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Trabalho Na Era Vargas
Trabalho Na Era Vargas
TRABALHO NO
BRASIL DA
DITADURA
VARGAS
PREMISSAS PARA PENSAR O
OBJETIVO DA AULA
■ O que é o trabalho?
■ Como a Era Vargas tem lugar importante para pensarmos sobre o Brasil de hoje?
Devemos destacar, em especial, dois aspectos:
■ Aí a importância da História para olharmos o mundo. A História Oficial, aquela que nos
chega por meio da escola, dos livros didáticos, da televisão, quase sempre está
comprometida com a narrativa do Vencedor. Não se trata de simplesmente inventar o
mentir sobre o passado. Mas é na forma mesma de como se constrói a História. O
historiador, a partir do método histórico, contrapõe os fatos e os discursos dados como
reais. Carlos Alberto Vesentini, de forma brilhante, ao seguir os discursos enunciados
pelos vencedores de 1930, mostra como a memória construída pelos agentes do
processo se tornou a narrativa oficial, até mesmo para grandes quadros de intelectuais
marxistas.
CENSURA NA DITADURA VARGAS
■ Assim, tanto as regras legais como a ideologia política podem ser pensadas como
mecanismos organizadores do consentimento e controladores do conflito social, através
de formas diferenciadas do exercício da coesão e da coerção. Suas relações precisam ser
percebidas para que a própria configuração de um projeto político seja captada mais
perfeitamente dentro de determinada conjuntura. (Pág. 56)
Ideias-força
■ A preocupação com uma organização científica do trabalho podia ser sentida desde o
momento revolucionário, ainda em 1930. Ela se traduzira por duas grandes iniciativas:
as criações do Ministério do Trabalho, Indústria e Comércio e do Ministério da
Educação e Saúde. As medidas administrativas e legislativas levadas a efeito por esses
dois ministérios revelavam a cooperação necessária para a superação de todos os
problemas dos trabalhadores brasileiros. Tratava-se, de fato, de uma “concepção
totalista de trabalho”, atenta às mais diversas facetas da vida do povo brasileiro: saúde,
educação, alimentação, habitação etc. (Pág. 59)
A CONSTITUIÇÃO DE POLÍTICAS
PÚBLICAS
■ No primeiro deles, aquelas que implicassem a indenização da perda da saúde, isto é, da
capacidade de trabalho e de ganho, e que se traduziam pela atuação da previdência e da
assistência sociais. Nesse setor, destacava-se o papel dos diversos seguros sociais que
convergiam todos para um mesmo fim: “preservar a saúde do trabalhador, descobrir-lhe
as deficiências funcionais, restituir-lhe a capacidade de trabalho, retorná-lo à vida
normal, readaptá-lo ao trabalho segundo as suas novas condições orgânicas ou garantir-
lhe uma invalidez menos infeliz e uma velhice mais despreocupada”. (Págs. 59-60)
A construção do homem novo
■ Nesse sentido, se o ano de 1942 fora o da “batalha da produção”, tendo como objetivo a
mobilização dos trabalhadores sob o lema “trabalho e vigilância — uma hora roubada
ao trabalho é uma hora roubada à pátria”, o ano de 1943 seria o do “trabalho e
sindicalização”. Tratava-se, explicitamente, de tornar o sindicato “a casa do
trabalhador”, e a criação do imposto sindical é, sem dúvida, a iniciativa-chave para
tornar realidade esse objetivo governamental.21 No caso, ele devia se traduzir tanto pelo
aumento do número de trabalhadores sindicalizados, quanto pelo aumento da freqüência
às sedes dos sindicados. A questão do associativismo do trabalhador brasileiro estava,
portanto, sendo pensada em conjunto com outras questões de imediato impacto material,
como as da moradia e alimentação, reconhecidas como fundamentais e responsáveis
pelas altas taxas de mortalidade e pela baixa produtividade da população brasileira.
(Pág. 62)
■ Por fim, uma política de proteção à família e ao trabalho — ao homem do presente e do
futuro — tinha que dar ênfase especial à educação. Só pelo ensino se poderia construir
um povo integral, adaptado à realidade social de seu país e preparado para servi-lo. A
intervenção do Estado Novo, fixando os postulados pedagógicos fundamentais à
educação dos brasileiros, tinha em vista uma série de valores dentre os quais o culto à
nacionalidade, à disciplina, à moral e também ao trabalho. (Pág. 63)
O Papel da Educação para construir o
homem novo...
■ A Escola Brasileira Nacionalizadora, adaptando-se às necessidades decorrentes da época
e respeitando os princípios fundamentais do Estado Nacional, tornou-se a Escola do
Trabalho, da iniciativa e da fortaleza moral. Ela não só adestra a mão do futuro operário,
como lhe educa o cérebro e fortalece o corpo (...). O trabalho na escola brasileira
constitui um verdadeiro sistema pedagógico (...). (Apud, pág. 63)
■ Constituindo um sistema pedagógico completo, o “trabalho” como ideal educativo
podia ser sintetizado na fórmula “aprender fazendo”, sendo implantado por medidas
como a adição dos trabalhos manuais nas escolas e a difusão e valorização do ensino
profissionalizante. O ano de 1942 é crucial nessa área de intervenção estatal. Ele
assinala tanto a grande reforma do ministro da Educação e Saúde, Gustavo Capanema,
pela qual o ensino secundário torna-se uma realidade no país, quanto a criação do
Serviço Nacional de Ensino Industrial (Senai), sob a égide do ministro do Trabalho,
Indústria e Comércio, Alexandre Marcondes Filho, e com total envolvimento
empresarial. Ensino secundário e ensino profissionalizante, não equiparáveis —
contrariando os desejos de educadores do grupo da Escola Nova —, traduziam uma
negociação difícil entre projetos educacionais, entre setores empresariais e entre esferas
de poder da burocracia do Estado. (Págs. 63—64)
O Papel da censura na cultura popular
■Malandro x trabalhador
A voz do Brasil
■ Tanto assistentes sociais quanto historiadores atuam nas brechas. Um, consolidando
políticas públicas inicialmente pensadas para contenção da massa, construção do
sentimento nacional e controle do Estado sob as organizações de trabalhadores. O outro,
refazendo uma história “a contra pêlo”, percebendo que se a História não for
libertadora, estaremos condenados na História do Herói.
■
O que temos de Vargas ainda hoje?