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Direito Processual Penal

Professor: Davi

Inquérito Policial

- Presidido pela Autoridade Policial (conceito está no Estatuto da Polícia Civil).

- TC pode ser feito pela Brigada Militar (ato da SSP), sendo que o próprio pleno do TJ
se manifestou pela regularidade.

- Nos crimes de APP incondicionada começa de ofício ou por requisição do MP ou do


juiz.

OBS: a requisição traduz para a autoridade dever de instauração. Mas tratando-se de


requisição manifestamente ilegal, o Delegado não está obrigado a instaurar. (ex. Crime
de iniciativa privada com requisição de instauração do MP). O STF já decidiu nesse
sentido.

Características do inquérito:

a) Sigiloso: súmula vinculante número 14

OBS: Do indeferimento de vista do IP para o advogado, cabe MS, mas os atos que
estiverem em curso o advogado não tem acesso. (ex. interceptação telefônica). Só
juntam no principal no relatório final.

OBS2: Art. 102 (reclamação), 103, a, da CF

b) Inquisitivo: Descabimento de contraditório, sigilo das investigações e a


impossibilidade de opor suspeição de delegados.

OBS: Cabe defesa no IP? Com relação à autodefesa pode, sendo que esta pode ser
positiva (art. 14, requerer diligências),

OBS2: o examinador entende que o delegado pode nomear defensor dativo, mas isso vai
contra o próprio estatuto da polícia civil.

OBS3: HC profilático cabe do indeferimento de perícia do indiciado.

OBS4: o indiciado é obrigado a comparecer no interrogatório para ser qualificado, sob


pena de ser conduzido coercitivamente (art. 260, CPP). Mas quem pode determinar é
somente o juiz.

OBS5: O indiciado não é obrigado a se submeter a perícia, mas o material abandonado


não espontaneamente parte da doutrina sustenta que é ilícita a prova, mas o examinador
entende que é licita a prova.

- Reconhecimento pessoal: o examinador entende que o indiciado é obrigado a se


submeter, se não comparecer o juiz deverá determinar a condução coercitiva.
- Identificação criminal: o STJ tem uma decisão no sentido de que o art. que determina a
identificação criminal do envolvido em crime organizado é inconstitucional. Mas se
trata de uma única decisão.

OBS: o art. 12, VI, da lei Maria da penha constitui nova hipótese de identificação
criminal, mas outra parte da doutrina entende que é mera qualificação do agressor
(prevalece).

OBS2: Súmula 568 do STF: perdeu a eficácia.

- Reprodução simulada dos fatos: o indiciado não precisa participar “Nemo tenetur se
detegere”.

- Relatório do IP: o delegado deve obedecer somente a tipicidade formal. Em assim


dizendo, afasta-se o princípio da insignificância.

OBS: Escusa absolutória do art. 181 do CP: se chegar ao conhecimento do delegado


uma infração penal sob o manto de tal escusa, o delegado instaura o inquérito? A
doutrina majoritária diz que não pode instaurar o IP, salvo para apurar eventual
concurso de agentes.

- Arquivamento implícito ou tácito: é quando a polícia apurou concurso de pessoas ou


fato, e o MP não denunciou determinada pessoa ou fato. Saída para o juiz é aplicar o art.
28 do CPP.

- Arquivamento indireto: é quando o promotor considera que o é incompetente, e em


razão disso deixa de denunciar. A solução do juiz, de acordo com Avena, deveria ser a
aplicação do art. 28 do CPP.

Ação Penal

- Conidicoes gerais da ação

1- possibilidade jurídica do pedido.

2- interesse em agir

3- Legitimidade

OBS: A denúncia contra PJ deve estar vinculada à da pessoa física.

Legitimação ativa concorrente:


- Crime contra a honra de funcionário público (S. 714 do STF)

- Ação penal privada subsidiária da pública


- Crimes vagos são incompatíveis com a APSubsidiária.

- Código de Defesa do Consumidor (art. 82, III e IV): se o MP não oferecer a


denúncia, esta competirá às entidades especificadas.
OBS: Ação penal secundária: quando a lei dá determinada natureza para a ação
penal, mas em face de certas circunstâncias a natureza era modificada, tendo como
exemplo os crimes contra os costumes.

Titularidade: MP.

- Ação penal ex officio não existe mais.

- A representação em ação penal pública condicionada é em relação ao fato e não aos


agentes, podendo o promotor denunciar a todos.

- Na Lei Maria da penha, a retratação ocorre somente em audiência.

- Cabe retratação da retratação desde que dentro do prazo decadencial.

Ação Penal pública condicionada a requisição do Ministro da Justiça.

- Honra do Presidente da República.


- Não tem prazo definido, sendo cabível até o prazo prescricional.
- Retratação da requisição é cabível Avena.

Princípio da Obrigatoriedade:
- Exceções: Transação penal (obrigatoriedade mitigada), acordo de leniência, TAC e
princípio da insignificância.

Principio da Indisponibilidade:
- Exceção: Suspensão condicional do processo ou transação penal na audiência de
instrução da lei 9099 (indisponibilidade mitigada).

