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RESUMO: Processo Penal I

1. Princípios de Direito Processual Penal: Os princípios constituem uma orientação, um norte, uma diretriz
para aquele que exerce a função jurisdicional. Porém, sua função não se resume a isso, pois consiste, ao
mesmo tempo, em uma limitação ao arbítrio do julgador. Atua, pois, como diretriz, mas também como
norma.
2. Conceito Direito Processual Penal: Natureza Instrumental, isto é, não define direitos, estabelece uma
direção, meios técnicos de aplicação do direito. Pertence a um grupo que não é parasitário; direito material em
jogo, é o direito penal, o estabelece o que é e o que não é proibido. E o direito penal processual, aponta a
instrumentalidade, como deverá ser aplicada a norma. Direito processual penal é objetivo, e não comparado.
3. O que significa dizer caráter dogmático? Significa dizer que é regra. Se não cumprir, há punição.
4. O que significa dizer Repercussão Geral? Quando um caso particular é decidido, e a partir daí para todos
os casos idênticos serão decidido igualmente.
5. Lide Penal: Conflito (entre as partes), mas a lide pressupõe uma formalização desse conflito. Enquanto
não formalizar (propor a demanda), não há partes. Só há conflito quando há uma ‘pretensão’ e uma
‘resistência’. Conflito decorrente dentro do processo de lei.
6. OBS: No Processo Civil existe N nomes. No Processo Penal, apenas, Denúncia ou Queixa Crime.
7. OBS: No Direito Processual Penal não existe sentença homologatória, existe somente sentença
condenatória.
8. Justiça Penal:
• Jus Puniendi – Não existe punição pelo particular. Somente o Estado pode punir. ‘O poder de punir
exclusivo do Estado’. Para afastar os tribunais de exceção.
• Jus Perseguendi – É o chamado direito de ação. Só se aplica o jus puniendi quando praticar o jus
perseguendi.
9. Hans Kelsen: Para Kelsen, se a lei não foi revogada, tem de ser cumprida, mesmo que a norma esteja em
desuso, para ele, tem de revogar a lei, se não revogar e deixar de aplica-la é uma injustiça penal. Mesmo
que os costumes hoje, sejam outros. Kelsen diz: ‘Se você não quer essa lei, cria um projeto de lei para
revoga-la’. Mas enquanto vigente deve ser obedecida.
10. Norma Penal:
- Interpretação Necessária: O direito brasileiro desde o início é positivo. Em IED aprendemos que toda a
norma deve ser interpretada. A literatura contemporânea diz que até as fáceis de interpretação devem ser bem
analisadas.
- In claris cessat interpretatio: Se a norma é clara, ela dispensa a necessidade de ser interpretada, afasta
qualquer critério de interpretação. Hoje não se aplica mais. In claris cessat interpretatio significa (dispensa-se a
interpretação quanto o texto é claro).
- Artigo 5 da LICC: Se eu me deparo com um dispositivo legal, a interpretação que eu darei para esse
dispositivo é aquele que melhor resposta dará a coletividade. A finalidade social é presumida.
- Sempre Completas (as normas)? Direito Material, norma penal em branco. No processo não. Somente no
direito material. Não dá para se ignorar a necessidade de outra norma para melhor interpretação.
11. Aplicação da Lei Processual no Tempo: artigo 2 CPP
a) Princípio da Imediatividade; a lei penal aplicar-se-á desde logo. Quando uma lei nova nasce, ela
permanece sobre um ‘processo em andamento’. Lei revogada passa a ser um zumbi no ordenamento
jurídico.
b) Princípio da Retroatividade da Lei Processual:
• Paulo Lúcio Nogueira – Mesmo sobre a égide da lei atual, ainda continuarei aplicando a lei antiga. Caso
não fizer isso ocorrerá um tumulto na justiça. Permanece o que já existe e dependendo do ato a ser
realizado será dentro da lei anterior. Você já projetou esse processo.
