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Didática e

Identidade Docente
Qual papel da Didática na
formação do Educador?
Ponto de Partida:
Papel da Didática
Ponto de Chegada:

Formação do
Educador
O Ensino da Didática objetiva:

Romper com o estigma da


visão meramente
instrumental.

Preocupação com a compreensão do


processo de ensino – aprendizagem e a
busca das formas de intervenção
pedagógica
O Ensino da Didática objetiva:

Como fazer Para que


fazer

Por que fazer

Prática Pedagógica
Para vocês:
• Qual é a função do professor na
produção de saberes pedagógicos?

• Como esses saberes são adquiridos


pelos professores?

• Qual o papel e o peso desses


saberes em relação aos outros
conhecimentos do professor?
É preciso pensar na Didática como o
compromisso em buscar práticas
pedagógicas que promovam um ensino
realmente eficiente, com significado e
sentindo para os educandos, e que
contribuam para a transformação.
Para Libâneo

A Didática tem um núcleo próprio


de estudos: a relação ensino –
aprendizagem, na qual estão
implicados os objetivos, os
conteúdos, os métodos e as
formas de organização do
ensino.
Nos dias atuais a Didática está
fortemente relacionada as
questões que envolvem o
desenvolvimento das funções
cognitivas, visando
aprendizagem autônoma.
Mediação

Educador Educando

Conhecimento
Segundo Libâneo:
Cabe a Didática converter
objetos sociopolíticos e
pedagógicos em objetivos de
ensino, além de selecionar
conteúdos e métodos de
acordo com esses objetivos, a
fim de estabelecer vínculos
entre ensino e aprendizagem.
A Didática e a construção da
identidade profissional:
• Significação social da profissão;
• Revisão constante dos significados sociais
da profissão;
• Revisão das tradições;
• Reafirmação de práticas consagradas
culturalmente e que permaneceram
significativas;
• Visão de mudança do professor;
• Rede de relações com outros professores,
em escolas, sindicatos e outros
agrupamentos.
NO PROCESSO DE FORMAÇÃO DE PROFESSORES A
DIDÁTICA OCUPA UM GRANDE LUGAR DE
DESTAQUE.

A DIDÁTICA LIMITA-SE AOS


SEGUINTES COMPONENTES
BÁSICOS:
• O educador,
• O método a que se
recorre,
• O educando,
• A matéria que se ensina
• E os objetivos a atingir
para que se eduque.
Afinal, qual o papel que a
didática exerce na formação do
educador?

Aqui, a didática é colocada como


um mecanismo de preparação do
educador.

E a pergunta permanece: será que


a didática, conforme vem sendo
ensinada e executada, auxilia o
educando a se habilitar para as
atividades que deverá
desenvolver como profissional
(educador)?
A  DIDÁTICA, para assumir um papel
significativo na formação do educador,
deverá mudar os seus rumos. Não
poderá reduzir-se e dedicar-se tão-
somente ao ensino de meios e
mecanismos pelos quais se possa
desenvolver um processo ensino-
aprendizagem, mas deverá ser um elo
fundamental entre as opções filosófico-
políticas da educação, os conteúdos
profissionalizantes e o exercício diuturno
da educação.
Deverá ser, sim, um modo crítico de
desenvolver uma prática educativa,
forjadora de um projeto histórico, que
não se fará tão-somente pelo educador,
mas pelo educador, conjuntamente, com
o educando e outros membros dos
diversos setores da sociedade.
ATIVIDADE INDIVIDUAL - PRATICANDO

• Reflita sobre o que levou você a


escolher ser professor. Relate num
memorial as razões que lhe
fizeram escolher a profissão.
Atividade:
Desenhar a
árvore das
competências
e após a
escolha das
competências
pessoais e
comunicativas
do Educador
colocar na
árvore.
O papel esperado do
professor
Agente de mudanças
Desenvolvimento de indivíduos
Desenvolvimento das sociedades
Desenvolvimento da humanidade
Preparação de alunos
Quais saberes
necessários?
Para ensinar?
Para aprender novos conceitos?
Para construir novas práticas?
Os saberes necessários
Os professores são portadores (e
produtores de um saber próprio ou
são apenas transmissores e
reprodutores) de um saber alheio?
O saber de referência dos
professores é fundamentalmente
científico ou técnico?
Saberes docentes
Profissionalização docente
Identidade docente
Desenvolvimento de um ensino coerente
Atenda ao contexto social
Saberes necessários
Não existe um saber específico
Existem saberes diferentes, pluridimensionais:
◦ Planejar
◦ Executar
◦ Escolher metodologias
◦ Elaborar tarefas
◦ Construir instrumentos – avaliação
◦ Administrar a sala de aula
Saberes necessários
Gestão dos conteúdos
Gestão da sala de aula

