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ABORDAGENS E INTERVENÇÕES DA Anna Dutra, Breno Alves,

FISIOTERAPIA PARA COM OS Gabriela Talaska, Haylla Vitória,


INDÍGENAS, NEGROS E Thais Pinheiro e Vitória

QUILOMBOLAS Rodrigues
INDÍGENAS
A lei de criação do SASISUS, Lei N°9.836 de
23 de setembro de 1999 (Lei Arouca),
estabelece que as ações de saúde voltadas aos
Povos Indígenas deverão obrigatoriamente levar
em consideração a realidade local e as
especificidades culturais indígenas, se pautando
por uma abordagem diferenciada e integral e
tendo o SUS como retaguarda e referência,
devendo, para isso, ocorrer adaptações na
estrutura e organização dos serviços para
propiciar integração e o atendimento necessário
sem discriminações.
O direito à atenção diferenciada aos
Povos Indígenas é garantido pela
Constituição Federal em seu Artigo
231 onde é reconhecida sua
organização social, costumes,
línguas, crenças e tradições, e os
direitos originários sobre as terras
que tradicionalmente ocupam.
A Política Nacional de Atenção à Saúde dos Povos
Indígenas (PNASPI) reconhece aos povos indígenas suas
especificidades étnicas e culturais, seus direitos territoriais
e tem como propósito garantir o acesso à atenção integral
à saúde, de acordo com os princípios e diretrizes do
Sistema Único de Saúde, de modo a favorecer a superação
dos fatores que tornam essa população mais vulnerável.
A atenção diferenciada não acontece sem que o
profissional entenda as singularidades do processo saúde-
doença para o usuário. O indígena deverá protagonizar
esse processo e o ambiente hospitalar deverá proporcionar,
além da continuidade dos cuidados biomédicos ofertados
na aldeia, o acesso ao cuidado integral por meio da
articulação com suas práticas de cuidado tradicionais.
Com o intuito de orientar gestores quanto ao desenvolvimento de estratégias
diferenciadas no âmbito da atenção de média e alta complexidade aos povos indígenas
e estabelecer critérios de repasse, o Ministério da Saúde publicou a Portaria Nº 2.663,
de 11 de outubro 7 de 2017 (Portaria de Consolidação N°6 de 28 de setembro de
2017), que tem como objetivos:
• Melhorar o acesso das populações indígenas ao serviço especializado;
• Adequar o ambiente hospitalar de acordo com as especificidades culturais;
• Ajustar as dietas hospitalares considerando os hábitos alimentares de cada etnia;
• Promover o acolhimento e a humanização das práticas e processos de trabalho dos
profissionais em relação aos indígenas e demais usuários do SUS, considerando a
vulnerabilidade sociocultural e epidemiológica de alguns grupos;
• Estabelecer fluxos de comunicação entre o serviço especializado e a Equipe
Multidisciplinar de Saúde Indígena, por meio das Casas de Saúde Indígena (CASAI);
• Qualificar os profissionais dos estabelecimentos que prestam assistência aos povos
indígenas quanto a temas como a interculturalidade.
NEGROS
É de extrema importância conhecer e estudar sobre a
saúde da população negra, para identificar e solucionar
as questões que afetam a saúde dessa população,
dentre estas, o racismo, um dos principais
determinantes sobre a saúde da população negra.
Entender as prioridades e necessidades em saúde dessa
população propicia um olhar diferenciado ao cuidado
e atenção à saúde necessária que esse grupo
populacional tem direito. A saúde da população negra
não é uma área de conhecimento priorizada nos atuais
cursos da área da Saúde, apesar de essencial para a
formação dos profissionais de saúde e para a própria
população negra.
A fisioterapia como qualquer outra área da
saúde da saúde deve tratar o paciente como um
todo, levando em consideração um atendimento
humanizado, tratando cada paciente de forma
individualizada e única; contendo atenção e
empatia com o caso, a situação; transmitindo
confiança, segurança e apoio para que o
paciente possa ter melhor adesão ao tratamento
proposto; esclarecendo cada procedimento.
Podemos utilizar como estratégia palestras para
a população negra, visando a prevenção de
doenças, dos quais os negros são mais pré-
dispostos a terem.
DOENÇAS PRÉ - DISPOSTAS
RELACIONADAS A
POPULAÇÃO NEGRA
A população negra compõe mais da metade dos brasileiros. De acordo com o Instituto
Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), cerca de 54% da população do país se
