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Descontinuidades em Juntas

Soldadas Relacionadas ao Projeto

Docente: Lelio
Sumário
Descontinuidades
Descontinuidades relacionadas ao
processo ou procedimento de soldagem
Descontinuidades relacionadas as
características metalúrgicas
Descontinuidades relacionadas ao projeto
Bibliografia
Descontinuidade
É a interrupção das estruturas típicas de uma
peça, no que se refere a homogeneidade de
características físicas, mecânicas ou
metalúrgicas.
A descontinuidade só deve ser considerada
defeito, quando, por sua natureza, dimensão
ou efeito acumulado, tornar inaceitável, por
não satisfazer os requisitos mínimos da norma
técnica aplicável.
Descontinuidade
As descontinuidades de juntas soldadas, e
obtidas por processos de soldagem por fusão,
podem ser classificadas em 3 grandes grupos:
Relacionadas ao processo e procedimento de
soldagem
Metalúrgico
Relacionadas ao projeto
Relacionadas ao projeto
São influenciadas pelo tipo de junta e
aspectos relacionados a concentração de
tensões e deformações.
Concentração de tensões e
deformação
A variação não uniforme e rápida da
temperatura durante a soldagem, não é
somente analisado pela metalurgia, pois seus
efeitos também causam tensões e deformações
na junta soldada.
As diferentes regiões da junta soldada são
submetidas a variações térmicas que resultam
em diferentes expansões e contrações em
cada ponto.
Concentração de tensões e
deformação
Por causa desta não uniformidade de expansão
e contração, tensões residuais são induzidas.
A D

B E

LIQUIDO

C F
Concentração de tensões e
deformação
Concentração de tensões e
deformação
Estas tensões residuais em juntas soldadas
podem provocar dois grandes problemas:
- deformação
- trincas em juntas soldadas incapazes de
suportar a esta tensão residual.
Tensão Residual
É aquela que persiste em um corpo, mesmo
após todas as cargas externas terem sido
removidas.
As tensões residuais:
a) aumentam o risco de fratura frágil;
b) alteram a estabilidade dimensional ;
c) diminuem a resistência a corrosão,
notadamente a corrosão sob tensão;
d) modificam a resistência a fadiga;
Tensão Residual
A tensão residual na ZTA depende, entre outros
fatores, do grau de restrição da junta
soldada, isto é, da resistência que ela oferece
para deformar ou distorcer de tal maneira que
alivie as tensões geradas durante o processo de
soldagem.
A restrição cresce com o aumento da espessura
da chapa.
Tensão Residual
O tipo de junta também influi na restrição:
Uma junta de topo é menos restrita que
uma junta em ângulo.
O erro na montagem de uma solda de ângulo,
com uma abertura de raiz, causa também uma
concentração de tensão, favorecendo o
aparecimento de trincas.
Tensão Residual
Tensão Residual
Tensão Residual
Tensão Residual
Tensão Residual
Tensão Residual
Tensão Residual
As tensões residuais podem ser eliminadas ou
por tratamentos térmicos ou por meios
mecânicos.
Durante o tratamento térmico de alívio de
tensão, a junta soldada deve ser aquecida até
uma temperatura em que, o limite de
escoamento do metal fique reduzido a valores
inferiores às tensões residuais.
Tensão Residual
Nesta condição as tensões residuais provocam
deformações plásticas locais diminuindo de
intensidade.
Neste caso poderá também ocorrer alterações
metalúrgicas benéficas da junta soldada.
Já o alívio de tensões por meios mecânicos, tal
como martelamento, também reduz as tensões
residuais, entretanto não alteram a
microestrutura ou dureza do metal de solda e
ZTA.
Deformação
A deformação é um dos maiores problemas na
fabricação de estruturas e equipamentos
soldados.
O grande número de variáveis associadas a
operação de soldagem fazem com que a
previsão correta da deformação seja um
assunto que apresenta dificuldades.
A deformação é causada pela expansão e
contração não uniforme dos MS e MB.
Deformação
Deformação
Na soldagem em geral, o MB encontra-se em
temperaturas muito menor do que o MS.
Conforme o calor dissipa-se, as áreas ao redor
do MS expandem-se.
Durante o resfriamento o MS contrai-se. Ocorre
então, contração e expansão simultaneamente,
as quais produzem um estado complexo de
tensões, e provoca deformação.
Deformação
Os principais fatores que influenciam na
deformação são:
PROCEDIMENTO DE SOLDAGEM
altas velocidades de soldagem, menor energia de
soldagem, processos de soldagem automatizados,
menor número de passes,
pequeno volume de solda, pequena abertura de
raiz,
soldas intermitentes, pré-deformação da chapa,
etc
Deformação
Deformação
GRAU DE RESTRIÇÃO EXTERNA
Quanto maior, menor será a deformação.
Contudo, a restrição imposta a acomodação
das tensões internas pela deformação, pode
se tornar muito séria, no caso de grandes
espessuras, onde o surgimento de trincas é
inevitável.
Deformação
TENSÕES INTERNAS
Estão geralmente presentes nos
componentes de uma estrutura mesmo antes
de sua fabricação, e são causadas por
laminação, dobramento, corte, conformação,
etc.
A magnitude destas tensões vai depender da
severidade do processo empregado.
Deformação
PROPRIEDADES DOS MATERIAIS
Coeficiente de dilatação térmica,
Condutividade térmica,
Limite de escoamento,
Módulo de elasticidade.
Deformação
As deformações se manifestam nos
componentes de quatro formas
Contração longitunidal,
Contração transversal,
Deformação angular
Empenamento, principalmente em materiais
finos.
Deformação
CONTRAÇÃO CONTRAÇÃO
TRANSVERSAL LONGITUDINAL

TENSÃO DE CONTRAÇÃO

DEFORMAÇÃO ANGULAR REDUÇÃO LONGITUDINAL

JUNTA DE TOPO
Deformação

JUNTA DE
ÂNGULO
REDUÇÃO TRANSVERSAL

EIXO NEUTRO
Comparação Entre os Métodos
Inclusão de Trinca (1) Porosidade (1)
Escória
Porosidade (2)
COMPARAÇÃO
Falta de ENTRE OS MÉTODOS
Fusão

Inclusão de
Escória

Inclusão de Trinca (2)


Falta de
Tungstênio Penetração
Comparação Entre os Métodos
Poros Trincas
FF FP IT IE
Int. Sup. Int. Sup.

US XXX XX XX X - XX XXX XX

LP - - - XXX - - - XX

PM - - - - - - - XXX

RAD XX XXX XXX XX XXX XXX XX XX

EV - - - X - - - X
Bibliografia
SILVA, F. J. G., Tecnologia da soldadura, 1 ed.,
Porto, PRT, Editora Publindústria, 2014.
SENAI-SP, Soldagem, 1 ed., São Paulo, SP, Editora
SENAI-SP, 2013.
PETROBRAS, “Descontinuidades em Juntas Soldadas,
Fundidos, Forjados e Laminados”. N-1738 REV.C, Rio
de Janeiro, BR, 2011.
ALCÂNTARA, N.G., “Tecnologia da Soldagem”, 1 ed.
São Carlos, SP: Universidade Federal de São Carlos,
1988.

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