Aula 09

FUNDAMENTOS DA PSICOLOGIA DA SAÚDE
AULA 9: A IMPORTÂNCIA DA PSICOLOGIA NO TRATAMENTO

INTERDISCIPLINAR DO CÂNCER
Profª. Beatriz Acampora

Conteúdo Programático desta aula
 Assunto 1 – Principais conceitos

sobre o câncer
AULA 9 – A IMPORTÂNCIA DA PSICOLOGIA NO TRATAMENTO INTERDISCIPLINAR DO

 Assunto 2 – Fatores de risco para o

câncer

 Assunto 3 – Psico-oncologia

 Assunto 4 – O atendimento
psicológico aos familiares de
pacientes terminais

Assunto 1 – Principais conceitos sobre o câncer
Sabe-se que o câncer é uma doença que assusta a

maioria das pessoas. Ele nos remete a perde,
morte, sofrimento e angústia. É uma doença
preocupante para a Organização Mundial da Saúde,
quanto aos seus desencadeamentos, evolução e
cura.

Muitos tipos de câncer ainda não tem cura, mas boa parte da
população também se nega a fazer os exames periódicos
com medo do diagnóstico.
O que se sabe é que a medicina tem procurando evoluir no

tratamento e na prevenção do mesmo e que quando
descoberto no começo, tem grandes probabilidades do
controle ou da cura.
De acordo com Straub (2005, p.354) os tumores

malignos, considerados com cancerosos “consistem
de células renegadas que não respondem aos
controles genéticos do corpo no que diz respeito a
seu crescimento e divisão”.

Isto significa que não são todos tumores

considerados malignos. Para ter certeza é preciso
fazer exames, tais como ressonância,
ultrassonografia e biopsia, a fim de obter um dado
preciso sobre a presente patologia.

Caso seja maligno, os tratamentos podem ser por meio de

quimioterapia, radioterapia ou cirurgia, dependendo do tipo
do câncer.
O que o câncer tem de pior é que ele envia, muitas vezes,

células malignas a outras partes do corpo, propagando ainda
mais a doença. Chama-se a isto de metástase.

Straub (2005, p. 355) apresenta alguns tipos de câncer mais

comuns, visto que sua classificação é muito vasta.
1) Carcinomas: atacam as células epiteliais que recobrem as

superfícies internas e externas do corpo. Eles incluem o
câncer de mama, de próstata, de colo, de pulmão, de
pâncreas e de pele.

2) Sarcomas: são malignidades de células de músculos, ossos

e cartilagens.
3) Linfomas: são formados no sistema linfático.
4) Leucemias: atacam os tecidos sanguíneos e formadores de
sangue, como a medula óssea.

*
Assunto 2 – Fatores de risco para o câncer
A seguir serão apresentados alguns fatores de risco para o

câncer, apesar de não termos pesquisas que afirmem os reais
motivos para o desenvolvimento da doença. Outro ponto
importante para ser alertado é que nem todas as pessoas
que fazem uso dos fatores mencionados abaixo terão o
câncer.

Tabaco
O uso do tabaco por período prolongado causa problemas
respiratórios e pulmonares que pode levar o
desenvolvimento do câncer. O tabagismo também está
relacionado ao câncer de boca, faringe, laringe, esôfago,
pâncreas, colo uterino, rins e bexiga.

O “hábito de fumar é responsável por cerca de 90%

dos canceres de pulmão”, devido a substância
benzoapireno encontrada nos cigarros.

Comidas
Algumas comidas podem ser propícias a causar o câncer,
dependendo da maneira que são feitas e como são
administradas para a ingestão. Tais como comida gordurosas
e carne vermelha devem ser evitados, pois resultados de
pesquisas comprovam a relação desses alimentos com o
câncer de colo, reto e próstata.

Álcool
O uso de álcool em excesso pode desenvolver o câncer,
devido esse exigir no sistema respiratório e digestivo. Ele
acaba contribuindo para o câncer de mama, de colo, de reto
e de fígado.

De acordo com Straub (2005, p. 366) “mulheres que

consomem duas ou mais bebidas contendo álcool
por dia têm, no mínimo, um risco 25% maior de
desenvolver câncer de mama do que mulheres que
não bebem.

