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Humanos
As Implicações da Linguagem Pró-Homossexualismo nos Documentos das Nações
Unidas
Julio Severo
O sistema inteiro das leis de direitos humanos se baseia no fato de que cada ser
humano tem direitos inalienáveis por causa de sua dignidade intrínseca. Esses direitos
existem porque cada ser humano foi criado conforme a imagem de Deus. A origem dos
direitos humanos não está nos governos nem nas organizações internacionais, mas nas
leis de Deus.
1
“Um dos fenômenos mais preocupantes que está avançando hoje pode ser
descrito como o seqüestro sistemático dos direitos humanos para servir a
interesses especiais e promover agendas duvidosas de natureza política e, de
modo geral, secular”.
Muito embora na Europa a família e os valores cristãos tenham cada vez menos
proteção contra a hostilidade dos ativistas pró-homossexualismo, na América Latina a
família e os valores cristãos sempre tiveram direito a uma proteção acima dos grupos
de interesses especiais. Por vários anos, parecia que o avanço da ideologia gay no
sistema legal era um problema que afetava exclusivamente os Estados Unidos, o
Canadá e as nações da Europa, onde os militantes gays desafiam todas as leis que não
favorecem seu modo de vida. No entanto, talvez por causa da globalização cultural
geral, agora as leis e a cultura dos países da América Latina estão também sob
constante ataque dos mesmos grupos que estão avançando na Europa e na América do
Norte. Esses grupos estão tentando impor o homossexualismo como um direito humano
e corromper o significado da proteção da família e a liberdade religiosa.
2
Como conseqüência de sua perspectiva distorcida e devido à crescente influência da
ideologia gay e feminista, há uma tendência de manipular o significado objetivo dos
direitos humanos, colocando até mesmo o ato médico de provocar aborto e a prática do
homossexualismo como questão de direito humano fundamental! Na verdade, essas
ações são ataques diretos contra o conceito de direitos humanos. Se tiverem êxito,
essas distorções levarão a uma deturpação do sentido dos direitos humanos.
A resolução foi uma surpresa para o Congresso Nacional em Brasília, que só veio a
tomar conhecimento algum tempo depois que a delegação brasileira na ONU já a havia
apresentado. Foi também uma surpresa para os líderes evangélicos, pois antes das
eleições presidenciais Lula havia se comprometido, em reunião com importantes
pastores, a não deixar que seu governo promovesse questões ligadas ao aborto e ao
homossexualismo.1 Apesar disso, a delegação brasileira na ONU, que representa os
interesses e opiniões do governo brasileiro, tem defendido exatamente essas questões,
1
Conforme informação dada pelo Bispo Robson Rodovalho, que participou da reunião.
3
sob a linguagem cuidadosamente disfarçada de “direitos reprodutivos” e “orientação
sexual”.2
…em resposta à última pergunta sobre “quem autorizou aos representantes para
apresentar o Projeto de Resolução mencionado”, cabe assinalar que, além de a
Constituição Federal de 1988 dispor, em seu artigo 3º, inciso IV, que constitui
objetivo fundamental do Estado brasileiro “promover o bem de todos, sem
preconceitos de origem, raça, sexo, cor, idade e quaisquer outras formas de
discriminação”, e em seu artigo 4º orientar para que as relações internacionais
do Brasil sejam regidas, entre vários princípios norteadores, pela “prevalência
dos direitos humanos”, a política do Brasil em matéria de direitos humanos é
explicitamente favorável à promoção e proteção dos direitos das minorias.
(O texto em negrito foi salientado pelo editor.)4
2
Na questão do aborto, veja notícia no LifeSite Daily News de 3 de julho de 2003 sobre a delegação
brasileira na ONU. Veja também:
http://www.un.org/News/Press/docs/2003/wom1404.doc.htm
3
Requerimento de Informações nº 408, de 2003, do Dep. Elimar Máximo Damasceno, Câmara dos
Deputados, Brasília.
4
Ofício nº 34, do Ministério das Relações Exteriores, Brasília, datado de 11 de julho de 2003.
4
A resolução do governo brasileiro também diz: “Chama a todos os Estados para
promoverem e protegerem os direitos humanos, independente da orientação sexual”.
