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QUÍMICA ORGÂNICA AMBIENTAL

Importância da Química Orgânica: - Plástico


- Nylon
- Remédios
- Pesticidas - Herbicidas
- Inseticidas

- Comida - Flavor
- Corantes

- Combustíveis

Esses processos vão produzir rejeitos despejados no meio ambiente


- Resíduos
- Subprodutos
- Solventes

Além do rejeito dos próprios compostos orgânicos


- Plástico → degradação lenta
- Pesticida → toxicidade
INTRODUÇÃO
Por que a química orgânica tem um impacto ambiental tão grande?
- PESTICIDAS: Compostos orgânicos Cl
Cl
A agricultura é o maior fator mundial de poluição C
Cl
C Cl
H
DDT
- HAP´s: Hidrocarbonetos Aromáticos Policíclicos

Cl

Benzo[a]pireno

- SABÕES e DETERGENTES

SO3Na

Alquilbenzeno Linear Sulfonato (LAS)


- USO de COMBUSTÍVEIS: → SMOG fotoquímico
→ Chuva ácida
→ Aumento do efeito estufa
- USO dos CFC´s e DERIVADOS

CFxCly
UV-C .Cl DESTRUIÇÃO CATALÍTICA DA CAMADA DE OZÔNIO

- DIOXINAS e FURANOS
Cl O Cl

Cl O Cl

Dioxina

- PCB´s : Bifenils policlorados


Cl

Cl

Cl Cl

- PERTURBADORES ENDRÓCRINOS

Bisfenol-A metilparabeno
CONVENÇÃO DE ESTOCOLMO, SOBRE POLUENTES
ORGÂNICOS PERSISTENTES: POP´s
Iniciaram-se em 1995, sob os auspícios da UNEP, as negociações para controlar
o uso, produção e libertação de POPs. Foi criado um grupo de especialistas que
identificou, com base em critérios científicos, os 12 poluentes objeto da
Convenção:
8 pesticidas: aldrina e dieldrina, endrina, clordano, heptacloro, DDT,
toxafeno e mirex;
2 químicos de aplicação industrial: hexaclorobenzeno e PCBs;
2 resíduos (sub-produtos não intencionais): dioxinas e furanos.
O texto da Convenção de Estocolmo sobre Poluentes Orgânicos Persistentes
foi adotado em 22 de Maio de 2001 e entrou em vigor noventa dias após o
depósito do quinquagésimo instrumento de ratificação, aceitação, aprovação
ou adesão de um país à Convenção, em 17 de Maio de 2004. O texto da
Convenção também foi alterado em 2009 para incluir 9 novos POP’s
adicionado aos seus anexos A, B e C.
Cl Cl
oito pesticidas organoclorados Cl
Cl Cl Cl
Cl
O
Cl Cl
Cl

Cl
Cl dieldrina Endrina
Cl
Cl
aldrina Cl Cl Cl
C
Cl Cl Cl C Cl
Cl Cl H
Cl
DDT
Cl
Cl
Cl
Cl
Cl
Cl
Heptacloro Cl Cl
Cl
Clordano Cl
Cl
Cl
Cl
Cl
Cl2
Toxafeno Cl
Cl
(mistura de substâncias)
Cl Mirex
Cl
Cl
Canfeno Cl
Cl
Dois químicos de aplicação industrial
 PCB´s : Bifenils policlorados Cl

Características químicas: Cl Cl
Os PCB’s constituem uma família de 209 compostos cuja estrutura consiste em anéis
de benzeno ligados, em número variável, anéis estes que podem estar substituídos por
átomos de cloro; Resistem a altas temperaturas, não se inflamando com facilidade, são
maus condutores elétricos e apresentam uma elevada estabilidade química. Estas
características tornam os PCB’s materiais apropriados para refrigeração, lubrificação e
insulantes;
As propriedades descritas conferem aos PCBs uma periculosidade que põe em causa
a saúde de trabalhadores e a sustentabilidade dos ecossistemas;
Pelo processo conhecido como “destilação global”, os PCBs são progressivamente
transportados em direção aos polos, onde se têm vindo a acumular – formando um
autêntico reservatório.

