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Uti 05
Uti 05
MÓDULO V
Atenção: O material deste módulo está disponível apenas como parâmetro de estudos para
este Programa de Educação Continuada, é proibida qualquer forma de comercialização do
mesmo. Os créditos do conteúdo aqui contido são dados aos seus respectivos autores
descritos na Bibliografia Consultada.
MÓDULO V
5.1 O PACIENTE GRANDE QUEIMADO
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contato prolongado com a fonte térmica. As injúrias elétricas podem ser causadas
pela passagem da corrente elétrica através do corpo ou pela exposição ao calor
gerado pelo arco de corrente de alta tensão. No primeiro caso, além do dano
térmico, há risco de alteração na condução elétrica cardíaca, que deve ser
devidamente monitorada.
Anualmente no Reino Unido 250 mil pessoas sofrem queimaduras, 175 mil
são atendidas em unidades de emergência, 13 mil são hospitalizadas, 1.000
necessitam medidas de ressuscitação hidroeletrolítica, e 300 evoluem para óbito.
Entretanto, os números são muito mais alarmantes nos países em desenvolvimento,
por exemplo, o Nepal, onde a mortalidade pode atingir 17 vezes o índice britânico.
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população. Campanhas educativas particulares, para serem mais eficazes, devem
basear-se em dados epidemiológicos confiáveis que identifiquem causas específicas
de queimaduras e respectivas populações de risco, às quais devem ser
periodicamente dirigidas.
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caracteriza por alta capacidade de retração e fibrose nas queimaduras de terceiro
grau.
Profundidade
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Depende da intensidade do agente térmico, se gerador ou transmissor de
calor, e do tempo de contato com o tecido. É o fator determinante do resultado
estético e funcional da queimadura e pode ser avaliada em graus.
Extensão
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Esquema Da Regra Dos Nove
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Esquema De Lund E Browder
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Em razão dos riscos estéticos e funcionais, são desfavoráveis as
queimaduras que comprometem face, pescoço e mãos. Além disso, aquelas
localizadas em face e pescoço costumam estar mais freqüentemente associadas à
inalação de fumaça, assim como podem causar edema considerável, prejudicando a
permeabilidade das vias respiratórias e levando à insuficiência respiratória. Por outro
lado, as queimaduras próximas a orifícios naturais apresentam maior risco de
contaminação séptica.
Além dos danos provocados pela inalação de gases tóxicos, como monóxido
de carbono, os produtos de combustão são irritantes e causam inflamação com
edema da mucosa traqueobrônquica, que se manifesta por rouquidão, estridor,
dispnéia, broncoespasmo e escarro cinzento. Essas lesões costumam ser graves,
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pioram muito o prognóstico e são responsáveis por elevar a mortalidade dos
queimados.
PRIMEIROS CUIDADOS
Os primeiros cuidados adequados dispensados à vítima de queimadura
constituem determinante fundamental no êxito final do tratamento, contribuindo
decisivamente para a redução da morbidade e da mortalidade. Para isso é
importante educar a população em geral e treinar grupos populacionais de risco para
agir corretamente diante de um caso de queimadura. Nesse sentido, nos programas
de educação para a saúde deve-se incluir o ensino de procedimentos de primeiros
socorros ao queimado.
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Portanto o resfriamento com água corrente deve ser instituído o mais
precocemente possível, durante cerca de 10 minutos, podendo chegar a 20 minutos,
caso seja necessário. Porém deve ser mais breve quanto mais extensa for a
queimadura, devido ao risco de hipotermia, não sendo recomendável em
queimaduras superiores a 15% da SC. Após o resfriamento, a área queimada, se
menor do que 5% da SC, pode ser protegida com gazes, compressas ou toalhas de
algodão, úmidas, em seguida coberta por plástico ou outro material impermeável, e
por fim o paciente deve ser envolvido com manta ou cobertor. Aqui cabe a
lembrança: "resfriar a queimadura mas aquecer o paciente"
ABORDAGEM MÉDICA
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muitas vezes mais graves, como traumas neurológicos, ortopédicos e viscerais. Se a
história do acidente sugerir trauma com envolvimento da coluna vertebral, especial
cuidado deve ser dispensado a sua avaliação e devida estabilização. Sempre que
atingem face e pescoço são consideradas queimaduras graves, porque podem
comprometer a permeabilidade das vias respiratórias. Nos casos de queimaduras
elétricas deve sempre ser lembrado o risco de parada cardiorrespiratória, devido a
arritmias cardíacas. Feita a avaliação da queimadura e das condições respiratórias e
circulatórias, torna-se imperativa a distinção entre uma queimadura benigna e uma
queimadura grave.
