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PARNASIANISMO
PARNASIANISMO
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FILOS0FIA
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O que você deverá saber ao final deste estudo?
O que foi o Parnasianismo;
Por que o projeto literário do Parnasianismo se define como
antirromântico;
Que características literárias assume a poesia parnasiana.
Na segunda metade do século XIX, em uma sociedade transformada
pelas descobertas da ciência e pela revolução das máquinas, a
razão toma o lugar dos sentimentos na produção literária. Na
poesia, o impacto dessa mudança é profundo. Depois de se
inspirarem por décadas nas emoções, os poetas passam a privilegiar a
perfeição da forma. Essa tendência deu origem a uma estética, o
Parnasianismo
Durante décadas, a poesia foi o espaço privilegiado para a
expressão das emoções humanas. Em nome da expressão de
sentimentos e dos estados de alma, os românticos haviam abandonado
os rigores formais na composição dos poemas. Este será o primeiro
aspecto a ser atacado pela reação antirromântica. Os poetas
parnasianos procuravam resgatar a visão da arte como sinônimo
de beleza formal alcançada por meio do trabalho cuidadoso e
detalhista. Nascia, assim, o Parnasianismo. Para esses poetas, a arte
não existe para a humanidade, para a sociedade ou para a moral, mas
para si mesma. A finalidade da arte seria, portanto, a própria arte.
O projeto literário do Parnasianismo
Arte pela arte;
Perfeição formal;
Olhar impessoal para o objetivo do poema.
O objetivo declarado dos poetas parnasianos era um só: devolver
a beleza formal à poesia, eliminando o que consideravam os
excessos sentimentalistas românticos que comprometeriam a
qualidade artística dos poemas. Na base deste projeto estava a
crença de que a função essencial da arte era produzir o belo. O
lema adotado pelos parnasianos - a arte pela arte - traduz essa
crença.
O modelo parnasiano
Os parnasianos adotam alguns princípios que orientam a seleção de temas e os
modelos literário a serem seguidos.
Opção por uma poesia descritiva: uso de imagens que apresentem de modo mais
imparcial fenômenos naturais e fatos históricos;
Preocupação com a técnica: o metro, o ritmo, a rima, todos os elementos devem
ser harmonizados de modo a contribuir para a perfeição formal;
Tentativa de manter uma postura imparcial diante do objeto do poema, para não
cometer o excesso sentimentalista dos românticos;
Resgate de temas da Antiguidade clássica (referências à mitologia e a
personagens históricas);
Defesa da “arte pela arte”: a poesia deveria ser composta como um fim em si
mesma e busca da palavra exata que, muitas vezes, beirava o preciosismo.
Obs: O cuidado com a criação dos versos perfeitos definiu a estética parnasiana no
Brasil
Os parnasianos brasileiros
A primeira obra a incorporar, de fato, os princípios do projeto
parnasiano foi o livro Fanfarras, de Teófilo Dias, publicado em
1882, data associada ao início do Parnasianismo no Brasil.
Principais poetas:
Olavo Bilac;
Raimundo Correia;
Alberto de Oliveira;
Vicente de Carvalho.
Olavo Bilac, o poeta das estrelas.
Estrela maior do parnasianismo brasileiro, a popularidade de
Olavo Bilac está associada à grande capacidade de trabalhar as
palavras e criar versos inesquecíveis.
Tornou-se um mestre na arte de escrever sonetos, que aprendeu
estudando a obra dos grandes sonetistas portugueses: Bocage e
Camões. Abraçou o culto à forma como uma devoção, que
traduziu em versos no conhecido poema “Profissão de fé”,
publicado na abertura do livro Poesias. Nesse texto, o Bilac
registra o desejo de compor versos como ouvires cria joias de
incomparável rebuscamento e beleza.
Profissão de fé
[...]
Invejo o ourives quando escrevo: Por isso, corre, por servir-me,
Imito o amor Sobre o papel
Com que ele, em ouro, o alto relevo A pena, como em prata firme
Faz de uma flor. Corre o cinzel.
Imito-o. E, pois, nem de Carrara Corre; desenha, enfeita a imagem,
A pedra firo: A ideia veste:
O alvo cristal, a pedra rara, Cinge-lhe ao corpo a ampla roupagem
O ônix prefiro. Azul-celeste.
[...]
Disponível em https://contobrasileiro.com.br/profissao-de-fe-poema-de-olavo
-Bilac. Acesso em 04/12/2023.
Raimundo Correia: as imagens mais sugestivas.
Raimundo Correia apresentou-se como um parnasiano que não
submeteu sua sensibilidade à devoção da forma. Embora tenha
abraçado a ideia da perfeição formal, seus sonetos exploram a
força das imagens sugestivas, fazendo com que o autor auxilie
entre a descrição e a sugestão.
As pombas
Vai-se a primeira pomba despertada...
Vai-se outra mais... mais outra... enfim dezenas
Das pombas vão-se dos pombais, apenas
Raia sanguínea e fresca a madrugada.
"Espera ao menos que desponte a aurora! Sobre o teu colo deixa-me a cabeça
Tua alcova é cheirosa como um ninho... Repousar, como há pouco repousava...
E olha que escuridão há lá por fora! Espera um pouco! deixa que amanheça!"
Como queres que eu vá, triste e sozinho,
Casando a treva e o frio de meu peito — E ela abria-me os braços. E eu ficava.
Publicado no livro Poesias (1902). Poema integrante da série Alma Inquieta.
Ao frio e à treva que há pelo caminho?! In: BILAC, Olavo. Poesias. Posfácio R. Magalhães Júnior. Rio de Janeiro:
Ediouro, 197