Produção e uso:
Comercializados pela primeira vez em 1929, rapidamente os PCBs se espalharam por
todo o Mundo devido às suas diversas aplicações;
Têm sido largamente usados em transformadores e condensadores, permutadores de calor,
sistemas hidráulicos, óleos industriais, tintas, adesivos, plásticos, retardadores de chama e
mesmo para controlo de poeira nas estradas;
A maior parte dos países proibiu a produção de PCBs nos anos 70, mas há enormes
quantidades em circulação. Calcula-se que cerca de dois terços dos que já foram
produzidos se encontrem ainda em uso ou no ambiente – de forma controlada, ou não.
Formas de exposição e efeitos na saúde e no ambiente:
Os PCBs continuam a contaminar as águas subterrâneas, solos e
atmosfera a partir de inúmeras fontes;
Mesmo os sistemas “fechados” podem libertar, a prazo, grandes
quantidades de PCBs para o ambiente;
Os PCBs tendem a concentrar-se à medida que se sobe na cadeia
trófica, visto que se acumulam nos tecidos adiposos dos animais.
Virtualmente todas as pessoas têm PCBs nos seus corpos;
A exposição crônica a baixas concentrações pode causar danos no
fígado, disfunções reprodutivas, debilitação do sistema imunitário, desordens
endócrinas e neurológicas e desenvolvimento infantil e intelectual retardado;
É considerado um carcinogênico humano provável.

Alternativas:
Existem já substitutos dos PCBs em diversos materiais, processos e
produtos;
Tecnologias de ponta não incineradoras podem eliminar os PCBs, conter
todos os resíduos resultantes e assim minimizar o risco a que trabalhadores e
ambiente estão sujeitos.
Cl
 Hexaclorobenzeno (HCB)
Cl Cl

Cl Cl

Cl

Características químicas:
O HCB é um composto cristalino sintético produzido pela primeira vez nos anos 40
e usado como fungicida;
Caracteriza-se pela sua toxicidade, por ser altamente persistente no ambiente (e,
assim, poder viajar enormes distâncias), e bioacumulação significativa.

Produção e uso:
O HCB tem sido largamente usado como fungicida para proteger as sementes de
cebolas, trigo e sorgo;
Tem sido ainda utilizado como solvente e como aditivo na produção de borracha,
plástico PVC, foguetes, munições, protetores de madeira e corantes. A produção de
HCB já foi proibida em muitos países;
No entanto, é um sub-produto da manufatura de vários solventes clorados,
pesticidas e de outros processos que envolvem o cloro. Já foi encontrado como
contaminante em diversos pesticidas e é libertado durante a queima de resíduos
urbanos.
- Dois resíduos (subprodutos não intencionais)

Cl O Cl Cl Cl

Cl O Cl Cl O Cl
dioxina furano

Características químicas:

Os furanos e dioxinas são constituídos por pares de anéis benzênicos juntos por um ou
dois átomos de oxigênio, respectivamente;
Estes químicos (que, no conjunto, são conhecidos apenas por “dioxinas”) encontram-se
praticamente em toda parte devido às suas múltiplas fontes, persistência no ambiente e
capacidade de percorrerem enormes distâncias;
São pouco solúveis em água, dado o seu carácter orgânico, sendo, assim, dificilmente
excretáveis. Acumulam-se nas gorduras e bioacumulam-se ao longo da cadeia alimentar.
Produção e uso:
Não apresentam qualquer valor comercial. Surgem como resíduo de diversas reações químicas,
sobretudo as que envolvem a combustão de substâncias cloradas. Fontes de dioxinas e furanos incluem:
• Lamas hospitalares, municipais e industriais, e incineração de resíduos perigosos;
• Fornos de cimenteiras, especialmente aqueles que queimam resíduos perigosos;
• Fundição de metais e refinarias;
• Branqueamento de pasta de papel;
• Produção, processamento e deposição de plásticos clorados e de outros químicos;
As dioxinas que se depositaram em árvores e campos ao longo do tempo são novamente libertadas
para a atmosfera após um incêndio. A queima do lixo doméstico em casa, bem como os escapes dos
automóveis, são também fontes significativas.

Formas de exposição e efeitos na saúde e no ambiente:


Não existe um nível de dioxinas que possa ser considerado seguro. Mesmo concentrações da ordem
de partes-por-trilião são potencialmente perigosas. Alguns dos efeitos das dioxinas fazem-se sentir em
concentrações que ocorrem comumente no ambiente. Entre eles, problemas do foro imunológico, na
tireoide e no fígado, e maior susceptibilidade a infecções. Foram associadas concentrações elevadas de
dioxinas a defeitos congênitos, atraso no crescimento de crianças, níveis reduzidos de hormônios
masculinas, alteração da razão de nascimentos entre machos e fêmeas, diabetes e cancro. As dioxinas são
consideradas carcinogênicas.

