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SEMINÁRIO

ERICO FENTANES BARROS


Engenheiro Civil

ericofb@hotmail.com
Sustentabilidade social deve mover
a arquitetura

RUY OHTAKE
Sustentabilidade social
Sustentabilidade social

Ícone da arquitetura brasileira, Ruy Ohtake, 78 anos,


foi o convidado de honra da 10ª edição da Concrete
Show. Após sua palestra, onde transitou por todas
as fases da arquitetura nacional, ele concedeu
entrevista exclusiva e revelou por que é tão fiel ao
concreto. “O concreto é amigo da gente. Ele se
molda a qualquer desenho que eu faço. Nenhum
outro material tem essa característica. Além disso,
possui uma textura diversificada. Outra vantagem é
que o concreto gera peças acabadas e também
pode receber cores na sua pigmentação”, afirma.
Sustentabilidade social

Em sua defesa intransigente do concreto, Ruy Ohtake


lembra que suas primeiras obras com o material, as
quais foram construídas há mais de 40 anos,
seguem intactas até hoje. “O concreto é uma das
grandes criações tecnológicas do homem,
mantendo-se valorizado há mais de 100 anos”,
assegurou, para, em seguida, alertar: “É importante
dizer que a tecnologia sem criatividade perde valor.
Só com criatividade é que a estrutura consegue
cumprir seu papel, que é surpreender e inovar.”
Sustentabilidade social

Questionado sobre a qualidade da arquitetura


brasileira contemporânea, Ruy Ohtake foi sucinto.
“Nossa arquitetura é uma das mais reconhecidas no
mundo. O que nos falta é tecnologia, em função da
economia do país”, resume.
Abordando o aspecto social, Ohtake assegura que no
Brasil o arquiteto tem mais que a função de pensar
exclusivamente em sua obra. “Em nosso país, o
arquiteto tem que ter compromisso com a cidade em
que ele está construindo”, diz.
Sustentabilidade social

Recentemente, Ohtake intensificou seu interesse por


questões que envolvem planejamento urbano de
pequenas e grandes cidades brasileiras. Para ele, o
desafio que os gestores dos municípios enfrentam é
conciliar crescimento com os interesses da população
mais carente. “Para isso, é preciso abrir espaços
públicos, pensar em espaços para a educação e em
novos conceitos de moradia. Chamo a atenção para a
sustentabilidade social. A água é importante, a
captação da energia solar é importante, mas a
condição humana das classes sociais mais
desfavorecidas é mais importante”, destaca.
Redondinhos de Heliópolis
O projeto de Ohtake para o bairro de Heliópolis, um dos mais
carentes da cidade de São Paulo, demonstra essa
preocupação do arquiteto.
Em 2011, ele foi convidado pela prefeitura paulistana para projetar
um conjunto habitacional que substituiria uma favela no local.
Após ouvir os futuros moradores, captando as expectativas
deles para viver em edificações em que não estavam
acostumados, o arquiteto desenvolveu um projeto com prédios
redondos de cinco pavimentos, com quatro unidades por andar
e cada uma medindo 50 m2. “Por que redondo? Porque o
círculo é estético, melhora a ventilação e faz com que todas as
unidades tenham uma insolação adequada”, explicou.
Redondinhos de Heliópolis

Os prédios ficaram conhecidos como “Redondinhos de


Heliópolis”. Na primeira fase, entregue em 2014, foram
construídas 500 unidades.
A segunda etapa será concluída com mais 500 unidades.
Na terceira fase, prevista para 2018, mais 500
unidades serão finalizadas. “Os prédios valorizam a
convivência, trocando os estacionamentos nas portas
dos prédios por áreas de lazer. Nestas edificações, os
carros ficam para o lado de fora”, conclui Ruy Ohtake.
Redondinhos de Heliópolis
Redondinhos de Heliópolis
Redondinhos de Heliópolis
ATHAYDEVILLE – BARRA DA TIJUCA - RJ
ATHAYDEVILLE
 Athaydeville (originalmente denominado Centro da
Barra) foi um projeto de construção de residências,
lojas e escritórios na Barra da Tijuca, lançado
em 1969, que resultou em um dos maiores
escândalos imobiliários do Brasil.
 Depois de grandes atrasos nas obras, reduções
drásticas nas dimensões do projeto e pendências
judiciais, ergueram-se três torres residenciais; uma
delas, apesar de vendida a centenas de adquirentes,
ainda aguarda ocupação.
ATHAYDEVILLE

No fim da década de 1960, na sequência do lançamento


do Plano Piloto da Barra da Tijuca, a Desenvolvimento
Engenharia (empresa de Múcio Athayde) lançou o
Centro da Barra, com projeto urbanístico de Lúcio
Costa, na região então pouco explorada. Segundo o
projeto oferecido pela Desenvolvimento, seriam
construídas 76 torres residenciais cilíndricas de 36
andares, projetadas por Oscar Niemeyer, combinadas
com áreas de comércio, lazer e serviços. O
cronograma original previa a inauguração das
primeiras unidades em 1974, e todas as obras
estariam concluídas em 1980.
ATHAYDEVILLE

