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PSICOLOGIA B

IM
M
DE
ES
T
AN
O que é o cultura?
p. 65

Caracterizar fatores fundamentais no processo de tornar-se


humano:
Apresentar dados que suportam a hipó tese de uma predisposiçã o
genética do ser humano para a sociabilidade.
Explicar a importâ ncia do meio social na determinaçã o do ser
humano.
Ilustrar as consequências da ausência de socializaçã o a partir dos
exemplos de “crianças selvagens”.
Definir o conceito de socializaçã o.
Distinguir socializaçã o primária de socializaçã o secundá ria.
Definir cultura.
Caracterizar a cultura por oposiçã o à natureza.
Identificar as características bá sicas das condutas culturais.
Definir padrõ es culturais
Evidenciar o papel dos padrõ es culturais na vida do ser humano.
Explicar em que consiste a aculturaçã o.
Relacionar evoluçã o cultural com fenó menos de aculturaçã o.
O Homem – uma construção social:

A espécie humana tem características genéticas pró prias:


1 – O inacabamento bioló gico (prematuridade) que torna uma
criança totalmente dependente dos pais durante longos anos,
sem capacidade de vida autó noma.
2 – A neotenia, permite ao indivíduo manter capacidades de
alteraçõ es físicas e mentais profundas ao longo da vida.

Após o nascimento, o bebé – dotado de uma atividade reflexa inicial


(reflexo de sucção, de preensão, de marcha…) – construirá mecanismos
de interagir com o meio e muito particularmente com o contexto social
(sobretudo familiar).

A estrutura biológica do bebé contém um potencial de


aptidões extraordinárias, mas estas só se desenvolverão no
contacto com a sociedade.

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A predisposição para a sociabilidade:

–o
– Homem
Há razõesérelativas
Sensoriais: um permitem
que animal gregário. Istodos
significa
pôr a hipótese
às capacidades que
de haver
órgãos organiza
dosem a(captação
sua vida
cada recém-
sentidos
em interação
nascido com os outros.inata, uma raiz genética, para viver em
uma predisposição
de estímulos).
A “gregaridade”
sociedade. supõe sociabilidade,
Esta “apetência a estruturação
de base” para da vida
a sociabilidade individual
é suportada
de acordo
por com ade
um conjunto organização social.
capacidades que permitem interagir com os outros.
Salientam-se as seguintes competências:

Cerebrais: a estrutura nervosa permitirá a aprendizagem, a memorização e a


recuperação da informação. Este processo é acompanhado, nos primeiros anos,
por uma complexificação das ligações neuronais.

Simbólicas/verbais:
Perceptivas:
Relacionais: há se a acção
possibilitadas
indicadores é o ocórtex
depelo
que ponto decerebral.
partidaé levado
recém-nascido daA relação da criança
percepção
a estabelecer eloscom
traduz-se os
afectivos
pela
outros, é sobretudo
capacidade
com os quede na ecabendo
a rodeiam,
associar pela
cadalinguagem
novo que seaàgeram
lugarestímulo
prioritário dados processos
figura materna deé aprendizagem
anteriormente
(que a registados,
pessoa que o
e de
que relação
alimenta,
leva comeos
a perceber
trata dáeoutros
carinho(assim
a assumir como é nela e por
ao bebé).
comportamentos ela que
positivos ouas sociedades
negativos em se
relação
organizam).
ao que se vai sentindo e, naturalmente, em relação a cada contexto social.
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b) Os casos conhecidos de crianças
selvagens (que cresceram entre animais)
revelam que:

A aquisição de comportamentos e de
capacidades próprias do ser humano só se
verifica se as crianças viverem em
sociedades humanas.
O contacto social nos primeiros anos de
vida é decisivo para a aprendizagem das
diferentes competências
A inteligência humanas, uma
humana, pressupondo
vez que as
estrutura estruturas
genética genéticas
específica, passam
resulta do
por um processo
contacto social.de maturação
Podemos, sujeito a
então,
prazos. Isto é,
considerar como
dois se diz popularmente
aspetos centrais do
“há uma idade
processo para tudo”:em
que constroem se cada
uma criança
não aprende
um ser humano: a falar nos primeiros
a socialização anos,
e a cultura.
posteriormente terá graves dificuldades em
comunicar verbalmente.

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c) Socialização:

• Noção:
• é o processo de integração do indivíduo na sociedade. Supõe uma
aprendizagem dos aspectos culturais, da interiorização das regras de cada
grupo social (em família, na creche, escola….).
• A aprendizagem em contexto social processa-se espontaneamente, de forma
automatizada e inconsciente. Cada criança, pouco a pouco, passa de animal
instintivo a animal cultural (pessoa).