Alternativas:
Uma transição global para materiais e processos industriais livres de cloro e o desenvolvimento de
sistemas de gestão de resíduos baseados na separação, reutilização e não combustão reduziriam
consideravelmente a produção de dioxinas. São muitas as alternativas já conhecidas – que na maior parte
dos casos representam uma vantagem competitiva para as empresas –, enquanto outras carecem de maior
investigação. Alguns exemplos:
• Branqueamento de papel sem recorrer ao cloro, baseado em oxigênio, ozônio ou peróxido;
alternativamente, existem fibras que não requerem branqueamento;
• Transição para plásticos não clorados como o polietileno e polipropileno ou para materiais como o
vidro e o aço em vez de PVC.
O primeiro Comitê Intergovernamental de Negociação (INC) reuniu-se em 1998, tendo o diretor da
UNEP, Klaus Töpfer, declarado que a Convenção deveria conduzir não apenas a uma melhor gestão
dos POP’s mas também à sua eliminação e à promoção de tecnologias mais limpas. Esta maratona
negocial, que se estendeu ao longo de três anos e cinco sessões do INC, culminou com a Conferência
de Plenipotenciários que ocorreu em Estocolmo entre 21 e 23 de Maio de 2001. Assinada por 100
países, entre os quais Portugal, a Convenção de Estocolmo sobre Poluentes Orgânicos Persistentes
defende:
O princípio da precaução: onde existam ameaças de riscos sérios ou irreversíveis não será
utilizada a falta de certeza científica como razão para o adiamento de medidas eficazes em termos de
custo para evitar a degradação ambiental;
Obrigações de financiamento: consagra o Fundo Global para o Ambiente (GEF) como o
mecanismo de financiamento principal, e obriga os países desenvolvidos a prestar auxílio financeiro aos
países em desenvolvimento;
A eliminação dos POP’s produzidos intencionalmente, existentes e futuros: dos oito
pesticidas mencionados, a maior parte é banida do mercado com a entrada em vigor da Convenção.
Para os PCB’s prevê-se uma eliminação gradual, assim como para o DDT, embora se admita o seu uso
para controlo de vetores (fundamentalmente, o mosquito transmissor da malária). As Partes ficam ainda
obrigadas a “tomar medidas reguladoras com o objetivo de prevenir” a produção e uso de quaisquer
novos POP’s;
A eliminação, como objetivo último, dos sub-produtos orgânicos persistentes: para as
dioxinas, furanos e hexaclorobenzeno, as Partes deverão reduzir as emissões totais “com o objetivo de
as minimizar continuamente e, sempre que praticável, as eliminar”. Para tal devem recorrer a processos,
materiais e produtos alternativos – prevenindo, na fonte, a produção dos poluentes – em detrimento de
tecnologias fim-de-linha;
A gestão e deposição sustentáveis de POP’s;
Limites estritos e interdições ao comércio de POP’s: o comércio de POP’s passa a ser
permitido apenas para assegurar a sua correta deposição ou em circunstâncias muito limitadas em que
o Estado importador garante o seu empenho na proteção da saúde e do ambiente e o cumprimento de
todos os requisitos consagrados na Convenção;
Reservas limitadas e transparentes: a maior parte das reservas à Convenção – ou seja,
exceções à sua aplicação – são específicas para certos países ou certos químicos. Exceções mais
genéricas incluem o uso de POP’s para fins científicos, a sua ocorrência vestigial como contaminante e
O QUE SÃO POP’s?
Poluentes Orgânicos Persistentes (POP’s) são substâncias químicas
orgânicas, isto é, são à base de carbono. Eles possuem uma combinação
particular de propriedades físicas e químicas de tal modo que, uma vez liberados
no meio ambiente, eles:

 Permanecem intactos por períodos excepcionalmente longos (alguns anos);


 Tornam-se amplamente distribuídos por todo o meio ambiente através de
processos naturais que envolvem o solo, a água e mais notavelmente, o ar;
 Acumulam-se no tecido gorduroso de organismos vivos, incluindo seres
humanos, e são encontrados em altas concentrações em níveis mais altos
da cadeia trófica;
 São tóxicos para humanos e animais,