• Mirabeti – Diz negativo. Não pode. A lei não diz expressamente, que os atos a serem realizados, diz tão
somente, sem prejuízo da validade dos direitos realizados sob vigência da lei anterior.
c) Vacatio Legis: É expressão latina que significa ‘vacância da lei’ que designa o período decorrente do dia
da publicação de uma lei até a data em que esta entra em vigor. No Brasil Vacatio Legis é, salvo
determinação expressa da lei, de 45 dias depois de oficialmente publicada. O prazo da Vacatio Legis,
tende a ser maior ou menor de acordo com a complexidade da norma.
d) Repristinação: A repristinação ocorre quando uma lei é revogada por outra e posteriormente a própria
norma revogadora é revogada por uma terceira lei, que irá fazer com que a primeira tenha sua vigência
reestabelecida caso assim determine em seu texto legal. A lei revogada não se restaura por ter a lei
revogadora perdido a vigência. A repristinação só é admitida se for expressa. Ex: uma norma B
revoga a norma A; posteriormente uma norma C revoga a norma B; a norma A volta a valer se assim
determinar C. A Repristinação pode ser compreendida como uma restauração, ou seja, uma forma de se
voltar a uma passada estrutura ou situação jurídica. Porém, a repristinacao nao é permitida.
12. Eficácia da Lei Processual no Espaco – artigo 1 CPP
a) Princípio da Territorialidade: o doutrinador diz que, este código, reger-se-á em todo o território
brasileiro. A lei é uma manifestação da soberania do Estado e, por isso, sua obediência é devida apenas
nos limites do seu território. O conceito de território, em sentido estrito, abrange o solo, as águas
interiores, o mar territorial e a coluna atmosférica acima deles. Para os efeitos penais, o § 1° do art. 5°
do Código Penal estendeu essa definição para abranger: a) as embarcações e aeronaves brasileiras, de
natureza pública ou a serviço do governo brasileiro onde quer que se encontrem; b) as aeronaves e
embarcações brasileiras, mercantes ou de propriedade privada, que se achem respectivamente, no espaço
aéreo correspondente ou em alto-mar. Esse mesmo critério é válido para as leis processuais penais. O
Código de Processo Penal adota a regra da absoluta territorialidade (aplicação da lex fori ou locus regit
actum) em seu art. 1°, caput: O processo penal reger-se-á, em todo o território brasileiro, por este
Código , ou seja, o ato processual penal será regido pela lei brasileira se aqui se realizar e, se realizado
no exterior, será regulado pela lei do país onde ocorreu, mesmo que tal ato tenha sido determinado por
um juiz brasileiro.
b) Princípio da Unidade: A lei impede leis ou códigos estaduais (só a União pode legislar sobre a matéria
processual). Por quê? Porque a Constituição de 1891 permitia códigos estaduais e apenas em 1934 a
Constituição, restaurando a normalidade e a tradição, outorgou à União poderes para legislar sobre
matéria processual. Surgiu o Código de 1941 com as novas modificações, consagrando de forma
expressa ambos os princípios. Enfim, a Unidade está dentro da Territorialidade. Existe um único
processo.
13. Observações sobre Interpretação da Lei: quanto ao sujeito que realiza a interpretação, pode ser ela
autêntica (é a que procede da mesma origem da lei e tem forca obrigatória); jurisprudencial (ou judicial),
a jurisprudência pode ser conceituada como conjunto de manifestações judiciais sobre determinado
assunto legal, exaradas num sentido razoavelmente constante e doutrinária (ou doutrinal), quando
constituída de communis opinio doctorum , ou seja, do entendimento dado aos dispositivos legais pelos
escritores ou comentadores do direito. Não tem, evidentemente, forca obrigatória.
- Interpretação Gramatical: toma como ponto de partida o exame do significado e alcance de cada uma das
palavras da norma jurídica; ela se baseia na letra da norma jurídica.
- Interpretacao Literal: idem gramatical.
- Interpretacao histórica: indaga das condições de meio e momento da elaboração da norma jurídica, bem como
das causas pretéritas da solução dada pelo legislador ("origo legis" e "occasio legis").
- Interpretacao extensiva: quando o intérprete conclui que o alcance da norma é mais amplo do que indicam os
seus termos. Nesse caso, diz-se que o legislador escreveu menos do que queria dizer (”minus scripsit quam
voluit”), e o intérprete, alargando o campo de incidência da norma, aplica-la-á a determinadas situações não
previstas expressamente em sua letra, mas que nela se encontram, virtualmente, incluídas.
Às vezes, o legislador, ao exprimir seu pensamento, pode formular para um caso singular um conceito
que deve valer para toda uma categoria ou usar um elemento que designa espécie, quando queria aludir
ao gênero.
