Você está na página 1de 49

Discordâncias e Mecanismos

de Aumento de Resistência
A deformação plástica
corresponde ao
movimento global de
um grande numero de
átomos em resposta à
tensão aplicada.

Importante: ligações
atômicas são rompidas
e formadas novamente.
Resistências teóricas em cristais perfeitos eram
maiores que as experimentais.....

 1930 A discrepância nos valores poderia ser explicada por


defeitos cristalinos......discordâncias!!!!

 1950 Foi observado a traves de microscopia eletrônica.


Aresta Espiral Mista

Deformação: movimento de grande numero de


discordâncias.
Degraus discretos

O movimento da discordância é
dado como resposta à
aplicação de uma tensão de
cisalhamento em direção
perpendicular à sua linha

Escorregamento
Ao final do processo, esse semiplano
adicional pode emergir pela superfície à
direita do cristal, formando uma aresta que
possui a largura de uma distância atômica;
A deformação plástica macroscópica corresponde a uma
deformação permanente que resulta do movimento de
discordâncias ou escorregamento

Deformação plástica global é a mesma


 Discordância é um defeito linear (unidimensional), em torno do qual
alguns átomos estão desalinhados, separando a região perfeita da região
deformada do material.

 As discordâncias estão associadas com a cristalização do material e


principalmente a sua deformação e são de origem: térmica, mecânica e
supersaturação de defeitos pontuais

A quantidade e o movimento das discordâncias podem ser controlados


pelo grau de deformação (conformação mecânica) e/ou por tratamentos
térmicos

10
 Cristais cuidadosamente solidificados 10^3/mm^2

 Para metais altamente deformados 10^9 ou 10^10 /mm^2

 Metal deformado com tratamento térmico pode diminuir a densidade


para 10^5
CARACTERÍSTICAS DAS DISCORDÂNCIAS
IMPORTANTES PARA AS PROP. MECÂNICAS
 Quando os metais são
deformados plasticamente
cerca de 5% da energia é
retida internamente, o
restante é dissipado na
forma de calor.

 A maior parte desta energia


armazenada está associada
com as tensões associadas
às discordâncias

12
INTERAÇÃO DE DISCORDÂNCIAS

Os campos de deformação ao redor de discordâncias que se encontram próximas


umas das outras podem interagir de tal forma que sejam impostas forças sobre cada
discordância pelas interações combinadas de todas as suas discordâncias vizinhas.

ATRAÇÃO REPULSÃO
Durante a deformação plástica o numero de
discordâncias aumenta drasticamente:

Discordâncias existentes (Se multiplicam)


Contornos de Grão
Defeitos internos
Irregularidades da superfície (concentradores de tensão)
Planos e direções de deslizamento das
discordâncias

As discordâncias não se movem com o mesmo grau


de facilidade sobre todos os planos cristalográficos
de átomos e em todas as direções cristalográficas.

Existe um plano preferencial, e neste plano existem


direções específicas ao longo das quais ocorre o
movimento das discordâncias.
O plano de escorregamento para uma EC é aquele
que possui empacotamento atômico mais denso.

A direção de escorregamento para uma EC


corresponde à direção, nesse plano, que se
encontra mais densamente compactada com
átomos.

plano de escorregamento + direção de escorregamento

Sistema de escorregamento
Planos e direções de deslizamento das
discordâncias
• Sistemas de deslizamento:conjunto de planos e direções de
maior densidade atômica
- No plano (111) da família {111} o
escorregamento ocorre ao longo de
direções do tipo 110 no interior
dos planos {111}

- Assim, {111} 110 representa a


combinação de plano e direção de
escorregamento, ou seja, o sistema
de escorregamento para a estrutura
CFC;

PARA ALGUNS MATERIAIS COM ESTRUTURAS CCC E HC O


ESCORREGAMENTO DE ALGUNS PLANOS SÓ SE TORNAM
OPERATIVOS A ALTAS TEMPERATURAS
Geralmente, metais com maior número de sistemas de escorregamento são
mais dúcteis. Por isso, metais com estruturas dos tipos CFC e CCC são
dúcteis e metais com estrutura HC são frágeis.
ESCORREGAMENTO EM MONOCRISTAIS