Tipos
A de socialização:
integração social:
– AAsocialização
socializaçãofaz primária
com que aconsiste na
criança comece a
aprendizagem dos aspetos
abandonar gradualmente básicos do
o comportamento
convívio social.
instintivo Decorre próprio
e espontâneo fundamentalmente
dosanimais para o
durante a infância
substituir e também
por formas adolescência.
de comportamento
– A socializaçãodesecundária
características prolonga-se ao
cada cultura.
longo
– da vida
Integração e não
social relaciona-se com as
supõe igualdade
adaptações de cadaassim
comportamental: pessoa a novos
como cadacontextos
indivíduo
e alterações
possui sociais: únicas,
características (nova vida familiar,
de igual modo não
emprego…).
há uma rigidez absoluta de comportamentos no
contexto de cada cultura.
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d) Cultura e padrões culturais:

A cultura: constitui a marca distintiva por excelência entre


comportamento humano e comportamento dos outros
animais. Por outro lado permite distinguir os povos uns
dos outros.
A cultura abrange:
– O conjunto de aspetos que caracterizam cada sociedade
(tradições, crenças, regras, costumes, formas de
comunicação, técnicas, atitudes, sentimentos…).
– O conjunto de aprendizagens do indivíduo sob a
influência social.

A integração numa cultura leva cada criança a adotar um comportamento que substitui,
pouco a pouco,
A cultura uma natureza dada por uma natureza adquirida:
abrange:
– Processos materiais (fabrico de utensílios, artesanato, indústria, habitação…). – Relações
sociais (formas de convívio, grupos sociais, instituições, formações políticas…),

7
Cultura:

Abrange:
– Processos materiais (fabrico de utensílios, artesanato, indústria,
habitação…).
– Relações sociais (formas de convívio, grupos sociais, instituições,
formações políticas…),
– Aspetos mentais: teorias, formas de sentir, pensar e comunicar
(mentalidades, religião, linguagem, superstições, sistema de valores).

A integração numa cultura leva cada criança a adotar um comportamento que


substitui, pouco a pouco, uma natureza dada por uma natureza adquirida:

Sem processos culturais a vida resumir-se-ia à defesa contra predadores e à


procura de alimentos: aproximar-se-ia do estilo de vida dos macacos. 8
– Servem de modelo de conduta aos indivíduos de uma Padrões culturais:
sociedade.

Noção:
- Os padrões designam o conjunto de normas de comportamento próprias de
uma cultura ou grupo social. Caracterizam e permitem distinguir culturas ou
grupos.

– Os padrões levam o indivíduo a agir, mais ou menos espontânea e


inconscientemente, de acordo com determinadas regras.

Características dos padrões:


Têm, pois, carácter normativo: indicam o comportamento
socialmente tido como adequado.
São prescritivos: indicam como cada um se deve
comportar.
Têm uma função cognitiva e preditiva, na medida em que
permitem que cada um saiba (conheça) como se
comportar em cada situação, assim como permitem
prever qual será o comportamento dos outros.
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Importância dos padrões culturais:

- O facto de cada um conhecer as regras próprias da


sua cultura permite:
Agir de acordo com os seus padrões, sendo, por isso
aceite;
Saber como se há-de comportar em diferentes
contextos;
Prever o modo de reagir dos outros.

Os padrões facilitam, por isso, a adaptação ao


contexto social e traduzem-se numa harmonia social.

O indivíduo que se afaste do padrão sofre por parte da


sociedade diversas pressões que vão desde a crítica, à
exclusão social ou mesmo à prisão (consoante as
situações).
O mesmo não acontece a quem se integra plenamente:
é reconhecido e aceite pelos outros, não entrando, por
isso, em conflitos. 10
8. Organização pessoal da experiência:
p. 102

Explicar a história pessoal como um contínuo de organização


entre
a) Cadafatores internos
pessoa é um eser
externos:
bio-sociocultural. Possui uma estrutura
Caracterizar
biológica os aspetos
herdada presentes na dotada
dos antepassados, formação de da identidade
potencialidades
do
que,ser
emhumano.
contacto com o meio sociocultural,
Cada um permitirão
reconhece-sea cada
comoumser único,
Evidenciar ocomo
construir-se papel dos significados
pessoa. atribuídos
original, à Esta
especial. experiência
demarcação de
pessoal.
b) Aquilo que cada pessoa é no presente cada um resulta, assim, da
relativamente ao mundo e aos
Mostrar quedeo factores
ser humano
que se singulariza pela
suacapacidade
processode
Ointeracção
processo de individuação ela integrou
que ona
desenvolve-se experiência.
rodeiam, Édedesta
individuação,
auto-organização.
interacção indivíduo-meio que nasce a inteligência
ésociais
algo consciente
que se constrói e queese
o vinca
num contexto de referências
Explicar porque
sentido modelos,
de é que individual
identidade o ser humano é uma criação
(pessoal/singular)
sobretudo e cultura
durante a adolescência. O
(grupos, estilos de vida, valores,
sociocultural. sentido
símbolos) que levam o indivíduo a de entidade/identidade singular
identificar-se com uma determinada leva o indivíduo a querer ser aceite, ouvido
cultura, a cultura de pertença (identidadee estimado socialmente. A consciência de
cultural). Logo, o mundo de cada si mesmo
um como elemento válido propicia a
resulta da interação das suas referências auto-estima. O mundo de referências
afetivas e do seu carácter com culturais
as é propiciador da estabilidade
referências culturais envolventes. emotiva.
Papel dos significados atribuídos à experiência:

O mundo físico e o mundo psíquico e mental:


- A realidade objetiva, física, é diferente do modo como a
pensamos ou sentimos, pela simples razão de que o
pensamento e o sentimento resultam da organização interativa
entre o que me rodeia (fatores externos) e o modo como capto
o que me rodeia (fatores internos: sentidos, coordenação
cerebral, integração de novos dados nos dados da experiência
anterior).

