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Palestra ITR

Imposto sobre a Propriedade

Territorial Rural (ITR)

1
Tópicos

1) Imóvel Rural pelo ITR


2) Imunidade e Isenção
3) Fato gerador, Contribuinte e Domicílio
4) Apuração do Imposto
5) SIPT e VTN
6) Principais Infrações

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Imóvel rural

Área contínua, formada de uma ou mais


parcelas de terras, do mesmo titular, localizada
na zona rural do município, ainda que, em
relação a alguma parte da área, o declarante
detenha apenas a posse.
Área total do prédio rústico, mesmo que
fisicamente dividida por rua, estrada, rodovia,
ferrovia ou por canal ou curso d`água.
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Imóvel Dispensado da Apuração

IMUNE ou ISENTO

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Imunidade

- Pequena gleba rural:


=> explorada pelo proprietário, titular do domínio útil ou
possuidor a qualquer título, que não possua qualquer
outro imóvel, rural ou urbano;
=> área igual ou inferior a:
- 100 ha: Amazônia Ocidental ou Pantanal;
- 50 ha: Amazônia Oriental ou Polígono das Secas;
- 30 ha: demais municípios.

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Imunidade

Os imóveis rurais da União, dos Estados, do Distrito


Federal e dos Municípios e também os de autarquias e
fundações instituídas e mantidas pelo Poder Público
quando vinculados às finalidades essenciais das
entidades neles mencionadas;
Os imóveis rurais de instituições de educação e de
assistência social, sem fins lucrativos quando
vinculados às finalidades essenciais das entidades
neles mencionadas.
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Isenção
São isentos do ITR, desde que atendidas as condições estabelecidas
em lei:
I - o imóvel rural compreendido em programa oficial de reforma
agrária, caracterizado pelas autoridades competentes como
assentamento;
II - o conjunto de imóveis rurais de um mesmo proprietário, titular
do domínio útil ou possuidor a qualquer título, cuja área total em
cada região observe o respectivo limite da pequena gleba rural; e
III - os imóveis rurais oficialmente reconhecidos como áreas
ocupadas por remanescentes de comunidades de quilombos que
estejam sob a ocupação direta e sejam explorados, individual ou
coletivamente, pelos membros destas comunidades.

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Perda da Imunidade ou Isenção

Perde a imunidade a pequena gleba rural,


quando explorada por contrato de
arrendamento, comodato ou parceria;

Perde a isenção o imóvel que seja


explorado por contrato de
arrendamento, comodato ou parceria.

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Fato Gerador do ITR

O fato gerador do ITR é a propriedade, o


domínio útil ou a posse (inclusive por
usufruto) de imóvel por natureza, localizado
fora da zona urbana do município, em 1º de
janeiro de cada ano.

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Contribuinte

Pessoa física ou jurídica que, em relação ao


imóvel rural, seja:
- proprietária;
- titular do domínio útil;
- possuidora a qualquer título.

Obs: O arrendatário, o comodatário


e o parceiro não são contribuintes
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Domicílio Tributário
O domicílio tributário do contribuinte é o município de
localização do imóvel, vedada a eleição de qualquer outro.
O imóvel que pertencer a mais de um município deverá ser
enquadrado no município onde fique a sede do imóvel e, se esta
não existir, será enquadrado no município onde se localize a
maior parte do imóvel.
O contribuinte pode indicar endereço diferente do domicílio
tributário somente para fins de intimação ou de qualquer outro
ato de comunicação, e o endereço indicado valerá somente para
esse efeito até ulterior alteração.

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Área Total do Imóvel

Situação existente na data da efetiva entrega da DITR.


A Área Total do Imóvel compõe-se de:
I - áreas não tributáveis;
II - áreas tributáveis:
a) áreas aproveitáveis:
- utilizadas pela atividade rural;
- não utilizadas pela atividade rural;
b) áreas ocupadas por benfeitorias úteis e necessárias à
atividade rural, exceto as empregadas diretamente na
exploração de atividade granjeira ou aquícola.
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Distribuição da Área do Imóvel

Aproveitável Utilizada
Tributável Não-utilizada
Total Benfeitorias

Não-tributável

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Áreas não-tributáveis

I - de preservação permanente;
II - de reserva legal;
III - de Reserva Particular do Patrimônio Natural (RPPN);
IV - de interesse ecológico, assim declaradas mediante ato do órgão
competente, federal ou estadual, que sejam:
a) destinadas à proteção dos ecossistemas e que ampliem as restrições de
uso previstas para as áreas
de preservação permanente e de reserva legal; e
b) comprovadamente imprestáveis para a atividade rural.
V - de servidão ambiental;
VI - cobertas por florestas nativas, primárias ou secundárias em estágio
médio ou avançado de regeneração;
VII - alagadas para fins de constituição de reservatório de usinas
hidrelétricas autorizada pelo Poder Público. 14
Áreas não-tributáveis

