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Datação Radioativa &

Radiação na Agricultura

UFG – Universidade Federal de Goiás


ICB – Instituto de Ciências Biológicas
Prof. Drª Silvia Izacc
Biofísica

Goiânia, 17 de junho de 2010


Graduandos:
Paula Lima Sant Anna
Jônathas Almeida
Ian Velloso
Bruno Carvalho
Amanda Amorim
Qual a idade da Terra?
James Ussher
(1650)

Bispo irlandês

Idade da Terra a partir da Bíblia

domingo, 23 de Outubro, 4004 a.C


às nove horas da manhã!
O C Ô M P U T O D A ID A D E D A T E R R A
D a C r i a ç ã o a t é o D il ú v io . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 1 . 6 5 6 a n o s
D o D i lú v i o a t é A b r a ã o . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 2 9 2 a n o s
D o n a s c im e n t o d e A b r ã o a t é o Ê x o d o d o E g i t o . . . . . . . . . . . . . 5 0 3 a n o s
D o Ê x o d o a té a c o n s tr u ç ã o d o T e m p o .........................4 8 1 a n o s
D o T e m p lo a t é o c a t i v e i r o . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 4 1 4 a n o s
D o C a t iv e ir o a t é o n a s c i m e n t o d e J e s u s C r is t o . . . . . . . . . . . . . 6 1 4 a n o s
D o N a s c im e n t o d e J e s u s C r is t o a t é h o j e . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 1 . 5 6 0 a n o s
ID A D E D A T E R R A ....... ...........................................5 .5 2 0 a n o s

Conceito medieval da Idade da Terra, baseado nas escrituras bílicas (Coper, 1560).
Datação Absoluta

átomo instável (elemento-pai)

Decaimento Radioativo

Reação espontânea

se transforma em outro átomo estável


(elemento-filho)
Meia-vida – tempo decorrido para que a metade da quantidade
original de átomos instáveis se torne estáveis.
NP = números de átomos pai

NF = número de átomos filho  

t1/2 = meia vida do átomo pai


Elemento-Pai Elemento-Filho Meia-Vida
(Radioativo) (Estável) (bilhões anos)
40 40
Potássio - K Argônio - Ar 1,3
87 87
Rubídio - Rb Estrôncio - Sr 48,8
147 143
Samário - Sm Neodímio - Nd 106
232 208
Tório - Th Chumbo - Pb 14,01
235 207
Urânio - U Chumbo - Pb 0,704
238 206
Urânio - U Chumbo - Pb 4,47
187 187
Rênio - Re Ósmio - Os 42,3
Isótopos radioativos se desintegram
espontaneamente em velocidade constante sem a
interferência de fatores ambientais.

A datação é então realizada pela definição de


quantidade de elementos-pai e filhos de
determinados isótopos.
Formação da rocha

processo de solidificação do magma passa pela


incorporação de uma certa quantidade de isótopos
radioativos.

As rochas metamórficas e as rochas sedimentares


resultam da acumulação e da transformação de
sedimentos perifericamente ao magma sólido ao
longo do tempo.
Apenas o magma possui condições necessárias para
se realizar a datação absoluta.
Paleontologia

Carbono 14
Meia-vida: 5.600 anos

40.000 anos

7,14 Meias-vidas

0,78% de isótopo-pai
Carbono 14?
Carbono 14

Meia-vida “curta”

Australopithecus = 3 milhões de anos


Energia Nuclear na Agricultura

Ajuda cientistas a desenvolver novas tecnologias


aplicáveis na agricultura há pelos menos 30 anos.
Apresenta vários modos de atuação, mais
importantes são:
 Radiação de alimentos e animais
Implicações Econômicas

 Tubérculos e frutas que amadurecem depois de colhidas


podem, com uso de tecnologia nuclear, ter a maturação
atrasada

 Controle de pragas: a irradiação interfere no ciclo


reprodutivo dos insetos, com a esterilização de machos da
mosca-das-frutas, por exemplo
 É possível saber se o nitrogênio de alguns fertilizantes é
corretamente absorvido pela plantas
 A irradiação é usada também para fazer modificações
genéticas que tornam certas espécies mais resistentes a
algumas pragas, outras mais produtivas, além de dar
"novas cores" a terceiras.
Radiação Ionizante

