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Museu de Artes o ófícios – MAO

Curso de Qualificação Profissional na área de Conservação

Fotografia

Luz
Prof. Eugenio Batista Leite –
eugeniobl@pucminas.br

Foto: Miguel Andrade


Família de índios Tucanos –
Reserva de Tupé, Amazonas
A LUZ

“Enquanto houver luz, o


fotógrafo tem condições de
trabalhar, pois seu ofício –
sua aventura – é uma
redescoberta do mundo
em termos de luz.”
(Edward Weston)

-Fotografia (gr. Photo +


graphos = escrita por
-meio da luz)

-John F.W. Hershel, 1839.

Foto: Miguel Andrade


Presidente Figueiredo - Amazonas
Luz

Foto: Miguel Andrade


Manaus - Amazonas
O fotografo só pode tirar proveitos da luz ambiente, se
compreender bem os princípios gerais da iluminação.
A luz é indispensável à
fotografia, esta cria
sombra e altas-luzes. Isso
é o que permite se revelar
a forma espacial, o tom, a
textura e o desenho.

Foto: Max Mansur


A Luz

1 Qualidade da luz

2 Direção da luz

3 Cor da luz

4 Filtros Convencionais
Qualidade da luz

Quanto a qualidade, a luz pode ser classificada


como:

-- Luz Dura

-- Luz Suave
Qualidade da luz
- Luz Dura
-

Características: Gera sombras profundas (escuras) e zonas


-

de alta luminosidade, gerando alto contraste.

O que provoca: Luz direcional, originada de uma fonte


pequena, luz do sol direta ou de lâmpadas sem difusores.
Qualidade da luz
Luz Dura
Foto: Miguel Andrade
1 – Qualidade da luz
Luz Dura

O Sol num dia


claro e sem
nuvens, provoca
uma luz muito
dura. Este fato se
agrava se a foto
for feita em
campo aberto,
onde não existe
nada para
rebater a luz.
1 – Qualidade da luz
Luz Suave
Características: Sombras amenas e contraste
atenuado.

O que provoca: A luz vem de uma fonte


grande, pode ser difusa, como um dia nublado,
ou rebatida por paredes brancas, por exemplo.
Não direcional, envolve o assunto vindo de
muitas direções.
Foto: Miguel Andrade
Foto: Miguel Andrade
Foto: Miguel Andrade
Foto: Miguel Andrade
1 – Qualidade da luz
Luz Suave

A difusão da
luz nesta foto
foi feita por
uma camada
fina de nuvens
no céu.
Foto: Miguel Andrade
RPPN da Mata do Jambreiro
Foto: Miguel Andrade

Nova Lima - MG
Dentro de matas, a luz difusa proporcionada pela presença
de nuvens possibilita melhor distribuição da luz evitando
que os pontos de luz e sombra fiquem muito delineados.
RPPN Salto Morato, Paraná
Foto: Miguel Andrade
Cuidado com sombras inesperadas em florestas.
Prefira luzes laterais ou dias nublados.
Passo do Lontra - Pantanal - MS
Foto: Miguel Andrade
Existem certos momentos que não podemos nos dar ao luxo
de escolher a melhor luz. Ai se encontra a diferença do
conhecimento da técnica aliada ao bom senso (e de
acessórios!) ou nos furtarmos ao acaso fotográfico.
Foto: Miguel Andrade
La Selva – Costa Rica
A luz do flash preenche e realça as cores da cena.
É fundamental obedecer/experimentar posições diferentes
Praia de Las Tortugas – Costa Rica
Foto: Miguel Andrade
Contra-luzes também realçam silhuetas e criam uma
grafismo de alto valor estético na fotografia.
Janela para o Céu – PE Ibitipoca, MG
Foto: Miguel Andrade
Grafismo com o contra-luz: formas definidas com
o “erro” de fotometria.
Foto: Miguel Andrade
Foto: Miguel Andrade
Suricatas: Suricata suricata Foto: Miguel Andrade
Foto: Miguel Andrade
RPPN Salto Morato, Paraná
Foto: Miguel Andrade
Ambientes com locais que possam vir a se iluminados de forma
irregular, a fotografia nem sempre apresentam bons resultados
LUZ DURA E SUAVE COMPARADAS

Na foto de
cima a luz do
Sol atingiu
diretamente o
motivo.

