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Aula9-Química Orgânica e Impacto Ambiental
Aula9-Química Orgânica e Impacto Ambiental
- Comida - Flavor
- Corantes
- Combustíveis
Cl
Benzo[a]pireno
- SABÕES e DETERGENTES
SO3Na
CFxCly
UV-C .Cl DESTRUIÇÃO CATALÍTICA DA CAMADA DE OZÔNIO
- DIOXINAS e FURANOS
Cl O Cl
Cl O Cl
Dioxina
Cl
Cl Cl
- PERTURBADORES ENDRÓCRINOS
Bisfenol-A metilparabeno
CONVENÇÃO DE ESTOCOLMO, SOBRE POLUENTES
ORGÂNICOS PERSISTENTES: POP´s
Iniciaram-se em 1995, sob os auspícios da UNEP, as negociações para controlar
o uso, produção e libertação de POPs. Foi criado um grupo de especialistas que
identificou, com base em critérios científicos, os 12 poluentes objeto da
Convenção:
8 pesticidas: aldrina e dieldrina, endrina, clordano, heptacloro, DDT,
toxafeno e mirex;
2 químicos de aplicação industrial: hexaclorobenzeno e PCBs;
2 resíduos (sub-produtos não intencionais): dioxinas e furanos.
O texto da Convenção de Estocolmo sobre Poluentes Orgânicos Persistentes
foi adotado em 22 de Maio de 2001 e entrou em vigor noventa dias após o
depósito do quinquagésimo instrumento de ratificação, aceitação, aprovação
ou adesão de um país à Convenção, em 17 de Maio de 2004. O texto da
Convenção também foi alterado em 2009 para incluir 9 novos POP’s
adicionado aos seus anexos A, B e C.
Cl Cl
oito pesticidas organoclorados Cl
Cl Cl Cl
Cl
O
Cl Cl
Cl
Cl
Cl dieldrina Endrina
Cl
Cl
aldrina Cl Cl Cl
C
Cl Cl Cl C Cl
Cl Cl H
Cl
DDT
Cl
Cl
Cl
Cl
Cl
Cl
Heptacloro Cl Cl
Cl
Clordano Cl
Cl
Cl
Cl
Cl
Cl2
Toxafeno Cl
Cl
(mistura de substâncias)
Cl Mirex
Cl
Cl
Canfeno Cl
Cl
Dois químicos de aplicação industrial
PCB´s : Bifenils policlorados Cl
Características químicas: Cl Cl
Os PCB’s constituem uma família de 209 compostos cuja estrutura consiste em anéis
de benzeno ligados, em número variável, anéis estes que podem estar substituídos por
átomos de cloro; Resistem a altas temperaturas, não se inflamando com facilidade, são
maus condutores elétricos e apresentam uma elevada estabilidade química. Estas
características tornam os PCB’s materiais apropriados para refrigeração, lubrificação e
insulantes;
As propriedades descritas conferem aos PCBs uma periculosidade que põe em causa
a saúde de trabalhadores e a sustentabilidade dos ecossistemas;
Pelo processo conhecido como “destilação global”, os PCBs são progressivamente
transportados em direção aos polos, onde se têm vindo a acumular – formando um
autêntico reservatório.
Produção e uso:
Comercializados pela primeira vez em 1929, rapidamente os PCBs se espalharam por
todo o Mundo devido às suas diversas aplicações;
Têm sido largamente usados em transformadores e condensadores, permutadores de calor,
sistemas hidráulicos, óleos industriais, tintas, adesivos, plásticos, retardadores de chama e
mesmo para controlo de poeira nas estradas;
A maior parte dos países proibiu a produção de PCBs nos anos 70, mas há enormes
quantidades em circulação. Calcula-se que cerca de dois terços dos que já foram
produzidos se encontrem ainda em uso ou no ambiente – de forma controlada, ou não.
