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Brucella ( Brucelose)

Classificação

Reino: Bacteria
Filo : Proteobacteria
Classe: Alphaproteobacteria
Ordem: Rhizobiales
Familia: Brucellaceae
Gênero : Brucella
Espécies:

B. abortus
B. canis
B. melitensis
B. microti
B. neotomae
Brucella é um gênero de bactérias gram –
negativas. São cocobacilos pequenos (0.5 a 0.7
por 0.6 a 1.5 µm), formando colônias muito
pequenas, lisas, com tom esbranquiçado e não
– hemofílicos . São imóveis, não capsulados,
não esporuladas e são aeróbios estritos,
realizando metabolismo oxidativo.
São catalase, oxidase e urease positivas.
Reduzem nitratos a nitritos e são
nutricionalmente exigentes.
Fatores de virulência
•Antigenes A e M - existem na cadeia polissacarídea
O do LPS, um componente da parede celular. O
antigene A predomina nas espécies B. abortus e B.
suis. O antígene M predomina na espécie B.
melitensis. A B. Canis apresenta outros antigenes.
•Fator de virulência - permite o parasitismo celular
de leucócitos polimorfonucleares e macrófagos;

As espécies mais virulentas para o Homem são B.


melitenses (mais comum) e a  B. abortus.
Patogênese

A bactéria é introduzida no interior de macrófagos. Tem um


período de incubação de 10 a 21 dias. Vai para os gânglios
regionais linfáticos, podendo aí migrar para o sangue, onde

atua o LPS, e do sangue atinge órgãos como

o fígado,baço,osso,testículo,endocardio, com
formação de granulomas ou abcessos (mais frequente
com B.melitensis e B.suis). O hospedeiro desencadeia uma
resposta imonológica celular, mais efetiva, e
uma imunidade celular, que embora não seja protetora, é
essencial para o diagnóstico sorológico.
Epidemiomiologia
A incidência da doença é universal, embora haja países sem
brucelose, como sendo os países do Norte da Europa e do
Japão. Em Portugal, a brucelose têm elevada incidência nos
distritos do interior (Bragança. Guarda, Vila-Real, Castelo
Branco). As principais fontes de infecção são: lacticínios
não-pasteurizados, viagens para o estrangeiro e o
manuseamento de tecidos ou órgãos de animais infectados.
Os principais grupos de risco são: trabalhos em matadouros,
talhos e fábricas de enchidos, trabalhos em queijarias,
criadores de gado (pastores, por exemplo), trabalhos em
esgotos e trabalhos em laboratórios com risco.  Os principais
animais envolvidos são bovinos, caprinos, ovinos e
suinos e , não se conhecendo espécie resistente à Brucella
Modos de transmissão
•Via cutânea ou mucosa - o manuseamento
de animais ou excrementos infectados (B.
Abortus e B suis ).
•Via digestiva - ingestão de leite e seus
derivados (B. melitensis);
•Via aérea - inalação de aeróssois, acidentes
de laboratório e bioterrorismo;
•Outras formas de transmissão:
(Raras) - aleitamento e ato sexual.
Doença
A Brucella sp é o agente causador da Brucelose, que é uma
zoonose caracterizada por uma infecção granulomatosa
crônica com envolvimento sistémico.
Quadro clínico
Apresenta um elevado polimorfismo clínico, apresentando um
período de incubação que pode ir de 1-3 semanas até vários
meses. A sintomatologia pode surgir de modo abrupto ou gradual,
sendo caracterizada por:
•Febre ondulante com acentuação vespertina;
•Arrepios de frio;
•Cefaléias;
•Mialgias;
•Fadiga;
•Anorexia;
•Tosse seca;
•Formas especiais de evolução clínica: Derrames pleurais,
abcessos pleurais, empiema, artrite, osteomielite e reação
cutânea.
Diagnóstico bacteriológico

Diagnóstico bacteriológico

O diagnóstico bacteriológico exige a realização de


hemoculturas ou mieloculturas. A hemocultura é o método
direto mais utilizado. Realizam-se colheitas múltiplas (3 a 5),
sendo que devem ser incubadas durante 14 dias, porque a
Brucella cresce lentamente. A mielocultura positiva mais
rapidamente do que a hemocultura.
Diagnóstico sorológico
Existem vários métodos de diagnóstico sorológico, nomeadamente:
•Reação de aglutinação - positiva à 2a semana de doença. As IgM
são mais aglutinantes do que as IgG. Pode ser utilizado o método de
Wright (em tubo) ou o método de Hudleson (em lâmina), se o título for
superior a 1:80 , estamos perante uma infecção. A presença de falsos
negativos é evidência do fenómeno zona, enquanto que a presença
de falsos positivos é devido a reacções cruzadas;
•Prova do 2 mercapto – etanol - evidencia a presença de IgG, sendo
útil na brucelose crónica;
•Reação de fixação do complemento - evidencia a presença de IgG,
dando resultados positivos ao fim de 25-30 dias. Porém, é muito
laboriosa;
•Prova do 2 mercapto – etanol - evidencia a presença de
IgG, sendo útil na brucelose crónica;
•Reação de fixação do complemento - evidencia a
presença de IgG, dando resultados positivos ao fim de 25-
30 dias. Porém, é muito laboriosa;
•Imunofluorescência indireta - evidencia anticorpos
quando as outras reacções já são negativas. Útil na
brucelose crónica;
•Prova de alergia cutânea - injecção intradérmica de
melitina; se positiva, obtêm-se reação cutânea retardada.
Tratamento

O tratamento exige antibioticoterapia combinada e


prolongada, porque se trata de um parasita
intraceular. A Brucella possui resistência
às penicilinas e cefalosporinas. Numa 1a. fase,
durante 4 semanas, deve ser feita uma
antibioterapia à base de Tetraciclina +
Aminoglicosídeo. Numa segunda fase, a
antibioterapia combinada Doxiciclina +
Rifampicina por um período de 4-8 semanas revela-
se mais eficaz. A Tetraciclina não deve ser utilizada
em gestantes e crianças, daí que se deva substituir
nos 2 casos por Trimetropim-sulfametoxazol, por
que a tetraciclina  interfere no crescimento ósseo.
Prevenção

A prevenção pode ser feita com: pasteurização do leite,


o abate dos animais doentes, a vacinação do gado com
estirpes avirulentas, a vacinação humana (que leva à
manifestação de sintomas, mas concede uma
imunidade de curta duração) e o cumprimento de
medidas de segurança nos laboratórios.
Referências
•↑ Ryan KJ, Ray CG (editors) (2004). Sherris Medical
Microbiology 4th ed. [S.l.]: McGraw Hill. ISBN 0-8385-8529-9
•↑ Robichaud S, Libman M, Behr M, Rubin E (2004). «Prevention of
laboratory-acquired brucellosis». Clin. Infect. Dis. 38 (12): e119–22. 
PMID 15227634. doi:10.1086/421024

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