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UFCD 3489- ORÇAMENTAÇÃO DE

PRODUTOS E SERVIÇOS
TURÍSTICOS
– TACAN
FORMADOR: JOEL GONÇALVES
UFCD 3473 – DESENHO E ORGANIZAÇÃO DE PROGRAMAS E ATIVIDADES DE ANIMAÇÃO

Objetivos:
Orçamentar um produto/serviço turístico

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Conteúdos programáticos:
1.Orçamentação
2. Cálculo orçamental do produto ou serviço turístico
Fases da organização de um Itinerário
Fatores Técnicos
Fatores Sociais
Fatores Comerciais
Inventário dos Recursos turísticos
Percursos de Viação

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Conteúdos programáticos:
Percursos de Viação – Esquema Operacional
Estradas
Exemplos de itinerários
Exemplo 1: Rota do Guadiana
Apresentação dos cálculos
Exemplo 2: Rota das aldeias históricas
Apresentação dos cálculos
3.Conceito de custo fixo e custo variável
4.Conceito de breakeven-point

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1.Orçamentação

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1. A questão dos preços em turismo
 
No quadro de uma economia monetária, o preço é o valor de troca de um bem ou serviço, medido em
unidades monetárias, e forma-se em consequência das forças existentes nos mercados.
 
De igual modo que em qualquer outro mercado, também em turismo os preços resultam dos mecanismos
da oferta e da procura.
 
Em virtude, porém, do carácter compósito dos produtos turísticos, a fixação dos seus preços é complexa e
estes não são facilmente determináveis.
 
Um produto turístico nunca é constituído por um único bem ou serviço nem o seu consumo se esgota num
único ato de compra e venda.

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1. A questão dos preços em turismo
A questão dos preços em turismo
Por exemplo, uma dormida num hotel implica sempre uma deslocação e a prestação de outros serviços
cujo preço global é a soma dos preços de cada um dos consumos efetuados e cujo conhecimento só se
obtém com a realização da viagem, isto é, após o consumo do produto turístico.
No caso da aquisição de uma viagem com tudo incluído (package) é possível conhecer, antes da decisão de
compra, o preço a pagar pelo conjunto das prestações oferecidas mas o mesmo já não acontece quando a
viagem ter carácter individual.
No caso das viagens individuais, com ou sem intervenção de uma agência, o consumidor obtém informação
sobre os preços das componentes mais significativas das viagens que pretende realizar.
Através do confronto das várias possibilidades alternativas decide a viagem, em função dos preços sendo
estes fixados pelos diversos fornecedores dos serviços escolhidos (hoteleiros, transportes, etc.).
Neste caso o preço de cada uma das prestações a utilizar é igual ao preço que cada fornecedor ou produtor
oferece no mercado e é conhecido de todos.

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1. A questão dos preços em turismo
A questão dos preços em turismo
Por exemplo, uma dormida num hotel implica sempre uma deslocação e a prestação de outros serviços
cujo preço global é a soma dos preços de cada um dos consumos efetuados e cujo conhecimento só se
obtém com a realização da viagem, isto é, após o consumo do produto turístico.
No caso da aquisição de uma viagem com tudo incluído (package) é possível conhecer, antes da decisão de
compra, o preço a pagar pelo conjunto das prestações oferecidas mas o mesmo já não acontece quando a
viagem ter carácter individual.
No caso das viagens individuais, com ou sem intervenção de uma agência, o consumidor obtém informação
sobre os preços das componentes mais significativas das viagens que pretende realizar.
Através do confronto das várias possibilidades alternativas decide a viagem, em função dos preços sendo
estes fixados pelos diversos fornecedores dos serviços escolhidos (hoteleiros, transportes, etc.).
Neste caso o preço de cada uma das prestações a utilizar é igual ao preço que cada fornecedor ou produtor
oferece no mercado e é conhecido de todos.

