Você está na página 1de 2

tera-feira, 26 de maio de 2009 COISA JULGADA A exceo de coisa julgada (CPP, art.

95, V) funda-se tambm no princpio nom bis in idem. Transitada em julgado uma deciso, impossvel novo proceso pelo mesmo fato. Nesse caso, argi-se o exceptio rei judicantae A coisa julgada nada mais do que uma qualidade dos efeitos da deciso final, marcada pela imutabilidade e irrecorribilidade.

Distino

entre

coisa

julgada

formal

coisa

julgada

material

A coisa julgada formal reflete a imutabilidade da sentena no processo onde foi proferida; tem efeito preclusivo, impedindo nova discusso sobre o fato no mesmo processo; Na coisa julgada material existe a imutabilidade da sentena que se projeta fora do processo, obrigando o juiz de outro processo a acatar tal deciso, ou seja, veda-se a discusso dentro e fora do processo em que foi proferida a deciso. Obs. No nosso direito a imutabilidade da sentena condenatria no absoluta, pois cabente em vrias hipteses a reviso criminal (CPP, art. 621); tambm nos casos de anistia, indulto, unificao de penas, etc.

Histria A coisa julgada (res in judicium deducta) tinha, para os romanos, uma finalidade eminentemente prtica. Visava proporcionar segurana s decises tomadas, solucionando definitivamente o conflito de interesses e evitando sua perpetuao. Apesar de tratar-se de uma exisgncia bsica da vida urbana, nem todas as decises tinham esta caracterstica de imutabilidade. As resolues interlocutrias, por exemplo, no produziam o efeito da coisa julgada.

Funo

da

coisa

julgada

A coisa julgada visa paz social, obstando que os litgios se eternizem, envenenando as paixes e tornando instveis as relaes jurdicas.

Cabimento

da

exceo

de

coisa

julgada

Deve ser proposta quando verificar-se a identidade de demanda entre a ao proposta euma outra j decidida por sentena transitada em julgado.

Para que se acolha a exceo de coisa julgada, necessrio que a mesma coisa (eadem personae) seja novamente pedida pelo mesmo autor contra o mesmo ru (eadem personae) e sob o mesmo fundamento jurdico do fato. Se for proposta uma segunda ao, esta no poder ter seguimento, e, assim, abre-se a possibilidade para vrias solues: a) o juiz pode rejeitar a denncia, caso reconhea a existncia da coisa julgada. Desta deciso cabe recurso em sentido estrito. b) Por outro lado, se o juiz percebe a existncia de coisa juglada aps o recebimento da denncia, e em qualquer fase do processo, ele pode declar-la de ofcio e extinguir o processo sem julgamento do mrito. c) Se o Juiz no declara de ofcio a exceo de coisa julgada, o ru ou o Ministrio Pblico podero argi-la. Para que a exceo seja cabvel, devem coexistir trs requisitos: * existncia de uma deciso anterior com trnsito em julgado;

* propositura de uma segunda ao penal referente ao mesmo fato, pois se trata de uma questo incidental processual. Logo, necessrio se faz que tenha ocorrido o recebimento da denncia ou queixa. Se for instaurado um segundo inqurito policial, ele pode ser trancado por habeas corpus.

Fernando Capez, ob. cit. s 19:11

Você também pode gostar