Para exclusão das áreas não tributáveis da incidência do ITR


é necessário que o contribuinte apresente o Ato Declaratório
Ambiental (ADA) ao Instituto Brasileiro do Meio Ambiente
e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama), a cada
exercício, nos prazos fixados por este órgão, e que as áreas
assim declaradas atendam ao disposto na legislação
pertinente.
O contribuinte cujo imóvel rural já esteja inscrito no Cadastro
Ambiental Rural (CAR), deverá informar na DITR o
respectivo número do recibo de inscrição.
OBS.: A informação do CAR não elimina a obrigatoriedade do
ADA
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Área Tributável

A Área Tributável é obtida pela exclusão


das Áreas não tributáveis da Área Total do
Imóvel.
A Área Tributável = Área Total – Área Não Tributável

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Benfeitorias

Podem ser declaradas como ocupadas por benfeitorias úteis e


necessárias destinadas à atividade rural as áreas com:
I - casas de moradia, galpões para armazenamento, banheiros
para gado, valas, silos, currais, açudes e estradas internas de
acesso;
II - edificações e instalações destinadas a atividades
educacionais, recreativas e de assistência à saúde dos
trabalhadores rurais;
III - instalações de beneficiamento ou transformação da
produção agropecuária e de seu armazenamento; e
IV - outras instalações que se destinem a aumentar ou facilitar o
uso do imóvel rural, bem assim a conservá-lo ou evitar que ele
se deteriore. 17
Área Aproveitável

Área Aproveitável é obtida através da


exclusão das Benfeitorias úteis e
necessárias destinadas à atividade rural da
Área Tributável.
Área Aproveitável = Área Tributável – Benfeitorias
Obs: As áreas ocupadas com benfeitorias, construções e
instalações empregadas diretamente na exploração de
atividade granjeira ou aquícola não são excluídas da
área aproveitável, por serem consideradas áreas
utilizadas pela atividade rural.
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Área Utilizada

Área Utilizada é a porção da área aproveitável do


imóvel que, no ano anterior ao de ocorrência do fato
gerador do ITR, tenha:
I - sido plantada com produtos vegetais, inclusive com
reflorestamentos de essências exóticas ou nativas
destinadas ao corte, ou permanecido em descanso
para a recuperação do solo, desde que por
recomendação técnica expressa de profissional
legalmente habilitado, constante de laudo técnico;

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Área Utilizada

II - servido de pastagem, nativa ou plantada,


observados, quando aplicáveis, os índices de lotação
por zona de pecuária, ou sido ocupada com
pastagens ainda em formação;
III - sido objeto de exploração extrativa, observados,
quando aplicáveis, os índices de rendimento por
produto e a legislação ambiental;
IV - servido para a exploração de atividade granjeira
ou aquícola;

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Área Utilizada

V - sido objeto de implantação de projeto técnico, nos termos


do art. 7º da Lei nº 8.629, de 25 de fevereiro de 1993,
desde que atendidas as condições previstas na legislação;
VI - comprovadamente se situado em área de ocorrência de
calamidade pública, decretada pelo Poder Público local no
ano anterior ao de ocorrência do fato gerador do ITR e
reconhecida pelo Governo Federal, da qual tenha resultado
frustração de safras ou destruição de pastagens; e
VII - sido oficialmente destinada à execução de atividades de
pesquisa e experimentação que objetivem o avanço
tecnológico da agricultura.

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Área Não Utilizada

Qualquer outra porção da Área Aproveitável que não se


enquadrar nos critérios de utilização será considerada
Área Não Utilizada.

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Grau de Utilização

O Grau de Utilização (GU) é a relação entre a


Área Utilizada e a Área Aproveitável
GU = Área Utilizada x 100
Área Aproveitável
O GU será levado a uma tabela para de acordo
com a área total do imóvel encontrar a
ALÍQUOTA que será utilizada no cálculo do
imposto
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Alíquota

Área total do imóvel Grau de Utilização (GU) em %


(em hectares) maior maior que maior que maior que até
que 80 65 até 80 50 até 65 30 até 50 30
até 50 0,03 0,20 0,40 0,70 1,00
maior que 50 até 200 0,07 0,40 0,80 1,40 2,00
maior que 200 até 500 0,10 0,60 1,30 2,30 3,30
maior que 500 até 1000 0,15 0,85 1,90 3,30 4,70
maior que 1000 até 0,30 1,60 3,40 6,00 8,60
5000
acima de 5000 0,45 3,00 6,40 12,00 20,00
Se Área Aproveitável = 0 => Alíquota para GU > 80%.
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Valor da Terra Nua (VTN)

