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florestal. O chefe com a boca colada ao meu ouvido e a minha mãe na
cabeça, recebeu uma viagem grátis a Meca e também ostenta uma meda-
lha Haj.
Como costumava dizer Obaid: «Glória a Deus! Glória a Deus! Para
cada macaco há uma huri.»
O segundo oficial está a desperdiçar um pouco mais da sua vida já
desperdiçada no esforço de me subjugar ao seu mau hálito e berraria
incessante. Será que não sabe que fui eu o inventor de parte das cretini-
ces que me grita aos ouvidos? Nunca ouviu falar do tratamento Shigri?
Ignora que outros pelotões me convidavam a meio da noite para fazer
chorar os recém-chegados com o meu número de três minutos sobre as
mães deles? Será que pensa que «estou a cagar-me para a puta da tua
mãe», mesmo pronunciada com força 5, conserva algum significado
quando faltam poucas semanas para a revista anual do Presidente e a
promoção a oficial?
A teoria era extremamente simples: qualquer bom soldado aprende
a abstrair-se do ruído e a dissociar essas expressões do seu significado
aparente. Quero eu dizer que quando dizem essas coisas sobre a nossa
mãe, não têm a menor intenção – e tão-pouco o menor desejo – de faze-
rem o que dizem que querem fazer com a nossa mãe. Dizem-no porque
é a primeira coisa que lhes vem à cabeça, porque soa bem e não requer
uma ponta de imaginação. A palavra «mãe» reverbera por instantes na
nossa cabeça quando a pronunciam com os lábios colados aos nossos
ouvidos. E acaba aí. Nem sequer conhecem de vista a nossa pobre mãe.
Aquele que se for abaixo só pelo impacto disto mais vale ficar na
terra a tratar das cabras do pai ou ir estudar Biologia e ser médico para
desfrutar de toda a paz e silêncio que lhe der na real gana. Porque, como
militar, o ruído é a primeira coisa de que aprendemos a defender-nos e,
como oficial, o ruído é a primeira arma de ataque que aprendemos a
esgrimir.
A menos que façamos parte da Unidade de Instrução Silenciosa.
Basta um tipo observar a parada durante o exercício da manhã para
ver quem manda. Quem dá as ordens? Somos mais de mil, escolhidos de
entre uma população de cento e trinta milhões, submetidos a provas físi-
cas e psicológicas tão extenuantes que apenas um em cada cem aspirantes
consegue superá-las, e quando esta nata e elite da nossa nação, como nos
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é constantemente lembrado, chega aqui, quem a dirige? Aquele que fala
mais alto, aquele que tem a voz mais clara, aquele capaz de insuflar o peito
para pronunciar uma ordem capaz de aturdir os corvos da manhã e obri-
gar mesmo os cadetes mais obstinados a levantar os joelhos até à cintura e
fazer o mundo parar ao golpearem o chão de cimento com os tacões.
Era pelo menos o que eu pensava antes da chegada do tenente Ban-
non com as suas teorias sobre a cadência interior, as ordens dadas em
silêncio e as técnicas de instrução subsónicas. «Uma instrução com or-
dens não é mais do que isso: uma instrução», compraz-se em afirmar
Bannon. «Uma instrução sem ordens é uma arte. Quando berras uma
ordem, só te ouvem os rapazes do teu pelotão. Mas quando a tua cadên-
cia interior sussurra, até os deuses a escutam.»
E Bannon não acredita em nenhum deus.
Pergunto a mim mesmo se virá visitar-me aqui. Não sei se o deixa-
rão entrar nesta cela.
O segundo oficial já está exausto de tanto falar na minha mãe e pres-
sinto um apelo para o meu bom senso. Contraio os músculos do abdó-
men perante a arenga iminente sobre «a nata e a elite da nação». Não
quero vomitar. A cela é pequena e ignoro quanto tempo vou ficar aqui.
– Tu és a nata e a elite da nação – diz ele, abanando a cabeça. – És o
orgulho da Academia. Acabo de te recomendar para a Espada de Honra.
Vai ser-te entregue pelo Presidente do Paquistão. Tens duas opções: gra-
duares-te com todas as honras dentro de quatro semanas ou saíres às
cambalhotas ao som dos tambores. Amanhã. Palmas. Palmas. Como
Tony Singh. – Bate as palmas duas vezes como os figurantes dos filmes
indianos num coro de música qawwali.