Os saberes docentes não se limitam


apenas à transmissão de
conhecimentos.
Saberes da docência
Saberes da experiência:
◦ Construídos no cotidiano
Saberes do conhecimento:
◦ Conteúdo, disciplina, currículo
Saberes pedagógicos:
◦ Trabalho pedagógico
Saberes das
experiências
Trabalho docente
Participação em eventos
Contatos diversos
Horas livres
Saberes dos conteúdos
Graduação
Pós graduação
◦ Lato e strictu-sensu
◦ Extensão
Cursos diversos
Saberes pedagógicos
(teóricos)
Leituras
Especializações
Monografias
Teses
LDB
Art. 67º. Os sistemas de ensino promoverão a valorização
dos profissionais da educação, assegurando-lhes, inclusive
nos termos dos estatutos e dos planos de carreira do
magistério público:
◦ I - ingresso exclusivamente por concurso público de provas e títulos;
◦ II - aperfeiçoamento profissional continuado, inclusive com
licenciamento periódico remunerado para esse fim;
◦ III - piso salarial profissional;
◦ IV - progressão funcional baseada na titulação ou habilitação, e na
avaliação do desempenho;
◦ V - período reservado a estudos, planejamento e avaliação, incluído
na carga de trabalho;
◦ VI - condições adequadas de trabalho.
Carreira
Não é da instituição
É do professor
◦ Exige uma construção
◦ Constante
◦ Cotidiana
◦ Coletiva
Vídeo: Como ser um bom professor?
Estágio e
Docência:
diferentes
concepções
Objetivos
Apresentar concepções de estágio e seus
percursos em cursos de licenciatura.
Relacionar as práticas de estágio como
exercício do conhecimento.
Relacionar a visão de estágio ao exercício de
pesquisa.
Teoria e prática:
relações possíveis
“...é necessário explicitar-se os conceitos de prática e de teoria
e como compreendemos a superação da fragmentação entre
elas a partir do conceito de práxis, o que aponta para o
desenvolvimento do estágio como uma atitude investigativa,
que envolve a reflexão e a intervenção na vida da escola, dos
professores, dos alunos e da sociedade.”
O estágio como pesquisa já se encontra presente em práticas
de grupos isolados. É necessário entender como isso funciona.
A prática como imitação
de modelos
“o modo de aprender a profissão, conforme a
perspectiva da imitação, será a partir da
observação, imitação, reprodução e, às vezes, da
re-elaboração dos modelos existentes na prática,
consagrados como bons.”
“Muitas vezes nossos alunos aprendem conosco,
observando-nos, imitando, mas também
elaborando seu próprio modo de ser a partir da
análise crítica do nosso modo de ser.”
Aprendizado como
imitação
Prática como imitação: ‘artesanal’,
caracterizando o modo tradicional da
atuação docente, ainda presente em nossos
dias.
O pressuposto dessa concepção é o de que a
realidade do ensino é imutável e os alunos
que frequentam a escola também o são.
Aprendizado como
imitação
Observação e tentativa de reprodução da prática modelar do
professor; como um aprendiz que aprende o saber acumulado.
Ao valorizar as práticas e os instrumentos consagrados
tradicionalmente como modelos eficientes, a escola resume
seu papel a ensinar; ignora o aprender do aluno.
visão de que se os alunos não aprendem, o problema “é deles,
de suas famílias, de sua cultura diversa daquela
tradicionalmente valorizada pela escola.”
Atividade docente
tradicional
Repasse de conhecimentos aprendidos, ensinando
o que aprendeu por imitação.
Não valoriza a formação intelectual, reduzindo a
atividade docente apenas a um fazer, que será
bem sucedido quanto mais se aproximar dos
modelos que observou.
Por isso, gera o conformismo.
A prática como
instrumentalização técnica
É necessária a utilização de técnicas para executar as
operações e ações próprias.
Algumas profissões necessitam desenvolver
habilidades específicas para operar os instrumentos
próprios de seu fazer. O professor também, mas não é
só isso.
A redução às técnicas não dá conta do conhecimento
científico nem da complexidade das situações do
exercício profissional.
A prática como
instrumentalização técnica
Nessa perspectiva, o profissional fica reduzido ao ‘prático’, o
qual não necessita dominar os conhecimentos científicos, mas
tão somente as rotinas de intervenção técnica deles derivadas.
Essa visão gera posturas dicotômicas em que teoria e prática são
tratadas isoladamente, o que gera equívocos graves nos