1º de janeiro do ano de ocorrência do fato gerador

Valor de mercado do imóvel


( - ) construções, instalações e melhoramentos;
( - ) culturas permanentes e temporárias;
( - ) pastagens cultivadas e melhoradas;
( - ) florestas plantadas.
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Valor da Terra Nua Tributável

Área Tributável
VTNt = VTN x Área Total

Se Área Tributável = 0 => ITR = R$ 10,00

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Imposto Devido

Imposto Calculado = VTNt x alíquota

Imposto Devido = Maior entre imposto


calculado e imposto mínimo (R$ 10,00)

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Exemplo de Cálculo do Imposto

Área total do imóvel = 10.000 ha


Área não tributável (Res.Legal, Pres. Perm.) = 2.500
ha
Área Tributável = 10.000 – 2.500 = 7.500
Benfeitorias = 100 ha
Área Aproveitável = 7.500 – 100 = 7.400
Área Utilizada = 4.958 ha
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Exemplo de Cálculo do Imposto

Área Total do Imóvel = 10.000 ha


Área Aproveitável = 7.400 ha e Área Utilizada = 4958 ha
Grau de Utilização = 4958/7400 = 67 %

Alíquota = 3%
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Exemplo de Cálculo do Imposto

Área total do imóvel = 10.000 ha


Área Tributável = 7.500
VTN = 220.000,00 (valor apurado em Laudo/SIPT)
VTNt = 220 mil x 7500 / 10000 = R$165 mil
Imposto = 3% x 165.000,00 = R$4.950,00

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SIPT (Sistema de Preços de Terras)

Portaria SRF nº 447, de 28 de março de 2002


Art. 1º Fica aprovado o Sistema de Preços de Terras (SIPT) em
atendimento ao disposto no art. 14 da Lei nº 9.393, de 1996, que
tem como objetivo fornecer informações relativas a valores de
terras para o cálculo e lançamento do Imposto Territorial Rural
(ITR).

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SIPT (Sistema de Preços de Terras)

Lei nº 9.393, de 19 de dezembro de 1996


Art. 14. No caso de falta de entrega do DIAC ou do DIAT, bem como de
subavaliação ou prestação de informações inexatas, incorretas ou
fraudulentas, a Secretaria da Receita Federal procederá à
determinação e ao lançamento de ofício do imposto, considerando
informações sobre preços de terras, constantes de sistema a ser por
ela instituído, e os dados de área total, área tributável e grau de
utilização do imóvel, apurados em procedimentos de fiscalização.
§ 1º As informações sobre preços de terra observarão os critérios
estabelecidos no art. 12, § 1º, inciso II da Lei nº 8.629, de 25 de
fevereiro de 1993, e considerarão levantamentos realizados pelas
Secretarias de Agricultura das Unidades Federadas ou dos
Municípios.

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SIPT (Sistema de Preços de Terras)
Desde a edição da IN 1562/2015 o SIPT é alimentado pelas
informações de VTN recebida dos municípios na forma
daquele dispositivo.
Art. 3º As informações deverão ser fornecidas pelos
municípios e Distrito Federal, anualmente, até o último dia
útil de julho de cada ano e devem refletir o preço de mercado
da terra nua, apurado em 1º de janeiro do ano a que se
referem.
§ 5º As informações sobre VTN fornecidas à RFB deverão
ser publicadas no endereço eletrônico da administração
municipal ou distrital na internet ou, na sua ausência, em
dependência da Unidade Administrativa, franqueada ao
público. 33
SIPT (Sistema de Preços de Terras)
§ 7º Para os entes previstos no caput que não optaram por
exercer as atividades de fiscalização e arrecadação do
Imposto sobre a Propriedade Territorial Rural (ITR), na
forma prevista no inciso III, § 4º, art. 153 da Constituição
Federal, a não apresentação das informações no prazo
descrito no caput e no § 1º poderá resultar em arbitramento
dos valores do VTN dos imóveis localizados em sua
jurisdição por parte da RFB.
Obs.: No Estado de Mato Grosso do Sul a quase totalidade
dos municípios aderiram ao convênio para exercer as
atividades de fiscalização e arrecadação do Imposto sobre a
Propriedade Territorial Rural (ITR)
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Principais Infrações

 Aumento irreal da Área Não Tributável


Áreas não escrituradas, falta de ADA, etc.
 Aumento irreal do Grau de Utilização (GU)
Quantidade de cabeças/ha, área de plantação, etc
 Subvalorização do VTN
Valor da Terra Nua abaixo do mercado.

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Palestra ITR

Imposto sobre a Propriedade

Territorial Rural (ITR)

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