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Lição 2 Os princípios

fundamentais da
aliança

“Agora, pois, se ouvirem atentamente a Minha voz e


guardarem a Minha aliança, vocês serão a Minha
propriedade peculiar dentre todos os povos. Porque toda a
terra é Minha” (Êx 19:5).
Na semana passada, mencionamos a
queda da humanidade, que
ocorreu devido ao pecado de nossos
primeiros pais. A lição desta semana é
um resumo do trimestre, visto que a
cada dia examinaremos as
primeiras alianças, que eram, à sua
maneira, manifestações da verdade
presente da verdadeira aliança,
ratificada no Calvário pelo sangue de
Jesus, a aliança em que, como cristãos,
entramos com nosso Senhor. 
Começaremos nosso estudo com a
aliança que Deus fez com Noé
para poupá-lo da destruição, bem como
sua família. Então falaremos da
aliança com Abraão, rica e repleta de
promessas a nós; depois, passaremos à
aliança no Sinai e à importância do que
foi proclamado ali; e finalmente
estudaremos a nova aliança, para qual
as outras apontavam. Tudo isso será
estudado com mais profundidade nas
próximas semanas. Esta semana será
apenas uma prévia. 
Ênfases da Semana
1. Fundamentos da aliança
2. Aliança com Noé
3. A aliança de Abraão
4. A aliança com Moisés
5. A nova aliança
Fundamentos
da aliança
“A palavra hebraica traduzida como ‘aliança’, que aparece cerca de
287 vezes no Antigo Testamento, é berith. Ela também pode ser
traduzida como ‘testamento’ ou ‘último desejo’. Sua origem não é
clara, mas passou a significar ‘aquilo que unia duas partes; no entanto,
ela era usada para designar muitos tipos diferentes de ‘vínculo’, tanto
entre os homens quanto entre o homem e Deus. Essa palavra possui um
uso comum, em que ambas as partes eram homens, e um uso
distintamente religioso, em que a aliança era entre Deus e o homem. O
uso religioso era realmente uma metáfora com base no uso comum, mas
com uma conotação [significação] mais profunda’” (J. Arthur Thompson,
“Covenant (OT)” [Aliança (AT)], The International Standard Bible
Encyclopedia [Enciclopédia Bíblica Internacional]. Grand Rapids, MI:
William B. Eerdmans, 1979, v. 1, p. 790).
A exemplo do casamento, a aliança bíblica define um relacionamento
e um acordo. Como acordo, a aliança contém estes elementos
fundamentais:
1. Deus confirmou as promessas da aliança com um juramento
(Gl 3:16; Hb 6:13, 17).

2. A obrigação da aliança era a obediência à vontade de Deus,


expressa nos Dez Mandamentos (Dt 4:13).

3. Cristo e o plano da salvação eram o meio pelo qual a obrigação


da aliança de Deus foi finalmente cumprida (Is 42:1, 6).
PERGUNTA PARA A UNIDADE
Com base nesses elementos, como você vê esses fatores
em ação em sua caminhada com o Senhor? Descreva como
eles se manifestam em sua vida.
No Antigo Testamento o sistema sacrifical
de tipos instruiu o povo a respeito do
plano da salvação. Por meio de seus
símbolos, os patriarcas e Israel
aprenderam a exercer fé no Redentor
vindouro. Pelos seus ritos, o penitente
podia encontrar perdão para o pecado e
libertar-se da culpa. As bênçãos da
aliança podiam, portanto, ser mantidas, e
o crescimento espiritual, a restauração da
imagem de Deus na vida, poderia,
desse modo, continuar, mesmo quando a
humanidade deixasse de cumprir
sua parte no acordo.
Aliança com Noé
“Com você estabelecerei a Minha aliança, e você entrará na arca, você
e os seus filhos, a sua mulher, e as mulheres dos seus filhos” (Gn 6:18).
No verso acima, a palavra aliança aparece pela primeira vez na Bíblia
e, nesse contexto, Deus havia acabado de contar a Noé sobre Sua
decisão de destruir a Terra por causa da imensa e contínua
disseminação do pecado. Embora essa destruição viesse na forma de um
dilúvio mundial, Deus não estava abandonando o mundo que Ele havia
criado. Ele continuou a propor a aliança estabelecida pela primeira vez
após a queda. O divino “Eu” que propôs a aliança era Ele mesmo o
fundamento da segurança de Noé.
Como o Deus que cumpria a
aliança, o Senhor prometeu
proteger os familiares do
patriarca que estivessem
dispostos a viver em um
relacionamento de
compromisso com Ele, que
resultasse em obediência.
PERGUNTA PARA A UNIDADE