Apesar de uma tensão aplicada ser


puramente de tração (ou compressão),
existem componentes de cisalhamento em
todos os alinhamentos (com exceção
daqueles paralelo e perpendicular à direção
da tensão). Esses componentes são
conhecidos por tensões de cisalhamento
resolvidas
MOVIMENTO DE DISCORDÂNCIAS EM
MONOCRISTAIS
 Cada degrau resulta do movimento de um grande número de
discordâncias ao longo do mesmo plano de escorregamento. Sobre a
superfícies de uma amostra monocristalina polida, esses degraus
aparecem como linhas, chamadas de linhas de escorregamento;
 Durante a deformação plástica o número de discordâncias aumenta
drasticamente
DEFORMAÇÃO PLÁSTICA EM
MATERIAIS POLICRISTALINOS
• A direção de escorregamento varia de grão para grão
• Na maioria dos grãos há 2 sistemas de escorregamento
operando
• Embora um único grão possa estar orientado favoravelmente
para o escorregamento em relação a tensão aplicada, este não
pode se mover até que os grãos vizinhos, menos
favoravelmente orientados, também possam sofrer
escorregamento, exigindo assim um nível mais elevado de
tensão aplicada.

LINHAS DE
ESCORREGAMENTO

25
Mecanismos de aumento de
resistência dos metais

Se a habilidade de um metal se deformar plasticamente depende da


habilidade das discordâncias para se moverem, então o aumento da
resistência e da dureza destes metais ocorre através do impedimento
do movimento das discordâncias.

26
1- Aumento da resistência por adição de
elemento de liga (por solução sólida)

• Os átomos de soluto se alojam na rede próximo às discordâncias de


forma a minimizar a energia total do sistema
• Quando um átomo de uma impureza esta presente, o movimento da
discordância fica restringido (interações dos campos de deformação),
ou seja, deve-se fornecer energia adicional para que continue
havendo escorregamento. Por isso soluções sólidas de metais são
sempre mais resistentes que seus metais puros constituintes

27
2- Aumento da resistência por diminuição do
tamanho de grão
Contorno de Grão (defeito planar)
Materiais Poli-cristalinos são formados por mono-cristais com
diferentes orientações.

 A fronteira entre os mono-cristais é uma “parede”, que


corresponde a um defeito bi-dimensional.

 Este defeito refere-se ao contorno que separa dois pequenos


grãos (ou cristais), com diferentes orientações cristalográficas,
presentes num material poli-cristalino.

Grão = Cristal

29
Contorno de Grão
A: Formação de pequenos
núcleos de cristalização
(cristalitos)

B: Crescimento dos cristalitos

C: Formação de Grãos, com A B


formatos irregulares, após
completada a solidificação.

D: Vista, num microscópio, da


estrutura de Grãos (as linhas
escuras são os contornos dos
C D
Grãos)
2- Aumento da resistência por diminuição do
tamanho de grão

O contorno de grão interfere no


movimento das discordâncias
• Dois grãos possuem diferentes
orientações cristalinas, uma
discordância que passa de um
grão a outro terá que alterar a
sua direção de movimento. O
que se torna mais difícil com
maiores diferenças de
orientações.

31
2- Aumento da resistência por diminuição do
tamanho de grão

• Um material com granulação fina, é mais duro e resistente


do que um com granulação grosseira devido a maior área
total de contornos de grãos para dificultar o movimento das
discordâncias;
• Para muitos materiais o limite de escoamento σe varia de
acordo com o tamanho do grão conforme a equação de
Hall-Petch:
esc= o + Ke (d)-1/2

• o e Ke são constantes
• o= tensão de atrito oposta ao movimento das discordâncias
• Ke= constante relacionada com o empilhamento das discordâncias
• d= tamanho de grão

• Essa equação não é válida para grãos muito grosseiros ou


muito pequenos
Dependência do limite de escoamento
com o tamanho de grão

A redução do tamanho de grão aumenta também a


tenacidade de muitas ligas
33
3- Encruamento ou endurecimento pela
deformação à frio
 Esse endurecimento dá-se devido ao aumento de
discordâncias e imperfeições promovidas pela deformação,
que impedem o escorregamento dos planos atômicos;
 A densidade de discordâncias em um metal aumenta com a
deformação devido à multiplicação ou formação de novas
discordâncias, consequentemente a distância média de
separação entre elas diminui;
 Como na média as interações de def. discordância-
discordância são repulsivas, o movimento de uma
discordância é então dificultado pela presença da outra;
 O encruamento pode ser removido por tratamento térmico
(recristalização)