Por exemplo, a lei diz "filho", quando na realidade queria dizer "descendente". Ou ainda, a Lei do Inquilinato
dispõe que: "o proprietário tem direito de pedir o prédio para seu uso"; a interpretação que conclui por incluir o
"usufrutuário" entre os que podem pedir o prédio para uso próprio, por entender que a intenção da lei é a de
abranger também aquele que tem sobre o prédio um direito real de usufruto, é uma interpretação extensiva.
- Interpretacao restritiva: quando o intérprete restringe o sentido da norma ou limita sua incidência, concluindo
que o legislador escreveu mais do que realmente pretendia dizer (“plus scripsit quam voluit”), e assim o
intérprete elimina a amplitude das palavras.
Por exemplo, a lei diz "descendente", quando na realidade queria dizer "filho". A mesma norma da Lei do
Inquilinato, acima mencionada, serve também para modelo de uma interpretação restritiva, no caso do
"nu-proprietário", isto é, daquele que tem apenas a nua-propriedade, mas não o direito de uso e gozo do prédio;
este não poderia pedir o mesmo para seu uso.
- Interpretacao declarativa ou especificadora: quando se limita a declarar ou especificar o pensamento expresso
na norma jurídica, sem ter necessidade de estendê-la a casos não previstos ou restringi-Ia mediante a exclusão
de casos inadmissíveis. Nela o intérprete chega à constatação de que as palavras expressam, com medida exata,
o espírito da lei, cabendo-lhe apenas constatar esta coincidência.
A interpretação declarativa corresponde à interpretação também denominada de "estrita"; nela, as normas
“aplicam-se no sentido exato, não se dilatam, nem restringem os seus termos” segundo CARLOS
MAXIMILIANO. A exegese aqui é "estrita, porém não restritiva; deve dar precisamente o que o texto exprime,
porém tudo o que no mesmo se compreende; nada de mais, nem de menos" (idem).
A interpretação estrita há de ser aplicada, por exemplo, quando se trata de leis que impõem penalidades, que
cominam multas etc. 0 Código de Direito Canônico, exempli gratia, estabelece no seu cânone 18: "As leis que
estabelecem pena ou limitam o livre exercício dos direitos ou contêm exceção à lei, devem ser interpretadas
estritamente".
Finalizando, eis como ALÍPIO SILVEIRA sintetiza a matéria: "É declarativa quando a letra se
harmoniza com o significado obtido pelos outros métodos. É extensiva, se o significado obtido pelos
outros métodos é mais amplo do que o literal; a final, é restritiva, quando o significado literal é mais
amplo do que aquele obtido pelos outros métodos".
- Interpretacao teleológica:
14. Princípios do Processo Penal:
a) Juiz Natural - A ação penal deve ser proposta perante o órgão competente, indicado pela Constituição (art. 5º,
LIII, da CF). Ou seja, de que o autor do ilícito só pode ser processado e julgado perante o órgão a que a
Constituicao Federal, implícita ou explicitamente, atribui competência para o julgamento.
b) Devido Processo Legal – ‘Due Process of Lan’ - Ninguém será privado da liberdade e de seus bens, sem a
garantia que supõe a tramitação de um processo desenvolvido conforme o direito processual.
c) Contraditório e Ampla Defesa (ou bilateralidade da audiência) - Aos litigantes, em processo judicial ou
administrativo, e aos acusados em geral são assegurados o contraditório e a ampla defesa, com os meios e
recursos a ela inerentes. Segundo ele, o acusado goza de direito de defesa sem restrições, num processo em que
deve estar assegurada a igualdade das partes.
d) Verdade Real – A função punitiva do Estado só pode fazer valer-se em face daquele que realmente, tenha
cometido uma infração, portanto, o processo penal deve tender à averiguação e a descobrir a verdade real.
