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SEMINÁRIO TEOLÓGICO BATISTA DO NORTE DE MINAS

Vendo Cristo nas Festas Bíblicas

Trabalho apresentado à disciplina


Tipologia Bíblica ministrada pelo
professor Pr. Solom Diniz Cavalcanti,
requisito parcial de avaliação do 1°
semestre letivo de 2007, referente ao 2°
ano do curso de Bacharel em Teologia.

André R. e S.
28/05/2007
Vendo Cristo nas Festas Bíblicas

Os hebreus celebravam várias festas sagradas ao ano, chamadas de “santas


convocações” a maioria delas se relacionavam com as atividades agrícolas e os
acontecimentos históricos da nação hebréia, sendo instituídas como parte da aliança do
Sinai( Ex.23.14-19). As festas eram celebradas com duplo propósito; de refletir sobre a
bondade de Deus e de recordar que os israelitas era o povo escolhido pelo Senhor. E, ao
analisarmos estas festas podemos notar que a figura de Cristo está presente em cada um
delas.

A Festa da Páscoa
A páscoa foi instituída em comemoração ao fim do cativeiro Egípcio. Um
cordeiro sem defeito era escolhido e no décimo quarto dia do primeiro mês à tarde seria
sacrificado, seu sangue era posto nas ombreiras das portas, e a noite sua carne era
assada e comida acompanhada apenas de pão sem fermento e ervas amargas.
O Novo Testamento apresenta Jesus Cristo como nosso sacrifício pascoal:
“Cristo, nossa páscoa, foi sacrificado por nós.” (I Co 5:7). Tendo em mente essa
simbólica representação, podemos fazer a seguinte analogia:
- Na crucificação, nenhum dos ossos do corpo de Jesus foi quebrado (Jô 19:36), da
mesma forma na páscoa nenhum osso do cordeiro poderia ser quebrado (Ex12:46 e
Nm9:12).
- O cordeiro pascoal era morto no dia 14 do 1° mês , e comido no 15° dia (Ex 12:13),
Jesus morreu por ocasião da páscoa (Jô 19:14).
- O espargir do sangue do cordeiro significava um livramento de morte, pois onde havia
a marca do sangue do cordeiro, o anjo da morte não fez vitimas. Da mesma forma o
sangue de Jesus nos livra da condenação eterna (Rm 3:25).
- O sacrifício deveria ser um cordeiro sem mácula (Ex12:3), e Jesus foi chamado por
João Batista de “o Cordeiro de Deus” (Jo 1:29).
- A carne do cordeiro deveria ser comida (Ex12:7), nós também devemos participar da
Sua carne através da Ceia do Senhor (Jo6:51).
A Festa dos Pães Asmos

A festa dos Pães Asmos representava a consagração do povo de Deus, tendo em


vista a sua redenção do Egito. O fermento simboliza o pecado por isso o pão era feito
sem fermento para simbolizar o arrependimento, o repúdio do pecado e a dedicação a
Deus. Todo “fermento”(pecado) tinha que ser removido da casa dos israelitas. Esta
Festa era realizada logo após a Páscoa, nos mês 1 (Nisã) ou o nosso mês de Abril,
durante sete dias, encorajando assim, cada participante a ir ao santuário e ofertar em
proporção ao que Deus o abençoara.

A Festa das Primícias

A Festa das Primícias requeria que as primeiras colheitas fossem oferecidas a


Deus. Os israelitas não podiam comer de sua colheita sem primeiro trazer essa oferta,
em reconhecimento do fato que o fruto da terra provinha do Senhor, e era celebrada em
conjunto com a Festa dos Pães Asmos. As Primícias era consagrada ao Senhor,
prenunciando que o crente deve consagrar ao Senhor a totalidade de sua vida.
Também podemos ver Jesus na Festa das Primícias, pois no dia 16 do 1° mês, o
dia seguinte ao sábado, as primícias eram apresentadas ao Senhor para que Ele as
aceitasse, do mesmo modo, Cristo morreu na sexta-feira à tarde, e no dia depois do
sábado, “Cristo as primícias”, ressuscitou dos mortos. A morte dera lugar à vida e a
primeira coisa que Jesus tinha a fazer era apresentar-se perante e Deus e ouvir que Seu
sacrifício foi aceito.