A aliança com Noé foi unilateral? Lembre-se de que uma aliança


implica mais de uma parte. Noé teve que cumprir sua parte no
acordo? Que lição aprendemos com isso?
Deus declarou a Noé que haveria um dilúvio
e que o mundo seria destruído. Porém, fez
um acordo com ele, no qual prometia
salvar Noé e sua família. Portanto, os riscos
eram bastante grandes, pois se Deus não
mantivesse Sua parte da promessa, então
não importava o que Noé fizesse, ele seria
exterminado com o restante do mundo.
Deus disse que faria uma “aliança” com Noé. A própria palavra
sugere uma intenção de honrar o que se diz que será feito.
Não era uma declaração incerta. A palavra em si vem
carregada de compromisso. Imagine que o Senhor tivesse dito
a Noé: “Veja, o mundo terminará em um terrível dilúvio, e Eu
posso salvá-lo. Enquanto isso, faça isso ou aquilo, e depois
veremos o que acontece, mas não estou dando nenhuma
garantia”. Essas declarações dificilmente vêm com o tipo de
garantia e promessa encontradas na própria palavra “aliança”.
Aliança com
Abraão
PERGUNTA PARA A UNIDADE

Leia Gênesis 12:1-3. Liste as promessas específicas que


Deus fez a Abraão
PERGUNTA PARA A UNIDADE

Dentre as promessas, Deus disse que em Abraão seriam “benditas


todas as famílias da Terra” (Gn 12:3). O que isso significa? Como
as famílias foram abençoadas em Abraão? Vemos, nessa promessa
anterior, a promessa do Messias? Gl 3:6-9, 29
Nessa primeira revelação divina a Abraão,
Deus prometeu entrar em um relacionamento
íntimo e duradouro com ele, antes mesmo de
usar qualquer linguagem que falasse sobre
fazer uma aliança. Referências diretas à
aliança que Deus fez aparecem apenas
posteriormente (Gn 15:4-21; 17:1-
14). Naquele momento, Deus propôs um
relacionamento divino-humano de grande
importância. Os verbos conjugados no futuro,
mostrarei, farei, abençoarei e amaldiçoarei
(Gn 12:1-3), sugerem a profundidade e a
grandeza da oferta e da promessa.
Além disso, Abraão recebeu uma única, porém difícil, ordem:
“Saia da sua terra”. Ele obedeceu pela fé (Hb 11:8), não para
tornar realidade as bênçãos prometidas. Sua obediência foi a
resposta de fé ao relacionamento amoroso que Deus desejava
que fosse estabelecido. Em outras palavras, Abraão já
acreditava em Deus, já confiava Nele, já tinha fé em Suas
promessas, pois, caso contrário, jamais teria deixado sua
família e a terra de seus ancestrais para seguir rumo a lugares
desconhecidos. Sua obediência revelou aos homens e aos anjos
a sua fé.
Abraão, mesmo naquela época, revelou o relacionamento
fundamental entre fé e obras. Somos salvos pela fé, a qual
resulta em obras de obediência. 

A promessa da salvação vem primeiro; em seguida, as obras.


Embora não possa haver comunhão de aliança nem bênção sem
obediência, essa obediência é a resposta de fé ao que Deus já
fez. Essa fé ilustra o princípio de 1 João 4:19: “Nós amamos
porque Ele nos amou primeiro”.
Aliança com
Moisés
PERGUNTA PARA A UNIDADE

A qual aliança Deus Se referiu? Veja Gn 12:1-3 e assinale


a alternativa correta

A. ( ) À aliança com Abraão.


B. ( ) Ao pacto para a retirada do povo do Egito.
PERGUNTA PARA A UNIDADE

O Êxodo devia ser um cumprimento, da parte de Deus,


das promessas da aliança?
PERGUNTA PARA A UNIDADE

Que paralelo encontramos entre o que Deus


prometeu ao povo, em Êxodo 6:1-8, e o que Ele
prometeu a Noé antes do dilúvio?
Após o Êxodo, os filhos de Israel receberam a
aliança no Sinai, concedida no contexto de
redenção da escravidão (Êx 20:2) e contendo
as provisões sacrificais de Deus para a
expiação e perdão dos pecados. Portanto,
essa aliança, como todas as outras, era a
aliança da graça estendida ao povo.
Ela reiterava, em muitos aspectos, as principais ênfases da
aliança com Abraão:
1. Relacionamento especial de Deus com Seu povo (Gn 17:7, 8;
Êx 19:5, 6). 