 A radiação pode ser caracterizada como ionizante e não-


ionizante, sendo a principal diferença entre elas a energia
(comprimento de onda)
 A radiação não-ionizante (parte da eletromagnética): é
caracterizada por não possuir energia suficiente para
arrancar elétrons dos átomos do meio por onde está se
deslocando, mas tem o poder de quebrar moléculas e
ligações químicas. Dessa radiação fazem parte os tipos:
radiofreqüência, infravermelho e luz visível.
 A radiação ionizante: é definida como aquela que tem
energia suficiente para interagir com os átomos neutros
do meio por onde ela se propaga.
 O átomo neutro se torna um íon positivo.
Radiação Ionizante

A radiação ionizante pode ser classificada em dois


grupos:
Carga elétrica associada – radiação corpuscular
como partículas alfa e beta, elétrons e prótons;
Neutra – neurtrôn, raios UV, X e gama
Radiação Ionizante

As diferenças entre cada tipo estão no método de


produção, no poder de penetração e na interação
com a matéria.
 partículas eletricamente carregadas interagem
diretamente com a matéria, produzindo
ionização direta.
 partículas neutras e os fótons das ondas
eletromagnéticas provocam ionização indireta.
Por exemplo, um nêutron, com uma determinada
quantidade de energia, interage com o núcleo de
um átomo do meio por onde passa, transferindo
toda ou parte de sua energia.
Radiação Ionizante - Usos

Como a radiação ionizante tem o poder de interagir


com a matéria por onde passa, pode ser utilizada
em diversas áreas, entre elas:
 na conservação de alimentos
 na agricultura
 na medicina nuclear
 na indústria do petróleo
 na geração de energia
Radiação na Agricultura

A produção nacional das frutas tradicionais


aumentou nos últimos anos
Vem desempenhando papel cada vez mais
importante no campo da comercialização no
exterior.
Assim, em face da crescente demanda dos
países importadores e da potencialidade do Brasil
para atendê-la, vem sendo requerido o
estabelecimento de condições favoráveis ao
desenvolvimento do setor de exportação, assim
como do consumo interno.
Geralmente, as larvas das
moscas alimentam-se da
polpa das frutas,
facilitando o ataque de
podridões e a queda
prematura dos frutos
infestados, que se perdem
irremediavelmente. http://www.aeapa.com.br/Artigos/pragas.htm

Além dos danos diretos, essa


praga traz problemas para a
exportação dos frutos "in
natura", uma vez que os
países consumidores, livres
dela, aplicam rigorosas
leis de quarentena,
exigindo um tratamento
http://www.aeapa.com.br/Artigos/pragas.htm eficaz de desinfestação.
Agência de Proteção Ambiental proibiu em 1984 o
uso do Dibrometo de Etileno (EDB)
Em 1982, BURDITT & SEO concluíram que o uso
das radiações gama é indicado como tratamento
de quarentena para produtos infestados com
ovos e larvas de moscas-das-frutas.
A irradiação possui as seguintes vantagens:
 é um processo contínuo e totalmente eficiente
 assegura completa desinfestação dos produtos
 não deixa resíduos nos frutos e tende a retardar o
amadurecimento das frutas climatéricas
 aumenta o tempo de armazenamento sem deterioração
 GALLO (1960) foi o primeiro a utilizar a radiação gama para irradiar
pupas da mosca-do-Mediterrâneo
 BALOCK et al. (1963), irradiaram ovos, larvas e pupas de C. capitata e
concluiram que a dose de 20 krad era eficiente no tratamento de
quarentena para desinfestação de frutas frescas.
 FESUES et. al. (1981) concluiram que doses entre 40 e 60 krad de
radiação gama eram capazes de induzir a desinfestação de laranjas
atacadas por C. capitata, sem causar injúrias aos frutos.
 SHEHATA (1983) concluiu que doses entre 84 e 94 krad de radiação
gama foram suficientes para desinfestar C. capitata de frutos atacados.
 ARTHUR et al. (1993) irradiaram com doses crescentes de radiação
gama pêssegos artificialmente infestados com larvas da mosca do
Mediterrâneo. Pelos resultados obtidos concluiram que a dose letal
para larvas foi de 500 Gy (Energia de radiação absorvida por um
quilograma de tecido vivo atingido. 1 Gy=1J/kg) e aquela que impediu a
emergência de adultos foi de 50 Gy de radiações gama.
Controle de Pragas