Enfim, se procura exercer o jus puniendi somente sobre aquele que praticou a infração penal e nos exatos
limites de sua culpa.
e) Da demanda - Diz respeito ao direito que a parte tem de provocar a tutela jurisdicional. É uma atribuição da
parte, que visa satisfazer uma pretensão. A justiça é inerte, e pata sua movimentação, precisa ser provocada por
um interessado.
f) Da inadmissibilidade de provas ilícitas - Não é admitida no processo, qualquer prova obtida através de
transgressões a normas de direito material.
g) Presunção da Inocência ou da não Culpabilidade - Até o trânsito em julgado de sentença penal condenatória,
ninguém será considerado culpado.
h) Princípio do ‘In dubio pro reo’- In dubio pro reo é uma expressão latina que significa literalmente na
dúvida, a favor do réu. Ela expressa o princípio jurídico da presunção da inocência, que diz que em casos de
dúvidas (por exemplo, insuficiência de provas) se favorecerá o réu. É um dos pilares do Direito penal, e está
intimamente ligada ao princípio da legalidade.
i) In favor rei’- O Princípio do "Favor Rei" diz respeito, entre outras coisas, à interpretação do texto legal, nas
hipóteses em que esta não é possível de forma pacífica (forma unívoca). Há, então, de prevalecer a mais
benéfica ao réu.
Para Fernando da Costa Tourinho Filho o princípio do favor rei (ou favor inocentiae, ou favor libertatis), pelo
qual, num conflito entre o jus puniendi do Estado e o jus libertatis do acusado, deve a balança inclinar-se a favor
deste último. Isso significa que, na dúvida, sempre prevalece o interesse do acusado (in dubio pro reo). Por isso
a própria lei prevê a absolvição por insuficiência de prova...; a proibição da reformatio in pejus...; os recursos
privativos da defesa, como o protesto por novo júri..., os embargos infringentes ou de nulidade..., a revisão
criminal..., o princípio do estado de inocência ... etc."

Em síntese, tende o Direito Processual Penal à absolvição do réu persistindo dúvidas a respeito de sua atuação.
j) Princípio da Identidade Física do Juiz - Consolidado no direito processual civil, com previsão expressa no
comando normativo inserto no art. 132 do digesto processual, o Princípio da Identidade Física do Juiz impõe ao
magistrado, que preside toda a instrução, a vinculação ao feito, com a incumbência de prolatar a prestação
jurisdicional final que culmina com a sentença. Com efeito, a vinculação a que se submete o juiz, que só se
desobriga se for convocado, licenciado, afastado, promovido ou aposentado, se justifica pela própria origem do
instituto, que surge como corolário do Princípio da Imediação, do imprescindível contato pessoal do magistrado
com as partes e testemunhas quando da produção da prova oral na instrução do processo. A relevância do
instituto se verifica na medida em que impede o julgamento da causa por aquele que não esteve "téte a téte"
com os personagens da demanda, o que, a nosso juízo, é elemento decisivo para a formação do convencimento
do magistrado que irá proferir sentença.

15.Inquérito Policial: Considerações preliminares: Praticado um fato definido como infração penal, surge para o
Estado o jus puniendi, que só pode ser concretizado através do processo. É na ação penal que deve ser deduzida
em juízo pretensão punitiva do Estado. Para que se proponha a ação penal, entretanto, é necessário que o Estado
disponha de um mínimo de elementos probatórios que indiquem a ocorrência de uma infração penal e de sua
autoria. O meio mais comum, embora não exclusivo, para a colheita desses elementos é o inquérito policial.
Tem este por objeto, assim “a apuração de fato que configure infração penal e respectiva autoria, para servir. de
base à ação penal ou às providências cautelares”. Nos termos do artigo 4 do CPP, cabe à polícia judiciária,
exercida pelas autoridades policiais, a atividade destinada à apuração das infrações penais e da autoria por meio
de inquérito policial, preliminar ou preparatório da ação penal. À soma dessa atividade investigatória com a
ação penal promovida pela Ministério Público ou ofendido se dá o nome de repercussão penal (persecutio
criminis). Com ela se procura tornar efetivo o jus puniendi resultando da prática do crime a fim de impor a seu
autor a sancao penal cabível. Repercussão penal significa, portanto, a ação de perseguir o crime.

