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UNIVERSIDADE DO SUL DE SANTA CATARINA

Unidade Ponte do Imaruim


Engenharia Civil – 3° fase
Materiais de Construção I – Roberto

VIDROS

Crisley Taise de Souza


José Augusto Daux
Gustavo Bulcão Vianna
Nádia Cesconetto

Palhoça, junho de 2010


Índice

1. Introdução...............................................................................3
2. Origem do Vidro......................................................................4
3. Desenvolvimento......................................................................4
4. Vidro no Brasil........................................................................5
5. Processos de Fabricação............................................................6
5.1. Vidro Float.......................................................................7
5.2. Vidro Impresso.................................................................8
6. Composição............................................................................9
7. Tipos de Vidro........................................................................12
7.1. Vidro Plano......................................................................12
7.2. Vidro de Segurança...........................................................12
7.3. Vidro Acústico..................................................................13
7.4. Vidros Especiais................................................................14
7.5. Vidros coloridos................................................................15
8. Aplicações..............................................................................17
9. Propriedades...........................................................................18
10. Normatiação...........................................................................19
11. Patologias...............................................................................20

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Introdução

Os vidros estão massivamente presentes em nosso cotidiano, seja por meio de


embalagens, nas esquadrias e fechamentos de nossas casas, na arte.

No nosso campo de atuação, ou seja, na construção civil, inúmeras são as suas


aplicações: podem garantir mais luminosidade, transparência, segurança, acabamento e
decoração.

São encontrados no mercado em diversos formatos, composições, tipos e sob as mais


variadas formas de produtos, contudo, sua escolha deve ser criteriosa. Na escolha deve-se
observar e relacionar os mais diversos pontos como, por exemplo, tipo, funcionamento,
dimensões, especificações do fabricante e aplicação a qual se destina, atentando-se sempre às
normas técnicas correlatadas e se o fabricante possui certificações da ISO.

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Origem do vidro

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Fenícios, egípcios, persas, romanos, bizantinos, chineses. São numerosos os povos que
disputam o privilégio da descoberta e da fabricação do vidro na antigüidade.

Embora não exista dados precisos, alguns historiadores afirmam que a descoberta do
vidro ou cristal, como foi chamado, foi feita pelos fenícios em uma praia do Mediterrâneo, no
litoral do Líbano atual, mais de 2000 anos antes da Era Cristã, quando estes improvisaram
uma fogueira utilizando blocos de salitre e soda e, algum tempo depois, notaram que do fogo
escorria uma substância brilhante que se solidificava imediatamente

Mas, conforme pesquisas arqueológicas, o vidro já era conhecido há pelo menos 4.000
anos antes da Era Cristã como mostram os objetos cerimoniais e adornos encontrados dentro
de tumbas de faraós, em pirâmides do Egito.

Ainda na Era Cristã, próximo ao ano 100, as técnicas de fabricação se desenvolveram,


quando os sírios inventaram a técnica do vidro soprado desenvolvendo a atividade vidreira,
melhorando na qualidade e na diversidade dos produtos, principalmente na fabricação de
frascos e garrafas, difundindo essa técnica pelo mediterrâneo, pela Europa ocidental e Oriente.

Com essa difusão da atividade vidreira, diversas províncias e cidades do Império


Romano se transformaram em centros de produção e comércio de utensílios domésticos,
objetos de decoração, adornos, que eram mais fáceis de fabricar com a técnica do sopro em
molde. O uso de vidros nas janelas era restrito as casas patrícias e as igrejas, devido a sua
complexidade da produção naquela época

Desenvolvimento

Depois de dominar a técnica do sopro, os Romanos passaram a usar o vidro


combinado com o ferro e o chumbo, melhorando sua produção, que agora se destacava com
os vasos ornamentais e os mosaicos, que seriam fundamental para a arte dos vitrais.

Durante parte da Idade Média, devido a algumas instabilidades, muitos vidreiros se


refugiaram em Constantinopla, onde puderam desenvolver sua arte, que por sua vez tiveram
influência helenística e árabe alcançando alto nível na produção de vidros de cor. E a partir do
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século 13, Veneza torna-se o grande centro vidreiro europeu, mais precisamente na Ilha de
Murano, onde produziam vasos, frascos, garrafas, copos, compoteiras, espelhos, lentes e
chapas de vidro que eram distribuídas por toda a Europa.

A alto desempenho da produção em Veneza, impulsionou outros centros de produção,


que vieram a desenvolver novas técnicas de sopro que possibilitava a fabricação de chapas de
vidro, que mesmo ainda sendo imperfeitas por sua ondulação e grande variação na cor, no
tamanho e espessura, eram bastante utilizadas nos vitrais das catedrais góticas, dos quais se
destacavam, principalmente, França, Alemanha, Bélgica e Boêmia.

