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UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO SUL

ESCOLA DE ENGENHARIA
PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM ENGENHARIA CIVIL

DETERMINAÇÃO DOS EFEITOS DE VIZINHANÇA


NA RESPOSTA DINÂMICA DE EDIFÍCIOS ALTOS
SOB A AÇÃO DO VENTO

Maria Cristina Dolz Bênia

Orientadores:
Prof. Acir Mércio Loredo-Souza, Ph.D.
Prof. Marcelo Maia Rocha, Dr. techn.
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INTRODUÇÃO
Escoamento do vento natural
Perfil de velocidades médias Turbulência
• Flutuações da velocidade em
torno da média (rajadas)
• Intensidade de turbulência:
medida adimensional da
energia cinética contida nas
flutuações

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INTRODUÇÃO
RESPOSTA À AÇÃO DO VENTO
ESTÁTICA DINÂMICA

VELOCIDADE FLUTUAÇÕES DA
MÉDIA VELOCIDADE

Efeitos Podem induzir


puramente oscilações
estáticos significativas

• Para edifícios altos, esbeltos e flexíveis: (ISYUMOV)


Resposta flutuante = 50% a 67% da resposta total (média + flutuante) 3
VIBRAÇÕES INDUZIDAS PELO VENTO
Fenômenos:

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VIBRAÇÕES INDUZIDAS PELO VENTO
Fenômenos:

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VIBRAÇÕES INDUZIDAS PELO VENTO
Martelamento (buffeting)
• Edificação imersa na esteira de poucas edificações;

• Esteira dos vizinhos turbulenta → marteladas com


frequência dominante;

• Ressonância → fmarteladas = fn;

• Turbulência atmosférica → diminui efeito

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VIBRAÇÕES INDUZIDAS PELO VENTO
Desprendimento de vórtices
• Vórtices de Kármán
– Desprendimento alternado e frequência bem definida;
– Corpo alongado com forma rombuda;
– Escoamento incidente suave e uniforme

Cilindro circular
Ensaio em túnel de vento Ilha Jan Mayen
(Noruega)
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VIBRAÇÕES INDUZIDAS PELO VENTO
Desprendimento de vórtices
• Velocidade crítica • Número de Strouhal
Frequência de
desprendimento
de vórtices

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VIBRAÇÕES INDUZIDAS PELO VENTO
Desprendimento de vórtices
• Turbulência • Amortecimento estrutural
– Flutuações pequenas da – Estruturas flexíveis e baixo
velocidade do vento não impedem amortecimento estrutural →
o desprendimento de vórtices oscilações de grandes amplitudes

Cilindro;
Altura/diâmetro = 10

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EFEITOS DE VIZINHANÇA

Efeito de proteção Efeito Venturi

Deflexão do vento na Turbulência na esteira


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direção vertical
EFEITOS DE VIZINHANÇA
Regimes de escoamento (Cook)
Escoamento de corpo isolado
Edifícios afastados – equivale a escoamento
em torno de edifícios
isolados;
Efeito de proteção pequeno

Interferência na esteira
Estágio intermediário;
Espaço pequeno – escoamento não recola;
Espaço grande – não há formação de vórtice
estável

Escoamento deslizante Edifícios próximos – possível formação de


vórtice estável entre as
edificações;
Efeito de proteção grande 11
HISTÓRICO
• Até 1960 → obtenção da resposta estática induzida pela
ação do vento
• Efeitos dinâmicos, não considerados, eram minimizados
pela elevada rigidez das construções da época
EDIFÍCIOS MAIS ALTOS, LEVES, FLEXÍVEIS E
MENOS AMORTECIDOS

SUSCEPTÍVEIS A VIBRAÇÕES

Desconforto Integridade da
de usuários estrutura
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HISTÓRICO
Efeitos de vizinhança
Harris (1934) – Empire State Building

• Pressão resultante na fachada


de barlavento e as sucções na
fachada de sotavento
diminuíram;
• A presença de edifícios
vizinhos dobra o momento
torçor
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HISTÓRICO
Efeitos de vizinhança
• Décadas 1950 e 1960 – estudo do edifício isolado;
• Acidente Ferrybridge Cooling Towers, Inglaterra (1965)
– Colapso: 40m/s;
– Projetadas considerando
velocidade média do vento;
– Efeito de interferência apontado
como principal causa do acidente

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PROGRAMA EXPERIMENTAL
Túnel de Vento Prof. Joaquim Blessmann (LAC) - UFRGS

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PROGRAMA EXPERIMENTAL
Túnel de Vento Prof. Joaquim Blessmann
Vento simulado – p = 0,11

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PROGRAMA EXPERIMENTAL
Balança dinâmica 3GDL (Oliveira, 2009)

OLIVEIRA, M.G.K. Desenvolvimento de uma balança dinâmica


de três graus de liberdade para estudo dos efeitos de flexo-
torção em edifícios altos submetidos à ação do vento. Tese de
Doutorado. Programa de Pós-Graduação em Engenharia Civil.
Universidade Federal do Rio Grande do Sul, 2009

