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UM POEMA DE AMOR todas as mulheres todos os seus beijos as suas diferentes formas de amar e falar e precisar.

suas orelhas todas elas tm orelhas e gargantas e vestidos e sapatos e automveis e ex-maridos. na maioria as mulheres so bem calorosas elas me lembram uma torrada com a manteiga derretida em cima. h um jeito de olhar: elas foram raptadas, elas foram enganadas. no sei bem o que fazer por elas. sou um cozinheiro honesto um bom ouvinte mas jamais aprendi a danar estava ocupado ento com coisas maiores. mas curti as suas diferentes camas fumando cigarro olhando para os tetos. no fui nem depravado nem desleal. apenas um aprendiz. sei que todas tm esses ps e descalas elas atravessam o assoalho enquanto admiro suas bundas tmidas no escuro. sei que elas gostam de mim, algumas at me amam mas eu amo bem poucas. umas me do laranjas e vitaminas em plulas; outras falam calmamente sobre

a infncia e pais e paisagens; umas so meio loucas mas nenhuma delas sem razo; umas desempenham bem no amor, outras nem tanto; as melhores no sexo nem sempre so as melhores em outros assuntos; cada uma tem limites assim como eu tenho limites e nos descobrimos um ao outro rapidamente. todas as mulheres todas as mulheres todos os quartos os tapetes as fotos as cortinas, parece com uma igreja s raramente que se ri. aquelas orelhas aqueles braos aqueles cotovelos aqueles jeitos de olhar, a ternura e a carncia me conquistaram me conquistaram.

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