Queimadura benigna
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Controlada a dor pode-se então proceder a excisão das bolhas grandes,
deixando intactas as pequenas, e o debridamento dos tecidos desvitalizados,
realizando uma limpeza profunda da ferida com clorexidina diluída ou
iodopolivinilpirrolidona (PVPI) e enxaguando-se com água ou solução fisiológica. A
PVPI deve ser deixada por cinco minutos para que ocorra a liberação do iodo, que
tem propriedade antimicrobiana. Nesse caso deve ser evitado o enxágüe com
solução fisiológica, que pode inativar parcialmente a PVPI. Em seguida faz-se o
curativo, aplicando de preferência gaze vaselinada estéril, cobrindo com ataduras de
gaze e enfaixando-se com bandagem de crepom sem compressão excessiva. A
sulfadiazina de prata deve ser evitada a princípio, pois pode dificultar a avaliação da
área queimada, que pode progredir nas primeiras 48 horas.
Queimadura grave
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vigilância do estado hemodinâmico; 3. tratamento analgésico; 4. acondicionamento
do queimado para o transporte à Unidade de Queimados.
2. Controle hemodinâmico
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vesical com medição do fluxo urinário, que deve ser mantido num mínimo de 30-
50ml/h para adultos e 0,5-1ml/kg/h para crianças, embora o ideal seja de 2ml/kg/h
para ambos. Além disso devem ser monitoradas a freqüência cardíaca e a
freqüência respiratória, e controlada a pressão arterial.
3. Controle da dor
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5.2 PACIENTE EM MORTE CEREBRAL; DOAÇÃO DE ÓRGÃOS
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5) Repetição do Exame Clínico - confirmar a persistência da ausência de função do
tronco cerebral após um período mínimo de observação.
Pré-requisitos
Exame clínico
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Estado de inconsciência permanente com ausência de resposta supraespinhal à
qualquer estimulação, particularmente dolorosa intensa em região supraorbitária,
esternal, mamilos e nos quatro membros. A presença de atitude de descerebração
ou decorticação impossibilita o diagnóstico de ME.
Poderá ser observado, espontâneamente ou durante a estimulação, a presença de
reflexos tendinosos profundos, movimentos de membros, atitude em opistótono ou
flexão do tronco, adução/elevação dos ombros, sudorese, rubor ou taquicardia. A
presença desses sinais clínicos significa apenas a persistência de atividade medular
e não impossibilita a determinação de ME.
Teste de apnéia
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A realização do teste de apnéia é obrigatória na determinação da ME e a sua
não realização por qualquer motivo, inviabiliza esta determinação. A apnéia é
definida pela ausência de movimentos respiratórios espontâneos, após a
estimulação máxima do centro respiratório pela hipercapnia (PaCO2 55 mmHg). A
metodologia apresentada permite a obtenção desta estimulação máxima, sem a
ocorrência de hipóxia concomitante.
A - Pré-requisitos
1. temperatura corporal 36,5º C;
2. pressão arterial sistólica 90 mmHg (com ou sem drogas vasopressoras);
3. PaO2 normal (ideal 200 mmHg obtido após ventilação com FiO2 100% por, no
mínimo, 10 min);
4. PaCO2 normal (ideal 40 mmHg pela diminuição da ventilação-minuto).
B - Técnica
1. colher gasometria arterial inicial;
2. desconectar a respiração mecânica;
3. instalar oxímetro digital e cateter intratraqueal, ao nível da carina, com fluxo de O2
de 6 litros/min;
4. observar a presença de qualquer movimento respiratório por 8 a 10 minutos;
5. colher gasometria arterial final;
5. reconectar a respiração mecânica.
C - Interrupção do teste
Caso ocorra hipotensão (PA < 90 mmHg), hipoxemia significativa ou arritmia
cardíaca, deverá ser colhido uma gasometria arterial e reconectado o respirador,
interrompendo-se o teste.
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1. teste positivo (presença de apnéia) - PaCO2 final 55 mmHg, sem movimentos
respiratórios;
2. teste inconclusivo - PaCO2 final < 55 mmHg, sem movimentos respiratórios.
Necessário repetição, com um período proporcionalmente maior de desconexão do
respirador;
3. teste negativo (ausência de apnéia) presença de movimentos respiratórios,
mesmo débeis, com qualquer valor de PaCO2.
Exames complementares
O diagnóstico de ME é fundamentado na ausência de atividade de tronco
cerebral e firmado pela ausência de reflexos de tronco encefálico ao exame clínico e
de movimentos respiratórios no teste de apnéia. A realização de exames
complementares visa a obtenção de uma confirmação documental de lesão
encefálica ou complementar o exame clínico, nos casos em que parte dele não
possa ser realizado. A Resolução do Conselho Federal de Medicina nº 1.480/97, de
22 de agosto de 1997, torna obrigatório a realização de 1 exame complementar
durante a determinação da Morte Encefálica. Esta resolução não especifica o tipo de
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exame a ser realizado ou a metodologia a ser aplicada, cabendo ao médico escolher
o exame complementar que fundamentará a determinação da ME. Os principais
exames, passíveis de execução em nosso meio são os seguintes:
A - Arteriografia cerebral - constatar a ausência de perfusão sangüínea cerebral
pela não visualização de fluxo de contraste intracraniano acima do Polígono de
Willis, 30 segundos após injeção, sob pressão, de contraste iodado, por cateterismo
seletivo das artérias carótidas internas e vertebrais.