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1. A questão dos preços em turismo
A questão dos preços em turismo
Quando a viagem é oferecida por um intermediário, operador turístico ou agente de viagens, este combina diversos
serviços de forma a oferecer um “produto” final distinto daquele que é adquirido diretamente aos fornecedores
pelos turistas (pacote).
O preço é por ele fixado e não coincide com a soma de cada uma das prestações incluídas no programa oferecido.
Os compradores finais desconhecem o preço de cada uma das prestações e a procura destas depende da procura
dos pacotes e da atuação dos operadores turísticos.
Os preços de venda no mercado resultam das contratações livres entre prestadores ou produtores dos bens e
serviços turísticos e os operadores, bem como da procura dos “produtos” por estes oferecidos no mercado.
Se os preços dos produtos que os operadores oferecem no mercado sobem, a procura baixará e estes operadores
tenderão a pressionar os prestadores de serviços (hoteleiros e transportadoras, sobretudo) para que baixem os seus
preços sob pena de os deixarem de incluir nos seus programas.
Pelo contrário, se os preços baixam, a procura aumentará e serão os prestadores de serviços que tenderão a
pressionar os operadores no sentido de um aumento dos preços.

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1. A questão dos preços em turismo
No entanto, os operadores dispõem de uma capacidade de manobra superior à dos prestadores
de serviços na medida em que conhecem melhor o mercado em que atuam, estão mais próximos
dos compradores e dispõem de produtos alternativos para uma grande variedade de destinos.
Deste modo, o confronto entre compradores e vendedores estabelece-se entre vários destinos
alternativos e são os respetivos preços relativos que determinarão a procura, admitindo a
neutralidade dos restantes fatores de decisão da viagem.
A escolha dos destinos competitivos será o principal fator de variação dos preços e o consumidor
confrontar-se-á não só com os preços de um mercado mas com os preços de vários mercados que
constituem destinos alternativos.
Com base nos respetivos preços relativos, podemos concluir que a análise das variações da
procura em resposta às variações dos preços para os destinos se efetua pela curva da procura
turística.

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1. A questão dos preços em turismo

Curva da procura turística – fonte: Cunha (2006), p. 282

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1. A questão dos preços em turismo
Ao preço relativo, P0, a procura relativa para o destino é dada por Q0.
 
A partir de P0 elevações acentuadas de preço provocam reduções cada vez menores da procura e
reduções acentuadas de preço provocam aumentos cada vez maiores da procura.
 
No quadro seguinte apresentam-se os preços dos packages-tipo, oferecidos em alguns dos principais
países emissores.
 
Os destinos portugueses oferecem preços geralmente mais elevados do que os seus concorrentes,
alguns deles localizados em áreas geograficamente mais distantes.
Situação semelhante se regista em relação à Alemanha, Dinamarca e Holanda.

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1. A questão dos preços em turismo
Países de origem (valores em euros)
Destinos Alemanha França Holanda Itália Reino Suécia Dinamarca
Unido
Costa de 883 ---------- 614 728 449 574 653
Lisboa -
Algarve 628 718 609 708 524 539 558
Madeira 823 763 658 698 504 504 598
Canárias 683 713 658 708 ------ ------ 574
Baleares 628 688 594 599 594 594 519
Costa 658 728 564 619 584 584 ------
espanhola
Turquia 558 574 549 ------- 399 399 558
Grécia 619 678 579 643 434 434 534
Marrocos 638 648 604 564 ----- ------ ------
Tunísia 589 663 544 519 419 419 499
Itália 788 833 673 ------- 509 509 614
-

