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Introdução

• Bom dia a todos,


• Chama-me João Santos Gonçalves, de Cabo Verde, trabalho no
Secretariado Nacional para Segurança Alimentar e Nutricional do
Ministério da Agricultura e Ambiente.
• Em primeiro lugar, gostaria de agradecer em Nome do Secretariado
Nacional Para Segurança Alimentar e Nutricional, à organização desta
conferencia , por esta oportunidade de participação, apresentado um
tema sobre a experiência de Cabo Verde, em matéria de Stockagem
Privado e Segurança do Sistema de aprovisionamento alimentar.
Como Ordem do dia
• Iremos tocar em 5 pontos,
• Primeiro, sobre a disponibilidade alimentar, mostrando como o mercado e
o stock são abastecidos;
• Segundo ponto, iremos fazer um resumo da evolução do sistema de
aprovisionamento e do stock no país.
• Depois um resumo do sistema atual de aprovisionamento e de stockagem.
• No quarto ponto, sobre o dispositivo de seguimento e controlo que permite
garantir a informação e a segurança do sistema.
• E Finalmente , apresentaremos as perspetivas a curto prazo para a melhoria
do sistema.
• No referente à disponibilidade alimentar em Cabo Verde, importa sobretudo sublinhar que:

• A produção Agrícola nacional é bastante deficitária, pois:


• Apenas 10% do superfície do território nacional é cultivável, ou seja temos um deficit
grande em terras aráveis;
• Por outro lado, as condições agroclimáticas são muito desfavoráveis, pois, temos uma
precipitação anual muito irregular e muito fraca, com anos de secas sucessivas, e por vezes
com ventos secos que prejudicam as culturas sobretudo pluviais.
• Entre os 3 cereais mais consumidos, apenas produzimos o milho, e cuja produção, mesmo
nos melhores anos, não ultrapassa 20% das necessidades de consumo do país.
Estas realidades, fazem com que o país depende, a todo o tempo, da importação de
alimentos.
• Em anos normais de produção, conforme estes gráficos:

A dependência da importação para cereais varia de 90 a 95% e para o feijão a


dependência situa-se entre 40 a 45%.

Para as frutas e os legumes a dependência da importação é menor, sendo a


volta de 56 % para frutas e 16% para os produtos hortícolas.
Para os legumes a tendência indica para uma coberta com produtos nacionais a
curto prazo.
Sobre a disponibilidade alimentar, devemos concluir que a disponibilidade
alimentar, a todo o tempo no país, depende da capacidade nacional em
realizar importações de alimentos de forma permanente e, de manter um
stock de segurança também permanente e equivalente no mínimo , a 3 meses
de consumo nacional.
• Entrando nos Pontos, sobre o Sistema de Aprovisionamento e Stock alimentar, achamos que seria interessante, partilhar

convosco, o resumo do historial evolutivo de Cabo Verde nesta matéria, depois da independência nacional, até a atualidade.
• Esta evolução pode ser resumida em 3 fases, considerando os atores implicados , ou seja , o estado e o sector privado, e

ainda , considerando, as medidas de politicas de intervenção aplicadas no aprovisionamento e stocagem dos alimentos.

• A primeira etapa, do pós-independência, de 1975 a 1992, o estado tinha o protagonismo forte, ou seja, dominava e geria

quase todo o aprovisionamento e o Sistema de stockagem . Veremos mais afrente a razão deste protagonismo;
• A segunda etapa, entre 1992 a 2002, podemos chamar de fase de transição entre intervenção estatal e privada, ou seja fase,

fase de liberalização do mercado e preços.

• A terceira Fase, entre 2002 até o presente momento, marca , a assunção plena dos operadores privados, no abastecimento

alimentar e gestão de stock alimentar no país. O estado apenas supervisiona e regula de forma que o mercado funcione de

forma transparente e equilibrada.


• Vou apresentar-vos algumas características de cada uma destas fases de seguida.
• Na fase após a independência, a economia nacional era frágil, as atividades comerciais eram
muitas fracas, e a garantia de alimentos à população era uma das prioridades da nação e do
governo desse período.

Assim, as principais medidas foram:


