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MIGRAÇÕES

CANTAR DE EMIGRAÇÃO

Este parte
Aquele parte
E todos, todos se vão.
Galiza, ficas sem homens
Que possam cortar teu pão

Tens em troca
Órfãos e órfãs
Tens campos de solidão
Tens mães que não têm
filhos
Filhos que não têm pais
A História da emigração portuguesa acompanha a
História de Portugal a partir do século XV. Coração
Que tens e sofre
No início dos anos 60, em especial a partir Longas horas mortais
de1962/ 1963, a emigração começa a dirigir-se para Viúvas de vivos mortos
Que ninguém consolará
a Europa, com grandes repercussões nos domínios
social, económico e demográfico da sociedade
portuguesa. Adriano Correia de Oliveira
A França e a Alemanha passaram a constituir o destino prioritário dos emigran-
tes portugueses.
Factores como o fraco nível de vida, as situações de desemprego e
subemprego, a repulsa sentida por muitos jovens, sujeitos ao serviço militar
obrigatório, em irem para a guerra colonial, a falta de liberdade de expressão
(Portugal vivia, então, numa ditadura) fizeram com que muitos se vissem obrigados
a deixar os seus familiares e partir.
  Dos anos 60 aos 70 grande parte dos emigrantes abandonava o país
clandestinamente. Por exemplo, cerca de 50% dos emigrantes entrados em França
eram clandestinos.

A viagem clandestina
fazia-se muitas vezes ao
cair da noite, a sonhar
com o paraíso em França.
Era preciso ultrapassar
montanhas, rios... Com
muito esforço, lá continua-
vam.
Em 1990 registavam-se em França um total de 798.837 pessoas de
origem portuguesa (603 686 mil haviam nascido em Portugal  e 195 151
em França). A maioria destes emigrantes está hoje bem integrada na
sociedade francesa, tendo uma crescente influência política.  

Todavia, nem sempre foi assim.


Em 1967, os portugueses
viviam, nos arredores de Paris,
nos chamados bidonvilles
(bairros de lata). No mais
famoso destes bairros,
Champigny, residiam aproxima-
damente 14.025 portugueses.
Foi, durante cerca de 10 anos,
centro de distribuição destes
trabalhadores para toda a
França. Por esta razão também
se chamou a este bairro (hoje
quase desaparecido), “a Capital
dos portugueses em França".
Actualmente, Portugal também é país de acolhimento, de imigrantes.

Estima-se que, dos estrangeiros residentes em


Portugal, cerca de 55% tenham origem em
países da Comunidade de Países da Língua
Portuguesa (CPLP), 28% em países da União
Europeia e 11% em países da América do Sul.
Ainda que a imigração proveniente de países
asiáticos e de países europeus não comunitários
tenha crescido de forma expressiva, o seu peso
no total da população estrangeira legalmente
residente em Portugal aproxima-se,
respectivamente, de 5 e de 4%.

Portugal também é país de acolhimento


As condições de vida de muitos imigrantes, residentes, hoje, em Portugal,
não são melhores do que as dos nossos emigrantes em vários países
europeus.

Imigrantes em Lisboa estabelecem Muitos também cá chegam


em plena rua, os seus "contratos" de clandestinamente.  
trabalho com exploradores de mão-
de-obra clandestina

Afinal, todos somos imigrantes!


Aos movimentos de pessoas de uma região para outra chamamos
MIGRAÇÕES. São internas quando ocorrem dentro de um mesmo
país e externas quando se dão de um país para outro; daí o facto de
existir:
- emigração: a saída da população de um lugar;
- imigração: a entrada ou chegada de estrangeiros num lugar.
As migrações podem ter
diversas causas:

Naturais: devido à ocorrência


de catástrofes naturais (sismos,
vulcões, …) muitas pessoas
deslocam-se para outros países.
Económicas: As razões económicas são as que levam um maior número de
pessoas a emigrar. Taxas de desemprego elevadas conduzidas pela forte
pressão demográfica nos países mais pobres.

Políticas: A falta de liberdade e a repressão de alguns regimes políticos


levaram (e levam) também algumas pessoas a abandonarem os seus países.

São muitos os cubanos que querem sair do seu país em busca de uma vida
melhor.
Religiosas: Apesar de na actualidade não serem muito frequentes as perse-
guições religiosas são uma realidade em alguns países provocando emigra-
ções em massa.

Étnicas: Por último as rivalidades étnicas são outra das causas da emigra-
ção.

Bósnia-Herzegovina
Consequências das migrações
Consequências negativas
Consequências negativas para os Consequências negativas para os
países de chegada: países de partida:

• Aumento da criminalidade e • Perda de mão-de-obra com plena


da delinquência. capacidade produtiva.
• Problemas habitacionais que • Diminuição das taxas de natali-
levam à proliferação de bairros dade.
de lata e de bairros clandes-
• Desequilíbrio entre os sexos, já
tinos.
que a maior parte dos emigrantes
• Aumento das taxas de desem- é formada por homens.
prego.
• Envelhecimento da população.
• Problemas agravados de
racismo, xenofobia e discrimi-
nação.
Consequências positivas das migrações

Consequências positivas para os Consequências positivas para os


países de chegada: países de partida:

• Rejuvenescimento da população • Aumento dos salários


• Difusão de novas ideias
• Aumento da natalidade • Entrada de divisas

• Concentração fundiária, porque os


• Aumento da disponibilidade de
agricultores que migram acabam
mão-de-obra.
por vender as suas explorações
agrícolas.
Referências:

• www.museu-emigrantes.org/viagem-franca.htm
• http://imigrantes.no.sapo.pt/
• http://www.presidencia.pt/?id_categoria=24&id_item=1743

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