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Referendo Local

Breves notas

• Legislação: Constituição (art. 240) e Lei Orgânica n.º 4/2000, de 24 de Agosto


(de ora em diante, Lei Orgânica);
• Efeito vinculativo desde que a participação dos eleitores seja superior a 50%;

• O referendo não pode ter lugar sem deliberação favorável do órgão


deliberativo da autarquia onde ela deverá ocorrer (assembleia municipal ou
assembleia de freguesia) – art. 23º da Lei Orgânica n.º 4/2000, de 24 de
Agosto (Lei Orgânica);
• Objecto: “questões de relevante interesse local que devam ser decididas pelos
órgãos autárquicos municipais ou de freguesia e que se integrem nas suas
competências, quer exclusivas, quer partilhadas com o Estado ou com as
Regiões Autónomas” – art. 3º da Lei Orgânica.
• Nota: até 2005, apenas se tinham realizado em Portugal dois referendos
locais: em Serreleis (concelho de Viana do Castelo), em que a população se
pronunciou sobre a construção de um novo pavilhão polidesportivo; e em
Tavira, sobre a demolição de um antigo reservatório de água. No entanto,
houve várias iniciativas de referendos locais que foram chumbadas pelo
Tribunal Constitucional em sede de fiscalização preventiva, tendo os motivos
sido variados: ilegalidade do objecto (art. 3º da Lei Orgânica), infracção dos
limites temporais (art. 8º da Lei Orgânica).

Procedimento

1. Iniciativa:
o Iniciativa representativa:
 Órgãos deliberativos (ou dos seus membros) das autarquias
locais
 Órgãos executivos das autarquias locais

o Iniciativa popular:
 Grupos de cidadãos Eleitores Recenseados (ER) na área da
autarquia em causa
• 5 mil ou 8% dos ER na respectiva área, consoante o que
for menor;
• 300 ou 20% dos ER – consoante o que for menor - nos
município e freguesias com menos de 3750 ER
 A iniciativa popular é apreciada pela Assembleia municipal ou de
freguesia que, nos termos do art. 18º da Lei Orgânica, pode:
• Arquivar
• Rejeitar

• Convertê-la em deliberação (neste caso, segue o


caminho subsequente que passa a ser semelhante ao de
uma iniciativa de origem representativa)

2. Deliberação:
o Qualquer que seja a origem da iniciativa (representativa ou popular)
esta tem de ser apreciada e objecto de deliberação favorável da
assembleia municipal ou de freguesia
o A deliberação sobre a realização do referendo é tomada à pluralidade
de votos dos membros presentes, tendo o presidente voto de qualidade.

3. Fiscalização da Constitucionalidade
 No prazo de 8 dias a contar da deliberação de realização do
referendo, o presidente do órgão deliberativo submete-a ao
Tribunal Constitucional, para efeitos de fiscalização preventiva
da constitucionalidade e da legalidade.

TT/05/2006

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