Com a Renascença e o princípio da Era Industrial novas pesquisas referentes ao


processo produtivo e aos equipamentos são efetuadas para que possa ser desenvolvida a meta
do vidro perfeito, que será aplicado principalmente nos acabamentos frascos de perfume e
nas folhas dos vidros para espelhos e vidraças.

Nos séculos 17 e 18, foi a vez da França de estar à frente da manufatura européia de
vidro, com a criação empresas estatais, como a Manufacture Royale des Glasses de France,
além de induzirem a criação de empresas privadas, como a famosa fábrica de Saint-Gobain,
que foi quem fez os espelhos do Palácio de Versalhes.

Na sequência, os séculos 19 e 20, são marcados pela troca da manufatura vidreira pela
grande indústria do vidro e a fabricação do vidro plano, dando lugar a novos competidores
nesse mercado, como Inglaterra, Alemanha e Bélgica e depois os Estados Unidos, que já em
1900 assumem a condição de maior produtor mundial de vidro plano. O ano de 1952, foi
marcado pelo desenvolvimento do vidro Float, conhecido como cristal, pela Pilkington na
Inglaterra.

Vidro no Brasil

No Brasil, a primeira oficina de vidro foi montada por quatro artesão, que
acompanhavam o príncipe Mauricio de Nassau, no período das invasões holandesas entre
1924 e 1935, em Olinda e Recife. A oficina que fabricava copos, jarras, frascos e vidros para
janelas, não teve vida longa, pois foi fechada com a saída dos holandeses das terras
brasileiras.
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Em 1810, o vidro voltou a fazer parte da economia do Brasil, quando o português
Francisco Inácio de Siqueira Nobre recebeu autorização do Regente D. João para instalar uma
fabrica de vidros em Salvador, BA, que produziria vidros lisos, frascos, garrafões e garrafas.
Mas a fabrica não teria tido vida longa, fechando em 1825, atingida pelos conflitos e
combates da Independência, muito acesos na Bahia.

Pouco tempo depois, é fundada pelo italiano Folco, a Fábrica Nacional de Vidros São
Roque, no Rio de Janeiro, onde 40 operários italianos e brasileiros operavam fornos à
candinhos alem dos processos manuais.

Já em 1861, foi realizada pelo governo imperial no Rio de Janeiro a “1ª Exposição
Nacional de Produtos Naturais e Industriais” para mostrar aos estrangeiros a variedade de
produtos fabricados pela industria vidreira brasileira.

A Fabrica Vidros e Cristais do Brasil, também no Rio de Janeiro, foi fundada em 1882
por Francisco Antonio Esberard, e utilizava cinco fornos entre grandes e pequenos, maquina a
vapor e elétrica, para fabricar vidros de embalagem e vidros planos. Cresceu rapidamente e
em pouco mais de dez anos de funcionamento, contava com cerca de seiscentos operários.
Sua atividade durou até 1940.

Dessa vez em São Paulo, nascia em 1895, a Companhia Vidraria Santa Marina,
fundada por Antônio da Silva Prado e Elias Fausto Pacheco Jordão. Instalada na Barra Funda,
na várzea do rio Tietê, chegou a fabricar em menos de dez anos, um milhão de garrafas e dois
mil metros quadrados de vidro plano por mês.

Em 1916, é fundada mais uma empresa vidreira carioca, a Companhia Industrial São
Paulo e Rio, a Cisper, por Olavo Egydio de Souza Aranha Jr. e Alberto Monteiro de Carvalho.
Foi a primeira indústria a usar as máquina automáticas criadas Michael J. Owens, ao invés do
sopro, o que transformou a empresa na maior fabricante de copos e garrafas de vidro do
Brasil, tendo como principal cliente os fabricantes de cerveja e refrigerante.

Nadir e Morvan Dias de Figueiredo, em 1933, inauguraram uma moderna indústria de


copos e artigos de vidro, iniciando suas operações produzindo um volume de 72 mil copos por
dia.

Por fim a indústria Francesa Saint-Gobain e a inglesa Pilkington, no ano de 1982, se


juntaram e criaram a primeira fabrica de vidro float do Brasil, chamada Cebrace, localizada na

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região do Vale do Paraíba em São Paulo. Atualmente com quatro unidades, todas em São
Paulo, produzem 2700 toneladas de vidro por dia.

Processos de Fabricação

A fabricação do vidro pode ser dividida em três partes principais: a fusão, moldagem e
têmpera.

