imagem representa a água em forma de A pistola de água, “brinquedo” no mundo
cogumelo, tal como a bomba atómica, ocidental, é uma metáfora forte para
referindo que “1,5 milhões de crianças morrem evidenciar o poder de uma arma, que, por
a cada ano por beber água poluída”. conter água poluída, mata tanto como a
A bomba serve de metáfora eficaz para verdadeira.
evidenciar a destruição e a devastação que a A imagem da criança a pontar a arma
água poluída pode causar. contra si própria sugere que a água
poluída presente na arma é mortal e bebê-
la seria suicídio.
1. Quem transmite as
A UNICEF é o orador responsável pelas imagens/campanhas.
mensagens?
2. O que se está a tentar A posição ou tese que se pretende defender é a de que todas as
defender? crianças têm o direito a não beber água poluída.
3. A quem se dirige cada Estas imagens dirigem-se a um auditório universal, ou seja, a toda
uma das imagens? a humanidade.
Opinião do Contexto de
Orador Argumento Auditório
orador receção
Conjunto de
Opinião opiniões, valores e
Aquele que Pode tratar-se de juízos que um
formulada para
Pertence ao argumenta, em uma pessoa, de auditório partilha
convencer,
domínio do seu nome ou em um público, de e que têm um
podendo ser
verosímil: tese, nome de outrem, um conjunto de papel essencial na
apresentada por
causa, ideia ou expondo a sua públicos ou receção do
escrito, argumento: na
ponto de vista. opinião a um mesmo do
oralmente, pela aceitação, rejeição
auditório. próprio orador.
imagem, etc. ou adesão
variável.
Processo
argumentativo
Argumento 1 Argumento 2
Quem não te respeita Há marcas que
não te merece. ninguém deve usar.
Auditório 1:
Auditório 2:
jovens
mulheres
(do sexo feminino e
(jovens e adultas).
masculino).
Contexto de receção:
Contexto de receção:
crenças dos jovens em
crenças das mulheres em
idade escolar relativas
relação à violência e em
ao namoro, ao assédio
relação à sua própria
verbal e à violência em
dignidade.
geral.
Objetos de acordo
Persuade-se um Convence-se um
auditório particular, auditório universal, a
tendo em conta a sua partir de argumentos
especificidade afetiva, racionais que são
valorativa, etc. universalizáveis.
Um auditório impressionado, que sente, tem emoções e não é indiferente está mais
predisposto a aceitar a tese do que um auditório apático.
Os sentimentos que predispõem o auditório a aceitar uma tese podem ser positivos
ou negativos: depende do tipo de tese.
Logos
É a dimensão relativa
aos argumentos, ao
É a dimensão relativa É a dimensão relativa
discurso. O discurso
ao caráter do orador. ao auditório. Este
deve estar bem
Este deve ser virtuoso deve ser
estruturado do ponto
e credível para emocionalmente
de vista lógico-
conseguir a confiança impressionado e
argumentativo, para
do seu auditório. seduzido.
que a tese se imponha
como verdadeira.
DISCURSO DA
DISCURSO Exemplos de discursos que pretendem
PROPAGANDA
PUBLICITÁRIO cativar a atenção do auditório
POLÍTICA
É dirigido a um auditório
Faz promessas veladas.
específico.
OPINIÃO PÚBLICA
Atualmente, não é tanto a opinião pública que dá forma à política, mas é mais o discurso
político, divulgado pelos meios de comunicação social, que dá forma à opinião pública.
OPINIÃO PÚBLICA
Deve consistir na
Deve ser o mais breve
apresentação dos
possível, consistindo
argumentos
numa apresentação Deve apresentar uma
favoráveis à tese, bem
sumária da tese que síntese que permita
como dos argumentos
se irá defender, ao confirmar a
que servem para
mesmo tempo que se relevância da tese.
combater teses
procura captar a
opostas, do modo
adesão do auditório.
mais claro possível.
Ou seja:
Generalização Previsão
A validade dos argumentos não dedutivos não depende da forma lógica, mas do grau de
probabilidade, razoabilidade ou relevância das proposições que compõem o argumento.
Argumentos indutivos: GENERALIZAÇÃO
argumentos em que a conclusão acerca de um grupo de objetos é estabelecida a
partir da Argumento
observaçãocuja conclusão
Argumento de
cujauma
é mais
amostra
conclusão
geralgrupo
desse
é mais
do quede
a(s)objetos.
geral do que
premissa(s).
A generalização
a(s) premissa(s).
consiste em atribuir a todos os casos possíveis de certo género aquilo que se
verificou em alguns casos desse mesmo género.
REQUISITOS DE VALIDADE DAS GENERALIZAÇÕES:
- partir de casos particulares representativos;
- não existência de contraexemplos.
EXEMPLO DE UMA GENERALIZAÇÃO VÁLIDA:
O cão Mondego tem pelo. Logo, todos os cães têm pelo.