34
REPULSÃO

 Como na média as interações de def.


discordância-discordância são
repulsivas, o movimento de uma
discordância é então dificultado pela
presença da outra;
• A passagem do fio pela fieira provoca a redução
de sua secção e, como a operação e comumente
realizada a frio, ocorre o encruamento com
alteração das propriedades mecânicas do
material do fio
ENCRUAMENTO E MICROESTRUTURA

• Antes da deformação • Depois da deformação

37
VARIAÇÃO DAS PROPRIEDADES MECÂNICAS EM
FUNÇÃO DO ENCRUAMENTO

38
TRATAMENTOS TÉRMICOS PARA A RECUPERAÇÃO
DE UM MATERIAL ENCRUADO (RECOZIMENTO)
• O trabalho a frio produz algumas alterações microestruturais
e nas propriedades dos metais, como: alteração na forma do
grão, endurecimento por deformação,aumento na densidade
de discordâncias, altera a condutividade elétrica e corrosão;
• O metal pode tornar ao estado anterior ao trabalho a frio
mediante tratamento térmico apropriado, também chamado
de recozimento.

Estágios do tratamento térmico:


• Recuperação
• Recristalização
• Crescimento de grão
41
RECUPERAÇÃO

• Há um alívio das tensões internas


armazenadas durante a deformação devido
ao movimento das discordâncias resultante
da difusão atômica
• Nesta etapa há uma redução do número de
discordâncias e um rearranjo das mesmas
• Propriedades físicas como condutividade
térmica e elétrica voltam ao seu estado
original (correspondente ao material não-
deformado)

42
RECRISTALIZAÇÃO
• Depois da recuperação, os grãos ainda estão
tensionados
• A recristalização é o processo de formação de um novo
conjunto de grãos livres de deformação, equiaxiais
(dimensões aprox. iguais em todas as direções) e com
baixas densidades de discordâncias;
• A força motriz para produzir esta nova estrutura de
grão é a diferença existente entre as energias
internas do material deformado e daquele sem
deformação.
• As propriedades mecânicas voltam ao seu estado
original

43
RECRISTALIZAÇÃO
Forma-se um novo conjunto de grãos
que são equiaxiais, estes se constituem
na forma de núcleos muito pequenos e
crescem até que substituam totalmente
o material de origem

Esta técnica pode ser utilizada para refinar


a estrutura
a) como deformado, b)do grãopor
recozido de3sum
a 580metal
o
C, c)
recozidopreviamente trabalhado
por 4s a 580 oC, d) a afrio
recozido por 8s 580 oC,
e) recozido por 15 min a 580 oC e f) recozido por 10
min a 700 oC
44
RECRISTALIZAÇÃO
• O processo depende tanto do tempo quanto da
temperatura, ou seja, o grau de recristalização aumenta
em função do tempo;
• A temperatura de recristalização é aquela onde a
recristalização atinge seu término em exatamente 1
hora;
• A temperatura de recristalização está entre 1/3 e 1/2 da
temperatura de fusão;
TEMPERATURAS DE RECRISTALIZAÇÃO
Chumbo - 4C
Estanho - 4C
Zinco 10C
Alumínio de alta pureza 80C
Cobre de alta pureza 120C
Latão 60-40 475C
Níquel 370C
Ferro 450C
Tungstênio 1200C

46
CRESCIMENTO DE GRÃO
• Depois da recristalização estar completa, os grãos
livres de deformação continuarão a crescer se o
material permanecer por mais tempo em
temperaturas elevadas;
• A medida que os grãos crescem, a área total de
contornos diminui, produzindo uma redução na
energia total, a qual é a força motriz para o
crescimento do grão;
• Em geral, quanto maior o tamanho de grão mais
mole é o material e menor é sua resistência;
• Crescimento do grão ocorre por difusão atômica
através dos contornos de grão
47
CRESCIMENTO DE GRÃO
• O crescimento do grão
ocorre por migração dos
contornos;

• Os grãos maiores crescem


a custa dos menores que
encolhem;

• O tamanho médio do grão


aumenta ao longo do tempo;

• O movimento dos contornos


consiste na difusão dos
átomos em pequena escala
de um grão para outro.
Dependência do tamanho de grão com o
tempo e temperatura

Melhoria da taxa de difusão em função do aumento da temperatura


49

Você também pode gostar