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M8 Módulo 8 – A Cultura da Gare

Ana Lídia Pinto


Fernanda Meireles
Manuela Cernadas Cambotas
George Seurat, Um Domingo à Tarde na Ilha da Grande Jatte, óleo sobre tela, 207 x 308 cm
(Art Institute de Chicago, EUA)
M8 Um Domingo à Tarde na Ilha da Grande Jatte (Grande Taça)

Georges Seurat (1859-1891), o seu


autor, iniciou os trabalhos para esta
grandiosa obra no verão de 1884,
visitando o local e executando cerca de
60 estudos preparatórios: 34 pinturas e
26 desenhos.
A maior parte dos estudos foi feita
diretamente do natural e à maneira
impressionista.
Esses estudos depois foram trabalhados
em ateliê.

Objetivos:
• o uso da matemática, da luz e da cor,
na pintura, longe da “sujidade”
impressionista;
• fazer evoluir o Impressionismo para
algo mais rigoroso, que pusesse em
prática as modernas teorias científicas
sobre a luz e a cor.
M8 Estudo do cenário

Apontamentos ao ar livre
Os estudos
Para executar feitos no local, obra,
esta majestática geralmente em pequenos
Seurat começou
cartões
por de otransportar
estudar “cenário” no bolso, são
da mesma, registos rápidos,
despojando-o
intuitivos,
das captados
personagens e docom motivo
“ruído” à vista.
à sua volta,Em pinceladas
e pondo
soltas
à vistade coressuporte
o seu puras, o“tridimensional”,
pintor vai registando as formas
depurado,
segundo
limpo o instanteem
e construído luminoso, à maneira impressionista.
perspetiva.
Do Impressionismo ao Neoimpressionismo:
M8 A senhora do macaco
M8 A técnica neoimpressionista
Seurat aprendeu com Rood (1831-1902), pintor
impressionista dos EUA, e com o físico Chevreul, a
teoria das cores.
• Os cientistas afirmaram que as cores chegam aos
nossos olhos como luz em diferentes comprimentos
de onda e que se misturavam na retina do
observador.
• Seurat concluiu que, para obter uma cor mais
luminosa, não deveria fazer a mistura dos
pigmentos na paleta nem na tela, mas sim
justapostos.
• O pontilhismo/divisionismo foi a técnica que
Seurat encontrou para obter cores mais luminosas,
ou seja, com maior vibração cromática.
• Decisiva nesta teoria foi a distinção feita,
posteriormente, entre: a COR-LUZ, mistura aditiva
da cor, da refração prismática estudada por Newton,
Seurat, La Parade (detalhe), 1888,
e a mistura subtrativa da COR-
óleo sobre tela, 149,9 x 99,7 cm na obra completa
(Metropolitan Museum, Nova Iorque, EUA) -PIGMENTO, que é menos luminosa.
A Grande Jatte: descrição de um quadro com
M8 muitas cenas, segundo Jules Christophe (1840-1929)

Sob as árvores, perto de nós, passeiam as


pessoas, algumas pescam, outras sentam-se na
relva ou estiram-se indolentemente na relva.

“Vemos jovens raparigas, uma ama e uma avó


“Numa tarde, sob um brilhante céu velha,
dedebaixo
verão, de um chapéu
vemos de sol,luzirradiando
em plena do dia o
dignidade.”
cintilante Sena, as elegantes vivendas na margem oposta, pequenos barcos a vapor,
barcos à vela e barcos a remos deslizando suavemente pela água.”
A Grande Jatte: descrição de um quadro com
M8 muitas cenas, segundo Jules Christophe (1840-1929)

“Um remador está preguiçosamente deitado na


relva, fumando cachimbo, com as pernas
parcialmente ao sol.” “Um cachorrinho violeta-escuro fareja a
“Uma jovem mãe leva pela mão a sua
relva,
pequena filha de vestido azul com um cinto
uma borboleta vermelho-fúcsia voa.”
cor de salmão. [...] Dois soldados da
Academia estão de pé perto da água.”
A Grande Jatte: descrição de um quadro com
M8 muitas cenas, segundo Jules Christophe (1840-1929)

“Um jovem janota estende o braço à sua


acompanhante, também ela muito janota,
enquanto leva preso por uma trela amarela um
macaco de cor púrpura-ultramarina.”
Do Impressionismo ao Neoimpressionismo
M8 Semelhanças e diferenças
M8 A linguagem plástica

Perspetiva construída
de modo clássico
Contrastes de luz
e sombra

Formas sólidas
de recorte nítido

Uso de cores complementares


Figuras imóveis,
congeladas no tempo

Pincelada pontilhista
e divisionista
M8 Organização espacial: estrutura do retângulo
M8
M8 A obra de Seurat

“Para Seurat, a obra tem uma


entidade própria, livre da escravidão
da representação fidedigna da
realidade.

Isso é demonstrado no tratamento


geométrico das figuras, construídas
a partir do cone e do cilindro, e na
inclusão de alguns elementos
contraditórios, como o vento do rio
que, num reduzido espaço, sopra em
direções opostas.
Igualmente surpreendente é a
elaboração do espaço: é negada a
aparência de que obedece a uma
perspetiva renascentista tradicional se
se observa a diminuição das
personagens do primeiro plano da
direita para a esquerda.”
Lopèz Blázquez, Seurat, Madrid: Editora Globus,
coleção A Era dos Impressionistas, 1995

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