Princípio da Intranscendencia: a acao penal não pode passar da pessoa do acusado.

- Ação penal pública subsidiária da pública:


- Art. 2º do Decreto 201: se o mpe não ingressar com a ação penal, o mpf pode
ingressar.
- Legislação eleitoral: mpf como substituto do MPE.

Ação Penal Privada:


- Institutos que fulminam:
a) Renúncia

OBS: o recebimento de indenização acarreta renúncia? Não acarreta. Nos juizados


especiais criminais acarreta renúncia.

b) Perdão do ofendido.

OBS: a sentença que concede o perdão judicial para o STF é condenatória, mas para o
STJ é declaratória.

- Crimes contra a dignidade sexual (Lei 12.015): em regra condicionada a


representação. Contra vulnerável (217-a) é pública incondicionada.
- Crimes contra a ordem tributária (Lei 8137): exaurimento da via administrativa, sendo
condição objetiva de punibilidade, para o STJ é condição de procedibilidade.

- Crimes de Abuso de Autoridade: embora a lei fale em dois artigos, a ação é


incondicionada.

- Ação penal de vias de fato: questão da lesão corporal dolosa. O STF diz que é
incondicionada.

- Lesão corporal culposa de trânsito: em regra condicionada, mas o CTB determina


hipóteses que será incondicionada. Nesses casos o delegado deve instaurar IP.

Prisão

- Pessoas que não podem ser presas:


a) Presidente.

OBS: O governador pode ser preso (STF). O STJ tem decisões dizendo que eles tem a
mesma garantia.

b) Menor de 18 anos é apreendido.

c) Diplomato. Os cônsules só em sua atividade.

- Só em crimes inafiançáveis:
a) Promotor
b) Juiz
c) congressistas.

OBS: os crimes habituais não admitem prisão em flagrante. Crimes habituais não
admitem tentativa, pois são crimes plurisubsistentes.

Não se pode autuar em flagrante:

a) motorista, embriagado ou não, prestar socorro à vítima.

b) Usuário

c) Comprometimento de comparecer ao JECRIM.

Flagrantes:

- Retardado: lei de drogas e lei do crime de organizado.

Flagrante ilegal:

a) Flagrante preparado, súmula 145 do STF. Preparação pela polícia ou particular.

b) Flagrante forjado: cria prova de um crime inexistente.


OBS: o que provocou o flagrante forjado poderá ser incurso na denunciação caluniosa.

Flagrante eficiente é a forma do flagrante do art. 304.

OBS: No flagrante no RS deve ser informado o juiz, família e MP.

OBS2: a contagem da Nota de culpa deve ser contada do momento da prisão.

OBS3: Cópia do APF para defensoria.

OBS4: o flagrante prende por si só? A banca quer ouvir que o juiz tem que decretar a
preventiva, portanto, nesse caso o flagrante não prende por si só.

Prisão Preventiva

- Fumus comissi delicti: autoria e materialidade


- Periculum libertatis: gap, goe, alp e CIC.

Prisão temporária:

- o rol é complementado pelo rol dos crimes hediondos.

Liberdade Provisória

- Sem fiança
- sem vinculação: art. 321 (quando não for cominada pena de cadeia)
- com vinculação: réu pobre, excludentes.

OBS: cláusula da imprevisão na prisão preventiva: o art. 316 está fundado em eventos
futuros e incertos.

Drogas

- Art. 19, IV: há quem diga que isso é co-culpabilidade expressa, mas na verdade é
norma de caráter administrativo.

- Art. 28: o tipo do usuário é assimétrico ou incongruente. (ex. furto).

OBS: o uso de drogas é fato é atípico.

OBS: aquele que empresta o carro para outros usarem drogas responde pelo art. 33, p.
2º.

OBS: cabe princípio da insignificância no tráfico? O examinador diz que sim, mas as
cortes superiores não admitem por se tratar de crime de perigo abstrato.

OBS2: Maquinário mais droga: enquadramento penal é dos dois crimes (art. 33 e 34),
quanto a responsabilização a doutrina é divergente.
OBS3: com relação ao art. 38, o crime de dano consome o de perigo. Então não poderia
haver concurso entre homicídio e prescrição culposa. É a posição do examinador.

OBS4: Cabe liberdade provisória na lei de drogas? Tem prevalecido que não cabe, pois
há a vedação de fiança e ademais a lei de drogas é especial em relação à dos crimes
hediondos.

Inimputabilidade absoluta e relativa:


- embriaguez letárgica é a que leva ao coma ou a morte, sendo acidental ou voluntária.

- Biopsicológico: causa biológica e conseqüência psicológica (intelectiva ou volitiva).


Mais um elemento temporal, ou seja, ao tempo da ação ou omissão.

OBS: Exame de insanidade mental:


- não suspende o curso do inquérito, mas sim do processo.
- peritos constatam a deficiência: ainda assim pode-se indiciar.

OBS: os policiais gozam de presunção de veracidade (STF), então podem ser nomeados
para elaborar o laudo provisório de constatação da droga. Mas existe corrente contrária
dizendo que o policial da própria delegacia não tem a imparcialidade para elaborara o
referido laudo.

