Você está na página 1de 5

Esc ola Se cund ária c om 3º CE B de P ont e de

So r
EFA – Educação e Formação de Adultos – Nível Secundário
Cidadan ia e Prof is si ona lida de - CP
Unidade de competência 3: Reflexividade e Pensamento
DR1-DR2-DR3-DR4

Ana Paula Gaspar


2 de Fevereiro de 2009
Introdução

Esta Uc 3, Reflexividade e Pensamento, tem como objectivo, abordar a


problemática das relações interpessoais nas etnias, nomeadamente, ciganas e os seus
comportamentos não só face ao próximo, como também sobre os receios infundados dos
seus Direitos e Deveres, enquanto cidadãos, face à vida. Daí que, esta Uc3, apresente
um caso prático.
Avelino, o cigano

«Somos o povo das estradas. O céu é nosso teto e o mundo nosso abrigo.
Nos lugares por onde passamos podemos experimentar água de novas fontes, frutos de
novas árvores e conhecer corações para novos amores.»

Se o Bacelo não vai aos ciganos, vão os ciganos ao Bacelo. O Bacelo é o berço
da comunidade de etnia cigana. Lá pertencem e lá, mesmo sem barracas, passam
horas a fio – da aurora ao crepúsculo. Às 7h00 deixam o hotel, onde há “uma
senhora antipática”, arranjam os meninos e palmilham toda a cidade até ao Freixo.
Os meninos bebem o “leitinho” e caminham até à escola – não há transporte. Os
adultos jogam cartas ou estendem a roupa. O Bacelo, na zona do Freixo, é o habitat
natural da comunidade de etnia cigana, mais conhecida por «os ciganos do Bacelo».
Há três décadas enraizaram-se ali e dali não arredam pé.
A força do hábito e do tempo faz perdurar a roupa colorida e de tamanho infantil
num estendal improvisado, o cão continua a ladrar e a levantar poeira das patas e os
ciganos continuam a ser ciganos, como nasceram, encostados nas carrinhas à espera
que a “fé” se cumpra. Faça sol ou faça chuva, se a montanha não vai a Maomé, vai
Maomé à montanha. Ou seja, se o Bacelo não pode ir até aquela comunidade cigana,
vai o grupo ao Bacelo. A dona Adélia, de 71 anos, condiz com Portugal: saia de roda
verde e camisola vermelha garrida. A panela já está ao lume dentro da carrinha que
faz lembrar uma casa. E, de facto, é uma casa – a sua. A pele da dona Adélia é
castanha, mas mesmo sendo a pele escura advinha-se uma lágrima quando o tema da
conversa é o seu filho Avelino, de 51 anos: “Deitou-se bem e levantou-se possuído
por algum demónio” – diz esta mãe angustiada sem saber o que fazer, ou a quem
recorrer para ajudar o seu filho. Pois o seu filho que nunca mostrou vontade em
casar, (indo contra os ideais da sua gente), ultimamente começara a ter uns
comportamentos ainda mais estranhos: tinha momentos de grande raiva,
pessimismo, agressividade, que após uma pequena saída, voltava bastante optimista
e com acessos de euforia. Ela nunca percebeu muito bem este tipo de
comportamento, até ao dia que Avelino ao acordar decide contar toda a verdade, ele
era toxicodependente, e como se não basta-se estava apaixonado por outro cigano.
A dona Adélia já não sabe o que fazer, pois se a comunidade cigana
descobre, Avelino não só será renegado da comunidade como poderá até ser
linchado.
Depois de muito pensar conseguiu que um advogado conseguisse uma
associação que aceita-se Avelino e defende-se os seus direitos como cidadão.
Conclusão

Após a presente reflexão podemos dizer que nas etnias as pessoas não
assumem publicamente a sua visão face à vida devido ao receio de represálias
por parte do grupo. Dai a importância das associações de apoio.

Você também pode gostar