Atividade física
Existem pesquisas que relatam sobre a falta de atividade
física e o desenvolvimento do câncer.
Um estudo prospectivo de homens com câncer de colo,

homens com câncer retal e homens saudáveis verificou que
quanto mais sedentário for o trabalho e quanto mais tempo
trabalhar no emprego, maior será o risco de câncer de colo.

O sedentarismo, a falta de atividade física e a

ausência do exercício da mente com outras tarefas
que não sejam obrigações, podem ajudar a
desenvolver o câncer.

História familiar
Apesar de parecer a hereditariedade ser um fator
forte para o desenvolvimento do câncer, os
resultados de pesquisas apresentam que apenas 5%
dessa doença é devido ao fator herança.

Já a predisposição genética é relativamente representativa

para o câncer de mama. Mas alguns autores relatam que
apenas uma pequena porcentagem de todos os casos de
câncer de mama é hereditária. A vasta maioria (por volta de
95%) está ligada a uma combinação de fatores de risco
genéticos e não-genéticos.

Riscos ambientais e ocupacionais

As toxinas que são liberadas pelas indústrias no ar e
na água e o trabalho direto em contato com
substâncias químicas tóxicas são perigos para o
desenvolvimento do câncer.

Tipos de personalidades
As personalidades depressivas, melancólicas e inexpressivas
podem apresentar maior probabilidade para o
desenvolvimento do câncer, principalmente no que diz
respeito ao de mama. Mas existem questionamentos de
alguns pesquisadores quanto a estes resultados.

Prevenção
Para prevenir é preciso ter comportamentos opostos
aos fatores de risco do câncer. É preciso praticar
atividades físicas, não fumar, não beber, evitar de
expor-se a substâncias químicas tóxicas e alimentar-
se bem.

Prevenção
Alguns alimentos são indicados como aqueles que previnem o
câncer, são eles: Alho (alho em pó, cravos e suplementos);
flavonoides (vinho tinto, uva, maçãs, tomates, pimentas
vermelhas, melancia; betacatoreno (frutas amarelas,
alaranjadas e escuras, vegetais); selênio (fígado, cogumelos,
alhos e peixes) e isoflavonas indol (vagens, grãos, produtos
de soja).
* AULA 9 – A IMPORTÂNCIA DA PSICOLOGIA NO TRATAMENTO INTERDISCIPLINAR DO

Assunto 3 – Psico-oncologia
A Psico-oncologia busca abordar os pacientes com

câncer e seus familiares, com a intenção de
minimizar o sofrimento, esclarecer as dúvidas e
ajuda-los a encontrar estratégias de enfrentamento
a angústia de esta com esta doença.

A Psico-oncologia pode ser definida como:

Um campo interdisciplinar da saúde que estuda a
influência de fatores psicológicos sobre o
desenvolvimento, o tratamento e a reabilitação de
pacientes com câncer”

Objetivos da área da psico-oncologia:

A identificação de variáveis psicossociais e
contextos ambientais em que a intervenção
psicológica possa auxiliar o processo de
enfrentamento da doença, incluindo quaisquer
situações potencialmente estressantes a que
pacientes e familiares são submetidos.
O tratamento da pessoa com câncer é um processo muito

doloroso. Começa desde o momento que descobre a doença.
No primeiro momento o paciente nega-se a entender e

enfrentar o que está acontecendo com ele e trata como se
fosse uma doença qualquer. Depois vem o medo da morte e
insegurança quanto ao processo de tratamento.

Quando o tratamento é por meio da quimioterapia, na

maioria das vezes há perda dos cabelos, as unhas ficam
fracas, há emagrecimento, perda de apetite, enjoos, tontura
entre outros efeitos colaterais. Neste momento o paciente
sente a doença tomando conta da sua mente e do seu corpo.

Fatores psicossociais apresentados pelos pacientes com
câncer:
•adaptação comportamental e ajuste emocional do paciente

ao tratamento;
•estratégias de enfrentamento em contextos estressantes;
•indicadores de qualidade de vida;

•efeitos psicossociais do tratamento do câncer a longo prazo;

•modalidades de intervenção psicológica junto ao paciente e
familiares ainda serão, por exemplo, alvo de estudos
científicos e assunto de discussão pelos próximos anos.