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1. A questão dos preços em turismo
Preço médio dos packages-tipo para os principais destinos – Verão de 1995. Adaptado de Cunha
(2003), p. 285
Comparando os preços oferecidos aos mercados principais geradores pelos vários destinos
concorrentes verifica-se que, globalmente, os destinos portugueses apresentam preços superiores
à média dos restantes.
É geralmente admitido que, em Portugal, os preços de cada um dos bens e serviços turísticos são
mais reduzidos do que em alguns dos seus destinos concorrentes mas o que importa para a decisão
de compra dos consumidores que optam pela aquisição de um package não é o preço desses bens,
mas sim o preço de uma semana ou quinzena de férias que corresponda às suas motivações.
O que lhe interessa é saber qual o preço que terá de pagar desde a sua partida até ao seu regresso.
Com uma dada permanência num determinado destino, e esse preço é, em regra, mais elevado
para Portugal do que para os destinos concorrentes que oferecem produtos idênticos.
Para o conjunto dos nove principais emissores europeus os destinos portugueses são sempre mais
caros, à exceção do Chipre que é um pouco mais caro do que o Algarve e a Costa de Lisboa.

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1. A questão dos preços em turismo
O preço médio oferecido nesses mercados pelo conjunto de destinos considerados na avaliação
é inferior aos preços praticados relativamente aos destinos Portugueses.
 
Esta conclusão é confirmada pela análise dos preços dos packages oferecidos pelos operadores
europeus para os destinos mediterrânicos.
 

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1. A questão dos preços em turismo
 
Destinos Verão Inverno
Espanha 100 100
França 104 85
Grécia 109 87
Itália 115 113
Marrocos 118 109
Portugal 122 102
Tunísia 110 85
Turquia 147 128
Média 105 99

Índice de competitividade dos preços dos packages turísticos


nos países mediterrânicos – 1995/1996. Adaptado de Cunha
(2003), p. 285

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1. A questão dos preços em turismo
Tomando como base os índices de preços praticados relativamente aos destinos espanhóis,
Portugal, com exceção da Turquia, era o destino mais caro ultrapassando, tanto nos programas
de Verão como de Inverno, a média do conjunto dos países considerados.
 
A comparação dos preços oferecidos para os vários destinos em cada mercado emissor em
diferentes períodos, mostra o grau de competitividade dos preços desses destinos, e Portugal
apresenta-se como um dos destinos mais caros para os turistas oriundos dos principais
emissores.
 
Esta diferença de preços permite determinar o poder de compra dos turistas em cada país de
destino e pode ser determinado pelo índice de competitividade, que constitui uma medida de
atracão que um dado país representa para os turistas estrangeiros.

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1.
2. Índice de competitividade
Suponhamos um determinado produto turístico do país y oferecido a um determinado preço aos consumidores do país x.
Se este consumidor tiver à disposição, no seu próprio país, o mesmo produto escolherá entre manter-se no seu país ou viajar
para o país y para aí consumir o produto que lhe é oferecido.
Para isso, comparará o preço do produto no seu próprio país e na sua própria moeda, px com o preço, convertido em moeda
nacional, que lhe é oferecido no país estrangeiro.
Se a taxa de câmbio for ty e py o preço do produto turístico no país estrangeiro, o preço deste para o referido consumidor
será ty x py e o indicador de competitividade será dado pela relação entre o preço do produto oferecido no estrangeiro e o
preço do produto existente no país de origem do consumidor ou seja:
 
Ty x py
Px
 
Se o valor da relação encontrada for inferior a 1 o produto no país estrangeiro será mais atrativo que o do país de origem e o
consumidor optará por realizar a viagem

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1.
2. Índice de competitividade
Caso contrário tenderá a manter-se no seu próprio país.
1º Exemplo:
Um turista português pretende passar uma semana de férias numa zona com praia.
Procura um pacote turístico que inclua a viagem de avião, o alojamento num hotel de 5 estrelas no
sistema T. I. (tudo incluído).
Tem as seguintes opções:
Algarve com o preço de 1500 €
Natal (Brasil) com o preço de 4000 reais.
Calcule o índice de competitividade.
 

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1.
2. Índice de competitividade
Resolução:
Algarve – 1500 €
Natal – 4000 reais
Taxa de câmbio a - 3,25
3,25 – 1
1–X
 
X = 1 x 1 = 0, 31
3,25
 
I.C. = ty x py = 0,31 x 4000 = 0,82
Px 1500

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FIM

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