- Definir os tipos de produtos alimentares de base para alimentação nacional e que não deveriam
faltar no mercado (7 produtos de base);
- Criar capacidade de armazenamento a nível nacional, com construção de armazéns e silos para
cereais;
- Uma outra medida inteligente foi a criação duma empresa publica de abastecimento nacional,
que devia realizar importação dos alimentos de base e também outros produtos essências, para
a construção nacional, caso de cimento, ferro, etc.
- Esta empesa também assegurava a distribuição de produtos a nível das ilhas, a um preço igual e
acessível em todo o território nacional, permitindo as famílias pobres terem acesso a alimentos;
- Esta empresa assegurava o aprovisionamento e o stock de segurança alimentar e evitava ruturas
dos produtos de primeira necessidade.
• A Empresa publica fazia a distribuição e tinha serviços e armazéns em
todas as ilhas e na maioria dos municípios do pais.
• Na fase 2, de liberalização do mercado e de preços, foi criado o
quadro legal, ou seja a legislação necessária;
• Foi a fase de promoção das atividades comerciais privadas;
• Foram criados os serviços públicos de seguimento e controlo, como
de colheita de dados de importação, produção nacional, analises e
criação de um sistema de informação do mercado;
• Criada a capacidade técnica e organizacional para o seguimento do
mercado dos produtos alimentares de base;
• Neste fase houve o desengajamento progressivo do estado das
atividades de aprovisionamento e stockagem alimentar
• Nesta ultima fase, fase atual, portanto de 2002 até agora, os Operadores
Privados assumem o aprovisionamento geral do mercado, a importação
e a distribuição, a gestão do stock de segurança de 3 meses no mínimo.
Existe um quadro jurídico que obriga os operadores a fornecerem a
tempo os dados para o sistema de informação gerido pelo Secretariado
Nacional para a Segurança Alimentar e Nutricional;
• Foi e tem sido feito um trabalho progressivo na melhoria do
instrumento existente sobre o Observatório do Mercado dos produtos
de base, com todas as componentes, sendo: de preços, de balanço do
aprovisionamento, do balanço do Consumo aparente, balanço do stock,
mecanismo de alerta, e as publicações de dados e informações.
• Nesta fase cabe ao estado apenas fazer a supervisão permanente da
situação de aprovisionamento alimentar e do stock de segurança
alimentar, regular e intervir em caso de crises ou de rutura
incontroláveis pelos operadores.
• Entrando no ponto 3, relativamente ao Sistema nacional de aprovisionamento e stock alimentar,
convém dizer que praticamente este sistema comporta dois componentes:
• Um componente de aprovisionamento do mercado, gestão das infraestruturas de stockagem e
gestão do stock de segurança nacional, que é da responsabilidade dos operadores privados
(importação, distribuição e constituição do stock e gestão de preços). Os operadores que fazem
parte deste componente, estão devidamente cadastrados no sistema informático do SIMA e
devem fornecer os dados conforme modelo próprio para o efeito.

• E um outro componente que abarca o seguimento, informação e controlo do mercado dos


produtos alimentares de base ( os 7 produtos) , gerido pelo estado através do SNSAN, em
estreita parceria com as demais entidades ligadas ao sector alimentar nacional. Importa
sublinhar que este componente funciona com vários subsistemas: sendo: preços e
disponibilidade dos produtos de base no mercado internacional; preços nacional no consumidor;
produção e importação dos Produtos de base; níveis e variação dos stocks dos produtos, etc.) .
• O seguimento a nível dos operadores é feito apenas para um grupo de grandes operadores que
garantem 95% do mercado dos 7 Produtos alimentares de base.

• Na pratica o sistema funciona conforme o modelo seguinte.


• Por um lado temos os OE com todas as suas responsabilidades: importação,
distribuição, gestão do stock e stockagem, etc.
• Por outro lado temos o serviço do estado, neste caso o SNSAN que faz
seguimento com base nos dados recolhidos, produz informação,
recomendações e gere situações de alerta. Ainda o estado gere os silos
públicos para cereais em parceria com OP e ainda o estado gere a ajuda
alimentar que entra no aprovisionamento feito pelos operadores, pela via
de concurso publico.

• O componente de seguimento e informação, tem como base o SIMA, que na


pratica funcional conforme o esquema seguinte.
• O imput de Dados de entrada, recolhidos ou envidos pelas varias entidades ou
obtidos por inquéritos semanais, caso dos preços. Todos os dados têm seu formulário
próprio.
• Os operadores, As alfandegas, …….
• O processamento dos dados com um programa específico para o efeito , numa rede
informática com alguns postos de entrada de dados.
• O Output de informações em forma de tabelas de informações, dados estatísticos,
balanços diversos, agrupados em 4 grandes grupos de informações, sendo: sobre
Stock, sobre a importação nacional, sobre preços e sobre a distribuição dos
produtos de base nas ilhas.
• Estes outputs podem gerar alertas, em caso, por exemplo de, ruturas ou possibilidade
de ruturas, prazo de cobertura inferior a 3 meses de consumo, preços exageradas,

• As alertas, quando existem, são geridas conforme a gravidade e extensão.


• Em caso do nível de stock abaixo do período convencional, de 3 meses:
• É saber junto dos operadores as previsões de importação e saber da data de
chegada;
• E caso as informações junto dos operadores mostram que não existe iniciativa de
aprovisionamento, deve-se começar o dialogo com os mesmos, sobre as causas e
que medidas são necessárias;
• Si o dialogo não resolve o problema, então o estado deve posicionar mediante
intervenção, pela via de ajudas externa, ou pela via de recurso à reserva financeira,
subsidiando os operadores ou mesmo importando diretamente, se for necessário.
• Não temos registos de casos de ruturas com intervenção direta do estado, pois os
operadores vêm, com normalidade cumprir, e de forma boa, o abastecimento do
mercado e a gestão do stock de segurança de 3 meses.
• Temos casos de intervenção pontual do estado em caso de crises, com atribuição de
alguns incentivos aduaneiros, subvenção pontual de preços,, como foi para a crise
por COVID, aumentos exagerados de preços no mercado internacional e casos de
seca perlongadas como nos últimos 3 anos)
• Exemplos de algumas publicações do sistema, divulgadas
semanalmente e mensalmente , a nível nacional.
• Neste ultimo ponto, apresentamos as perspetivas, que a nosso ver,
poderão melhorar o sistema de aprovisionamento e de stockagem
alimentar no país,

• Uns com apoio da ARAA/CEDEA:


• Outos com recurso interno ou através de outros parceiros:

• Resta-nos agradecer-vos pela atenção


• Obrigado a todos.

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