A psico-oncologia busca promover qualidade de vida

por meio do enfretamento da doença, redução do
estresse, controle das oscilações de humor,
conscientização sobre a importância da motivação e
da participação do mesmo para a resposta positiva
ao tratamento do câncer.

Assunto 4 – O atendimento psicológico aos familiares

de pacientes terminais
Pode-se dizer que existem duas formas para se trabalhar o

luto em familiares de pacientes terminais:
1)quando o luto está sendo vivenciado naquele momento
(morte do paciente).
2)quando a morte é um risco grande diante do diagnóstico do
câncer.

Assunto 4 – O atendimento psicológico aos familiares de

pacientes terminais
Esta situação é ambivalente:
•Geradora de alívio, pois a família tem tempo para
compreender e processar o que ainda vai acontecer,
podendo realizar uma boa despedida do membro que irá
falecer.
•Geradora de angústia, pois a família pode ter a percepção
de estar traindo o ente que ainda não morreu, desejando ou
antecipando sua morte.

pacientes terminais
No processo de atendimento aos familiares do paciente
terminal é muito importante que o psicólogo crie um espaço
para que os familiares possam expor suas angústias, aflições
e necessidades de falar algo ao paciente que tem vontade,
mas lhe faltou coragem. O objetivo é eliminar todas as
possibilidades de remorso quanto a morte do paciente, pois
isto será muito mais difícil quando o luto de fato chegar.


pacientes terminais
É importante baixar os níveis de ansiedade decorrentes das
fantasias que poderão surgir, geralmente em torno das
culpas, dos deveres ou responsabilidades, isso nem sempre é
fácil para o profissional, mas pode ser feito, estando-se
atento ao discurso do familiar enlutado, pontuando onde e
como ele coloca elementos a mais, do que realmente está
acontecendo.


pacientes terminais
Cada pessoa reagirá ao risco de morte ou ao luto de

uma maneira. Uns ficarão depressivos, outros
agitados, outros apáticos, enfim, são diversas as
reações e o psicólogo deve estar preparada para
todas.


pacientes terminais
A terapia neste momento não tem o objetivo de

promover solução para nenhuma questão mal
elaborada ao longo da vida, ela tem apenas a
proposta de minimizar o sofrimento, trabalhar a
culpa e ajudar aos familiares a enxergarem
possibilidades de vida sem a presença do ente
querido.

pacientes terminais
Outra característica importante de toda terapia breve sobre

o trabalho da perda é a forte ênfase na crise de perda. Não
estamos tratando de uma doença ou tentando interferir em
distúrbios de personalidade, embora seja imperativo
compreender que problemas de personalidade e do seu
padrão de relações foram intensificados pela crise.


pacientes terminais
Eles não podem ser resolvidos numa terapia breve, mas o

problema específico que cada pessoa introduz na crise da
perda tem de ser apreendido pelo terapeuta e pelo próprio
enlutado.


pacientes terminais
Algumas etapas que devem ser seguidas para que o psicólogo
possa proporcionar um bom suporte.
1º momento: Dar acolhimento, deixar a pessoa falar,
desabafar, chorar etc. O importante para que isto ocorra
com eficácia é ter um vínculo estabelecido. Ter
acompanhado o paciente (e os familiares) durante o seu
período de internação pode auxiliar, mas, se isto não foi
possível, o simples “estar presente” pode ser o suficiente.

pacientes terminais
2º momento: Acolher as fantasias dos parentes como: raivas,
culpas, temores etc. aceitando sem grandes contradições no
momento (até porque não se sabe ainda o quanto é fantasia
e o quanto é realidade), mas também sem dar maiores
reforços ao discurso.
3º momento: Falar sempre a verdade em relação ao
prognóstico do paciente.


pacientes terminais
4º momento: Descobrir a existência de alguém que possa

resolver os problemas práticos da situação. Nesse momento,
pessoas que não sejam tão ligadas ao paciente podem ser
importantes, principalmente para dar apoio aos familiares
(namorados, amigos, vizinhos, parentes distantes etc).


pacientes terminais
5º momento: Poupar a família do excesso de ajuda externa.