Essa ação será uma ameaça séria à liberdade religiosa, um direito humano fundamental
universalmente reconhecido. O Cristianismo e outras grandes religiões mundiais
consideram a conduta homossexual uma violação das leis de Deus. Assim, se a
resolução for aprovada na reunião da CDHONU de 2004, o direito à liberdade religiosa
será colocado em perigo e milhões de cristãos no mundo inteiro poderão sofrer
perseguição apenar por expressar suas convicções sobre a conduta homossexual e por
citar trechos da Bíblia que condenam os atos sexuais de homens que se relacionam
com homens. Mesmo sem a aprovação da resolução, já é praticamente impossível
tratar do problema da propagação da conduta homossexual sem sofrer, principalmente
por parte da imprensa liberal, acusações de homofobia (um termo inventado para
desanimar os que querem debater o problema com seriedade), intolerância e
extremismo religioso. No entanto, a promoção da conduta gay, principalmente entre os
homens, inevitavelmente promove a propagação de doenças atrozes.5
A resolução também declara: “Note-se a atenção dada à violação dos direitos humanos
na base da orientação sexual, por procedimentos especiais nos relatórios da Comissão
de Direitos Humanos, bem como no monitoramento a ser feito, e encoraja a CDHONU a
dar uma merecida atenção à matéria”.
A Comissão de Direitos Humanos da ONU não foi criada para apoiar os desejos e
condutas sexuais anormais de grupos de interesses especiais que promovem o
homossexualismo e não deveria gastar seu tempo implementando normas que vão
contra a liberdade religiosa e ameaçam a proteção da família natural da maioria
esmagadora das pessoas ao redor do mundo.
Não é surpresa para ninguém o fato de que entre os membros da CDHONU que
patrocinaram a resolução estão a Alemanha, Áustria, Bélgica, Canadá, França, Irlanda,
Liechtenstein, Grã-Bretanha e Suécia. Os outros países não membros da Comissão que
patrocinaram a resolução foram Dinamarca, Finlândia, Grécia, Itália, Luxemburgo,
Noruega, Holanda, Portugal e República Tcheca. Em contraste, nenhum país da
América Latina a patrocinou. Aliás, os países latino-americanos que haviam escolhido
não votar mudaram de posição e prometeram votar contra a resolução logo que
perceberam tudo o que está em jogo. O maior patrocinador da resolução brasileira foi o
governo canadense, que vem adotando uma posição radical favorecendo o
homossexualismo em seu próprio país. Em 2003 os tribunais canadenses decidiram
conceder a condição legal de casamento às uniões homossexuais.
5
The Religion & Society Report, novembro de 2003, p. 6.
5
homossexualismo da Europa e tal radicalismo desrespeita as leis e a cultura da maioria
das nações da América Latina.
É muito difícil de entender como um país grande como o Brasil, com sua imensa
população católica e evangélica, está liderando, como prioridade de sua política
externa, a invenção de direitos especiais para indivíduos que praticam o
homossexualismo. Muito embora os outros países da América Latina pudessem ver a
posição pró-homossexualismo do governo brasileiro como uma maneira totalmente
inovadora de tratar as questões de direitos humanos, essa posição, além de não ser
nova, não teve origem em nenhum país da América Latina. Há vários anos os países
moralmente decadentes da Europa Ocidental têm, sob a (o)pressão dos ativistas pró-
homossexualismo, promovido tais idéias e eles sempre buscaram influenciar os países
menos desenvolvidos. O atual governo brasileiro tem demonstrado sua disposição de
seguir e se adaptar a essas influências.
O Presidente Luiz Inácio Lula da Silva gosta de apresentar seu governo petista como
um governo socialista que favorece os interesses das nações menos desenvolvidas e
não aceita a influência da Europa e dos EUA. Apesar disso, não consegue deixar de
imitá-los. Propôs sua resolução de orientação sexual na ONU e, no próprio País, seus
camaradas petistas vêm adotando várias ações “inovadoras”: têm facilitado a
introdução de leis pró-homossexualismo e defendem vigorosamente políticas de ação
afirmativa com base em preferências raciais para as minorias. Assim, pela primeira vez
a sociedade brasileira vê um presidente agindo de um modo político totalmente novo.
Contudo, suas ações não são realmente novas nem tiveram origem no próprio Brasil.
Devido à (o)pressão de grupos de interesses especiais, as sociedades americanas e
européias conhecem há muitos anos tais experiências políticas. O que é interessante é
que na questão racial os defensores de ações afirmativas na Europa, no Canadá e nos
EUA são rápidos para indicar e condenar a escravidão dos brancos contra os negros no
passado e explorar tal situação para sua extrema vantagem política, mas o que é
estranho é que eles são igualmente rápidos para negligenciar, desculpar ou ocultar a
atual e passada escravidão violenta dos negros contra os negros nas próprias nações
da África, inclusive o atual Sudão. Portanto, a noção de ação afirmativa, conforme foi
inventada pelos grupos de interesses especiais nos países desenvolvidos e conforme é
imitada em países como o Brasil, é uma forma de opressão ideológica que acabará
levando a outras formas de opressão, inclusive dos ativistas pró-homossexualismo.