• Fusão: Nessa etapa a matéria-prima para a produção do vidro é colocada dentro de um


forno, que pode ser um forno de cadinho ou um forno tanque, e a mistura é aquecida até
que o material fique liquido o suficiente para a moldagem.
• Moldagem: O vidro é resfriado até uma temperatura de 800°C para a moldagem. Existe
várias maneira de se moldar o vidro desde a moldagem por flutuação até a moldagem por
sopro.
• Têmpera: Depois que o vidro estar conformado ele chega á ultima fase, têmpera, onde ele
é resfriado gradualmente até uma temperatura onde possa ser manejado e depois
armazenado para a venda.

Vidro Float

O vidro float é um vidro plano transparente, podendo ser incolor ou colorido, com
espessura uniforme e massa homogênea. É ideal para aplicações que exijam perfeita
visibilidade, por não apresentar nenhuma distorção óptica, e possui alta transmissão de luz,
sendo comumente utilizado na indústria automobilística, eletrodomésticos, construção civil,
móveis e decoração.

É obtido através do deslizamento do material em fusão, sobre uma camada de estanho


líquido, com temperatura e atmosfera controladas, produzindo lâminas de vidro com
superfícies perfeitamente paralelas sem distorções de imagem com excelente qualidade ótica.

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Esse vidro é a base para o processamento de todos os demais vidros planos: laminado,
temperado, curvo, serigrafado e usado em duplo envidraçamento.

Processo de fabricação:

1 – Forno de fusão: A mistura de areia com os demais componentes do vidro é


dirigida até o forno de fusão através de correias transportadoras. Com a temperatura de até
1600ºC, a composição é fundida, afinada e condicionada termicamente, transformando-se
numa massa homogênea.

2 – Banho float: A massa é derramada em um banho de piscina de estanho líquido,


em um processo chamado "Float Bath" (Banho Float). Devido à diferença de densidade entre
os materias, o vidro flutua sobre o estanho, ocorrendo um paralelismo entre as duas
superfícies. Essa é a condição para que a qualidade óptica superior do vidro float seja
atingida. A partir desse ponto é determinada a espessura do vidro, através da velocidade da
linha. Quanto maior a velocidade, menor a espessura resultante.

3 - Galeria de Recozimento: Em seguida a folha de vidro entra na galeria de


recozimento, onde será resfriada controladamente até aproximadamente 120ºC e, então,
preparada para o recorte

4 - Inspeção Automática: Antes de ser recortada, a folha de vidro é inspecionada por


um equipamento chamado "scanner", que utiliza um feixe de raio laser para identificar
eventuais falhas no produto. Caso haja algum defeito decorrente da produção do vidro, ele
será refugado e posteriormente reciclado.

5, 6 e 7 - Recorte, empilhamento e armazenagens: O recorte é realizado em


processo automático e em dimensões pré-programadas. As chapas de vidro são empilhadas
automaticamente em pacotes prontos para serem expedidos ou armazenados.
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Vidro Impresso

O Vidro Plano Impresso é popularmente conhecido como "vidro fantasia" e um vidro é


um translúcido, podendo ser incolor ou colorido. Normalmente é aplicado em janelas e
divisórias de ambientes em que se deseja manter a privacidade e a incidência de luz. Podendo
ser produzido em diversas cores e padrões é utilizado na construção civil, eletrodomésticos, e
com finalidade decorativa.

Processo de Fabricação:

O processo de fabricação consiste na passagem do vidro já elaborado, na saída do forno, em


torno de 1200 ºC, entre dois rolos metálicos e refrigerados com água corrente em seu interior,
que ao mesmo tempo o conformam e o esfriam. O rolo superior é liso ou, em alguns casos,
com uma estampa bem delicada, e o inferior é o que efetivamente imprime o padrão desejado
ao vidro. A espessura do vidro é determinada pelo espaçamento entre os dois rolos
laminadores.

Após a saída dos rolos laminadores, a fita de vidro, que ainda não está completamente
rígida, é conduzida por um conjunto de rolos até a entrada do forno de recozimento, onde se
produz a diminuição da temperatura, de maneira lenta e gradual, até a temperatura ambiente.

Na saída do forno de recozimento, a fita é cortada em chapas, nos tamanhos


adequados, passando pelo processo de controle de qualidade, embalagem, armazenagem e
expedição.

Composição

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O vidro é uma substância inorgânica, homogênea e amorfa, obtida através do
resfriamento de uma massa a base de sílica em fusão. As propriedades do vidro são função
direta de sua composição química. Quando se conforma o vidro se joga com sua viscosidade.
Esta no inicio não pode ser muito baixa, pois não seria possível dar-lhe forma. Por outro lado
ele não pode estar muito viscoso, pois também dificultaria a conformação. Durante a
conformação o vidro vai se esfriando e ficando mais viscoso até que ele fique viscoso o
bastante para não continuar a fluir.