autodeclara negra. Além do racismo encarado diariamente e apesar de algumas
conquistas institucionais, pessoas negras devem ficar alertas para o risco de
desenvolverem alguns problemas de saúde, principalmente por conta de questões
genéticas que aumentam a vulnerabilidade a determinadas enfermidades.
Pressão alta: A maior predisposição da população negra para a hipertensão tem origem
no nosso período colonial, naquele tempo as pessoas negras eram trazidas à força do
continente africano para serem escravizadas. Em longas viagens de navio, com
infraestrutura precária, água e alimentação restritas e expostos a doenças que provocam
diarreia, muitos morriam de desidratação. Sobreviveram aqueles que tinham maior
capacidade de reter sal e, consequentemente, água. O problema é que exatamente a
característica que lhes salvou a vida à época, agora aumenta o risco de pressão alta.
Anemia falciforme: O índice de incidência de anemia falciforme varia de 2% a 6%
na população brasileira em geral. Na população negra, fica entre 6% e 10%. A
doença se caracteriza por uma alteração nos glóbulos vermelhos, que perdem a
elasticidade e a forma arredondada, endurecem e adquirem o aspecto de uma foice
(daí o nome falciforme). A diferença dificulta a passagem do sangue pelos vasos de
pequeno calibre e, consequentemente, afeta a oxigenação dos tecidos. É uma doença
genética e hereditária, que não tem prevenção. A única forma de cura é por
transplante de medula óssea, método restrito devido à dificuldade de encontrar
doadores compatíveis.
Câncer de próstata: Homens negros apresentam risco de desenvolver câncer de
próstata de duas a três vezes maior que o restante da população masculina, bem
como o dobro da probabilidade de morrer por conta da doença. Além disso, a
ocorrência desse tipo de câncer nos homens brancos acontece em geral a partir dos
50 anos, ao passo que negros costumam desenvolver a enfermidade entre cinco e dez
anos mais cedo.
Glaucoma: Considerado a principal causa de cegueira irreversível no mundo, é mais
prevalente na população negra em função do aumento da pigmentação nos olhos. A
doença não apresenta sintomas na sua fase inicial, por isso é considerada silenciosa e
traiçoeira.
Glaucoma: Considerado a principal causa de cegueira irreversível no mundo, é mais
prevalente na população negra em função do aumento da pigmentação nos olhos. A
doença não apresenta sintomas na sua fase inicial, por isso é considerada silenciosa e
traiçoeira.
QUILOMBOLAS
Não deferindo muito da população negra, os
quilombolas necessitam de uma atenção voltada a
acessibilidade do atendimento de saúde. Muitos
quilombos ficam em lugares exclusos dos grandes
centros urbanos, e o desafio principal aqui, é
conseguir que uma equipe multiprofissional
chegue á esses lugares.
É preciso ampliar a discussão do direito à saúde, que é uma das premissas básicas do
SUS, levandose em conta que o acesso ao mesmo, passa ainda pelas condições
sociais e econômicas da população e não apenas de sua condição étnica. Mas sem
perdermos de vista que a universalidade do SUS, que seria o pleno acesso aos
serviços públicos de saúde e de qualidade, para toda a população brasileira ainda não
se efetivou na prática. Para o Ministério da Saúde, a política de inclusão da
população quilombola inicia-se, efetivamente, em 2004 com a Portaria n.º 1.434, de
14/7/20045 , que criou um incentivo para a ampliação de equipes de estratégia da
saúde para as comunidades quilombolas.
O principal desafio dos estudos sobre as relações entre determinantes sociais e saúde
consiste em estabelecer uma hierarquia de determinações entre os fatores mais gerais
de natureza social, econômica, política e as mediações através das quais esses fatores
incidem sobre a situação de saúde de grupos e pessoas, já que a relação de
determinação não é uma simples relação direta de causa–efeito. Inegável é, portanto,
que grupos que foram historicamente perseguidos e/ou excluídos, enfrentem
horizontes obscurecidos quanto ao acesso em saúde.
O conceito de saúde reflete a conjuntura social, econômica, política e cultural. Ou
seja: saúde não representa a mesma coisa para todas as pessoas. Dependerá da época,
do lugar, da classe social. Dependerá de valores individuais, dependerá de
concepções científicas, religiosas, filosóficas.

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