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INSTITUTO POLITÉCNICO MEDIO

DE MOÇAMBIQUE (INSPOM)

Curso: TEG - 2022

Disciplina: Microbiologia e
Parasitologia

INSPOM - Amuza Gramane


Sub. Modulo 2:Introdução a Bateriologia Medica

SUMARIO
Espiroquetas
Micoplasmas

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Sub. Modulo 2:Introdução a Bateriologia Medica
Objetivos de aprendizagem
 Caracterizar as baterias
 Citar as principais doenças causadas por
baterias;
 Identificar os principais métodos de estudo das
baterias de interesse clínico;
 Indicar os principais sintomas causados pelas
baterias;
 Indicar as formas de contágios das baterias;
 Indicar as formas de prevenção;
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Sub. Modulo 2:Introdução a Bateriologia Medica

Espiroquetas
As bactérias desta ordem foram agrupadas pela
sua morfologia em comum:
Helicoidais;
 Finas;
 Dimensões de 0,1 - 0,5 × 5 - 20μm;
São gram-negativas.
Género Treponema e Género Leptospira

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Treponema pallidum
As bactérias desta espécie são agrupadas em três
subespécies:
i. T. pallidum pallidum, associada a sífilis,
ii.T. pallidum endemicum (sífilis endémica)
iii.T. pallidum pertenue (causadora de bubas).
 Devido à sua importância clínica, focaremos
somente a T. pallidum pallidum.

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Treponema pallidum pallidum – Characteristicas
• Sendo espiroquetas de helicoidal apertada,
estas bactérias têm três flagelos
periplasmáticos;
• são anaeróbios facultativos;
• suas dimensões variam de 0,1 a 0,2 × 6 a 20μm
(são demasiado finas para uma visualização a
partir de coloração Gram ou Giemsa).
• A sua cultura é difícil.

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Factores de virulência
• Têm proteínas de membrana externa que
promovem a adesão, hialuronidase (facilita a
infiltração perivascular) e fribronectina (da
célula hospedeira) que as protegem da
fagocitose.
• A destruição tecidular presente em infectados
deve-se primariamente à sua própria resposta
imunitária.

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Epidemiologia
• Os Humanos são o único portador natural desta
bactéria.
• Mesmo assim esta tem uma dispersão mundial,
sendo transmitida por contacto íntimo,
transfusional ou congénito: é actualmente a 3ª
DST bacteriana.

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Patologias
Esta bactéria pode originar:
Sífilis - cuja clínica apresenta três fases:
• Fase primária: cancro duro (lesão indolor no local
de inoculação),
• cuja análise histológica revela endarterite e
periarterite, infiltração de leucócitos e macrófagos
e adenopatias inguinais não supuradas;
• a cura espontânea destas lesões dá-se em dois
meses;
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• Fase secundária: lesões disseminadas pela superfície
corporal (rash muco-cutâneo), síndrome gripal
(cefaleias, mialgias, odinofagia, anorexia) e
linfadenopatia; a resolução desta fase dá-se por
remissão ou por progressão para a fase terciária;
• Fase terciária: inflamação crónica difusa (envolvimento
de virtualmente todos os tecidos), destruição
multiorgânica, arterite, demência (ex: neurossífilis) e
cegueira.

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Medica

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Medica

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Diagnóstico
• O diagnóstico pode ser efectuado pela apresentação
clínica da doença (cancro duro), podendo a bactéria ser
identificada por serologia com testes treponémicos
específicos (FTA-abs – fluorescent treponema antibody-
absorption) ou não específicos (anticorpos contra
lípidos resultantes de lesão celular – cardiolipinas) ou
por microscopia de fundo escuro.
• A colheita de material é feita por raspagem com bisturi
para escarificar a úlcera.

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Prevenção
• Não existe vacina.
• Práticas sexuais seguras previnem a contaminação.
• Os parceiros sexuais de pacientes infectados também
devem receber tratamento.
Terapêutica
• O tratamento é na base de penicilina, ou de tetraciclina
ou doxiciclina em alérgicos à penicilina.
• No caso de neurossífilis só é usada penicilina.

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Género Leptospira
• As bactérias do género Leptospira, que consiste
em 17 espécies, têm uma ou duas extremidades
em gancho e dois flagelos, e as suas dimensões
variam de 0,1 a 6,0 × 20μm.
• São aeróbios obrigatórios.
• A sua cultura é possível a 28-30 °C com
suplementos (vitaminas B2 e B12, sais de amónio
e ácidos gordos de cadeia longa).

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Epidemiologia
• Os reservatórios naturais destas bactérias são os
roedores e os pequenos mamíferos.
Leptospirose
 causada por uma bactéria presente em urina dos ratos
de esgotos e de outros animais como pombos e
também nas baratas.
 Os animais infectados podem contaminar a água pela
sua urina podendo assim contaminar outros
hospedeiros como os animais domésticos e o Homem.