Os ingredientes básicos na composição do vidro são a sílica com 72%


aproximadamente nos componentes dos vidros ou oxido de silício (Si02), obtida
principalmente da areia branca pura, e álcalis. Os vidros são produzidos industrialmente com
esses materiais.

O elevado ponto de fusão e a alta viscosidade tornam muito cara à fabricação devido
ao alto teor de sílica. Por isso vimos que os outros 28% podemos encontrar potássio, alumina,
sódio, magnésio, cálcio, entre outros que servem para reduzirem o custo do processo e
aumentam na variedade de tipos.

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Os vidros coloridos nada mais é que a adição de manganês, cobalto, ferro, níquel,
antimônio e outros componentes metálicos.

As matérias primas vitrificáveis são em quase toda sua totalidade sólidos granulados,
com os grãos numa faixa de tamanho 0,1 a 2 mm. A granulométrica é muito importante sobre
dois aspectos:

A- Fusão: quando mais fina mais fácil de fundir, pois possui maior superfície
especifica. Porem muito fina não é conveniente, pois acaba formando muito pó que é perdido
na manipulação indesejável nas emissões atmosféricas.
B- Misturas: Para se obter a composição que vai ser enforcada e através da fusão
passara a constituir o vidro, é necessário se misturar diversas matérias primas de tamanhos
parecidos para não dificultar na homogeneidade do vidro.

As matérias primas podem ser classificadas em grupos conforme a função que


desempenham:

Vitrificantes: São aquelas passiveis de se transformar em vidros (Sílica).

Fundentes: A sílica sozinha possui um vidro de ótima qualidade, porem necessita de


temperaturas extremamente altas para fundir e para ser conformado. O que torna o vidro com
um custo elevado. Para resolver esse problema adicionam a matérias primas fundentes
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barrilha (carbonato de sódio) que apresentam características de se fundirem a temperaturas
muito inferiores. O Brasil não é auto-suficiente em barrilha que é importada da Europa e dos
Estados Unidos.

Estabilizantes: Para evitar que o vidro se dissolva em contato com água se acrescenta
os principais estabilizantes o óxido de magnético e o óxido de alumina.

Afinantes: Servem para retirar da massa vítrea criada pela fusão as repletas bolhas que
não conseguem sair do seu interior devido à alta viscosidade.

Colorantes: os vidros são incolores e para dar cores a eles são acrescido óxidos ou
elementos metálicos a sua composição para ficarem dissolvidos na massa, interferindo com a
luz e produzindo cores. Corantes mais comuns cobalto (azul), selênio (rosa), manganês
(vinho), ferro (verde) vidro plano automóvel e cromo (verde) vidro garrafa de vinho.

O vidro é um material 100% reciclável, portanto tudo que não é aproveitado como
produto, seja por razões de processo como as bordas do vidro plano, ou por algum defeito ou
quebra retorna ao forno para ser refundido.

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Tipos de vidro

Embora utilizem a mesma matéria-prima, as diferentes nomenclaturas são utilizadas


para diferenciar os processos de fabricação e produtos finais distintos.

Vidro Plano:

Existem dois tipos de vidro plano, o float e o impresso também conhecido como
fantasia ou fosco.

• Vidro Float:

É um vidro plano transparente, podendo ser incolor ou colorido, com espessura


uniforme e massa homogênea. Ideal para aplicações que exijam perfeita visibilidade, por não
apresentar nenhuma distorção óptica, e possui alta transmissão de luz, sendo comumente
utilizado na indústria automobilística, eletrodomésticos, construção civil, móveis e decoração.

Esse vidro é a base para o processamento de todos os demais vidros planos: laminado,
temperado, curvo, serigrafado, etc.

• Vidro Impresso ou “vidro fantasia”:

É um vidro translúcido, podendo ser incolor ou colorido. Normalmente é aplicado em


janelas e divisórias de ambientes em que se deseja manter a privacidade e a incidência de luz.

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Podendo ser produzido em diversas cores e padrões. Utilizado na construção civil,
eletrodomésticos, e com finalidade decorativa.

Vidro de segurança:

Produzido a partir do vidro float tem como objetivo minimizar riscos em casos de
acidentes, pois quando rompidos devem produzir menos suscetíveis a causar ferimentos.
Podem ser temperados e laminados.

• Vidro Temperado:

O vidro temperado é um vidro recebe um tratamento térmico (é aquecido à


temperatura de 650/700ºC e resfriado rapidamente), que o torna mais rígido e mais resistente
à quebra por impacto, sendo cinco vezes mais rígido que o vidro comum. Em caso de quebra
produz pontas e bordas menos cortantes, fragmentando-se em pequenos pedaços
arredondados.