A Festa de Pentecostes

O nome desse festival vem da palavra grega para "qüinquagésimo". Era


celebrado no qüinquagésimo dia depois da páscoa. Era uma festa da colheita que
celebrava o fim da colheita da cevada e o início da colheita do trigo. No Velho
Testamento esse festival chamado de Shavuot (Semanas), é chamado de As Festas das
Semanas (Ex 34:22; Dt 16:10) por causa das sete semanas depois da páscoa. Também é
chamado de festa de sega (Ex 23:16) e dia das primícias (Nm 28:26). A festa das
semanas era um dos três festivais peregrinos do Velho Testamento aonde as pessoas
teriam que aparecer diante do Senhor com presentes e ofertas (Ex 23:14-17).
Tradicionalmente, a colheita de grãos se estendia da páscoa quando o primeiro grão era
cortado (Deuteronômio 16:9), por volta de meados de abril, até o pentecostes que
terminava nos meados de junho.
Todo ano o sacerdote acenava com um molho das primícias de sua sega diante
do Senhor no dia depois do sábado durante a festa dos pães asmos (o período de sete
dias que seguia a páscoa). O povo então contava cinqüenta dias da oferta das primícias
até o dia depois do sétimo sábado para ver a festa das semanas (Lv 23:11). Neste dia
duas bisnagas de pão, feitas de dois décimos de um efa de farinha e assados com
fermento, eram colocados diante do Senhor e ofertas de livre arbítrio eram encorajadas
(Dt 16:10). Essa festa da colheita era um tempo de grande alegria e de uma assembléia
santa onde nenhum tipo de trabalho era permitido (Lv 23:21; Dt 16:11). O pentecostes é
mencionado pela primeira vez no Novo Testamento como sendo a ocasião do
derramamento do Espírito de Deus sobre os discípulos de Cristo, um evento que muitos
teólogos consideram como sendo o início da igreja (At 2:1). Como essa era uma festa
obrigatória, os judeus viajavam grandes distâncias para se reunir para ver o pentecostes
em Jerusalém, fazendo dessa uma grande oportunidade para Deus fazer grandes coisas.
Hoje vemos o pentecostes como o derramamento do Espírito Santo, Jesus presente em
nós através de Seu Espírito, algo que foi dito pelo próprio Cristo (Jô 14:16-17 e 26,
15:26 e 16:7).

Festa das Trombetas

Acontecia no dia primeiro do sétimo mês, sendo preparatória para o Dia da


Expiação, que era celebrada no dia dez do mês. Era uma solene chamada a todo Israel
para que se preparassem a fim de encontrar-se com o seu Deus. Anunciava-lhes que o
dia do juízo se aproximava, e para ele deviam se preparar. Era um misericordioso meio
de lembrar-lhes a necessidade de confissão e consagração.