Formas de exposição e efeitos na saúde e no ambiente:
Os PCBs continuam a contaminar as águas subterrâneas, solos e
atmosfera a partir de inúmeras fontes;
Mesmo os sistemas “fechados” podem libertar, a prazo, grandes
quantidades de PCBs para o ambiente;
Os PCBs tendem a concentrar-se à medida que se sobe na cadeia
trófica, visto que se acumulam nos tecidos adiposos dos animais.
Virtualmente todas as pessoas têm PCBs nos seus corpos;
A exposição crônica a baixas concentrações pode causar danos no
fígado, disfunções reprodutivas, debilitação do sistema imunitário, desordens
endócrinas e neurológicas e desenvolvimento infantil e intelectual retardado;
É considerado um carcinogênico humano provável.
Alternativas:
Existem já substitutos dos PCBs em diversos materiais, processos e
produtos;
Tecnologias de ponta não incineradoras podem eliminar os PCBs, conter
todos os resíduos resultantes e assim minimizar o risco a que trabalhadores e
ambiente estão sujeitos.
Cl
Hexaclorobenzeno (HCB)
Cl Cl
Cl Cl
Cl
Características químicas:
O HCB é um composto cristalino sintético produzido pela primeira vez nos anos 40
e usado como fungicida;
Caracteriza-se pela sua toxicidade, por ser altamente persistente no ambiente (e,
assim, poder viajar enormes distâncias), e bioacumulação significativa.
Produção e uso:
O HCB tem sido largamente usado como fungicida para proteger as sementes de
cebolas, trigo e sorgo;
Tem sido ainda utilizado como solvente e como aditivo na produção de borracha,
plástico PVC, foguetes, munições, protetores de madeira e corantes. A produção de
HCB já foi proibida em muitos países;
No entanto, é um sub-produto da manufatura de vários solventes clorados,
pesticidas e de outros processos que envolvem o cloro. Já foi encontrado como
contaminante em diversos pesticidas e é libertado durante a queima de resíduos
urbanos.
- Dois resíduos (subprodutos não intencionais)
Cl O Cl Cl Cl
Cl O Cl Cl O Cl
dioxina furano
Características químicas:
Os furanos e dioxinas são constituídos por pares de anéis benzênicos juntos por um ou
dois átomos de oxigênio, respectivamente;
Estes químicos (que, no conjunto, são conhecidos apenas por “dioxinas”) encontram-se
praticamente em toda parte devido às suas múltiplas fontes, persistência no ambiente e
capacidade de percorrerem enormes distâncias;
São pouco solúveis em água, dado o seu carácter orgânico, sendo, assim, dificilmente
excretáveis. Acumulam-se nas gorduras e bioacumulam-se ao longo da cadeia alimentar.
Produção e uso:
Não apresentam qualquer valor comercial. Surgem como resíduo de diversas reações químicas,
sobretudo as que envolvem a combustão de substâncias cloradas. Fontes de dioxinas e furanos incluem:
• Lamas hospitalares, municipais e industriais, e incineração de resíduos perigosos;
• Fornos de cimenteiras, especialmente aqueles que queimam resíduos perigosos;
• Fundição de metais e refinarias;
• Branqueamento de pasta de papel;
• Produção, processamento e deposição de plásticos clorados e de outros químicos;
As dioxinas que se depositaram em árvores e campos ao longo do tempo são novamente libertadas
para a atmosfera após um incêndio. A queima do lixo doméstico em casa, bem como os escapes dos
automóveis, são também fontes significativas.
Alternativas:
Uma transição global para materiais e processos industriais livres de cloro e o desenvolvimento de
sistemas de gestão de resíduos baseados na separação, reutilização e não combustão reduziriam
consideravelmente a produção de dioxinas. São muitas as alternativas já conhecidas – que na maior parte
dos casos representam uma vantagem competitiva para as empresas –, enquanto outras carecem de maior
investigação. Alguns exemplos:
• Branqueamento de papel sem recorrer ao cloro, baseado em oxigênio, ozônio ou peróxido;
alternativamente, existem fibras que não requerem branqueamento;
• Transição para plásticos não clorados como o polietileno e polipropileno ou para materiais como o
vidro e o aço em vez de PVC.
