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Memrias Apagadas Olhei para aquela foto... Um passado que deveria estar na memria e no papel.

Porm, o papel j no me faz recordar aquele segundo em que o sorriso daquela criana da foto resplandece falsamente para uma pessoa que est por trs da cmera. Devera eu recordar? Sim, dizem que aquele sou eu. Em um passado no muito distante. Dvidas ainda me assolam. Devera eu recordar? Algo me diz que no. Uma voz adocicada me diz que no devo. Diz mais. - Aquele no voc. Aquela criana no teve infncia. Ela viveu como se fosse um adulto. Parecia gostar daquilo, mas na verdade odiava. E essa voz levava consigo todo o desejo de lembrar aquele instante. Devera eu recordar? A voz no a mesma. Ela conhece o meu segredo. Sabe que o garoto da foto sou eu. Sabe como desejei ter sido uma criana. Sinto que a voz passa de um agudo a um grave, rapidamente, cada vez que resisto a ela. Comea ento uma batalha onde a voz me golpeia letalmente com palavras que jamais deveras dizer. Palavra que levaria ao renascimento de uma dor muito grande na alma. Porm eu a veno dizendo-a que doce a iluso, porm, melhor a verdade, seja quo amarga for. Ela conhecia o meu segredo. Sabia que aquele garoto sou eu. Sabe como desejei ser uma criana.

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