O vidro temperado é feito sobre medida pois seu corte é impossível depois de
realizada a tempera. São considerados altoportantes, pois possuem furações e recortes
especiais, que não fragilizam a peça. Indicado para locais que requerem resistência, como
boxes de chuveiro, portas de vidro ou frontões de lareira. Seu uso em fachadas está restrito a
entre vãos de pequenas dimensões dentro de caixilhos.

• Vidro laminado:

É considerado um vidro de segurança porque evita acidentes por estilhaçamento e


porque mantém o vão fechado mesmo com o vidro todo trincado. É composto por uma ou
mais chapas de vidro intercaladas por uma película plástica de grande resistência (PVB -
Polivinil Butiral). Pode ser aplicado em coberturas, fachadas, sacadas, guarda-corpos, portas,
janelas, divisórias, vitrines, pisos e outros. Além disso, o vidro laminado possui outros
benefícios, como a redução da entrada de ruídos externos (quando comparado aos vidros
comuns) e a proteção contra os raios UV (Ultravioleta), pois o PVB barra 99,6% dos raios
solares UV (Ultravioleta).

• Vidros blindados:
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São compostos de vários vidros comuns do tipo float intercalados por varias camadas
de uma película muito resistente (UVEKOL). Estas varias camadas intercaladas com material
poliéster fazem com que o projétil seja bruscamente amortecido, impedindo que o vidro seja
perfurado.

Deve-se tomar cuidado com os caixilhos onde serão aplicados os vidro blindados, pois
a força do projétil de expande até a ancoragem do vidro, no caso o caixilho.

• Aramados:

É o vidro que recebe no seu interior uma tela metálica, que é introduzida na entrada
dos rolos laminadores. Em caso de quebra, a tela metálica segura os pedaços de vidro,
garantindo o fechamento do vão. Por essas características ele é muito empregado em varandas
e coberturas. Quando aplicado em divisórias de ambientes, em caso de incêndio também
retém bastante a passagem do fogo.

Vidro Acústico:

Os vidros acústicos impedem que os ruídos passem de um ambiente para outro. Esse
conforto sonoro pode ser obtido através de duas soluções: vidro laminado acústico e o vidro
duplo ou insulado.

• Vidro laminado acústico:

É um vidro laminado com um PVB especial (Silence) e por isso funciona como um
excelente isolante acústico.

• Vidro duplo ou insulado:

É o conjunto de dois ou mais vidros, podendo ser comum float ou laminado, separados
por um camada de ar ou gás, conferindo redução na propagação de som e na entrada de calor.
Além disso, pode ser equipado com persianas internas, que dão ao conjunto um efeito estético
diferenciado. Bastante utilizado na porta dos freezers e refrigeradores.

As dimensões e espessuras deste vidro são determinadas de acordo com o tamanho e


espessura do caixilho, necessidade térmica ou acústica, pressão do vento e local a ser
aplicado.
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Vidros especiais:

Com o avanço tecnológico na criação de micro camadas, surgiram inúmeros tipos de


vidros especiais como: controle solar, autolimpante, baixa reflexão e baixo-emissivo.

• Vidro de controle solar ou refletivo:

É um vidro do tipo float que receberam uma camada metalizada para se tornarem
espelhados. Eles permitem a total visão de dentro do ambiente para fora, porem inibem de
quem esta do lado de fora do ambiente. Alem da privacidade têm a função de reduzir a
entrada de calor para o interior do ambiente, além de produzir um controle na entrada da luz
para o interior das edificações. Com isso a temperatura interna fica mais agradável e você
reduz o consumo de energia com o ar condicionado.

São indicado para locais onde há grande incidência de raios solares, como fachadas de
prédios, janelas, portas, sacadas e coberturas, pois proporciona melhor conforto térmico.

Processo de fabricação:

On Line - Na fabricação do vidro float em uma determinada o vidro recebe uma


camada metalizada com o vidro ainda quente, que se funde ao vidro penetrando um pouco na
chapa. Podendo este vidro ser utilizado também na sua forma monolítica em janelas e portas,
sem ter que ser laminado, pois a camada metalizada fica fortemente aderida a chapa de vidro.

Off Line: Apos o vidro float pronto, a chapa de vidro é submetida a uma câmara que
aplica na chapa de vidro uma fica camada metalizada, esta camada por sua vez não é
resistente ao tempo, por isso este vidro somente poderá ser laminado. Apos laminado a
camada metalizada fica protegida por muitos anos, sem prazo de validade.

