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Espaço confinado

Você sabia?

 Infelizmente, o Brasil é um dos países que mais sofrem


com acidentes de trabalho, ocupando a quarta colocação no
ranking mundial. Dessa forma, é possível afirmar que esse
cenário de perigo ocupacional está presente em vários
segmentos industriais, ou seja, independe da natureza do
serviço. Nesse contexto, um bom exemplo de tarefa que
representa grande risco para os colaboradores em questão é o
trabalho em espaço confinado.
Afinal o que é um espaço confinado?

 Segundo a NR 33 Espaço Confinado é qualquer área ou


ambiente não projetado para ocupação humana contínua, que
possua meios limitados de entrada e saída, cuja ventilação
existente é insuficiente para remover contaminantes ou onde
possa existir a deficiência ou enriquecimento de oxigênio.
Sendo assim, muitos
trabalhadores realizam suas
atividades profissionais em 
espaços confinados. Entre os
mais comuns, destacamos:
. silos;
. tanques;
. caixas-d’água;
. esgotos;
. reservatórios;
. tubulações;
. caixas subterrâneas;
. biodigestores e galerias;

Limpeza de caixa d’água Limpeza de esgoto


• Em relação às áreas confinadas, a norma específica é a NR 33. Entre essas
determinações, está também a obrigatoriedade quanto ao fornecimento e à fiscalização
do uso de Equipamentos de Proteção Individual (EPIs) e Coletiva (EPCs). Para um
colaborador que atua em um espaço confinado, os seguintes EPIs são essenciais:
cinturão de segurança;
tripé, guincho resgatador e manual;
equipamentos auxiliares para resgate (polia, ascensor, descensor e mosquetão);
capacete de segurança;
respirador;
luvas de segurança;
calçado fechado.
Todos os trabalhadores autorizados, Vigias e Supervisores de Entrada devem receber
capacitação periódica ou mais conhecida como Reciclagem a cada 12 meses, com carga
horária mínima de 8 horas.
A capacitação inicial dos trabalhadores autorizados e Vigias deve ter carga horária
mínima de dezesseis horas, ser realizada dentro do horário de trabalho, com conteúdo
programático de:
a) definições;
b) reconhecimento, avaliação e controle de riscos;
c) funcionamento de equipamentos utilizados;
d) procedimentos e utilização da Permissão de Entrada e Trabalho; e
e) noções de resgate e primeiros socorros
A capacitação dos Supervisores de Entrada deve ser realizada dentro do
horário de trabalho, com conteúdo programático estabelecido no subitem
33.3.5.4 da NR 33, acrescido de:
a) identificação dos espaços confinados;
b) critérios de indicação e uso de equipamentos para controle de riscos;
c) conhecimentos sobre práticas seguras em espaços confinados;
d) legislação de segurança e saúde no trabalho;
e) programa de proteção respiratória;
f) área classificada; e
g) operações de salvamento.
Todos os Supervisores de Entrada devem receber capacitação
específica, com carga horária mínima de quarenta horas para a
capacitação inicial.
Quais são os principais riscos do trabalho em espaço
confinado?

Além da ventilação insuficiente e de seus resultados, o confinamento


envolve outros riscos aos trabalhadores. Vamos conhecer os principais.
 Alagamento
Alguns desses profissionais exercem suas atividades em tubulações,
adutoras e caixas-d’água. Embora, na maioria das vezes, tudo ocorra de
acordo com as expectativas e o planejamento, rompimentos ocasionais
podem alagar o local e, até mesmo, colocar em risco a vida desses
trabalhadores.
• Asfixia
A asfixia acontece por mais de um motivo. Grande parte das vezes, ambientes
confinados não têm a ventilação adequada e, por isso, podem não dispersar
elementos tóxicos presentes no ar.
• Soterramento
Alguns tipos de obras e o exercício de determinadas atividades laborais
envolvem, inevitavelmente, o risco de soterramento. É o caso da construção
civil, do trabalho com mineração e do soterramento por grãos.
Áreas mais propensas ao desabamento devem ser devidamente escoradas.
Além disso, deve haver uma sinalização, alertando os funcionários a
permanecerem longe daquela área, a menos que a presença ali seja realmente
necessária e após a devida análise de perigos.

• Explosões e incêndios
Também se enquadram entre os principais riscos aos
trabalhadores em espaços confinados. Nesse sentido,
algumas construções e atividades subterrâneas utilizam
explosivos na execução do serviço. 
Temperaturas extremas
Em alguns casos, o trabalhador submetido às atividades em confinamento encontra outras
situações adversas, como temperaturas extremas. Como por exemplo os  33 mineiros do Chile
que em 5 de agosto de 2010 após um desmoronamento da mina em que trabalhavam ficaram 69
dias soterrados em um local com 40°C.
Quando a temperatura é alta, ela pode causar alterações fisiológicas que colocam o profissional
em risco. Alterações no batimento cardíaco, aumento da temperatura do corpo seguido de
síncope de calor e desequilíbrio hídrico (desidratação) e de eletrólitos estão entre os resultados
mais comuns.
Por outro lado, trabalhadores submetidos ao frio podem apresentar problemas dermatológicos,
ou nas extremidades dos membros superiores e inferiores, e hipotermia. A exposição prolongada
também gera problemas crônicos.
Outros riscos... 

O trabalho em confinamento oferece, ainda, outros riscos, conforme a listagem a seguir:


 infecções por agentes biológicos;
 engolfamento;
 choques elétricos;
 esmagamentos;
 queimaduras;
 intoxicações por substâncias químicas;
 presença de animais peçonhentos ou infectados.
Quais são as medidas a serem tomadas antes de iniciar o
trabalho em espaços confinados?

 Os trabalhos nesses espaços confinados, expõe o trabalhador a diversos riscos como citados


anteriormente. Diante disso, a norma regulamentadora NR 33, prevê uma série de medidas, que
precisam ser tomadas, antes do início dos trabalhos a fim de evitar acidentes no ambientes de
trabalho, que podem ser riscos físicos, químicos, biológicos, mecânicos e ergonômicos.
Conhecendo qual ou quais desses riscos o trabalhador está exposto, é fundamental que se
designe os equipamentos de proteção individual e coletivos necessários para a devida segurança
no espaço.
Permissão de Entrada e Trabalho – PET 

Permissão de Entrada e Trabalho – PET 


A Norma regulamentadora, no seu anexo III, NR 33, exige que, para a realização de trabalho em
espaço confinado, seja emitida uma Permissão de Entrada e Trabalho (PET), que é um documento
que estabelece algumas medidas administrativas a serem tomadas e que garantam condições
adequadas para o trabalho e algumas medidas de segurança.
 A PET deve ser emitida pelo responsável pela segurança do trabalho, antes do início das
atividades, devendo ser uma PET para cada etapa do trabalho. É proibido por lei os trabalhos em
espaços confinados sem a emissão da permissão.
Disponibilização de equipe de resgate

Ainda com todas as medidas citadas anteriormente, existe a possibilidade de


ocorrer algum acidente, por fatores que, algumas vezes, são imprevisíveis.
Diante disso, é necessário que a empresa disponibilize equipes de resgate,
tanto para emergências internas e primeiros-socorros quanto para que esteja
de prontidão a efetuar resgates mais complicados. 
Esses profissionais precisam ser devidamente treinados e ter certificação
para executar esse tipo de trabalho.  
Antes de iniciar que segurança vem em primeiro
lugar.

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