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Os debates de classe, raça, gênero são desenvolvidos para compreensão dos modos
heterogêneos de compreensão da sexualidade e do corpo para a sociedade
Para situarmos os debates de gênero e raça, neste trabalho, analisarei o livro fundamental e
pioneiro para o assunto o : Cidade das Mulheres. Escrito pela antropóloga Ruth Landes há
mais de 60 anos. Trazendo o ponto de vista de Foucault e suas críticas acerca dos discursos
de poder colocados sobre sexualidade, tentarei construir o debate sobre gênero dentro das
religiosidades afro-brasileiras, entre o que (re)significações da tradição exortam para as
perspectivas contemporâneas.
Objetivo/Desenvolvimento
Quanto aos debates relativos a gênero dentro do Candomblé, uma obra de fundamental
importância é Cidade das Mulheres de autoria de Ruth Landes. Antropóloga americana,
que veio ao Brasil no período da ditadura varguista para estudar as comunidades
negras. Incentivada por sua orientadora, Ruth Benedict, e estimulada pelas leituras de
Franz Boas e pelos debates da época sobre o masculino e o feminino, encontrará em
Salvador nas comunidades de Candomblé. A primeira parte do livre será uma
apresentação do seu diário de campo, descrevendo suas sensações e emoções ao se
deparar com o campo, colocando suas impressões diante dos lugares e dos sujeitos que
encontrou na sua trajetória no Brasil. Suas impressões sobre gênero estará presentes nas
suas observações quando encontrara as mulheres negras do candomblé baiano,
envolvida com os debates universalistas do feminismo do período, formulará a noção
de Matriarcado dentro do candomblé.
Sobre as questões de sexualidade para definir a identidade de gênero dos participantes a
autora classificará, com o rigor “científico”, a homossexualidade masculina com as
categorias de “passivo” e “ativo”.
BASTIDE, Roger apud HEALEY, Mark. Os desencontros da tradição em Cidade das Mulheres: raça e gênero na etnografia de Ruth
Landes. 1996, p. 154. Link Acesso < https://periodicos.sbu.unicamp.br/ojs/index.php/cadpagu/article/view/1865/1986>
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