O controle biológico de
pragas entra numa nova
geração da produção
agrícola, onde a energia
nuclear torna-se uma das
mais poderosas armas na
erradicação de insetos
http://www.megaagro.com.br/frutas/art_mosca_fruta.asp
nos alimentos destinados à
Adulto fêmea de Ceratitis capitata exportação.
Uma das espécies encontradas com
maior freqüência causando danos a
citricultura brasileira
Energia Nuclear

Vem sendo utilizada em diversas


partes do mundo na
desinfestação de larvas em
frutas.
O método consiste em expor as
frutas à radiação em ambiente
fechado, garantindo a
conservação e a qualidade
dos produtos destinados à
exportação.
http://www.mundoeducacao.com.br/quimica/alimentos-
irradiados.htm
Energia Nuclear
 Outro uso desse ramo
tecnológico é a energia
nuclear para a
esterilização de insetos-
praga.
 Os machos são irradiados e
liberados no ambiente para
competirem com os
reprodutores da espécie-
praga.
http://www.slideshare.net/capitao_rodrigo/aplicaes-das-radiaes-agroindstria-
1443072

O principal ganho desta tecnologia está no controle da


mosca-das-frutas, problema que ataca praticamente toda a
produção mundial e que se torna cada vez mais difícil de
eliminar através dos métodos químicos convencionais.
Energia Nuclear
 A expectativa na adaptação
da tecnologia para o Brasil é
expandir o uso da energia
nuclear para controle da
Cydia pomonella (principal
praga da maçã)
http://www.gardeningsite.com/wp-content/uploads/2007/10/codling-moth-larva.jpg

•Requer de quatro a seis aplicações de inseticidas para o seu


controle.
•Com a energia nuclear não apenas reduzem-se gastos com
agroquímicos, como também é possível garantir um alimento
mais sadio e ambientalmente sustentável. Na comparação de
custos relativos, a energia nuclear demanda um investimento
de 30 dólares por hectare ao ano, enquanto que no controle
químico são gastos de 20 a 60 dólares por ano.
Aplicações na agricultura

Uso de traçadores radioativos


Quando usados em pequeníssimas quantidades,
podem ser acompanhados por detectores de radiação;

Normas elaboradas pelo CNEN regulam essas atividades;

Os traçadores radioativos permitem:


- Estudar o metabolismo de plantas e insetos;
- Empregadas técnicas para eliminação de pragas;
- Determinar a quantidade de agrotóxico retida nos alimentos;
- Identificar sua presença na água, solo e atmosfera
Aplicações na agricultura

Conservação de alimentos

Diversos alimentos podem ser tratados com radiações ionizantes;

 Os isótopos radioativos mais freqüentemente usados são o Cobalto 60 e o Césio137

Efeitos: dependem do tipo de alimento e da dose de radiação;

-Inibição de brotamentos;
-Retardo na maturação; 
-Redução da carga microbiana; 
-Eliminação de microorganismos patogênicos; 
-Esterilização;
-Desinfecção de grãos, cereais, frutas e especiarias.
Aplicações na agricultura

FONTE: LIARE - CENA/USP


Aplicações na agricultura

 Alimentos irradiados no Brasil

- Em reunião realizada no dia 26 de janeiro de 2001, e aprovada pela Diretoria


Colegiada da ANVISA, foi aprovada a Resolução (RDC) n° 21,

- De acordo com a ANVISA, a indústria, ao utilizar


irradiação em alimentos deve assegurar que o
consumidor final saiba que este foi tratado com
este processo, deixando isso claro na embalagem,
que deve conter a informação:
“Alimento Tratado por Processo de Irradiação”.

