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RESPONSABILIDADE

INTERNACIONAL
 A responsabilidade internacional é o instituto que
visa a responsabilizar determinado Estado pela
prática de um ato atentatório ao Direito
Internacional perpetrado contra outro Estado,
prevendo certa reparação a este último pelos
prejuízos e gravames que injustamente sofreu.
 É uma obrigação jurídica de reparar um mal
físico ou moral causado a outrem.
 Não só os atos ilícitos são sujeitos a
responsabilização, mas também os lícitos, que
tenham potencial de causar dano a outros atores
internacionais.
 O instituto da responsabilidade internacional tem
caráter patrimonial e moral e, em geral, não se
reveste de aspecto penal ou repressivo, não se
aplicando, portanto, a todos os tipos de violação
do Direito Internacional.
 A responsabilidade internacional não se confunde
com a responsabilidade penal internacional, que é
pessoal e que é voltada a combater a violação dos
tipos penais internacionais, como os chamados
crimes de guerra e os crimes contra a
humanidade.
 A responsabilidade internacional fundamenta-se
no dever de cumprir as obrigações internacionais
livremente avençadas e a obrigação de não causar
dano a outrem.
 Visa a contribuir para a aplicação prática das
normas internacionais e a promover a eventual
reparação dos prejuízos sofridos pelos sujeitos de
Direito Internacional.
 Quanto a natureza jurídica a responsabilidade
internacional pode ser explicada de acordo com
três teorias:
 Teoria Subjetivista
 Teoria Objetivista
 Teoria Mista
 A responsabilidade, via de regra, é institucional.
A responsabilidade internacional é um instituto
que em geral se refere apenas a Estados e
Organização Internacional.
 Todavia, está em franco desenvolvimento a noção
de que a pessoa natural também pode ser
responsabilizada diretamente por transgredir
norma internacional.
 Em toda caso, eventuais danos causados aos
indivíduos e outras pessoas cometidas por entes
estatais ou organismos internacionais, podem ser
objeto de proteção diplomática.
 A maior parte das regras relativas a
responsabilidade internacional ainda é
costumeira.
A responsabilidade pode ser:
 Comissional ou omissional (Tipo de conduta);
 Convencional ou delituosa (Fonte do direito
violada);
 Direta ou indireta (autoria do ato);
 Atos ilícitos ou lícitos (atos que ensejam a
responsabilidade).
ELEMENTOS ESSENCIAIS
 Ato ilícito
 Imputabilidade (necessidade de atribuição do ato
ao ente)
 Dano
RESPONSABILIDADE POR ATOS LÍCITOS
 É possível que a prática de atos lícitos cause danos
a terceiros. É o caso de uma série de atividades
importantes para a vida moderna, como o emprego
de energia nuclear para fins pacíficos.
 É um tipo de responsabilidade internacional
objetiva, a partir da qual os Estados devem
indenizar os prejuízos eventualmente causados por
suas ações e omissões, ainda que para tais danos
não tenham ocorrido.
A responsabilidade internacional por ato lícito
requer a observância dos seguintes requisitos:
 A definição clara do dano;
 A concessão da faculdade de a vítima exigir
reparação;
 Atribuição da autoria da lesão, de maneira
inequívoca, a uma pessoa ou ente;
 A obrigatoriedade da constituição de seguros e,
eventualmente, de garantias suplementares para as
atividades de risco reguladas, a serem providenciadas
pelos executores dessas atividades;
 A fixação de causas de limitação ou exclusão da
responsabilidade;
 Indicação dos foros internos dos Estados onde as
eventuais vítimas podem buscar a reparação cabível.
 Os atos do Poder legislativo e do Poder Judiciário,
bem como os das entidades subnacionais de um
ente estatal, são diretamente imputáveis ao Estado
soberano e, por conseguinte, podem ensejar sua
responsabilidade internacional.
 Dentre os atos do parlamento que podem sujeitar
o ente estatal á responsabilização internacional se
encontram:
 A aprovação de leis que contrariem tratados dos
quais o Estado seja parte;
 A desobediência a normas internacionais que
obriguem a elaborar leis internas concernentes a
determinada matéria;
 O Estado não responde pelos danos decorrentes de
atos praticados por seus cidadãos.
 Parte da doutrina admite que o Estado pode ser
responsável por atos de revolucionários. O
entendimento majoritário é o de que o estado deve
ser responsabilizado pelas ações de grupos de
revolucionários quando tiver concorrido para a
ocorrência do conflito ou quando tiver faltado com
a diligência devida para impedir ou reprimir o fato.
 O reconhecimento do caráter de beligerante ou de
insurgente de um movimento revolucionário por
parte do ente estatal que tenha sofrido o dano
exclui a responsabilidade do Estado onde atua
esse movimento, a qual passa a recair sobre o
beligerante ou insurgente. Caso os revoltosos
assumam o governo, a responsabilidade por seus
atos passa a caber ao Estado.
São excludentes ou atenuantes da
responsabilidade:
 A legítima defesa (deve ser proporcional ao
agravo);
 Represálias, que são admissíveis quando são
feitas em resposta à violação de normas
internacionais por parte de outro ente estatal;
 Contramedidas em geral;
 Prescrição
 Estado de necessidade
 Contribuição do Estado para o dano que sofreu;
 Força maior;
 Perigo extremo;
 Imprecisão da regra internacional;
 Tomada, pelo Estado, de medidas cabíveis para
evitar o dano; e
 Reconhecimento de beligerância ou de
insurgência por parte do Estado que tenha sofrido
o dano.
PROTEÇÃO DIPLOMÁTICA
 A proteção diplomática concretiza-se a partir do
endosso, ato pelo qual o ente estatal do qual o
indivíduo ou entidade é nacional assume como sua
reclamação de particular contra outro Estado.
 A concessão de proteção diplomática requer o
atendimento de três condições básicas: a
nacionalidade do prejudicado, o esgotamento dos
recursos internos e a conduta correta do autor da
reclamação.
 O indivíduo polipátrida pode requerer a proteção
diplomática de qualquer Estado, mas não pode
receber proteção contra Estado de que também é
nacional.
 A nacionalidade do beneficiado deve ser
contínua.
 Não beneficia quem contribuiu para o ato ilícito
 A concessão de proteção diplomática é ato
discricionário do Estado e independe de
requerimento da parte.
 As OI oferecem proteção funcional e não
diplomática a seus membros, e tal proteção pode
ser invocada contra seu próprio Estado, se este
for o violador.
 A reparação do dano deve restabelecer a situação
anterior. Não havendo possibilidade pode-se partir
para o pagamento de indenização pecuniária, a
qual deve ser justa e vinculada diretamente ao
resultado do ato ilícito, compreendendo danos,
lucros cessantes, juros de mora etc. Na hipótese
de dano moral, as alternativas de representação
incluem pedidos formais de desculpas, punição
dos responsáveis, atos de desagravo etc.

 O Estado pode exigir o direito de regresso contra
o agente que efetivamente causou o dano.

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