Foi o que fizeram a Tony Singh. Expulsaram o desgraçado sob o
rufar dos tambores. Se bem que, verdade seja dita, nunca cheguei a per-
ceber o que fazia Tony Singh na força aérea da República Islâmica. Antes
de conhecer Tony Singh (ou antes, Sir Tony, como tínhamos de lhe cha-
mar porque andava seis cursos à frente do nosso), o único Tony que
conhecia era o cão da nossa vizinha e o único Singh que tinha conhecido
aparecia no meu livro de História, um marajá zarolho que governou o
Punjabe há alguns séculos. Pensava que depois da Partição tinham desa-
parecido todos os Tonys e todos os Singh, mas pelos vistos alguns não
perceberam a mensagem.
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Tony Singh não percebeu a mensagem nem mesmo quando encon-
traram um transístor no quarto dele e o acusaram de espionagem.
A defesa de Sir Tony assentou no programa Top of the Pops. Reduziram
a acusação a conduta imprópria de um oficial e acabaram por o expulsar a
toque de tambor.
Um tamborileiro solitário – um cabo que, depois de carregar du-
rante toda a vida o maior tambor da banda da Academia, tinha come-
çado a parecer ele próprio um tambor – seguia à frente e, com o seu
rataplã-plã-plã, marcava o ritmo da marcha. Mais de mil cadetes forma-
ram alas de ambos os lados da Avenida das Águias, desde a prisão até ao
portão principal.
«Descansar», foi a ordem que recebemos.
Tony Singh saiu do calabouço, depois de passar algumas noites nesta
mesma cela. Tinha a cabeça rapada, mas ainda envergava o uniforme.
Muito direito, recusou-se a baixar os olhos ou a olhar de esguelha.
«Palmas», foi a nova ordem.
Começámos a bater palmas compassadamente. O segundo oficial
no comando removeu o cinturão e os galões das ombreiras de Sir Tony e
depois aproximou-se e segredou-lhe algo ao ouvido. Sir Tony ajoelhou-
-se, apoiou as mãos no chão e deu uma cambalhota para a frente sem
tocar o cimento com a cabeça rapada.
O gajo mostrava-se arrogante mesmo de rabo alçado para o céu.
O percurso foi exasperantemente lento. Passado um bocado o rufar
do tambor tornou-se insuportável. Uns cadetes batiam palmas com mais
entusiasmo do que outros.
Olhei de soslaio e vi que Obaid fazia um esforço para reprimir as
lágrimas.
– Sir, juro por Deus que ignoro o paradeiro do cadete Obaid – digo,
tentando manter o equilíbrio sobre a linha resvaladiça entre humilhar-
-me e cuspir-lhe na cara.
O segundo oficial quer ir para casa. Reclama-o uma noite de cruel-
dade doméstica e Baywatch. Agita a declaração escrita por mim à minha
frente.
– Tens uma noite para reflectir sobre isto. Amanhã faço-a chegar às
mãos do comandante e se há coisa que ele deteste mais do que os seus
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homens desaparecerem é os cúmplices armados em espertos. O coman-
dante aguarda com muita expectativa a visita do Presidente. Aliás, todos
nós. Não queiras estragar tudo.
Vira-se para sair. A metade superior do meu corpo descontrai-se.
Ele apoia a mão no puxador da porta e dá meia-volta; a metade superior
do meu corpo volta à posição de sentido.
– Vi uma vez o teu pai e era um soldado até à medula. Olha para ti.
– Um sorriso perverso assoma-lhe aos lábios. – É uma sorte que vocês,
montanheses, não tenham pêlos na cara.
Faço a continência, recorrendo a todo o meu treino de instrução si-
lenciosa para reprimir a cadência interior, que está a dizer: «Eu também
me estou a cagar para a tua mãe.»
Interrogo-me por instantes o que faria Obaid nesta cela. A primeira
coisa que o teria incomodado era o odor deixado pelo segundo oficial.
Aquele cheiro a cebola queimada e a iogurte caseiro rançoso. O odor da
suspeita, o odor das coisas que não correram como previsto. Porque o
nosso Obaid, o nosso Baby O, acredita que não há nada no mundo que
umas gotas de Poison no pulso e uma velha melodia não possam resolver.
É inocente do mesmo modo que o são os canários solitários, que
saltitam de ramo em ramo, resistindo com um suave voltejar das asas e
uns mililitros de sangue à gravidade deste mundo que quer atrair-nos a
todos à sua superfície pútrida.
Que hipóteses teria Obaid diante deste segundo oficial? Baby O, o
recitador de versos antigos com voz sussurrante, o cantor de melodias de
outros tempos? Como superou o processo de selecção? Como conseguiu
arranjar-se para ser aprovado no teste de qualidades de oficial? Como
dirigiu os outros candidatos nos simulacros de sobrevivência na selva?
De que ardis se serviu para encaixar nos perfis psicológicos?
Bastava que lhe baixassem as calças e vissem as cuecas de seda com
pequenos corações bordados no cós.
Onde estás, Baby O?