- Infiltração policial: depende de ordem judicial, se não tiver, corre-se o risco de


cometer o próprio crime (art. 13, p. 2º).

- Crimes 33, caput, p. primeiro e 34 da lei de drogas são os equiparados aos hediondos.

- Prevalece que o homicídio qualificado-privilegiado não é hediondo.

- Progressão de regime nos crimes hediondos: o HC 82.959 teve efeito erga omnes =
controle difuso abstrativizado.

OBS: em relação a Lex tertia, a doutrina é divergente, uma parte diz que não pode, pois
não cabe ao juiz legislar, outra parte diz que pode, pois o juiz pode integrar a lei.
(Prevalece no STF).

- Da imprestabilidade do bafômetro para a prova: alguns dos examinadores entendem


que o bafômetro não verifica o álcool por litro de sangue. Mas o artigo 306 diz que os
testes serão regulamentados por equivalência. O examinador diz que o agente poderá ser
conduzido aos exames clínicos.

OBS: A recusa aos exames caracteriza infração do art. 265 (art. 267 CTB).

OBS: Infelicitas facti: fatos imprevisíveis.

OBS: Com a revogação da majorante da embriaguez ao volante, surgem duas situações


consunção ou concurso com o 306 do CTB.

Estatuto do Desarmamento
- Sucessão de prazos para renovação do registro: a lei 11.922 prorrogou o prazo para o
dia 31/12/2009. Os flagrantes de posse ilegal de arma de fogo estão em abolitio criminis
temporária, pois há uma vacatio legis indireta.
OBS: o crime de disparo de arma de fogo é subsidiário em relação a crimes mais graves,
mas parcela minoritária diz que se resolve em favor do acusado.

- Com relação ao art. 16, p. único, IV, existe uma corrente que diz que se a arma for de
uso permitido o agente responderá pelo art. 14, mas outra parte diz que responderá pelo
16.

Lei de Tortura: Lei 9455/97

- o coator responde pela tortura mais o crime cometido pelo coacto.

- é possível concurso da tortura simples com o homicídio qualificado para assegurar a


impunidade do crime praticado.

Ler. Art. 80, 81, 97 (formas de apuração), 100 e seguintes do Estatuto. Bem como da lei
10.987/RS.

- Utilização de algemas: Súmula vinculante número 11 do STF. Se utilizadas de forma


irregular gerará a responsabilidade penal do servidor (abuso de autoridade – art. 3º, ),
administrativo.
Sistemas Processuais:

1- Sistema acusatório:
a) possibilidade de produção de prova pelo juiz: nunca dentro de um sistema acusatório
o juiz determinar de ofício a produção de provas, principalmente se for para condenar o
réu.

b) devido processo legal: ampla defesa e contraditório.

c) sistema de coleta de provas em audiência.

d) alteração do fato imputado ao réu, sendo tal providência do MP.

e) A maior possibilidade de evitar que ocorra o processo determinará o rito


processual a ser seguido.

f) Art. 538: salvo se houver procedimento especial, o processo que sai do jecrim
vai para o rito sumário.

g) Quando se tratar de um crime de tráfico: resposta preliminar e resposta a


acusação (art. 394, p. 4º, 395, 396 e 397, CPP).

h) Art. 395, I: não recebimento da denúncia, mas está escrito rejeição.

i) O juiz deve fundamentar o recebimento da denúncia no procedimento com


defesa preliminar.

j) Citação

k) Súmula 123 do STF

l) Absolvição sumária: se não for absolutória, o juiz não deve entrar no mérito da
questão.

m) Súmulas 52 e 64 do STJ: não se aplicam ao ECA.

n) Suspensão condicional do processo:


- deve ser oferecida ao final da audiência de instrução.

o) A defesa preliminar nos procedimentos por crime de funcionário público, há


quem diga que se estende ao próprio particular.

p) O autor mediato não existe sem a teoria do domínio do fato.

q) Questão do carona instigador: callegari entende que é atípico, o prof. Pedrotti


entende que é uma exceção dualista à teoria monista.

r) O concurso de pessoas cabe até o exaurimento do fato.

s) Se o funcionário largou a função não cabe mais a defesa preliminar.


t) Após o procedimento do 514, o rito será o ordinário, salvo se for o Jecrim.

u) Há posição admitindo a suspensão condicional do processo mesmo que se trate


de crime de violência contra a mulher.

v) O STJ entende que no âmbito da lei Maria da penha não cabe representação, mas
há corrente no sentido de que continua valendo a representação.

w) O delegado vai continuar instaurando o TC, mas em decorrência disto em juízo é


que será analisada a incidência de concurso de crimes.

x) O delegado não aplicara o art. 77 da lei 9099, independentemente da


complexidade do feito.

y) Abuso de autoridade: o STJ entende que o processo será realizado no jecrim se


houver os requisitos.

z) Se houver necessidade de citação editalícia no jecrim, processo será


encaminhado para o juízo comum. Procedida a citação, os autos retornam para o
jecrim.

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