Na foto de
baixo a difusão
da luz foi feita
por uma
camada fina
de nuvens no
céu.
Pintando com a luz.

Fotos: Miguel Andrade


Foto: Miguel Andrade
É possível pintar com a luz, utilizando as
mais diversas fontes de de iluminação
2 – Direção da luz

- Luz de cima

- Luz frontal

- Luz lateral

- Contra-luz
2 – Direção da luz
Luz de cima

Provoca sombras pequenas e escuras, sempre de cima pra baixo, sem efeito
tridimensional ou profundidade.
Não é muito boa para fotografar pessoas, pois aparecerão sombras debaixo dos olhos,
provocando olheiras.
2 – Direção da luz
Luz de cima

Em algumas
fotos de
natureza, a luz
de cima é bem
favorável.
2 – Direção da luz
Luz frontal

Luz “chapada”, quando a luz está vindo das costas do fotógrafo, ou dele mesmo, como
um flash direto. Devido a ausência de sombras perde-se o efeito tridimensional e de
volume. Excelente para reprodução de cores, trazendo cores mais vivas e limpas.
2 – Direção da luz

Luz frontal
2 – Direção da luz
Luz lateral

Nesta condição, o fotógrafo consegue realçar volumes, texturas, relevos e o efeito de


tridimensão, devido a presença de zonas “claras” e “escuras”. Produz sombras alongadas
e boa representação das cores. Excelente para realçar expressões da face e para provocar
sensação de profundidade na fotografia.
Saber usar o
luz é
fundamental
para obtermos
a textura real e
assim
Foto: Miguel Andrade

transmitirmos
as sensações
desejadas.
Foto: Miguel Andrade
Foto: Miguel Andrade
Uma boa forma de se obter textura dos
elementos de cena é utilizando a luz lateral.
Foto: Miguel Andrade

A luz lateral (suavizada) cria sombras


tênues, dando relevo aos elementos.
Foto: Miguel Andrade
Foto: Miguel Andrade
Foto: Miguel Andrade
2 – Direção da luz
Luz lateral
obter textura dos
elementos da cena é
Uma boa forma de se

utilizando a luz lateral.

Foto: Max Mansur 1º Lugar no concurso de fotografia da Sem. de Meio Amb.2006 PUC-Beti
2 – Direção da luz
Contra-luz

Luz “chapada”, mas pelo motivo contrário da luz frontal, aqui não encontramos
zonas claras, somente sombras no motivo, efeito silhueta. Ótima luz para
fotografar objetos translúcidos ou quando quer formar uma “aura” de luz em
volta do motivo

Foto: Miguel Andrade


2 – Direção da luz
Contra-luz
2 – Direção da luz
Contra-luz
Mas atenção, fotografias feitas contra-luz requerem cuidados na fotometria.
Além de cuidados
com a fotometria,
atenção ao flair
quando fotografar
contra-luz.
Uma solução, seria
usar um para-sol.

Foto: Max Mansur


Foto: Max Mansur
Cuidado ainda na utilização associada de quebra-sol e lentes grande-angulares.
2 – Direção da luz
Luz de cima Luz Frontal

Luz lateral Contra-luz


3 – Cor da luz
- Física: Luz é uma forma de energia eletromagnética que se
propaga em forma de ondas. Quando a luz branca passa por
um prisma, ela se decompõe nas 7 cores do arco-íris, que
tem comprimentos de ondas diferentes.

- O olho humano é sensível a um comprimento de onda o


qual é denominado espectro visível.
Mas o que é cor?
Como dizia Aristoteles,

Cor não é um fenômeno físico. Um mesmo


comprimento de onda pode ser percebido
diferentemente por diferentes pessoas, ou seja,
cor é um fenômeno subjetivo e individual.

E biologicamente...