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Depois do Jantar. Enquanto cadetes do terceiro curso, cabiam-nos a nós
os números de disfarces e toda essa merda enquanto os mais velhos
podiam cantar as canções do George Michael em playback. Nesse
momento estávamos a representar com mímica um poema revolucioná-
rio do mais machista possível. Eu, a Águia imperialista, caía sobre a
Pomba de Obaid, símbolo do Terceiro Mundo. Ele defendia-se e, à guisa
de apoteose final, aterrava sobre o meu peito e enterrava-me o bico de
cartão no pescoço até o fazer sangrar.
Bannon foi conhecer-nos aos bastidores enquanto nos despojáva-
mos das ridículas penas.
– Viva! Que grandes feras, vocês deviam estar em Hollywood! –
O seu aperto de mão era firme e exagerado. – Foi uma bela actuação. –
Virou-se para Obaid, que limpava com um lenço a graxa castanha do
rosto. – Sem as pinturas de guerra, és uma criança – comentou. – Como
te chamas?
Ao fundo, Sir Tony desafinava tanto na sua interpretação de Care-
less Whisper que os altifalantes emitiam guinchos de protesto.
Sob a boina carmesim, o rosto de Bannon assemelhava-se a couro
curtido e os olhos a charcos de um verde-claro que não viam uma gota
de chuva há anos.
– Obaid. Obaid-ul-llah.
– E o que é que isso significa?
– Servo de Alá – respondeu Obaid, inseguro, como se tivesse de
explicar que não tinha sido ele a escolher o nome.
– E que significa o seu nome, tenente Bannon? – pergunto eu, saindo
em socorro de Obaid.
– É só um nome. Ninguém me chama tenente. Para vocês, as vede-
tas do espectáculo, sou o compincha Bannon.
Bateu com os tacões e virou-se para Obaid. Pusemo-nos os dois em
sentido. Fez a continência a Obaid levantando dois dedos à altura da testa
e, em seguida, pronunciou umas palavras que naquele momento nos
pareceram mais uma demonstração do estranho jargão militar americano,
mas que mais tarde se converteram em tema de mexeriquice na cantina.
– Vemo-nos na parada, Baby O.
Senti ciúmes, não pela intimidade insinuada, mas por lamentar que
aquela alcunha não me tivesse ocorrido a mim.
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Recapitulo mentalmente tudo o que poderiam encontrar no quarto
para me atirar à cara:
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cerimonial. Eu estou de pé na ponta da asa esquerda, com o meu uni-
forme. Baby O grita qualquer coisa por cima do ruído ensurdecedor do
avião. Não distingo as palavras, mas pelos gestos percebo que pede que
me aproxime. Quando dou o primeiro passo em direcção a Baby O, o
C130 inclina-se e inicia uma viragem de trinta graus à esquerda, e de
súbito resvalamos pelas asas, rumo ao esquecimento. Desperto com um
desses gritos que ecoam por todo o corpo mas morrem na garganta.
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– Belo poema – comenta, alisando o papel amarrotado. – De manhã,
em vez da instrução, devíamos começar o dia com recitais de poesia. –
Vira-se para o segundo oficial. – Onde encontrou isto?
– No colchão dele – responde o segundo oficial, impante por ter ido
muito além do cumprimento do seu dever.
Rilke volta a ser amarrotado e o comandante fixa no segundo oficial
um desses olhares de que só são capazes os militares com herança gené-
tica de general.
– Não tínhamos resolvido já este problema?
«Toma, para aprenderes», sussurra a minha cadência interior.
O comandante toma o pulso à nação e ajusta sempre as velas con-
soante o vento que sopra do Comando-Geral do Exército. Expressões
como «Alá Todo-Poderoso» e «Manter os cavalos aparelhados porque
vêm aí os infiéis russos» têm aparecido ultimamente nas suas ordens do
dia, mas não renunciou à sua missão secular de se desfazer dos colchões
de espuma com buracos.
– Sabes porque éramos uma raça superior de oficiais? Não por ter-
mos instrutores formados em Sandhurst. Não. Era porque dormíamos
em delgados colchões de algodão, debaixo de mantas de lã ásperas como
cus de asnos.
Olho por cima da sua cabeça e observo as fotografias da inspecção
presidencial pregadas na parede, os troféus enormes e reluzentes guar-
dados numa vitrina e procuro o meu pai.
Sim, aquele homem de bronze de vinte e três centímetros, de pis-
tola, é meu. O Troféu Comemorativo Shigri para o Melhor Atirador
com Arma de Curto Alcance, assim denominado em homenagem ao
coronel Quli Shigri, ganho pelo cadete Ali Shigri. Naquele momento não
quero pensar no coronel Shigri, nem na ventoinha do tecto, nem no len-
çol atado que os unia. Pensar no meu pai, na ventoinha e no lençol
deixa-me sempre furioso ou triste. E este não é o lugar adequado para
nenhuma dessas emoções.