A experiência e a construção de significados: - Uma


criança diz um palavrão, os adultos riem-se, a criança
reforça este tipo de comportamento. Este é um dos
muitos exemplos da criação de comportamentos e da
atribuição de significados. No contacto com o mundo e os
outros, cada pessoa constrói um universo próprio que
mobiliza: pensamentos (interpretações, preconceitos,
estereótipos…), “afeções” (sentimentos, afetos,
emoções…), influências culturais, contextos sociais .

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A experiência pessoal:
- É única e resulta da interação indivíduo-meio: e constrói-se
por um modo particular de agir, de sentir, de viver, de pensar.
Ela resulta de um universo envolvente (o meio físico ou social)
com infindas situações e do modo como o indivíduo capta,
organiza e integra nas suas vivências anteriores cada nova
situação. Daí a diversidade e a complexidade de atitudes e de
comportamentos de diferentes pessoas perante situações
objetivamente iguais.

d) Auto-organização e criação sociocultural:


- Quando uma criança nasce, encontra à sua frente um mundo que
ainda não organizou mentalmente. Já o sente de forma primária e
difusa, mas não o interpreta nem o vive. Depois, pouco a pouco,
conhece, estabelece relações (agradável-desagradável, por
exemplo), dá significados e cria afetos. A criança que, aos três
meses, fica indiferente perante um boneco, aos três anos fala com
ele, cobre-o para não ter frio. É desta proximidade com as coisas e,
sobretudo, com as pessoas que nasce e se organiza o mundo do
comportamento.

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O papel do indivíduo:
- A organização mental do mundo é uma auto-
organização. Isto é, os sentidos transmitem
informações que, atuando sobre o complexo
sistema nervoso, levam cada um a auto-
organizar o seu mundo de referências.

Apesar de o tipo e a intensidade de estímulos


terem uma palavra no modo de cada um o
organizar, não é menos verdade que o papel do
indivíduo é fundamental: é ele que perceciona
cada novo estímulo e, automaticamente,
organiza-o e integra-o na experiência já
adquirida.

[As diferenças “experienciais”, a que não é alheia


a idade, explicam muitos desentendimentos entre
pais e filhos].

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A influência sociocultural:
O ser humano é dotado de plasticidade:
copia e representa o que copia. Quer isto
dizer que cada pessoa, construindo-se a si
própria, vai ser criada à imagem da
sociedade em que se integra: é uma
criação sociocultural. Este mimetismo não
dá origem a comportamentos
estandardizados (uniformes).

É que o tecido social caracteriza-se pela


diversidade de comportamentos, de
situações e de estilos de vida. Por outro
lado, cada pessoa absorve o mundo em
contextos diferenciados e com a sua
experiência pessoal única que teve como
ponto de partida um determinado
referencial hereditário

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Riqueza e diversidade humana:
Analisar a riqueza da diversidade humana:
Diferenciar herança genética e herança cultural.
Dar conta da heterogeneidade cultural a partir da identificação da diversidade de
valores, normas e modelos diferenciadores das culturas.

a) Heterogeneidade cultural:
As necessidades humanas não divergem muito, em cada cultura, quanto à sua
tipologia: necessidades básicas, de expressão artística, de relação com o
transcendente ou divino, de realização pessoal, de poder e reconhecimento social… O
que diverge é o modo de cada sociedade concretizar cada uma.

Não há duas sociedades com formas iguais de responder a cada uma destas
necessidades. Significa que o mundo é constituído por um mosaico de referências
culturais em que o bom e o mau, o bonito e o feio, o justo ou o injusto se caracterizam
pelo relativismo (relativismo cultural).
Isto é, em Portugal é considerado bom que as mulheres sejam socialmente
interventoras, o mesmo não acontece na Arábia Saudita. Quem está certo ou errado?
[A própria noção de certo ou de errado obedece a critérios culturais].

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• b) Diversidade individual:
• No interior da diversidade de
culturas há múltiplos indivíduos,
cada um com um património
genético próprio, uma personalidade
única e uma experiência singular.
Somos, por isso, todos diferentes.
• No entanto, pertencemos
biologicamente à mesma espécie,
somos seres sociais e culturais com
necessidades e formas comuns de
atuar no mundo: o que torna
possível o entendimento entre os
indivíduos não só numa mesma
cultura como entre diferentes
culturas.
BOM TRABALHO!
Prof. J. P.

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