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Justa causa do

empregador:
rescisão indireta
Otavio Pinto e Silva
Faculdade de Direito – USP
Conceito
• Justa causa
• Todo ato faltoso grave, praticado por um dos
sujeitos do contrato de trabalho, que autoriza o
outro a rescindir o vínculo, sem ônus para o
denunciante

• Figuras de justa causa (atos faltosos graves)


• Art. 482 da CLT: EMPREGADO
• Art. 483 da CLT: EMPREGADOR
Requisitos

•1) Gravidade

•2) Atualidade (ou imediatidade)

•3) Causalidade
Figuras de justa causa
do empregador
• CLT, art. 483 - O empregado poderá
considerar rescindido o contrato e pleitear a
devida indenização quando:

• a) forem exigidos serviços superiores às suas


forças, defesos por lei, contrários aos bons
costumes, ou alheios ao contrato
Figuras de justa causa
do empregador
• b) for tratado pelo empregador ou por seus
superiores hierárquicos com rigor excessivo

• c) correr perigo manifesto de mal considerável

• d) não cumprir o empregador as obrigações


do contrato
Figuras de justa causa
do empregador
• e) praticar o empregador ou seus prepostos,
contra ele ou pessoas de sua família, ato
lesivo da honra e boa fama

• f) o empregador ou seus prepostos


ofenderem-no fisicamente, salvo em caso de
legítima defesa, própria ou de outrem
Figuras de justa causa
do empregador

• g) o empregador reduzir o seu trabalho, sendo


este por peça ou tarefa, de forma a afetar
sensivelmente a importância dos salários
Figuras de justa causa
do empregador

• CLT, art. 483, § 1º


• O empregado poderá suspender a prestação
dos serviços ou rescindir o contrato, quando
tiver de desempenhar obrigações legais,
incompatíveis com a continuação do serviço
Figuras de justa causa
do empregador

• CLT, art. 483, § 2º


• No caso de morte do empregador constituído
em empresa individual, é facultado ao
empregado rescindir o contrato de trabalho
Figuras de justa causa
do empregador

• CLT, art. 483, § 3º


• Nas hipóteses das letras "d" e "g", poderá o
empregado pleitear a rescisão de seu contrato
de trabalho e o pagamento das respectivas
indenizações, permanecendo ou não no
serviço até final decisão do processo
Empregado não é obrigado a trabalhar
após pedir rescisão indireta em ação
• A continuidade da prestação dos serviços após
formalizar pedido de rescisão indireta, seja pela
via judicial ou não, é uma faculdade do
trabalhador
• Seguindo esse entendimento, a 2ª Turma do
TST manteve decisão que afastou a dispensa
por justa causa por abandono de emprego de
uma garçonete que deixou de trabalhar para
requerer na Justiça rescisão indireta por falta
grave do empregador
Empregado não é obrigado a trabalhar
após pedir rescisão indireta em ação
• Apesar do indeferimento do pedido de rescisão
indireta, os ministros não aplicaram a justa
causa por entenderem que a atendente agiu
sem a intenção de abandonar o serviço
• A garçonete alegou o descumprimento do
contrato quanto a escalas e formas de
pagamento de salário, mas o juízo da 6ª Vara do
Trabalho de Goiânia negou sua pretensão de
sair do emprego em razão da conduta da
empresa
Empregado não é obrigado a trabalhar
após pedir rescisão indireta em ação
• Ao contrário, o juiz de 1ª instância reconheceu a
justa causa por abandono de serviço, conforme
pedido da empresa
• Segundo a sentença, essa é a consequência
quando não fica comprovada a rescisão indireta e
a trabalhadora se afasta das atividades sem o
objetivo de retornar
• Entendimento diverso teve o TRT da 18ª Região,
que afirmou não caber ao juiz substituir o
empregador no poder de direção
Empregado não é obrigado a trabalhar
após pedir rescisão indireta em ação

•Como a empresa não dispensou por conta


própria, e o interesse da garçonete em encerrar
o contrato ficou evidente com sua saída
voluntária, o TRT-18 concluiu que o fim da
relação de emprego ocorreu sem justo motivo
por iniciativa da atendente, sendo devidas as
verbas rescisórias correspondentes a um pedido
de demissão
Empregado não é obrigado a trabalhar
após pedir rescisão indireta em ação
• Relator no TST, o ministro José Roberto Freire
Pimenta explicou que o trabalhador pode se
afastar do serviço até que seja decidido seu
pedido de rescisão indireta por
descumprimento das obrigações do contrato
(artigo 483, parágrafo 3º, da CLT)
• A vontade de terminar o vínculo dessa forma
não se confunde com o abandono de emprego
Empregado não é obrigado a trabalhar
após pedir rescisão indireta em ação

• O abandono de emprego somente se


caracteriza pela ausência prolongada e
injustificada ao trabalho ou pela prova de que
teve início novo vínculo empregatício com
horários incompatíveis ao anterior
• RR-10076-33.2014.5.18.0013
FIM

Muito obrigado!
otavio@siqueiracastro.com.br

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