Os cones são responsáveis pela captação da


informação luminosa vinda da luz do dia, das
cores e do contraste. Já os bastonetes são
adaptados à luz noturna e à penumbra.
Mas o que é cor?
Os três tipos de cones

Os cones se dividem em três tipos e respondem preferencialmente a


comprimentos de ondas diferentes:

- cones sensíveis aos azuis e violetas - B (blue) 6%


- cones sensíveis aos verdes e amarelos - G (green)
- cones sensíveis aos vermelhos e laranjas - R (red) 94%

Esta aparente distorção (%) é de fato uma adaptação evolutiva.

A presença de um terceiro cone é uma característica dos primatas (B).

Os demais mamíferos contam com apenas dois cones. O terceiro


cone que desenvolvemos, além da mais informação sobre cores,
traz fundamentalmente uma melhoria na percepção de contrastes.
3 – Cor da luz
Luz branca
A fotografia digital é baseada na chamada Teoria do RGB, partindo do
princípio que não existe onda de luz branca, o que existe é uma
combinação de ondas das três cores primárias: vermelho (Red), verde
(Green) e azul (Blue), que juntas e na mesma proporção formam a luz
branca.

A junção de apenas 2 dessas cores, formam as cores secundárias: Ciano,


Magenta e Amarelo, que acabam se tornando a cor oposta a primária que
não esta presente. Isso significa que quando jogamos uma cor primária
sobre a secundária oposta, na mesma proporção, geramos novamente a
luz branca.

Para um melhor entendimento e controle sobre a cor da luz, essa teoria


pode ser aplicada também a fotografia analógica.

Teoria do RGB

Red ---------------- Cyan


Green ------------- Magenta
Blue --------------- Yellow
3 – Cor da luz

Luz azul

Antes do nascer do sol

Depois do por-do-sol
3 – Cor da luz

Luz azul
Local de sombra

Dia Nublado

Guilherme Machala
Consuelo Abreu
Foto: Miguel Andrade
Foto: Miguel Andrade
3 – Cor da luz

Luz amarela
Foto: Miguel Andrade
3 – Cor da luz

Luz amarela

Nascer do sol Pôr-do-sol


3 – Cor da luz

Luz branca

Durante o dia
3 – Cor da luz
Luz branca

Luz azul

Luz amarela
Foto: Miguel Andrade
A espera pelas melhores horas para fotografar é
uma virtude do fotógrafo. Luzes suaves conferem
fotos com riqueza de tonalidades e boas de serem
apreciadas.

A luz durante a aurora e no crepúsculo é uma das


melhores para fazer fotos. Esta difere também,
dentro de um mesmo horário, porém em diferentes
épocas do ano.
Foto: Miguel Andrade
Foto: Miguel Andrade
Foto: Miguel Andrade
Foto: Miguel Andrade
Foto: Miguel Andrade
Foto: Miguel Andrade
Foto: Miguel Andrade
Foto: Miguel Andrade
Foto: Miguel Andrade

Foto: Miguel Andrade
Foto: Miguel Andrade
Kokerboom - “árvore que treme”: Usada pelos caçadores khoinas para fazer flechas
Foto: Miguel Andrade
Foto: Miguel Andrade
Foto: Miguel Andrade
Foto: Miguel Andrade
Foto: Miguel Andrade
Foto: Miguel Andrade
Palmato Gecko
Foto: Miguel Andrade
Foto: Miguel Andrade
Foto: Miguel Andrade
Foto: Miguel Andrade
Foto: Miguel Andrade
Foto: Miguel Andrade
Foto: Miguel Andrade
Foto: Miguel Andrade
3 – Cor da luz

Luzes artificiais
As lâmpadas apresentam cores diferentes conforme o seu
tipo.

As lâmpadas incandescentes ou de
tungstênio são de cor amarelada.

As lâmpadas fluorescentes mostram uma tendência de


cor para o verde na película, no digital elas aparecem com
uma cor indefinida com tendência para o amarelo.

Flash apresenta luz branca, com um tom um pouco mais


“frio” do que a luz do sol.
3 – Cor da luz

Lâmpada de tungstênio ou incandescente


3 – Cor da luz

Flash
3 – Cor da luz
Foto: Miguel Andrade

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