processos de formação profissional. A prática pela prática e o
emprego de técnicas sem a devida reflexão pode reforçar a
ilusão de que há uma prática sem teoria ou de uma teoria
desvinculada da prática.
Por isso, os alunos afirmam que prática e teoria são
dissonantes.
A prática como
instrumentalização técnica
“Nessa perspectiva, a atividade de estágio fica reduzida
à hora da prática, ao como fazer, às técnicas a ser
empregadas em sala de aula, ao desenvolvimento de
habilidades específicas do manejo de classe, ao
preenchimento de fichas de observação, diagramas,
fluxogramas”.
Polêmica: oficinas pedagógicas, confecção de material
didático sem a devida reflexão segue essa visão
Consequência da visão prática
como instrumentalização ao
estágio
Atividades de estágio têm sido utilizadas como cursos de
prestação de serviço às redes de ensino, obras sociais e eventos,
o que acaba submetendo os estagiários como mão-de-obra
gratuita e substitutos de profissionais formados.
Micro-ensino e mini-aulas costumam valorizar a
instrumentalização técnica se não forem objeto de reflexão.
“O processo educativo é mais amplo, complexo e inclui situações
específicas de treino, mas não pode a ele ser reduzido”.
O perigo das técnicas e
metodologias sem reflexão
“A exigência dos alunos em formação, por sua vez,
reforça essa perspectiva, quando solicitam novas
técnicas e metodologias universais, acreditando no
poder destas para resolver as deficiências da
profissão e do ensino, fortalecendo, assim, o mito
das técnicas e das metodologias”.
Esse mito está presente não apenas nos anseios
dos alunos, mas também entre professores.
O papel do estágio- uma
tendência
Deve-se (re)pensar a didática de ensino
assumindo a crítica da realidade existente,
mas numa perspectiva de encaminhar
propostas e soluções considerando os
problemas estruturais, sociais, políticos e
econômicos dos sistemas de ensino e seus
reflexos no espaço escolar e na ação de seus
profissionais.
Teoria, prática e ação
docente
Ação docente: prática e ação. A profissão docente é uma
prática social, ou seja, como tantas outras, é uma forma de
se intervir na realidade social, no caso, por meio da
educação que ocorre, não só, mas essencialmente nas
instituições de ensino.
Para melhor compreendê-la, necessário se faz distinguir a
atividade docente como prática e como ação.
Para Sacristán (1999), a prática é institucionalizada; são as
formas de educar que ocorrem em diferentes contextos
institucionalizados, configurando a cultura e a tradição das
instituições
Ação docente
A ação (cf. Sacristán, 1999) refere-se aos sujeitos,
seus modos de agir e pensar, seus valores, seus
compromissos, suas opções, seus desejos e
vontade, seu conhecimento, seus esquemas
teóricos de leitura do mundo, seus modos de
ensinar, de se relacionar com os alunos, de planejar
e desenvolver seus cursos, e se realiza nas práticas
institucionais.
Ação pedagógica
“ Atividades que os professores realizam no
coletivo escolar, supondo o desenvolvimento
de certas atividades materiais, orientadas e
estruturadas. Tais atividades têm por
finalidade a efetivação do ensino e da
aprendizagem por parte dos professores e
alunos”.
E as teorias....
O papel das teorias é o de iluminar e oferecer
instrumentos e esquemas para análise e
investigação, que permitam questionar as práticas
institucionalizadas e as ações dos sujeitos e, ao
mesmo tempo, se colocar elas próprias em
questionamento, uma vez que as teorias são
explicações sempre provisórias da realidade.
E o estágio? Qual é o lugar
do estágio?
A prática educativa (institucional) é um traço
cultural compartilhado e que tem relações com o
que acontece em outros âmbitos da sociedade e de
suas instituições.
Portanto, no estágio dos cursos de formação de
professores, compete possibilitar que os futuros
professores se apropriem da compreensão dessa
complexidade das práticas institucionais e das
ações aí praticadas por seus profissionais, como
possibilidade de se prepararem para sua inserção
profissional
A formação de
professores
Num curso de formação de professores, todas as
disciplinas, as de fundamentos e as didáticas,
devem contribuir para a sua finalidade que é a de
formar professores, a partir da análise, da crítica e
