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5 ORGAO INFORMATIVO DOS ALUNOS DA ican tonne O PILOTIS Ano VII,n.°2. Rio de Janeiro, 12 de maio de 1999, oTEMOr a Defensoria Publica e a Advocacia O PROCURADOR DO ESTADO A fung&o exercida pelos Procuradores dos Estados teve reconhecida sua importancia no cenario das carreiras juridicas de Estado quando mereceu estatura constitucional em 1988. A respectiva carreira é regida pelo art.182 da Constituigao Federal, Esta inserida no Capitulo IV, do Titulo IV, da Lei Fundamental, denominado “Das Fungées Essenciais a Justiga’, que compreende também 0 Ministério Publico, Continua na péaina 2 JULGAMENTO Julgar faz parte do cotidiano, mas algumas (muitas?) vezes 0 tiro sai pela culatra, Vamos imaginar que é che- gado 0 momento de eleger um lider mundial e o seu voto contard decisivamente. Estes so os perfis dos trés candidatos: Foi ligado a curandeiros @ consultas com astrologistas. Possuia duas amantes. Ele fumava e bebia 8 a 10 Marti- nis por dia, | | | | | Candidato A: | || Candidato B: || Foi mandado embora do trabalho varias vezes. Dormia ‘até 0 meio-dia. Usou épio no colégio. Bebia um copo de |) Brandy toda manna. Candidato C: Foi condecorado como heréi. Era vegetariano. Nao fu- mava. Ocasionalmente bebia uma cerveja. Nunca teve casos extra-conjugais. Qual destes candidatos seria sua escolha? Vocé certa- mente nao precisa de mais nenhuma informagao. certo? Entao, faga a sua escolha veja a resposta na pagina 7. EDITORIAL Naol somos 0 CAEL, néio temos qualquer vinculag&o com o CAEL. Durante: timos quinze dias muitas pessoas, inclusive profes- nos Naio esses ik sores, com elogios & perguntando se 0 PILOTIS era feito ou tinha algum vinculo com o CAEL. O Centro Académico de Direito nao tem qual- quer participagéo direta, indireta ou através de pa- trocinio em OPILOTIS. © PILOTIS & uma ini- ciativa, independente, de um grupo de alunos dessa faculdade. Temos por ob- jetivo informar, discutir e trabalhar pela educagaio e uma universidade demoord- tica ¢ de qualidade. E para a coeréncia com nossos objetivos esta- mos abertos a partici- pagdio e opinidio de todos. procuraram Continuagao da capa No caso do Estado do Rio de Janeiro, a regéncia da carrei- ra esté fixada nos arts.176 e 177 da Constituigéo Estadual e, tam- bém, na Lei Complementar n® 15/80, que dispde sobre a Lei Organica da Procuradoria Geral do Estado do Rio de Janeiro Cabe mencionar, ainda na linha de sua regulamentacao juridica, que a fungao de Procu- rador do Estado, assim como a de Advogado da Unido, foi pres- tigiada pela Emenda Constitucio- nal n® 19/98, eis que, modifican- do 0 texto constitucional original, situou-a sob 0 titulo “Da Advoca cia Publica’, mantidas suas prin- O PILOTIS Editores: Charles Alexandre L. Pinto Caio Santos Abreu Articulistas: Carlos Augusto L. J. Siqueira Daniel Leitéo Colunistas: Guilherme Brechbuhler Paulo Rodrigo Pazo e-mail: csabreu@uol.com.br calexp@ ruralrj.com.br As opi matérias assinadas sao de responsabilidade de seus respectivos autores e ndo jes expressas nas necessariamente sentam a opiniao de OPILOTIS. repre- Tiragem: 1000 exemplares. cipais atribuigdes, quais sejam: a representag&o judicial e a con- sultoria juridica dos Estados Fe- derados. Deste modo, compete aos Procuradores do Estado, especi- almente, a: representagao judici- al do Estado, incluida a exclusi- vidade na cobranga da divida ativa do Estado; consuttoria juri- dica de toda a Administragao Direta do Poder Executivo (Se- cretarias de Estado); defesa do Poder Judiciario e do Poder