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Transmissão
• A bactéria penetra no corpo através do contacto com a
pele, feridas ou mucosas, também pelos olhos ou narinas.
Manifestação:
 Febre alta
 Dor de cabeça
 Dor no corpo
 Perda de apetite
 Vómito,
 Diarreia
 calafrios.
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Medica
Prevenção
 A falta de tratamento das águas dos esgotos, apesar
de afetar toda a população, afeta mais as crianças
entre 1 a 6 anos de idade, que são mais sensíveis,
aumentando assim o índice de morte do feto em
mulheres grávidas.
Diagnóstico
 Testes serológicos (teste de aglutinação
microscópica)
 Microscopia de fundo escuro ou
imunofluorescência.
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MICOPLASMAS – caracteristicas
 São microorganismos (bactérias) isentas de parede
celular.
 Pelo menos 15 das 150 dessas espécies existentes são
humanas.
 Dessas, quatro têm importância primária: Mycoplasma
pneumoniae (pneumonia), Mycoplasma hominis
(febre puerperal), Ureaplasma urealyticum (infecção
de uretra não-gonocóccica) e o Mycoplasma genitalium
(infecções da genitália feminina e outras infecções).

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MICOPLASMAS - características:
 São os menores microorganismos que conseguem viver livre
na natureza e replicar-se em meios de cultura laboratoriais.
 São altamente pleomórficos, pois não possuem parede
celular rígida, sendo limitados por uma unidade de
membrana de três camadas;
• São completamente resistentes a penicilina, mas são
inibidos pela tetraciclina e pela eritromicina;
• Podem reproduzir-se em meios isentos de células;
• Apresentam afinidade por membranas celulares de
mamíferos.

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Morfologia
• Apresentam diferentes morfologias, de acordo com o
método utilizado para estudo (p. ex. campo escuro,
imunofluorescência, esfregaços de meios de culturas
corados pelo Giemsa, fixação em agar), pois não
podem ser estudados pelos métodos bacteriológicos
habituais visto que não possuem parede celular rígida.
• Em meios líquidos possuem varias morfologias (anéis,
corpúsculos bacilares e espiralados, filamentos e
grânulos);
• Em meios sólidos, consistem principalmente de massas
protoplasmáticas plásticas de forma indefinida.
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Infecções de seres humanos
• Micoplasmas fazem parte da microbiota normal
da boca em seres humanos, saliva normal,
mucosa oral ou tecido amigdaliano. Portanto,
podem ser isolados da cavidade oral de muitos
adultos sadios.
• Alguns micoplasmas são habitantes do trato
geniturinário principalmente em mulheres.

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Medica
Diagnóstico laboratorial dos micoplasmas
• Não é conhecido qualquer protocolo específico
para o diagnóstico laboratorial de micoplasmas.
• Técnicas serológicas (só para a M. pneumoniae)
a.Detecção de antigénios
b.Pesquisa de anticorpos
c. Pesquisa de aglutininas frias

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IDENTIFICAÇÃO BACTERIANA
• Testes bioquímicos e fisiológicos
• Imunológicos (ELISA);
• Imunofluorescência;
• Imunoaglutinação
• Cromatografia gasosa
• Biologia molecular: sondas de DNA, PCR (Reação em
Cadeia da Polimerase), sequenciamento de DNA.

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Prevenção
• Uso de preservativo na relação sexual.
Tratamento
• A maioria dos micoplasmas é resistente a
penicilina, cefalosporinas e vancomicina.
• As tetraciclinas são eficazes tanto in vitro quanto
in vivo, e constituem os fármacos de escolha na
pneumonia por micoplasma.
• Alguns ureaplasmas são resistentes a tetraciclina

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Mycoplasma pneumoniae
• Coloniza o aparelho respiratório humano, afectando
principalmente pessoas com idades compreendidas
entre os 8 e os 30 anos de idade;
• Esta perda de células interfere com a limpeza normal do
tracto respiratório, causando uma tosse persistente no
portador.
• Esta bactéria causa doença epidémica a cada 4 a 8 anos,
afectando todos os grupos etários, especialmente
crianças e adolescentes.
• É um parasita humano estrito
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Doencas
• Doença respiratória (do tracto respiratório superior);
• Traqueobronquite
• Faringite.
• Pneumonia atípica.
Transmissão
• Dá-se a partir das secreções nasais ou pela inalação de
gotas de aerossóis infectados;
• E o período de incubação pode chegar a ser vários
meses
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Bibliografia
1. - BENJAMINI, E. ; COICO, R; SUNSHINE, G. Imunologia. 4. ed. Rio de Janeiro:
Guanabara Koogan, 2002.
2. - FORTE, W. N. Imunonolgia básica e aplicada. Editora Artmed. 2004.
3. - LIMA, F.A; Sampaio, M. C. O papel do timo no desenvolvimento do sistema
imune. Pediatria, São Paulo, v. 29, n.1, p.33-42. 2007.
4. - JANEWAY, C.; TRAVERS, P.; WALPORT, M.; SHLOMCHIK, M. J. Imunobiologia.
O sistema imunológico na saúde e na doença. 7. ed. Porto Alegre: Artmed,
2010.
5. - Mayer, G; Tradução: Myres Hopkins. Imunidade inata (não específica).
Disponível em: http://pathmicro.med.sc.edu/portuguese/immuno-port-
chapter1.htm. Acesso em 15 de setembro de 2014.
6. SANTOS, Vanessa Sardinha dos. "Antígeno, anticorpo e vacinação "; Brasil
Escola. Disponível em: https://brasilescola.uol.com.br/biologia/antigeno-
anticorpo-vacinacao.htm. Acesso em 02 de março de 2020.
• TORTORA, G.J, FUNKE, B. R, CASE, C. L. Microbiologia. -8. ed.-Porto Alegre:
Artmed, 2005.
• HÁRSI, C.M. Patogênese Viral. Instituto de Ciências Biomédicas
Departamento de Microbiologia. BMM-280 – 2009.
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