A Festa da Expiação

È a coluna de todo o sistema sacrifical. Era particularmente especial para os


israelitas e nele obra alguma poderia ser realizada.
O dia da expiação acontecia no décimo dia do sétimo mês, a preparação para
este dia começava dez dias antes. O sumo-sacerdote seguia um rígido ritual de
preparação, para então começar a executar sua função.
No dia da expiação todos acordam cedo, então o sumo-sacerdote recebe da
congregação dois bodes e um carneiro, os quais juntamente com sua própria oferta pelo
pecado, um novilho, são apresentados perante o Senhor. Ele mata o novilho, que é por si
mesmo, e um sacerdote apanha parte do sangue numa tigela, mexendo-o de modo a não
coagular, enquanto o sumo-sacerdote realiza outra parte do serviço. Depois que o
novilho é morto, o sumo-sacerdote toma as brasas do altar da oferta queimada, pondo-as
num incensário. Enche também as mãos de incenso e penetra no Tabernáculo, e entra no
santíssimo. Aí coloca o incensário no propiciatório, que é a tampa da Arca da Aliança, e
a nuvem do incensário cobrirá o propiciatório. E então parte-se para outra parte da
cerimônia.
Antes de o novilho ser morto, houve outra cerimônia. Lançaram sortes sobre os
dois bodes, uma pelo Senhor e outra pelo bode emissário. O bode sobre o qual caiu a
sorte pelo Senhor deverá ser oferecido como expiação pelo pecado. O outro, chamado
agora de bode emissário, deverá ser apresentado vivo ao Senhor, para então envia-lo ao
deserto. Toda a cerimônia pode ser dividida da seguinte maneira: expiação pelo
santuário, isto é, pelas coisas santas; expiação por pessoas, sacerdote e povo.
Dessa forma esses sacrifícios traziam perdão dos pecados daqueles que se
arrependem deles e os confessam, acompanhado de reconciliação com Deus, através do
sacrifício de uma vítima inocente. No AT a vítima era um animal, figura e símbolo do
Cristo crucificado, como exemplifica o apóstolo Paulo em sua carta aos hebreus:
“De fato, de acordo com a lei, quase tudo é purificado com sangue. E, não
havendo derramamento de sangue, não há perdão de pecados. O sacrifício de Cristo
tira os pecados. Essas coisas, que eram cópias das realidades celestiais, deviam ser
purificadas desse modo; mas as próprias coisas celestiais exigem sacrifícios bem
melhores. Cristo não entrou num Lugar Santo feito por seres humanos, que é a cópia do
verdadeiro Lugar. Ele entrou no próprio céu, onde agora aparece na presença de Deus
para pedir em nosso favor. O Grande Sacerdote entra, todos os anos, no Lugar
Santíssimo, levando consigo sangue de um animal. Porém Cristo não entrou para se
oferecer muitas vezes. Se fosse assim, ele teria de sofrer muitas vezes desde a criação
do mundo. Pelo contrário, uma vez por todas ele apareceu agora, quando os tempos
estão chegando ao fim, para tirar os pecados por meio do sacrifício de si mesmo. Cada
pessoa tem de morrer uma vez só e depois ser julgada por Deus. Assim também Cristo
foi oferecido uma só vez em sacrifício, para tirar os pecados de muitas pessoas”. (Hb
9.22-28).

A Festa dos Tabernáculos

A Festa dos Tabernáculos era assim chamada porque durante a mesma semana, o
povo deixava suas casas e morava em cabanas ou tendas temporárias feitas de ramos de
árvores. Esse ato lembrava ao povo a bondade de Deus para com ele durante seus
quarenta anos no deserto, sem habitação permanente. Também era chamada Festa da
Colheita, porque ela comemorava o término da colheita dos frutos e nozes do verão,
sendo realizada no mês 7 (Tisri) ou o nosso mês de setembro.
De igual modo, nós somos peregrinos neste mundo, pois o Senhor disse que
deveria partir para nos preparar lugar junto ao Pai (Jo14:1-5). E estamos aguardando
Sua volta pois Ele virá nos buscar para morarmos na Cidade Santa, Jerusalém Espiritual
(Ap 21:2).

Bibliografia:

• Enciclopédia e Bíblia digital Ilumina Gold.


• Bíblia de Estudo Pentecostal, traduzida por João Ferreira de Almeida, Edição
revista e corrigido de 1995. CPAD.
• Bíblia de Estudo Aplicação Pessoal, traduzida por João Ferreira de Almeida,
Edição revista e corrigida de 1995. CPAD.
• ANDREASEN, M.L. O ritual do Santuário. Casa Santo André: São Paulo.

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