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PROGRAMA EXPERIMENTAL
Ajuste de frequências e momentos
Frequências Amortecimentos
• Ajustar Im – adicionar massas de • Massas de chumbo imersas em
chumbo nos mecanismos dos óleo lubrificante (x e y) e fita
movimentos de translação; emborrachada (z);
• Aplicar carga tipo impulso na • Aplicar carga tipo impulso na
direção que está sendo ajustada direção que está sendo ajustada;
• Calcular razão de amortecimento
crítico pela envoltória dos
deslocamentos

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PROGRAMA EXPERIMENTAL
CAARC Standard Tall Building
• Dimensões: 30,48m x 45,72m x 182,88m;
• Topo horizontal, plano e sem parapeitos;
• Paredes externas planas, sem detalhes
geométricos;
• Propriedades dinâmicas:
– apenas o modo fundamental de vibração;
– forma modal linear, girando em torno de
um ponto no nível do terreno;
– fn = 0,2Hz (eixos x e y);
– fn = 0,3Hz (eixo z) – relação 1,5;
– distribuição de massa uniforme: 160kg/m³;
– ζ = 1%

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PROGRAMA EXPERIMENTAL
Configurações de ensaio
Configuração I

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PROGRAMA EXPERIMENTAL
Configurações de ensaio
Configuração II

21
PROGRAMA EXPERIMENTAL
Configurações de ensaio
Configuração III

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ANÁLISE DE RESULTADOS Resposta Transversal

23
ANÁLISE DE RESULTADOS Resposta Longitudinal

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ANÁLISE DE RESULTADOS Resposta Torcional

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ANÁLISE DE RESULTADOS
Configuração Id – 8D – 600mm

Transversal Longitudinal Torção


Resposta flutuante 26
ANÁLISE DE RESULTADOS
Configuração Id – 8D – 600mm

Transversal Longitudinal Torção


Resposta flutuante 27
ANÁLISE DE RESULTADOS
Configuração Id – 8D – 600mm

Transversal Longitudinal Torção


Resposta flutuante 28
ANÁLISE DE RESULTADOS
Configuração Id – 8D – 600mm

Transversal Longitudinal Torção


Resposta flutuante 29
ANÁLISE DE RESULTADOS
Afastamentos Resposta Transversal Conf. I Conf. II Conf. III
Média
Flutuante

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ANÁLISE DE RESULTADOS
Afastamentos Resposta Longitudinal Conf. I Conf. II Conf. III
Média
Flutuante

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ANÁLISE DE RESULTADOS
Afastamentos Resposta Torcional Conf. I Conf. II Conf. III
Média
Flutuante

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CONCLUSÕES
Conf. I Conf. II Conf. III
• Resposta transversal:

– Conf. I não altera significativamente a resposta transversal média;


– Conf. II e III aumentam significativamente as respostas transversal
média e flutuante;
– Conf. I apresenta pico por desprendimento de vórtices na resposta
transversal flutuante;
– Conf. II e III apresentam pico por desprendimento de vórtices
apenas para os maiores afastamentos (14D e 20D) – resposta
transversal flutuante;
– Conf. II e III causam rápido aumento da resposta transversal
flutuante para afastamentos pequenos (2D e 4D);
– Edifício imerso na esteira de um ou dois vizinhos sofre efeitos de
martelamento a uma distância igual a 20 vezes a dimensão da
base 33
CONCLUSÕES
Conf. I Conf. II Conf. III
• Resposta longitudinal:

– Conf. I causa efeito de proteção sobre o modelo principal em


termos de resposta longitudinal média → efeito diminui com o
aumento do afastamento;
– Conf. II e III têm efeitos de proteção menores para afastamentos
pequenos (2D e 4D) – resposta longitudinal média;
– Conf. III apresentou maiores respostas longitudinais média e
flutuante para afastamentos pequenos (2D e 4D);
– Conf. I apresentou maiores respostas longitudinais médias para
afastamentos entre 6D e 20D;
– Conf. I apresentou picos na resposta longitudinal flutuante;
– Acoplamento dos movimentos transversal e longitudinal para
modelo isolado e Conf. I
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CONCLUSÕES
Conf. I Conf. II Conf. III
• Resposta torcional:

– Conf. II e III é muito afetada pelo afastamento entre vizinhos e


modelo principal → resposta torcional média;
– Conf. I apresenta dois picos na resposta torcional flutuante →
Vred=6 (pico da resposta transversal – desprendimento de
vórtices), Vred=10;
– Conf. II tem resposta torcional flutuante maior para afastamentos
pequenos (2D e 4D);
– Conf. III → resposta torcional flutuante não é significativamente
afetada pelo aumento do afastamento;
– Conf. III apresenta maiores valores de ângulo de torção médio;
– Conf. I apresenta maiores valores de ângulo de torção flutuante;

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ESCOLA DE ENGENHARIA
PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM ENGENHARIA CIVIL

DETERMINAÇÃO DOS EFEITOS DE VIZINHANÇA


NA RESPOSTA DINÂMICA DE EDIFÍCIOS ALTOS
SOB A AÇÃO DO VENTO

Maria Cristina Dolz Bênia

Orientadores:
Prof. Acir Mércio Loredo-Souza, Ph.D.
Prof. Marcelo Maia Rocha, Dr. techn.
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