B - Eletrencefalograma - constatar a presença de inatividade elétrica cerebral ou
silêncio elétrico cerebral (ausência de atividade elétrica cerebral superior a 2 V) com
eletrencefalograma realizado obrigatoriamente conforme as normas técnicas da
Sociedade Brasileira de Neurofisiologia Clínica, publicadas nos Arquivos de
Neuropsiquiatria 1998; 56(3-B):697-702, interpretado por eletrencefalografista
experiente. Durante o registro, a temperatura corporal deverá ser superior a 32º C e
a pressão arterial 90 mmHg.
C - Cintilografia Cerebral - constatar a ausência de perfusão cerebral.
D- Outros exames - Ultrassonografia por Doppler Transcraniano ou monitorização
de pressão intracraniana com ausência de sinais de pulsação intracraniana.
Todos estes testes confirmatórios estão sujeitos a resultados falso-positivos e
falso-negativos, devendo ser realizados utilizando critérios técnicos específicos para
determinação da ME. A interpretação dos achados deverá ser efetuada apenas por
profissional experimentado nesta situação.
Pela maior eficácia e facilidade de execução em nosso meio, são
recomendados o eletrencefalograma, a arteriografia cerebral de 4 vasos e a
cintilografia cerebral. A presença de perfusão sangüínea ou de atividade elétrica
cerebral ou de metabolismo intracraniano significa a existência de atividade
hemisférica cerebral residual.
Em situações de ME, a repetição destes exames após horas ou dias
constatará inexoravelmente a ausência desta atividade.
Quando o resultado do exame complementar não mostrar-se compatível com
ME, ele deverá ser repetido até que o seu resultado seja confirmatório, ou, não
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poderá ser determinada a ME, independentemente do resultado de outros exames
complementares realizados para o mesmo fim.
O tipo de exame a ser empregado varia conforme a faixa etária do paciente,
devendo ser observada a seguinte tabela:
Arteriografia ou Cintilografia
> 24 meses
Arteriografia ou Cintilografia
Repetição do exame clínico (2º exame)
A repetição do exame clínico (2º exame) deverá ser efetuada utilizando a
mesma técnica do 1º exame, por um outro médico. Não é necessário a repetição do
teste de apnéia quando o resultado for positivo.
O intervalo mínimo de tempo a ser observado entre o 1º e o 2º exame clínico
é de 6 horas nos pacientes com idade superior a 2 anos de idade. Nas demais faixas
etárias este intervalo é variado, devendo ser observado:
Equipe médica
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A equipe médica que realiza a determinação da ME deverá ser constituída
por, no mínimo, 2 médicos experientes no atendimento de pacientes em coma
profundo com lesão cerebral. Idealmente, um deles deverá ser intensivista, que
realizará o 1º exame clínico e o teste de apnéia, e o outro, um neurologista,
neurocirurgião ou neuropediatra, com título de especialista registrado no Conselho
Regional de Medicina (CRM), que realizará o 2º exame clínico, após rever os
resultados das etapas anteriores e o laudo do exame complementar.
Nenhum destes profissionais poderá pertencer às equipes de transplante de
órgãos ou de atendimento de pacientes pós-transplante.
A Comissão de Ética Médica de cada hospital deverá indicar, respeitando
estas limitações, os profissionais habilitados a realizar a determinação da ME e a
elaborar o laudo dos exames complementares obrigatórios. Esta listagem deverá ser
encaminhada ao CRM e à Central de Notificação, Captação e Distribuição de
Órgãos (CNCDO).
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A decisão quanto à doação de órgãos ou suspensão da respiração mecânica
ou de outros cuidados terapêuticos, somente deverá ser solicitada aos familiares ou
responsáveis legais do paciente após comprovação da ME e notificação desta
situação aos mesmos.
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CORAÇÃO: portadores de cardiomiopatia grave de diferentes etioologias (Doença
de Chagas, isquêmica, reumática, idiopática, miocardites);
PULMÃO: portadores de doenças pulmonares crônicas por fibrose ou enfisema;
FÍGADO: portadores de cirrose hepática por hepatite, álcool ou outras causas,
RIM: portadores de insuficiência renal crônica por nefrite, hipertensão, diabetes e
outras doenças renais;
PÂNCREAS: diabéticos que tornam insulina (diabetes tipol) em geral, quando estão
com doença renal associada;
CÓRNEAS: portadores de ceratocone, ceratopatia bolhosa, infecção ou trauma de
córnea;
MEDULA ÓSSEA: portadores de leucemia, linfoma e aplasia de medula;
OSSO: pacientes com perda óssea por certas tumores ósseos ou trauma
PELE: pacientes com grandes queimaduras.
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· Reposição de eletrólitos de acordo com a necessidade – hipernotremia (hipocaemia
é o mais freqüênte);
· Reposição de bicarbonato de sódio em acidose metabólica;
· Correção de hiperglicemia com insulina regular, por via subcutâneo ou intravenosa;
· Uso regular de antibióticos profiláticos e terapêuticos;
· Transfusão de sangue quanto Hb < 10 g/dl;
· Proteção ocular com gase umedecida.
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------ FIM MÓDULO V ------
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