– Olha para eles agora. – O comandante vira-se para mim. Estreito
mais os braços contra o tronco e mudo subtilmente a posição do pes-
coço para poder continuar a olhar o homem de bronze.
«E que tenho eu a ver com isso?», penso. «Não fui eu que inventei a
maldita tecnologia com que fazem os colchões de espuma.»
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– E estes mariconços...
Um bom chavão novo, penso para comigo. É assim que mantém a
sua autoridade. Inventando expressões novas que um tipo não percebe
de facto mas sabe que lhe são dirigidas.
– Estes mariconços dormem em colchões de vinte e três centíme-
tros, debaixo de malditos edredões de seda e acham-se umas malditas
princesas mongóis em lua-de-mel.
Entrega o Rilke amarrotado ao segundo oficial, sinal de que o inter-
rogatório pode continuar.
– Isto é teu? – pergunta o segundo oficial, agitando-me os poemas
diante da cara.
Tento recordar algo dos poemas, mas fico bloqueado por um verso
mal memorizado sobre uma árvore que brota de uma orelha e que, se já
é estranho em inglês, em urdu soa completamente delirante. Não sei que
raio escreveu o tipo em alemão.
– Não, mas reconheço a letra.
– Nós também reconhecemos a letra – volve, em tom triunfante. –
Que fazia isto no teu colchão?
Preferia que tivessem encontrado a garrafa de rum ou o vídeo. Cer-
tas coisas explicam-se por si só.
Decido continuar fiel à verdade.
– Foi um presente de aniversário do cadete Obaid.
O segundo oficial devolve os poemas ao comandante, como se aca-
basse de apresentar as provas da acusação, seja ela qual for.
– Nas minhas funções já vi malandros de toda a espécie – começa o
comandante lentamente. – Mas um mariconço oferecer poesia a outro
mariconço e depois o outro mariconço enfiá-la no buraco do colchão é
uma perversão que ultrapassa tudo.
Dir-lhe-ia de bom grado como uma palavra nova pode perder rapi-
damente o seu encanto por excesso de uso, mas ele ainda não tinha aca-
bado.
– O sacana acha-se muito esperto. – Dirige-se ao segundo oficial,
claramente divertido com a situação. – Chame o ISI para terem uma
conversa com ele.
Sei que ainda não deu o assunto por concluído.
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– Escuta, rapaz, por muito esperto que sejas e por mais poesia ama-
ricada que leias, há uma coisa que te falta: experiência. E aqui, de que
serve a poesia? Quando vesti este uniforme pela primeira vez...
Lanço uma derradeira mirada ao homem de bronze com uma pis-
tola. Os olhos desorbitados do coronel Shigri estão fixos em mim. Este
não é o sítio adequado, repito para comigo.
O comandante apercebe-se do meu alheamento momentâneo e
repete o que estava a dizer.
– Quando vesti este uniforme pela primeira vez, ainda tu estavas em
estado líquido.
O segundo oficial manda-me sair do gabinete do comandante em
passo de marcha. No caminho de regresso procuro evitar as saudações
dos cadetes que passam por mim. Finjo acompanhar o segundo oficial
num passeio tranquilo, que acabará no quarto e não nos calabouços.
Não consigo pensar em mais nada senão no ISI.
Não pode passar de uma ameaça destituída de fundamento. Não
acredito que solicitem a intervenção dos malditos Serviços Secretos só
porque um cadete se ausentou sem licença. O ISI tem a ver com segu-
rança nacional e espionagem. E quem diabo precisa hoje de espiões? Os
Estados Unidos da América possuem satélites com câmaras tão potentes
que conseguem contar o número exacto de pêlos que temos no cu. Ban-
non mostrou-nos uma foto desse satélite e afirmou que tinha visto fotos
de rabos tiradas do espaço, que não nos podia mostrar por se tratar de
informação secreta.
O ISI também é responsável pela droga, mas nós nunca nos drogá-
mos. Bom, é verdade que fumámos haxixe uma vez, mas, nas montanhas
de onde venho, o haxixe é uma espécie de condimento para cozinhar,
para as dores de cabeça e coisas do género. Obaid conseguiu algum atra-
vés do nosso lavadeiro, o Empertigado, e estivemos a fumar uma noite à
luz da lua no meio da parada. Ao Obaid deu-lhe para cantar e quase tive
de o amordaçar antes de o levar de volta ao quarto.
Tenho de fazer chegar um SOS a Bannon.
Mas que grande merda. Que grande merda.
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