Como resultado de seu lançamento no ambiente nas últimas décadas em


razão, especialmente, das atividades antrópicas, POP’s são, atualmente,
largamente distribuídos por várias regiões (incluindo aquelas nas quais nunca
foram utilizados) e, em alguns casos, são encontrados por todo o globo. Essa
extensa contaminação do meio ambiente e organismos vivos, incluindo gêneros
alimentícios resultou na manutenção de exposição à várias espécies, incluindo
seres humanos, por períodos de tempo que ultrapassa gerações, resultando em
efeitos de exposição tanto agudos quanto crônicos.
Além disso, POP’s se concentram em organismos vivos através de outro
processo, denominado bioacumulação. Como não são solúveis em água, POP’s
são prontamente absorvidos no tecido gorduroso, onde as concentrações podem
se magnificar até 70.000 vezes o nível da concentração inicial. Peixes, pássaros
predadores, mamíferos e humanos estão em níveis mais elevados da cadeia
alimentar, logo, são os que absorvem as maiores concentrações. Quando
viajam, os POP’s viajam com eles. Como resultado desse processo, POP’s
podem ser encontrados em pessoas e animais que vivem em regiões como o
Ártico, à milhares de Quilômetros de qualquer fonte lançadora de POP’s.

Efeitos específicos dos POP’s incluem câncer, alergias e hipersensibilidades,


danos ao sistema nervoso central e periférico, desordens reprodutivas e
desordens do sistema imunológico. Alguns POP’s são também considerados
desreguladores endócrinos, os quais, por causarem alterações no sistema
endócrino, podem danificar os sistemas reprodutivos e imunológicos de indivíduos
expostos e seus descendentes, podem também ter efeitos carcinogênicos e no
desenvolvimento do indivíduo.
12 POP’s iniciais
Inicialmente, 12 POP’s foram reconhecidos por causar efeitos adversos nos seres
humanos e ecossistemas. Eles podem ser divididos em 3 categorias:

• Pesticidas: aldrin, clordano, DDT, dieldrin, endrin, heptacloro, hexaclorobenzeno,


mirex e toxafeno;
• Químicos indústriais: hexaclorobenzeno, bifenilas policloradas (PCB’s);
• Sub-produtos: hexaclorobenzeno, dioxinas e furanos.

9 novos POP’s
Em sua quarta reunião, ocorrida entre 4 e 8 de maio de 2009, a Conferência das
Partes (COP), por decisões SC-4/10 à SC-4/18, adotou emendas aos Anexos A
(eliminação), B (restrição) e C (produtos não intencionais) da Convenção de
Estocolmo. Adicionando 9 novas substâncias químicas ao grupo dos POP’s.

• Pesticidas: clordecon, alfa- hexaclorciclohexano; beta- hexaclorciclohexano,


lindano e pentaclorobenzeno;
• Químicos industriais: hexabromobifenil, haxabromodifenileter e
heptabromodifenileter, pentaclorobenzeno, ácido sulfônico perfluoroctano e seus
sais, floreto de sulfonio perfluoroctano, tetrabromodifenileter e
pentabromodifenileter;
• Sub-produtos:, alfa- hexaclorciclohexano; beta- hexaclorciclohexano, e
pentaclorobenzeno.
LISTA DOS POP’s DA CONVENÇÃO DE ESTOCOLMO
Os produtos alvo da Convenção de Estocolmo estão listados nos anexos do texto
dessa convenção.

ANEXO A (Eliminação)
Medidas devem ser tomadas para eliminar a produção e o uso das substâncias
químicas listadas no Anexo A. Exceções específicas de uso e produção estão
listadas no anexo e aplicam-se apenas as Partes que tem registro para isso.
ANEXO B (Restrição)
As Partes devem tomar medidas para restringir a produção e o uso das
substâncias químicas listadas no Anexo B sob à luz de qualquer finalidade
aplicável aceita e/ou exceções específicas listadas no Anexo.

ANEXO C (Produção não intencional)


As Partes devem tomar medidas para reduzir as emissões não
intencionais das substâncias listadas no Anexo C com o propósito de diminuição
contínua e, quando possível, eliminação.
Disponível em: <http://chm.pops.int/Implementation/NewPOPs/The9newPOPs/tabid/672/language/en-US/Default.aspx>Acesso em: 01/09/2015.

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