da proposição de novas maneiras de fazer
educação. Nesse sentido, todas as disciplinas
necessitam oferecer conhecimentos e métodos
para esse processo.
Estágio de aproximação
entre teoria e prática
Pimenta e Gonçalves (1990) consideram que a finalidade do
estágio é a de propiciar ao aluno uma aproximação à
realidade na qual atuará.
Assim, o estágio se afasta da compreensão até então
corrente, de que seria a parte prática do curso. Defendem
uma nova postura, uma redefinição do estágio que deve
caminhar para a reflexão, a partir da realidade.
Não considera metodologias prontas ou certezas absolutas.
Teoria e(m)prática, constante reelaboração.
Pesquisa no estágio e estágio
de pesquisa
A pesquisa no estágio, como método de formação dos
estagiários futuros professores, se traduz pela mobilização
de pesquisas que permitam a ampliação e análise dos
contextos onde os estágios se realizam. Mas também e, em
especial, na possibilidade de os estagiários desenvolverem
postura e habilidades de pesquisador a partir das situações
de estágio, elaborando projetos que lhes permitam ao
mesmo tempo compreender e problematizar as situações
que observam.
Esse estágio pressupõe outra postura diante do
conhecimento, que passe a considerá-lo não mais como
verdade capaz de explicar toda e qualquer situação
observada.
Estágio de observação e
pesquisa
Tendência que remonta aos anos 1990.
Mobilização de pesquisas que permitam análise dos
contextos e possível atuação.
Projetos que permitam compreender e problematizar as
situações que observam.
Formulação do estágio como atividade teórica
instrumentalizadora da práxis.
Prevê a formação do profissional reflexivo.
Profissional reflexivo e
professor-pesquisador
Base na epistemologia da prática: ação docente do
professor pesquisador da própria prática.
Não separação entre teoria e prática:
Portanto, o papel da teoria é oferecer aos professores
perspectivas de análise para compreenderem os contextos
históricos, sociais, culturais, organizacionais e de si mesmos
como profissionais, nos quais se dá sua atividade docente,
para neles intervir, transformando-os. Daí, é fundamental
o permanente exercício da crítica das condições materiais
nas quais o ensino ocorre.
Epistemologia da
prática
Os saberes teóricos propositivos se articulam, pois, aos
saberes da ação dos professores e da prática
institucional, resignificando- os e sendo por eles re-
significados.
Segredo: reconhecer as limitações e tentar superá-las
pela pesquisa e reflexão na docência em formação.
Epistemologia da
prática
“Procedendo a uma análise de pesquisas realizadas no campo
da didática e prática de ensino (Pimenta, 2002), conclui-se que
as pesquisas estão privilegiando a análise de situações da
prática e dos contextos escolares e revelando a importância que
a perspectiva da epistemologia da prática vem assumindo.”
“As pesquisas sobre avaliação e fracasso escolar, por exemplo,
revelam avanço significativo na abordagem do tema ao trazerem
dados das situações concretas e propositivas, superando os
discursos e adentrando a complexidade prática.”
O Desenvolvimento e amadurecimento da prática se dá pela
pesquisa.
Professor- orientador e
pesquisador
O estágio abre possibilidade para os professores
orientadores proporem tanto a mobilização de
pesquisas para ampliar a compreensão das
situações vivenciadas e observadas nas escolas, nos
sistemas de ensino e nas demais situações, como
pode provocar, a partir dessa vivência, a elaboração
de projetos de pesquisa a ser desenvolvidos
concomitante ou após o período de estágio.
Professor pesquisador em
formação
Teoria(s) que permita(m) aos professores
entenderem as restrições impostas pela prática
institucional e pelo histórico social ao ensino, de
modo a identificar o potencial transformador das
práticas.
Libâneo: apropriação e produção de teorias.
Carr: Caráter transitório das práticas dos
professores.
Charlot: Atenção aos professores e pares.
Conceito de professor
reflexivo
A análise crítica contextualizada do conceito de
professor reflexivo permite superar suas limitações,
afirmando-o como um conceito político-
epistemológico que requer o suporte de políticas
públicas consequentes para sua efetivação.

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