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Condutor em equilíbrio eletrostático.

Campo elétrico à superfície e no


interior de um condutor em equilíbrio
eletrostático. Efeito das pontas
Campo elétrico num condutor em equilíbrio eletrostático

Suponhamos que se carrega negativamente um condutor.

Os eletrões em excesso desse condutor tendem a ficar o mais afastados uns dos outros
de modo a minimizar as repulsões entre eles.

Os eletrões distribuem-se na superfície exterior


do condutor, cessando depois o seu movimento,
alcançando o que se designa por equilíbrio
eletrostático.
Condutores carregado negativamente
Campo elétrico num condutor em equilíbrio eletrostático

Num condutor em equilíbrio eletrostático, a carga em


excesso (qualquer que seja o seu sinal) distribui-se na
superfície exterior do condutor.
Condutores carregado positivamente.

Podemos verificar experimentalmente esta conclusão.


Suponhamos que se tem uma taça metálica carregada
negativamente: se tocarmos com uma esfera metálica
(ligada a um cabo isolador) no exterior da taça, alguns
eletrões passarão da taça para a esfera, ficando também
esta eletrizada negativamente.

Taça carregada negativamente.


Campo elétrico num condutor em equilíbrio eletrostático

Se, em seguida, aproximarmos a esfera de um


eletroscópio, sem lhe tocar, os eletrões da esfera
repelirão os eletrões do botão metálico do eletroscópio,
e estes deslocar-se-ão para as suas folhas na parte
inferior. Como essas folhas ficam com excesso de
eletrões, repelem-se, afastando-se uma da outra.

Diz-se que o eletroscópio sofreu influência elétrica.

A esfera ficou eletrizada.


Campo elétrico num condutor em equilíbrio eletrostático

Mas se a esfera tocar na face interna da taça e, de seguida, se aproximar do eletroscópio,


já não se observará o afastamento das suas folhas. Das duas experiências conclui-se que
só a face externa da taça estava eletrizada.

A superfície interior da taça não está eletrizada, pelo que uma


esfera metálica que toque nessa superfície não fica eletrizada.
Campo elétrico num condutor em equilíbrio eletrostático

Como é o campo elétrico nos condutores em equilíbrio eletrostático?

Se colocarmos uma carga no interior de um condutor, ela deslocar-se-á para a superfície, a


fim de minimizar a repulsão.

Essa redistribuição de cargas demora um pouco e,


durante esse curto intervalo de tempo, o campo elétrico
no interior do condutor não é nulo.

Após se alcançar o equilíbrio eletrostático, o campo


elétrico no interior do condutor anula-se.
O campo elétrico é nulo no interior de
um condutor em equilíbrio eletrostático.
Campo elétrico num condutor em equilíbrio eletrostático

O campo elétrico é perpendicular à superfície de um condutor em equilíbrio eletrostático


em qualquer ponto e, consequentemente, também o são as linhas de campo.

Condutor em equilíbrio eletrostático: o campo elétrico é


perpendicular à superfície, assim como as linhas de campo.

Se assim não fosse, existiria uma componente do campo elétrico tangencial à superfície
do condutor: os eletrões do condutor mover-se-iam e ele deixaria de estar em equilíbrio!
Campo elétrico num condutor em equilíbrio eletrostático

Mesmo que a superfície do condutor tenha uma forma irregular, ou que o condutor
apresente uma cavidade, o campo elétrico no interior continua a ser nulo.

Num condutor com cavidade, estas


propriedades mantêm-se.
Campo elétrico num condutor em equilíbrio eletrostático

Qualquer que seja o condutor em equilíbrio eletrostático:

• a carga elétrica em excesso distribui-se na superfície externa do condutor, de forma


a minimizar a repulsão elétrica;

• não há movimento orientado de cargas no seu interior;

• no interior do condutor o campo elétrico é nulo;

• o campo elétrico é perpendicular à superfície exterior do condutor em cada ponto.


Campo elétrico num condutor em equilíbrio eletrostático

No gerador de Van de Graaff, uma correia de material


isolante é colocada em movimento quando, por exemplo,
se gira uma manivela.

No seu movimento, por fricção com outros materiais, a


correia adquire cargas elétricas que transporta até uma
esfera condutora (a cúpula do aparelho), transferindo as
cargas para a superfície exterior da esfera condutora.
Esquema de funcionamento do gerador
de Van de Graaff.

Deste modo, pode acumular-se muita carga elétrica na cúpula do gerador.


Campo elétrico num condutor em equilíbrio eletrostático

O facto de o campo elétrico ser nulo no interior de um condutor em equilíbrio


eletrostático foi demonstrado por Faraday: ele construiu uma «gaiola» com rede
metálica, colocada sobre suportes isolantes; colocou-se dentro da gaiola, que a seguir
foi eletrizada, e nada lhe aconteceu, pois dentro da gaiola o campo elétrico era nulo!
A gaiola ficou conhecida por gaiola de Faraday.
Campo elétrico num condutor em equilíbrio eletrostático

Alguns dispositivos tiram partido desta propriedade, a qual explica também alguns
fenómenos elétricos.

O interior dos aviões está protegido, O rádio de um automóvel funciona mal


pois o campo elétrico é nulo. sem uma antena exterior.
Campo elétrico num condutor em equilíbrio eletrostático

Também se protegem aparelhos de campos elétricos envolvendo-os por uma capa


metálica (por exemplo, uma folha de alumínio) ou colocando-os no interior de uma rede
metálica.

Esta proteção constitui uma blindagem eletrostática.

Rede metálica num cabo coaxial.


Campo elétrico num condutor em equilíbrio eletrostático

A distribuição de carga à superfície de um condutor em


equilíbrio eletrostático não é, em geral, uniforme. A carga
tende a aglomerar-se nas regiões mais pontiagudas do
condutor, havendo aí mais carga por unidade de área.

Se um corpo possuir extremidades muito afiadas, o


Carga tende a acumular-se nas regiões
campo elétrico será aí muito intenso, podendo até onde a superfície é mais pontiaguda.
provocar uma descarga elétrica.

Chama-se a este fenómeno o efeito das pontas ou o poder das pontas.


Campo elétrico num condutor em equilíbrio eletrostático

O efeito das pontas dos condutores tem uma aplicação muito prática: os para-raios,
que protegem os edifícios das descargas elétricas quando há trovoadas.

Para-raios e descarga elétrica na atmosfera.


Questões (Resolução)

O condutor da figura, carregado negativamente, está em equilíbrio eletrostático.


E
- - -
-
- - - -- - A ⃗
𝐸A
-- --
B - D ---
-
⃗ - -
𝐸B -
-
- -
- - -
C
1. Desenhe a distribuição de cargas no condutor.

2. Represente o vetor campo elétrico em A e em B.

3. Indique um ponto onde o campo elétrico seja nulo. Ponto D

4. Indique o ponto onde é mais provável que ocorra uma descarga elétrica. Ponto A

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