Le- gislativo em juizo ou fora dele; emissao de pareceres para a fixagéo governamental das leis ou atos normativos; supervisao sobre todos os servigos juridicos da Administragao Publica Esta- dual; defesa em juizo ou fora dele dos atos e prerrogativas do Governador do Estado; assesso- ria. do Governador do Estado na elaboragao legislativa; entre ou- tras atribuigdes na defesa dos interesses do Estado. A carreira de Procurador do Estado é interessante para os que tém vocagao para o servigo piiblico e para a advocacia, uma vez que 0 Procurador do Estado exerce, ao mesmo tempo, ambas as fungSes. Exatamente por nao perder as caracteristicas essen- ciais da advocacia 6 que a fun- go de Procurador do Estado pode ser conciliada com o exer- cicio da advocacia privada. E neste sentido que a Lei nf 8,906/94, o Estatuto da Advo- cacia, no § 18, do art. 3° dispoe: “exercem atividade de advocacia, sujeitando-se ao regime desta Lei, além do regime préprio a que se subordinem, os integran- mente, portanto, das demais fungées juridicas do Estado, tais como a Magistratura, 0 Ministério Publico, a Defensoria Publica © até mesmo a Advocacia da Uni- &o, 0s Procuradores do Estado podem exercer a advocacia. ingresso na carreira de Procurador do Estado depende de concurso piiblico de provas e titulos. O concurso tradicional- mente realiza-se em quatro fa- ses: a primeira, uma prova ge- ral, que tem como desafio a re- solugaéo, no mesmo exame, de questdes sobre todas as matéri- as do programa; a segunda, dividida em cinco provas espect- ficas, matéria por matéria, reali- zadas em dias diferentes, em curto intervalo de tempo uma da outta, em que hd um aprofunda- mento no nivel de dificuldade dos problemas; a terceira, com a mesma diviséo da segunda, mas, desta vez, constituida por provas orais e, finalmente, a titima, a prova de titulos, esta a Unica nao eliminatéria. Cumpre notar que as questées relativas as duas primeiras fases sao todas escri- tas, elaboradas para dissertagao. Nao ha prova do tipo objetiva (miltipla escolha) no concurso. FLAVIO MULLER PUPO- Professor da PUC-Rio © Procurador do Estado do Rio de Janeiro A FEDENTINA - © que Vossa Exceléncia acha do terrivel Vy golpe que 0 Go- ~\s verno —_desferiu contra a ciénoia a tecnologia no Brasil? = Nao sei do que vocé esta falando. - Refiro-me, entre outras medidas j4 tomadas, 4 Porta 328/98 do presidente do CNPq (Conselho Nacional de Pesqui- sa). Vossa Exceléncia leu a portaria? - Eu leio tudo, meu jover. Mas justamente por ler tanta coisa nao posso me lembrar do que trata esse texto a que vooé se refere. O nome portaria suge- re alguma disposigéo que regu- lamenta talvez, 0 trabalho dos porteiros nas portarias dos prédios residenciais? ; + Nao, Exceléncia, E uma porta- tia que suspende a concesséo pelo CNPq de qualquer novo auxilio ou qualquer nova bolsa de estudo para pesquisadores, estudantes ou pro- fessores. = E quais podem ser as conse- qiéncias téo terriveis dessa porta- ria? + Pesquisas em andamento se- Go interrompidas, projetos impor- tantes sero abandonados, sera gravemente danificado todo um patrim@nio de experiéncias e conhe- cimentos duramente construfdos, a0 longo de muitos anos, - Vooé esta exagerando na dra- matizagéo meu jovem. A situagéo no € tao feia assim. Além disso, no hé alternativa: diante da serifs- sima crise, cortes oreamentarios S80 inevitéveis. E os cortes na drea da ciéncia- que ficou "congelada- pode perfeitamente voltar a florescer, @ entéo recupe- tara 0 atraso, sem dificuldade, + Mas, Exce- léncia, “quando 0s pesquisado- res sao torgados