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Crise de 1929
Deposição de Washington Luís, em 1930, e Getúlio Vargas sobe
à presidência.
Publicou:
• Caetés (1933), em que relata o amor entre o narrador João Valério
e Luísa, em Palmeira dos Índios.
• São Bernardo (1934), cujo protagonista e narrador, homem bruto
de origem humilde, ascende socialmente e a qualquer custo.
• Angústia (1937), em que explora a vida do narrador-personagem
Luís da Silva, um funcionário público frustrado.
AGLIBERTO LIMA/AE
da ANL.
I. As obras realistas do século XIX (em particular os romances de Machado de Assis) retratam a burguesia rica, enquanto os
romances de Graciliano Ramos retratam apenas os retirantes vítimas da seca.
II. No século XIX, o realismo tem preferência pela temática do adultério feminino e do triângulo amoroso, tema este que não é
central nas obras da geração de 30, que se preocupa mais com a desigualdade social.
III. Os romances machadianos são urbanos; as obras de Graciliano Ramos retratam, em geral, os ambientes rurais do
Nordeste.
IV. No realismo do século XIX, as personagens, em geral, são mesquinhas, vis e medíocres. Já na ficção realista dos anos 30,
as personagens são, sobretudo, produtos de um meio social adverso e injusto.
Está(ão) correta(s)
a) apenas I, II e III.
b) apenas I, II e IV.
c) apenas II, III e IV.
d) apenas III e IV.
e) todas.
RESPOSTA: C
Fabiano estava silencioso, olhando as imagens e as velas acesas, constrangido na roupa nova, o pescoço esticado, pisando
em brasas. A multidão apertava-o mais que a roupa, embaraçava-o. De perneiras, gibão e guarda-peito, andava metido numa
caixa, como tatu, mas saltava no lombo de um bicho e voava na catinga. Agora não podia virar-se: mãos e braços
roçavam-lhe o corpo. (...) Evidentemente as criaturas que se juntavam ali não o viam, mas Fabiano sentia-se rodeado de
inimigos, temia envolver-se em questões e acabar mal a noite. Soprava e esforçava-se inutilmente por abanar-se com o
chapéu. Difícil mover-se, estava amarrado. Lentamente conseguiu abrir caminho no povaréu, esgueirou-se até junto da pia de
água benta, onde se deteve, receoso de perder de vista a mulher e os filhos (...) Distinguiu o cocó de sinha Vitória, que se
escondia atrás de uma coluna. Provavelmente os meninos estavam com ela. A igreja cada vez mais se enchia. Para avistar a
cabeça da mulher, Fabiano precisava estirar-se, voltar o rosto. E o colarinho furava-lhe o pescoço. As botinas e o colarinho
eram indispensáveis. Não poderia assistir à novena calçando alpercatas, a camisa de algodão aberta, mostrando o peito
cabeludo. Seria desrespeito. Como tinha religião, entrava na igreja uma vez por ano. E sempre vira, desde que se entendera,
roupas de festa assim: calça, paletó engomados, botina de elástico, chapéu de baeta, colarinho e gravata. Não se arriscaria a
prejudicar a tradição, embora sofresse com ela. Supunha cumprir um dever, tentava aprumar-se. Mas a disposição esmorecia:
o espinhaço vergava, naturalmente, os braços mexiam-se desengonçados.
Comparando-se aos tipos da cidade, Fabiano reconhecia-se inferior. Por isso desconfiava que os outros mangavam dele.
Fazia-se carrancudo e evitava conversas. Só lhe falavam com o fim de tirar-lhe qualquer coisa. (...)