O primeiro Comitê Intergovernamental de Negociação (INC) reuniu-se em 1998, tendo o diretor da
UNEP, Klaus Töpfer, declarado que a Convenção deveria conduzir não apenas a uma melhor gestão
dos POP’s mas também à sua eliminação e à promoção de tecnologias mais limpas. Esta maratona
negocial, que se estendeu ao longo de três anos e cinco sessões do INC, culminou com a Conferência
de Plenipotenciários que ocorreu em Estocolmo entre 21 e 23 de Maio de 2001. Assinada por 100
países, entre os quais Portugal, a Convenção de Estocolmo sobre Poluentes Orgânicos Persistentes
defende:
O princípio da precaução: onde existam ameaças de riscos sérios ou irreversíveis não será
utilizada a falta de certeza científica como razão para o adiamento de medidas eficazes em termos de
custo para evitar a degradação ambiental;
Obrigações de financiamento: consagra o Fundo Global para o Ambiente (GEF) como o
mecanismo de financiamento principal, e obriga os países desenvolvidos a prestar auxílio financeiro aos
países em desenvolvimento;
A eliminação dos POP’s produzidos intencionalmente, existentes e futuros: dos oito
pesticidas mencionados, a maior parte é banida do mercado com a entrada em vigor da Convenção.
Para os PCB’s prevê-se uma eliminação gradual, assim como para o DDT, embora se admita o seu uso
para controlo de vetores (fundamentalmente, o mosquito transmissor da malária). As Partes ficam ainda
obrigadas a “tomar medidas reguladoras com o objetivo de prevenir” a produção e uso de quaisquer
novos POP’s;
A eliminação, como objetivo último, dos sub-produtos orgânicos persistentes: para as
dioxinas, furanos e hexaclorobenzeno, as Partes deverão reduzir as emissões totais “com o objetivo de
as minimizar continuamente e, sempre que praticável, as eliminar”. Para tal devem recorrer a processos,
materiais e produtos alternativos – prevenindo, na fonte, a produção dos poluentes – em detrimento de
tecnologias fim-de-linha;
A gestão e deposição sustentáveis de POP’s;
Limites estritos e interdições ao comércio de POP’s: o comércio de POP’s passa a ser
permitido apenas para assegurar a sua correta deposição ou em circunstâncias muito limitadas em que
o Estado importador garante o seu empenho na proteção da saúde e do ambiente e o cumprimento de
todos os requisitos consagrados na Convenção;
Reservas limitadas e transparentes: a maior parte das reservas à Convenção – ou seja,
exceções à sua aplicação – são específicas para certos países ou certos químicos. Exceções mais
genéricas incluem o uso de POP’s para fins científicos, a sua ocorrência vestigial como contaminante e
O QUE SÃO POP’s?
Poluentes Orgânicos Persistentes (POP’s) são substâncias químicas
orgânicas, isto é, são à base de carbono. Eles possuem uma combinação
particular de propriedades físicas e químicas de tal modo que, uma vez liberados
no meio ambiente, eles:
9 novos POP’s
Em sua quarta reunião, ocorrida entre 4 e 8 de maio de 2009, a Conferência das
Partes (COP), por decisões SC-4/10 à SC-4/18, adotou emendas aos Anexos A
(eliminação), B (restrição) e C (produtos não intencionais) da Convenção de
Estocolmo. Adicionando 9 novas substâncias químicas ao grupo dos POP’s.
ANEXO A (Eliminação)
Medidas devem ser tomadas para eliminar a produção e o uso das substâncias
químicas listadas no Anexo A. Exceções específicas de uso e produção estão
listadas no anexo e aplicam-se apenas as Partes que tem registro para isso.
ANEXO B (Restrição)
As Partes devem tomar medidas para restringir a produção e o uso das
substâncias químicas listadas no Anexo B sob à luz de qualquer finalidade
aplicável aceita e/ou exceções específicas listadas no Anexo.