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• Vidro Autolimpante:

Vidros autolimpantes aproveitam a força dos raios UV (Ultravioleta) e da água da


chuva para combater a sujeira e os resíduos que se acumulam no exterior e desta forma,
mantém a superfície do vidro limpa. Dessa forma reduzem o consumo de água e o consumo
de detergentes, que afetam o sistema. A camada autolimpante é integrada ao próprio vidro e
por isso tem um alto nível de durabilidade, não se desgastando ao longo do tempo. Deve ser
aplicado sempre na parte externa das edificações como fachadas, coberturas, janelas, portas,
sacadas e outros e em áreas altamente poluídas.

• Vidro com baixa reflexão:

É um vidro float extra clear (vidros com baixa concentração de ferro em sua
composição e por isso são extremamente claros e não esverdeados) capaz de reduzir a
reflexão em 5 vezes. Ideal para vitrine, showrooms, museus, concessionárias, displays e
outros tipos de aplicação que necessitem evitar o incomodo reflexo da luz no vidro.

• Vidro baixo-emissivo:

É um vidro produzido em processo off-line e que apresenta baixa emissividade, ou


seja, não permite a troca de calor entre o ambiente interno e externo. Quando utilizado como
vidro duplo, isola termicamente até 5 vezes mais do que um vidro transparente monolítico.
Usado no mercado de refrigeração comercial e na construção civil, em fachadas e coberturas.

Vidros Coloridos:

Os vidros coloridos podem ser pintado e serigrafado.

• Vidro pintado:

É produzido a partir de um vidro float, onde recebe na linha de produção uma pintura
especial, o que lhe confere, além do acabamento colorido e de alto brilho, maior resistência.

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Sua versatilidade possibilita a utilização em móveis, residências, escritórios, hotéis, lojas e
museus.

• Vidro serigrafado:

No processo de serigrafia do vidro é feita a aplicação de uma tinta vitrificada (esmalte


cerâmico) no vidro comum, incolor ou colorido na massa. Em seguida esse vidro passa por
um forno de têmpera onde os pigmentos cerâmicos passam a fazer parte dele. Ao final do
processo, obtém-se um vidro temperado com textura extremamente resistente.

Espelho

Espelhos são produzidos a partir de um vidro float que recebe uma camada a base de
prata. Em seguida essa camada é protegida por camadas de tinta, para prolongar a vida útil do
espelho, para que não haja oxidação. Podem ser produzidos em cores verde, fume e bronze.

Vidro acidado

São vidros tratados com ácido e com aparência esbranquiçada. Oferece diversas
opções estéticas para arquitetos e decoradores, pois combinam a leveza do vidro com a
sutileza da translucidez, dando um toque de nobreza ao design de móveis e à decoração dos
mais diversos ambientes

Vidro jateado

É um vidro trabalhado com jatos de grãos de areia, que agridem mecanicamente o


vidro, transformando-o em translúcido e levemente áspero. Usado em móveis e decoração.

Vidro resistente ao fogo

Os vidros resistentes ao fogo, sem malha metálica, são vidros laminados compostos
por várias lâminas intercaladas com material químico transparente, que se funde e dilata em
caso de incêndio. Essa reação se ativa quando a temperatura de uma das faces do vidro atinge
120ºC.
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Vidro curvo

São vidros comuns (float) aplicados sobre moldes em aço inox ou aço carbono em
uma elevada temperatura e rigidamente controlada. A temperatura sobe rapidamente para que
o vidro tome a forma do molde e em seguida a temperatura é levemente baixada para que o
vidro não sofra um choque térmico e se quebre.

Pode-se fazer vidros curvos de quaisquer espessuras e diversos raios, o ideal é sempre
consultar o fabricante para verificar se o raio que precisa está disponível.

Aplicações

“O vidro está cada vez mais presente na construção civil, contribuindo para o
fornecimento de soluções para o conforto ambiental, térmico, acústico ou de segurança”, diz
Luiz Jorge Pinheiro, diretor comercial da Cebrace.

A alta tecnologia alcançada pela ciência humana nos permite analisar projetos para
edificações que tenham o vidro na construção civil, como algo básico e que possam substituir
um dia, as pesadas vigas de aço e concreto que hoje sustentam edifícios e obras monumentais
da Engenharia moderna. Novas tecnologias já permitem o uso do vidro em paredes de
sustentação, em pisos e em estruturas de escadas, em projetos mais leves. Para o
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empreendedor individual uma dessas técnicas, seria a do adesivo para unir vidros sobrepostos,
um sobre o outro, formando colunas e pisos ou paredes totalmente de vidros, em que as
qualidades do vidro, como transparência, por exemplo, não desapareça e sua estética seja
mantida

O vidro por ser um composto de carbonato de cálcio, calcáreo e sílica, uma estrutura
incomum, frágil e sujeita a expansão devido ao calor, o que torna a técnica do adesivo um
pouco suspeita. Seria adequado apenas para clima frio, por isso, o vidro na construção civil,
embora já muito usado em largas vidraças corrediças e até em paredes totalmente de vidros,
para substituir o concreto e o aço, ainda tem muito que caminhar.