6
Ofício nº 34, do Ministério das Relações Exteriores, Brasília, datado de 11 de julho de 2003.
6
Ao defender a condição de direito humano para a conduta homossexual, o Brasil está
estimulando a redefinição do conceito de família, casamento e liberdade religiosa. A
linguagem de orientação sexual que o governo brasileiro propôs na ONU será a
ferramenta ideal para os ativistas pró-homossexualismo poderem promover
internacionalmente o casamento gay e um conceito relativo de família que inclui
homossexuais, transexuais e bissexuais formando uniões e adotando crianças. Se a
conduta homossexual for favorecida com tal proteção, a família natural se tornará mais
vulnerável e menos protegida contra as ações de grupos de interesses especiais,
inclusive os ativistas pró-homossexualismo. Todos eles querem provocar o
enfraquecimento e a ruína da família natural. Portanto, a resolução brasileira é um
ataque direto contra as igrejas evangélicas e católicas e seu direito à liberdade religiosa.
De acordo com essas religiões, a conduta homossexual é pecado e o casamento é
válido e legítimo somente entre um homem e uma mulher.
Tal mudança dará liberdade para os defensores mundiais da agenda gay defenderem o
comportamento gay e exigirem o casamento homossexual, a adoção de crianças e leis
de ação afirmativa. Então os praticantes do homossexualismo serão protegidos como
um grupo oprimido, e a proteção à conduta gay será reconhecida nas leis
internacionais. As leis de cada país, inclusive do Brasil, serão obrigadas a reconhecer a
força das leis internacionais.
7
A grande maioria da opinião pública internacional (principalmente na América Latina,
Oriente Médio, África, Ásia e EUA) apóia a posição de que a conduta homossexual não
deve receber privilégios mediante a condição de direitos humanos. Portanto,
precisamos lembrar aos ativistas pró-homossexualismo que de acordo com as leis da
natureza e as leis da maioria dos países, o casamento só é válido e legítimo entre
homens e mulheres e que o comportamento gay é um desejo e conduta anormal, não
um direito ou necessidade humana normal. Esse desejo e conduta levam muitos a uma
vida de solidão, depressão, doenças e a destruição das qualidades essenciais das
relações sexuais humanas.
Um pequeno grupo de indivíduos radicais não deveria ter espaço livre para recriar o
mundo todo e suas leis conforme a sua imagem. Pessoas no mundo inteiro deveriam
responder às necessidades de indivíduos oprimidos e escravizados pelos desejos e
práticas homossexuais de um modo compassivo, para ajudá-los a vencer seus vícios
sexuais. Precisamos também responder de maneira firme aos grupos extremistas que
querem impor as políticas gays na sociedade, pois a proteção dos direitos humanos
fundamentais da família, casamento e liberdade religiosa é infinitamente mais
importante do que proteger uma conduta sexual que é contra a natureza e uma séria
ameaça contra o bem-estar da família. Vale a pena lutar pela família. Vale a pena lutar
pela orientação sexual?
8
Não há dúvida de que nos preocupamos com a justiça. Justiça para as pessoas,
principalmente os jovens apanhados pela confusão sexual e atacados por dentro
e por fora pelas pressões para se entregarem a um modo de vida marcado pela
compulsão, solidão, depressão e doença. Justiça também pela integridade de
nossa vida pública, que exige que a verdade seja falada com sinceridade e os
desacordos sejam debatidos com cortesia. Finalmente, justiça para os milhões
de mães, pais e crianças, que precisam de todo o apoio que puderem conseguir
para sustentar agora e transmitir para o futuro a “tropinha” de amor e fidelidade
que a família foi criada para ser.
O objetivo da agenda gay é destruir a essência natural que Deus deu à família e ao
casamento. A luta pela justiça contra a imposição dessa agenda através de termos pró-
homossexualismo nos documentos nacionais e internacionais não se baseia no
preconceito, mas no conceito do amor e compaixão cristã. Baseia-se também na
responsabilidade de proteger a família natural e a liberdade religiosa no mundo inteiro
contra todos os tipos de ataques, inclusive dos grupos que querem promover direitos
especiais para a conduta homossexual através de um Cavalo de Tróia intitulado
“orientação sexual”.
Este artigo foi baseado no documento original WHY ''SEXUAL ORIENTATION'' IS NOT A
HUMAN RIGHT, escrito por Yuri Mantilla, a quem agradeço pela permissão especial
de utilizar sua preciosa pesquisa. Copyright 2004 Julio Severo. Proibida a
reprodução deste artigo sem a autorização expressa de seu autor. Julio Severo é
autor do livro O Movimento Homossexual, publicado pela Editora Betânia. E-mail:
juliosevero@hotmail.com
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