2. Eles seriam uma grande nação (compare Gênesis 12:2 com


Êx 19:6). 

3. Era necessário obediência (compare Gn 17:9-14; 22:16-18


com Êx 19:5).
PERGUNTA PARA A UNIDADE
Leia Êxodo 6:7. O que aparece na primeira parte, em que o Senhor
declara que eles seriam o Seu povo e que Ele seria o seu Deus? O povo seria
algo para Deus, e Deus seria algo para ele. O Senhor não apenas desejava
Se relacionar com o povo de modo especial, mas queria que o povo se
relacionasse com Ele de modo especial. Não busca o Senhor esse tipo
de relacionamento conosco? Essa passagem reflete sua relação com Deus?
Nova aliança
A primeira vez que o Antigo Testamento menciona o que se
chama de “nova aliança” é na passagem de Jeremias 31:31-33.
Essa aliança foi registrada no contexto do retorno dos israelitas
do exílio e fala sobre as bênçãos que eles receberiam de Deus.
Novamente, como em todas as outras, Deus foi o responsável
por iniciar a aliança, e Ele a cumpriria por Sua graça.
Observe também a linguagem usada nesse
texto. Deus Se referiu a Si mesmo como um
esposo para o povo; Ele falou que
escreveria Sua lei no coração deles; e,
usando a linguagem da aliança abraâmica,
disse que seria o Deus deles, e eles seriam
o Seu povo. Portanto, como antes, a
aliança não era apenas um acordo
legalmente obrigatório, como nos
tribunais de hoje, mas tratava de algo
mais.
PERGUNTA PARA A UNIDADE

Compare Jeremias 31:33 com Êxodo 6:7, que detalha parte da


aliança feita com Israel. Que elemento essencial aparece? O que
Deus queria com o Seu povo?
PERGUNTA PARA A UNIDADE

Compare Jeremias 31:34 com João 17:3. Qual é a


principal ação do Senhor que estabelece o fundamento
para esse relacionamento?
Em Jeremias 31:31-34, vemos os elementos da graça e da
obediência, como nas alianças anteriores. Deus perdoaria os pecados do
povo, entraria em um relacionamento com ele e lhe concederia Sua
graça. Como resultado, o povo simplesmente O obedeceria; não de
maneira mecânica nem por hábito, mas puramente porque O conhecia,
porque O amava e porque desejava servi-Lo. Essa é a essência do
relacionamento de aliança que o Senhor buscava com Seu povo.
“O jugo que liga ao serviço é a lei de Deus. A grande lei de amor
revelada no Éden, proclamada no Sinai e, na nova aliança, escrita no
coração,  é o que liga o obreiro humano à vontade de Deus. Se fôssemos
entregues às nossas próprias tendências, para ir exatamente aonde nos
levasse nossa vontade, cairíamos nas fileiras de Satanás e nos
tornaríamos possuidores de seus atributos. Portanto, Deus nos restringe
à Sua vontade, que é elevada, digna e enobrecedora. Deseja que
empreendamos de forma paciente e sábia os deveres do serviço. Esse
jugo do serviço foi levado pelo próprio Cristo na humanidade. Ele
declarou: “Agrada-Me fazer a Tua vontade, ó Deus Meu; a Tua lei está
dentro do Meu coração” (Sl 40:8; Ellen G. White, O Desejado de Todas
as Nações, p. 329, 330).
Por que o aspecto pessoal e
relacional da aliança é importante?
É possível fazer um acordo com
feitos legais, uma “aliança”, sem
interação pessoal. Mas não era esse
tipo de acordo que o Senhor estava
buscando em Sua aliança com o
povo. Por quê? Discuta.

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