a _interromper suas pesquisas, 05 resultados nao ficam “congela- dos" & espera de um “descongela- mento: os resultados que ndo esto sendo aprofundados ou constante- mente reexaminados acabam en- velhecendo e sdo superados! = N&o me contradiga, meu jovern! Respeite a minha ’ experiéncial Acredite no que estou Ihe dizendo: a crise 6 serifssima e os cortes S80 necessarios. ~ Se Vossa Exceléncia me per- mitit, eu gostaria de saber: seréo necessarios exatamente estes cor tes? A economia feita por melo de- les, afinal, no 6 iriséria? Em com- paragdo com o dinheiro que 0 Proer faciitou para os bancos encalacra- dos a cifra gasta com a pesquisa cientifica e tecnolégica nao é insig- nificante? = Meu jovem, pela sua insisténcia Jd estou percebendo qual € a ideo- logia que esta por trés do seu pre- conceito. Vocé é contra os cortes porque se identifica com a posicéo politica esquerdizante de alguns professores @ estudantes , que néo Querem fazer nenhum sacrifico om prol da salvagao do nosso pals. - Nao 6 bem isso, Exceléncia. S6 estou indagando se os dolorosos cortes na pesquisa cientifica se justi cam, diante do pouco dinheiro que sserd economizado. Vossa Exceléncia nao acha que parece uma medida de ‘economia doméstica em lugar de uma ‘peo séria feito no ambit da eco- nomia politica? = Vocé reincide no tom provoca- dor... Pois fique sabendo que as me- didas de economia doméstica produ- zem efeitos psicolégicos importantes. ‘Agora mesmo estou encaminhando sugest6es que voce classificaria como de economia doméstica, para ajudar o Ministério da Educacdo @ 0 Ministério da Ciencia e Tecnologia a enfrentarem a crise. ~ Quais so essas sugestoes? = Desenterramento © reaprovelita- mento dos clips que ficaram tortos por excesso de utilizagdo. Reciclagem dos solos do Correio. Economia de energia através da paralisagdo fre- dente dos elevadores, com a conse- quéncia benéfica a sauide de obrigar as pessoas a fazer exercicio, subindo as escadas. Supressdo de botdes no vestuario feminino e masculino, 0 que fesultaria em roupas mais soltas, mais leves, adequadas ao nosso cli- ma. Algum dinheiro podera ser pou- ado, também, no consumo de luz, or meio de biecautes periddicos de limitada duracao, justiicados como treinamento para a resisténcia a uma eventual invasdo marciana ~ Emais 0 que? = Essa 6 a minha sugestio preferi- dda: economia de dgua nos banheiros. Em vez de cada usudtio apertar a valvula da latrina imediatamente apés sua utiizagdo, a valvula 6 provocaria © fluxo de agua depois da passagem pelo banheiro do quarto usuario. ~ Mas, Exceléncia, isso ndo val ‘causar uma horrivel fedentina? ~ Voces, realmente, nao querem fazer nenhum sactiicio pola rnagaol Leandro Konder ¢ filésofo e professor da PUC Rio © Globo. OTIMA CHANCE CLASSIFICADOS DE EMPREGOS. Precisa-se de Pizzaiolo com prética para dar jeito em CPI, digo Pizzaria do Sistema Finan- cceiro que esta com pretenso de funcionar corretamente. Favor tralar com os Senhores FHC, ou ACM, no paldcio do Planalto ou no Senado Federal, paga-se bem, em depésito no exterior. Favor ligar em hordrio atipico. © Campanha do Agasalho Sabe aquela sua rou- pa de frio do inverno passa- do que saiu de moda mas ainda esté legal, aquele seu moleton do Hard Rock ou do Planet Holywood que vocé usava quando era adoles- cente. Pois é, roupas de frio, cobertores, agasalhos ou moletons - novos ou em bom estado - sao bem vin- dos em nome das pessoas carentes. As doagdes po- dem ser entregues na pasto- ral, das 8h as 21h, até 31 de maio.

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