No entanto, desde o começo várias falhas


comprometeram o Centro da Barra.
Sem conseguir apoio do governo da Guanabara para o
cumprimento dos gabaritos do Plano Piloto, Lúcio
Costa se desligou do projeto, e o tamanho reduzido
dos apartamentos em forma de "fatia de pizza"
desagradou muitos interessados. 
As obras da Torre H, iniciadas em 1970, foram
paralisadas em 1972 por preocupações com a
integridade da estrutura, sendo reiniciadas mais tarde.
ATHAYDEVILLE

Renomeado Athaydeville no fim da década de


1970, o empreendimento foi reformulado e
reduzido para quatro torres, mas continuou a
controvérsia em torno da viabilidade do
projeto. Em 1984, uma comissão especial de
inquérito da Câmara Municipal do Rio de
Janeiro chegou a recomendar à prefeitura
que não renovasse licenças para construção
de novas torres no Athaydeville diante de
irregularidades no pagamento de impostos.
ATHAYDEVILLE
Das quatro torres, três foram completadas e duas entregues:
 Torre Abraham Lincoln (Torre H) (Avenida das Américas, 1245).
Construção inciada em 1970, paralisada em 1984, sem conclusão
e sem habite-se;
 Torre Ernest Hemingway (Avenida Sernambetiba, 3400).
Construção entre 1973 e 1977, não concluída pela
Desenvolvimento; transferida à Encol, que a inaugurou em 1994;
 Torre Charles de Gaulle (Torre A) (Avenida das Américas,
1245), construída entre 1974 e 1990 e entregue pela
Desenvolvimento aos adquirentes.
Com 36 andares e 120 metros de altura, os três edifícios são até
hoje as estruturas mais altas da Barra da Tijuca.
ATHAYDEVILLE
Apesar dos problemas, o empreendimento continuou sendo
oferecido em constantes campanhas publicitárias até a década
de 1990.
Restou desocupado o esqueleto da Torre H, que teve 250 de seus
454 apartamentos vendidos. Por cerca de um mês, em 2004, o
edifício vazio chegou a ser ocupado por habitantes de
uma favela próxima.
A crise da invasão acelerou o processo de falência da
Desenvolvimento Engenharia, decretada em 2005. 190
apartamentos da Torre H foram levados a leilão em 2007, e a
Associação de Adquirentes da Torre H decidiu completar as
obras com recursos próprios. As obras seguem indefinidas e,
caso não seja reformado e ocupado regularmente, o edifício
corre o risco de ser implodido
ATHAYDEVILLE
Com a redução do projeto original, a maior parte das terras de
Múcio Athayde na Barra da Tijuca -- agora substancialmente
valorizadas com o progresso do bairro -- acabou sendo
negociada com outros empresários.
Em uma parcela, trocada por um jornal em Brasília, Sérgio
Naya construiu o Palace II e outros edifícios; outra foi recebida
pelo incorporador Cláudio Macário em troca de cotas da
Radiodifusora Ebenezer (embrião da segunda versão da TV Rio)
-- a empresa de Macário idealizou, no início da década de 1990,
os condomínios Villa Borghese e San Filippo, que começaram a
ser construídos pela Encol em regime de permuta.
ATHAYDEVILLE
Nos anos 1970, com o objetivo de construir novos estúdios, a TV
Globo recebeu de Athayde uma parcela de terreno na região
em troca de espaço de propaganda para o Athaydeville;
em 1980 esse terreno foi negociado por uma área maior
em Jacarepaguá, onde foi construído o Projac.
A região do projeto continuou sendo chamada Athaydeville, até
que lei municipal de 2003 renomeou seus dois trechos como
Bosque Marapendi e Parque Lúcio Costa. Várias vias públicas
da área, incluindo a Ponte Lúcio Costa, foram construídas pela
Desenvolvimento Engenharia como parte do Athaydeville ou
para valorização do conjunto.
ATHAYDEVILLE

Em 2012 o projeto artístico Paraíso Ocupado,


dos artistas holandeses Wouter Osterholt e
Elke Uitentuis, foi instituído com o objetivo
de completar as obras da Torre H e restaurar
os planos socialistas de Lúcio Costa para o
empreendimento. 
O projeto incluía uma réplica virtual do prédio e
um levantamento do contexto histórico do
empreendimento.
ATHAYDEVILLE

No centro, a Torre H ainda desocupada.


No canto esquerdo, a Torre A, habitada.
ATHAYDEVILLE
CONTATO RUY OHTAKE

 Contato
 contato@ruyohtake.com.br

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