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Cabelos

Se adormecer nos teus cabelos


sonhos finos hei-de ter
Enroscado em teus novelos
minha cama vou tecer

Mar negro sobre coral


aqui durmo bem submerso
Abrigado do temporal
sereias cantam-me em verso

Seda em tons de magia


meu lençol perfumado
Vejo retalhos de orgia
neste manto ondulado

Como areia do deserto


deslizo duna acima
Meu sono é incerto
sinapses de pantomima

É cabelo ou são correntes?


forças só tenho para amar
Para mim não são diferentes
não me deixes é acordar

Nuno Viriato, 2005

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