Qualquer cão parece ser um caso representativo e ainda não se acharam contraexemplos .
EXEMPLO DE UMA PREVISÃO VÁLIDA:
Argumento circular
EXEMPLOS:
Andar a pé é um desporto saudável. Logo, andar a pé é um desporto que faz bem à saúde.
O ser humano é inteligente, porque é um ser que possui inteligência.
A FALÁCIA DA PETIÇÃO DE PRINCÍPIO OU DO ARGUMENTO CIRCULAR
EXEMPLOS:
EXEMPLOS:
Esta falácia é cometida sempre que alguém, para refutar uma tese,
apresenta, pelo menos, uma premissa falsa ou duvidosa e uma série
de consequências progressivamente inaceitáveis.
EXEMPLO:
É péssimo que jogues a dinheiro. Se o fizeres, vais viciar-te no jogo. Desse modo, perderás
tudo o que tens. Em consequência, se não quiseres morrer à fome, terás de roubar.
Exemplo:
Se beberes um copo de vinho, vais beber dois.
Se beberes dois copos de vinho, vais beber três.
Se beberes três copos de vinho, vais beber quatro.
Logo, se beberes um copo de vinho, vais tornar-te alcoólico.
Falácia do espantalho ou do boneco de palha
Esta falácia é cometida sempre que o orador, em vez de refutar o verdadeiro argumento do
seu opositor/interlocutor, ataca ou refuta uma versão simplificada, mais fraca e deturpada
desse argumento, a fim de ser mais fácil rebater a tese oposta.
Além de não tratar realmente a afirmação do adversário, o orador tende a criticar uma
posição diferente daquela que tinha sido originalmente defendida pelo oponente.
EXEMPLO:
António defende que não devemos comer carne de animais cujo processo de industrialização os
tenha sujeitado a condições de vida e morte cruéis.
Manuel refuta António dizendo: «António quer que apenas comamos alface!»
[Em momento algum António defende que não devemos comer todo e qualquer tipo de carne,
sugerindo que sejamos vegetarianos («comer alface»), mas apenas aquele tipo de carne sujeito às
condições descritas. O argumento é assim deturpado e simplificado.]
Falácia da causa falsa
(post hoc, ergo propter hoc)
A expressão «post hoc, ergo propter hoc» significa «depois disto, logo
por causa disto». Nesse sentido, a falácia da causa falsa surge sempre
que se toma como causa de algo aquilo que é apenas um antecedente
ou uma qualquer circunstância acidental.
EXEMPLOS:
Fiquei com dores de cabeça no dia em que a minha avó fez um bolo. O
bolo foi a causa das minhas dores de cabeça.
Quando faço testes em dias de chuva, tiro negativa. Por isso, a chuva é a
causa das negativas dos meus testes.
O DISCURSO ARGUMENTATIVO E PRINCIPAIS TIPOS DE
ARGUMENTOS E FALÁCIAS INFORMAIS
Porém, o facto de um evento ocorrer depois de um outro, por si só, não justifica a crença
de que exista qualquer ligação entre ambos.
Falácia do apelo à força
(argumentum ad baculum)
EXEMPLOS:
É bom que aceitem o aumento dos impostos se não querem que o país vá à
falência e venha aí uma ditadura.
É muito conveniente que se acredite no que diz o nosso livro sagrado. Se
alguém não acreditar, será queimado na fogueira.
Falácia do apelo à misericórdia
(argumentum ad misericordiam)
EXEMPLOS:
O meu ato, embora horrível, merece desculpa: naquele dia eu não estava
psicologicamente bem e doía-me o estômago.
Por que não? Nesse argumento, dois grupos de pessoas estão sendo comparados: os
estudantes e os profissionais formados. Os profissionais podem usar uma série de
recursos além dos conhecimentos que tem armazenados em sua memória quando
estão fazendo o seu trabalho. Se um profissional pode, nada mais justo que os
estudantes também não precisem depender apenas de suas memórias quando estão
fazendo provas.
Se essa fosse uma boa analogia, deveríamos concordar com a conclusão e concluir que
os estudantes devem ter a possibilidade de consultar suas anotações. Porém, essa é
uma boa analogia?
Ao avaliar uma analogia para saber se ela é boa ou não, é importante se perguntar se
não existem diferenças importantes entre as duas situações que justificariam um
tratamento desigual. Nesse caso, essa há uma diferença clara. Os estudantes estão em
situação de teste, no qual precisam demostrar seus conhecimentos. Já os profissionais,
não. Ou seja, são situações diferentes e não podem ser comparadas.
Falácia do apelo à autoridade
Falácia do Apelo ao Povo
(Argumentum ad populum)
Esta falácia ocorre quando se
sustenta que uma proposição é
verdadeira por ser aceite
como verdadeira por algum
setor representativo da
população.