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O Integralismo e o
Hitlerismo na colônia.
Mario F. Medeiros

A “COLONIA” ALLEMÃ

Que é a “colonia” allemã?

Milhares de homens, atirados dentro do paiz, conhecendo o governo

somente através das eleições, tempo em que fornecem os votos
necessarios para a defesa das olygarchias politicas, e conhecendo o
governo, mais uma vez, na época de arrecadação dos impostos, falando
um dialeto exquisito, que não é portuguez, e, tambem, não é allemão,
vivendo uma vida completamente á parte do povo brasileiro, com
imprensa propria, com uma grande série de costumes particulares, a
“colonia” de origem allemã, do sul do Brasil, chama a attenção dos
mais curiosos observadores dos factos sociaes.

CONSCIENCIA DE NACIONALIDADE

Facto impossivel de negar é o rigor com que os velhos “colonos”

defendem a consciencia de nacionalidade allemã, dos seus remotos
ascendentes germanicos.

Lado a lado com elle, lutando contra elle, combatendo-o, oppondo-se á

sua acção dispersiva, outro acontecimento prende a curiosidade dos
mais attenciosos observadores.

Existe uma forte corrente de individuos que residem no seio da

“colonia” e que, no entanto, consideram-se brasileiros.

Dentro da “colonia” pois, encontramos duas mentalidades em choque: a

dos “colonos” que se julgam allemães, e a dos “colonos” que sómente
amam o Brasil.

Os velhos “colonos” não podem concordar com as novas tentativas das

gerações que lhes vão succedendo. Por sua vez, os “colonos”
brasileiros não admittem que os chamem de allemães. Eis a grande luta
que deflagra em todos os sectores de vida da zona colonial allemã.
Basta que se diga que esta luta foi levada ao proprio seio da Igreja
Protestante Allemã e que, em razão della, o pastor Seifert fundou uma
Igreja Brasileira, para combater as tendencias germanizantes do gremio
religioso a que ella pertencia.

INTEGRALISMO E HITLERISMO

Penetrando o ambiente colonial, o Integralismo foi conquistando,

rapidamente, o coração e a intelligencia de todos aquelles que se
julgavam brasileiros, enquanto a propaganda racista do hitlerismo
apaixonava os velhos colonos que se diziam allemães.

Eis, porque, homens como o Dr. Wolfram Metzleer vêm no hitlerismo, um

dos maiores inimigos do movimento
integralista, dentro da zona colonial.

Tudo acontece bem ao contrario do que espalham as agencias

telegraphicas e os jornaes que nos combatem. O Integralismo não
encontra nenhum apoio no hitlerismo. Pelo contrario, é combatido por
elle.
(Da “Revolução”)

(Transcrito das págs. 57 e 58 da Revista “Panorama – Collectanea do

Pensamento Novo” – São Paulo – Anno I – Julho de 1936 – Nº7 – 64 págs;
foi conservada a ortografia da época).

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