Aqui o psicólogo deve controlar sua própria ansiedade no
ímpeto de querer ajudar. O excesso de estímulos vindo do
exterior do núcleo familiar pode ser estressante. Cada
família tem sua dinâmica, tempo, e forma para “digerir”
seus processos, isso deve ser respeitado.


pacientes terminais
6º momento: Evitar a criação de fantasias de cura milagrosa

(isso não significa resignação ao diagnóstico, pode-se buscar
uma segunda opinião ou até outras formas de tratamento), a
realidade deve ser encarada sob pena de uma frustração
maior posteriormente.


pacientes terminais
7º momento: Incentivar a família a respeitar e também

vivenciar junto com o paciente o tempo que resta,
respeitando os limites e as vontades deste (o que não
significa se submeter a qualquer imposição vinda do
paciente, sob o fantasma de um futuro remorso ou culpa).


pacientes terminais
8º momento: Esclarecer aos familiares não tão ligados ao

paciente terminal que manifestações emocionais vindas para
eles daqueles que estão mais ligados ao paciente não devem
ser entendidas como agressões pessoais.


pacientes terminais
9º momento: É o momento de começar a contabilizar não só

as perdas, mas, sobretudo, os ganhos da situação. Aqui,
pode-se incentivar a família a fazer uma avaliação geral de
como entrou, como está, e de como sairá da situação.
Também é o momento onde se pode realizar o
encaminhamento para a psicoterapia caso necessário.


pacientes terminais
Percebe-se, portanto, que o atendimento a família do

paciente terminal e ao próprio paciente é um processo que
envolve postura de orientação, suporte e escuta aos
enlutados ou eminentes a este acontecimento. Isto requer
sabedoria para agir diante da situação, priorizando sempre
pela verdade e pela ética nas atitudes do psicólogo.

RESUMINDO:
Nesta aula você viu:
 Assunto 1 – Principais conceitos

sobre o câncer

RESUMINDO
 Assunto 2 – Fatores de risco para o

câncer

RESUMINDO
 Assunto 3 – Psico-oncologia

RESUMINDO
 Assunto 4 – O atendimento
psicológico aos familiares de
pacientes terminais

Explorando o tema
Acesse:
http://ojs.c3sl.ufpr.br/ojs2/index.php/psicologia/articl
e/view/3204/2566
E saiba mais sobre O Acompanhamento psicológico a

familiares de pacientes oncológicos terminais no
cotidiano hospitalar!

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AULA 9: A IMPORTÂNCIA DA PSICOLOGIA NO TRATAMENTO

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 Assunto 1 – Principais conceitos

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 Assunto 2 – Fatores de risco para o

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Assunto 1 – Principais conceitos sobre o câncer

Sabe-se que o câncer é uma doença que assusta a

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Assunto 1 – Principais conceitos sobre o câncer

O que se sabe é que a medicina tem procurando evoluir no

Assunto 1 – Principais conceitos sobre o câncer

De acordo com Straub (2005, p.354) os tumores

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Assunto 1 – Principais conceitos sobre o câncer

Isto significa que não são todos tumores

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Caso seja maligno, os tratamentos podem ser por meio de

O que o câncer tem de pior é que ele envia, muitas vezes,

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Assunto 1 – Principais conceitos sobre o câncer

Straub (2005, p. 355) apresenta alguns tipos de câncer mais

1) Carcinomas: atacam as células epiteliais que recobrem as

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Assunto 1 – Principais conceitos sobre o câncer

2) Sarcomas: são malignidades de células de músculos, ossos

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Assunto 2 – Fatores de risco para o câncer

A seguir serão apresentados alguns fatores de risco para o

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Assunto 2 – Fatores de risco para o câncer

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O “hábito de fumar é responsável por cerca de 90%

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Assunto 2 – Fatores de risco para o câncer

De acordo com Straub (2005, p. 366) “mulheres que

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Assunto 2 – Fatores de risco para o câncer

Um estudo prospectivo de homens com câncer de colo,

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Assunto 2 – Fatores de risco para o câncer

O sedentarismo, a falta de atividade física e a

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Já a predisposição genética é relativamente representativa

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