Porém sobre o vidro na construção civil, alguns engenheiros já envolvidos em projetos


mais arrojados e em andamento, afirmam que já estão sendo usados diferentes tipos de vidros
de formatos diferentes e de processamento diferenciados em sua constituição, não por agregar
elemento novo na sua constituição, mas na tecnologia de seu resfriamento, que é o fator que
dá maior ou menor resistência ao vidro.

Podemos citar como exemplo a cidade de Dubai, onde está sendo construído o edifício
mais alto do mundo e com o maior número de salas para escritórios, o vidro vem sendo
largamente utilizado, em barras transversais, onde a resistência não exige e em ambientes com
paredes totalmente de vidro.

A Opção pelo vidro está cada vez maior devido ao relacionamento com as
características que nos proporciona como a translucidez, integração com o meio externo e
eficiência energética (proporcionada pela redução da necessidade de iluminação e uso de ar-
condicionado).

Propriedades

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As propriedades dos vidros, assim como de todos os outros materiais, dependem de
suas caracterÌsticas estruturais. A estrutura por sua vez, esta condicionada principalmente pela
composião quÌmica, e em menor escala também pela historia térmica.

As propriedades do vidro mudam de acordo com a sua composição e a quantidade de


cada composto. E quanto a historia termica o tempo de resfriamento do vidro tem grande
influencia nas suas caracteristicas finais.

Por exemplo:

Aumentando-se o Na2O (Óxido de sódio) do vidro aumenta-se a sua fluidez, expansão


e solubilidade, mas por outro lado diminui a sua durabilidade.

O Al2O3 (alumina ou óxido de alumínio), ao contrário do Na2O, aumenta a


durabilidade e faz aumentar a viscosidade.

O BaO (Óxido de bário) e o PbO (Óxido de chumbo) aumentam a densidade e


reduzem a viscosidade, além de aumentarem a expansão térmica.

O CaO (Óxido de cálcio) favorece a desvitrificacão.

A figura a seguir mostra como cada composto influencia no vidro:

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Normatização

Ao escolher qualquer tipo de vidro, arquiteto ou especificador devem atentar para as


normas técnicas relativas ao uso dos diversos tipos de produtos. A principal delas é a NBR
7199, que trata do projeto, execução e aplicações de vidros na construção civil. Para cada
aplicação específica há uma norma própria; por exemplo, a NBR 14207 fala sobre vidros para
boxes de banheiros, enquanto a NBR 14488 refere-se a vidros para tampos de mesa.

Sempre que se identifica a necessidade da criação de uma norma, o Comitê reúne


pessoas interessadas no produto em pauta (fabricantes, empresários, arquitetos, engenheiros,
consumidores, estudantes etc.) para formar um grupo de estudos e elaborar a norma. Depois
disso, o projeto passa por consulta nacional, análise da sociedade e sugestões e objeções
técnicas. Algumas das normas técnicas sobre vidros planos:

ABNT NBR 7199/1989 – Projeto, execução e aplicação de vidros na construção civil.


Fixa as condições que devem ser obedecidas no projeto de envidraçamento. Refere-se à
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aplicação de vidros em janelas, portas, divisões de ambientes, guichês, vitrines, lanternins,
sheds e clarabóias.

ABNT NBR 11706/1992 – Vidros na construção civil. Fixa as condições exigíveis


para vidros planos aplicados na construção civil.

ABNT NBR 12067/2001 – Vidro plano – Determinação da resistência à tração na


flexão. Especifica um método para a determinação da resistência à tração na flexão de vidros
planos. Adicionalmente, apresenta-se o procedimento para a medição da flexão máxima
oriunda do carregamento, a ser determinado sempre que houver interesse.

ABNT NBR 14207/1998 – Boxes de banheiro fabricados com vidro de segurança


temperado – projeto, instalação e materiais utilizados. Estabelece os requisitos mínimos de
segurança para os materiais utilizados no projeto e instalação de boxes fabricados a partir de
painéis de vidro de segurança temperado, para uso em apartamentos, casas, hotéis e outras
residências.

ABNT NBR 14488/2000 – Tampos de vidro para mesa – requisitos. Especifica as


exigências de desempenho e medidas lineares necessárias para garantir a segurança da
aplicação de vidro plano na composição de mesas que tenham o vidro como componente de
uso aplicado à sua utilização.