- No Brasil, apenas uma empresa realiza esse serviço de


pesquisa e irradiação em alimentos e está localizada em São Paulo .
Aplicações na agricultura

 A irradiação torna o alimento radioativo?

NÃO
 O uso comercial da radiação gama é limitado pelo alto custo e tamanho
do equipamento necessário ao tratamento.

 Além de existir certa resistência do consumidor ao uso de alimentos


irradiados (CHITARRA e CHITARRA, 1990).

 EMBRARAD (Empresa  Brasileira de Radiações) e a CBE (Companhia


Brasileira de Esterilização).
Aplicações na agricultura

Vantagens da conservação de alimentos pela irradiação:

Os raios gama tem alto poder de penetração;


Ocorre um considerável aumento na vida útil de frutas frescas, vegetais e
carnes;

É um tratamento efetivo para eliminar as bactérias patogênicas que


causam a salmonelose e a campilobacteriose;
Ovos, larvas de insetos e vermes internos aos alimentos são atingidos pela
irradiação, sem prejuízo para os alimentos.
Referências Bibliográficas
 http://sites.google.com/site/geologiaebiologia/biologia-e-geologia-10º/a-medida-do-tempo-e-a-idade-da-terra
 http://origemvida.angelfire.com/origem07.pdf
 http://ciencia.hsw.uol.com.br/carbono-14.htm
 http://www.ufrgs.br/geociencias/cporcher/Atividades%20Didaticas_arquivos/Geo02001/Tempo
%20Geologico.htm#_Toc42676797
 http://www.seara.ufc.br/donafifi/curiemeitner/curiemeitner5.htm
 ARTHUR, V.; WIENDL F.M.; WIENDL, J.A. Controle de Ceratitis capitata (Wied., 1824) (Diptera, Tephritidae) em
pêssegos (Prunus persica) infestados artificialmente, através das radiações gama do Cobalto-60. Revista de
Agricultura, Piracicaba, 1993. (No prelo).
 BALOCK, J.W.; BURDITT JR., A.K.; CHRISTENSON, L.D. Effects of gamma radiation on various stages of three fruit-
fly species. Journal of Economic Entomology, New Hampshire, v.56, n.1, p.42-46, 1963.
 BURDITT JR., A.K. & SEO, S.T. Dose requirements for quarantine treatment of fruit flies with gamma irradiaton. In:
SEMINAR ON FOOD IRRADIATION FOR DEVELOPING COUNTRIES IN ASIA AND THE PACIFIC, 1982. Tokyo.
Report... Vienna: AIEA, 1982. p.57-87.
 FESUES, L; KADAS, L.; KALMAN, B. Protection of oranges by gamma radiation against Ceratitis capitata (Wied.).
Acta Alimentaria, Budapest, v.10, n.4, p.293-299, 1981.
 GALLO, D. Radioisótopos no controle de pragas. O Solo, Piracicaba, v.1, p.30-31, 1960. 
 SHEHATA, N.P. Effect of gamma radiation on the immature stages of the Mediterranean fruit-fly, Ceratitis capitata
(Wied.). Isotope and Radiation Research, Cairo, v.15. n.12, p.121-129, 1983.
 http://www.megaagro.com.br/frutas/art_mosca_fruta.asp
 http://www.aeapa.com.br/Artigos/pragas.htm
 http://www.mundoeducacao.com.br/quimica/alimentos-irradiados.htm
 http://www.gardeningsite.com/wp-content/uploads/2007/10/codling-moth-larva.jpg
 http://www.slideshare.net/capitao_rodrigo/aplicaes-das-radiaes-agroindstria-1443072
 CHITARRA, M.I.F.; CHITARRA, A.B. Pós-colheita de frutos e hortalicas: fisiologia e manuseio. Lavras, 1999.
293p.
 INTERNATIONAL CONSULTIVE GROUP ON FOOD IRRADIATION. Facts about food irradiation. Viena, 1999.
48p.
 UNICENTRO- Revista eletrônica Lato Sensu

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