ABNT NBR 14564/2000 – Vidros para sistemas de prateleiras – requisitos e métodos


de ensaio. Especifica as exigências de desempenho e medidas lineares necessárias para
garantir a segurança da aplicação de vidro plano na composição de sistemas de prateleiras.

Patologias

Os vidros têm de ser trabalhados e colocados respeitando as disposições feitas pelas


normas técnicas, observando-se quatro regras básicas na aplicação: folga, calço,
dimensionamento e acabamento das bordas. As duas primeiras dizem respeito à sua relação
com a estrutura (ambas evitam que os esforços de dilatação térmica e de torção dos materiais
causados pelas cargas de vento quebrem o vidro); o dimensionamento diz respeito à sua
função (no caso de portas e divisórias, o vidro deverá ser temperado; para uso em coberturas e

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fachadas é obrigatório que seja laminado ou aramado); por fim, quanto às bordas, estas devem
ser lapidadas, para eliminar as micro-fissuras e dificultar as possíveis propagações de trincas.

Disposições construtivas:

Os caixilhos devem obedecer às seguintes disposições gerais:

• O caixilho que vai receber o vidro deve ser suficientemente rígido para não se
deformar;
• Quando houver previsões de deformações estruturais na obra, deve-se tornar o
caixilho independente da estrutura;
• Se o caixilho e as molduras forem metálicos, devem ser inoxidáveis ou protegidos
contra a oxidação, através de pinturas ou tratamentos adequados, compatíveis com os
materiais de calafetagem para cada caso;
• Os caixilhos de madeira e de concreto devem receber pelo menos uma camada d
pintura de fundo em todo o rebaixo;
• Os rebaixos devem estar isentos de umidade, gordura, oxidação, poeira ou outras
impurezas.

Em qualquer dos casos anteriores, as camadas de pintura devem estar adequadamente


secas, antes da colocação da chapa de vidro.

Envidraçamento:

• As chapas de vidro devem ser colocadas de tal modo que não sofram tensões
suscetíveis de quebrá-las, tais como: dilatação, contração ou deformação do caixilho,
deformação ou recalque da obra;
• Não é permitido o contato das bordas das chapas de vidro entre si, com alvenaria ou
peças metálicas;

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• A fixação das chapas de vidro deve ser tal que impeça o seu deslocamento em relação
aos elementos de fixação, excetuados os casos em que o projeto prevê movimentação;
• Quando houver chapas de vidro com bordas livres acessíveis, estas devem ser
laboradas;
• No caso de clarabóias ou telhados, para iluminação de passagem ou locais de trabalho,
a vidraça deve ser adequadamente protegida com telas metálicas ou outros dispositivos e
quando não o for, o vidro deve ser de segurança aramado ou laminado;
• A massa deve ser aplicada de maneira a não formar vazios, e sua superfície aparente
deve ser lisa e regular;
• Após o envidraçamento deve-se evitar a aplicação, na chapa de vidro, para assinalar a
sua presença, de pintura com materiais higroscópicos como, por exemplo, a cal, alvaiade
(que provocam ataques à sua superfície ), ou a marcação com outros processos que
redundem em danos a superfície da chapa;

Corrosão

Ocorre devido a ataques químicos, sempre que a água fica em contato com a superfície
de um vidro, muitas reações químicas poderão ocorrer, causando erosão ou manchas. Essa
reação é o primeiro estágio de corrosão. Se esse primeiro estágio continuar sem interrupção
por alguns minutos poderá iniciar outra reação muito mais prejudicial.

Durante os estágios iniciais dessa reação, ocorrem furos microscópicos na superfície.


Se a reação continuar, o ataque superficial ficará mais aparente e o vidro poderá irisar ou
apresentar um corrosão acentuada.

É pouco provável a ocorrência de corrosão nos vidros instalados em edifícios, porque


a umidade, em contato com o vidro, não é retida, é rapidamente evaporada ou é diluída. Em
compensação, as condições para corrosão ocorrem no espaço entre duas chapas adjacentes
armazenadas. Sem controle ambiental, esses espaços poderão reter muita umidade.

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Conclusão

A Opção pelo vidro está cada vez maior devido ao relacionamento com as
características, que nos proporciona como a translucidez, integração com o meio
externo, eficiência energética (proporcionada pela redução da necessidade de
iluminação e uso de ar-condicionado), acústico e de segurança. Com as técnicas
atuais de fabricação podemos fabricar vidros com diversas características e para
todos os tipos de finalidade.

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Referências bibliográficas

http://www.casaemercado.com.br/materia.php?hIdMateria=332
http://www.andiv.com.br/normas_vigentes.asp
http://www.revistaconstrucaoenegocios.com.br/materias.php?FhIdMateria=130
http://www.cebrace.com.br
http://www.santarita.com.br

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