16.Polícia Judiciária: A Polícia, instrumento da Administração, é uma instituição de direito público, destinada a
mandar e a recobrar, junto à sociedade e na medida dos recursos de que dispõe, a paz pública ou a segurança
individual. Segundo o nosso ordenamento, à polícia cabem duas funções: a administrativa (ou de segurança) e
a Judiciária. Com a primeira, de caráter preventivo, ela garante a ordem pública, polícia militar. Com a
segunda de caráter repressivo, após a prática de uma infração penal, recolhe elementos que o elucidem para que
possa ser instaurada a competente ação penal contra os autores do fato, polícia civil, dirigidas por delegados de
polícia. De acordo com a CF, às polícias civis, incumbem, ressalvada a competência da União , as ‘funcoes de
polícia judiciária e a apuração de infrações penais, exceto militares’(artigo 144, parágrafo quarto).

17.Conceito de Inquérito Policial: É todo procedimento policial destinado a reunir os elementos necessários à
apuração da prática penal e de sua autoria. Trata-se de uma instrução provisória, preparatória, informativa, em
que se colhem os elementos por vezes difícil de obter na instrução judiciária, como auto de flagrante, exames
periciais etc. Seus destinatário imediato é o Ministério Público (no caso de crime que se apura mediante ação
penal pública) ou o ofendido (na hipótese de ação penal privada), que com ele formam um opinio delicti para a
propositura da denúncia ou queixa. O destinatária mediato é o Juiz, que nele também podem encontrar
fundamentos para julgar.

OBS: O inquérito policial não é indispensável ao oferecimento da denúncia ou da queixa. Deduz-se no artigo 12
CPP, que podem elas serem oferecidas mesmo sem fundarem-se nos autos de investigação oficial. O artigo 27
CPP aliás dispõe que qualquer do povo pode provocar a iniciativa do MP fornecendo-lhe, por escrito,
informações sobre o fato e a autoria e indiciando o tempo, o lugar e os meios de convicção.
15. O inquérito policial pode ser instaurado:
• De ofício por portaria da autoridade policia;
• Pela lavratura de flagrante, mediante representação do ofendido, por requisição do Juiz ou MP e por
requerimento da vítima.
16. Atividade Persecutória / Administrativa:
Não há partes na relação administrativa. A não ser que você reconheça o Estado Juiz como parte nesta relação.
Partes: condição de deveres e direitos / inexiste aqui. Para o inquérito policial é necessário simplesmente a
‘informacao’.

17. Artigo 4 CPP – inquisitivas:


Inquérito policial tem natureza inquisitiva – é unilateral e ditatorial, inverso do Princípio da Ampla Defesa.
Embora, se algum delegado permite a ampla defesa não é ilegal. Não existe defesa no inquérito policial, não há
lide.
Segundo este artigo, é uma atividade meramente administrativa que tem por finalidade a apuração do fato
criminoso e a relação que possa responder por aquele crime e sua autoria.
18. Natureza Jurídica do Inquérito Policial:
• Escrita - artigo 9 CPP
• Investigatória - buscar elementos dos fatos, em outras palavras, de investigação.
• Sigilosa – artigo 20 CPP – costumeiramente não há sigilo. Não há obediência do artigo 20. se quiser
sigilo tem de declarar. O sigilo recai sobre a investigação, nunca em relação à pessoa física do
indicado. PROVA!!!
Esta é uma questão complexa no aspecto doutrinário. Esses 3 itens são de caráter exemplificativo e não taxativo
(pode aumentar).
19. Inquéritos administrativos:
São ações de natureza especial, porque produzem efeito interno, no âmbito da repartição pública a que esta
esteja vinculado o indicado (daí serem chamados também de processos administrativos), mas podem servir de
base para o oferecimento de denúncia, no âmbito judicial.
20. OBS: Juridicamente existe só uma pessoa responsável em instaurar o inquérito, o delegado de polícia. O
MP pode requisitar e não determinar.
21. Inquéritos Judiciais: São apurações de delitos falimentares, descobertos nas ações de falência e
processados com rito próprio.
22. Polícia Judiciária – caput do artigo 4 CPP: Vai investigar o que ocorreu, polícia judiciária é a polícia
civil. Esta atua após a ocorrência do crime (de natureza repressiva). Antes do crime é a polícia militar
(natureza preventiva), que é a polícia administrativa.
23. Princípios Constitucionais NÃO servem ao exercício de ‘direitos’ no Inquérito Policial – apenas sobre a
regularidade: O inquérito pode ser irregular, mas jamais será anulado. Não vicia em razão desses
equívocos.
* Princípio da Ampla Defesa e Contraditório;
* Princípio do Devido Processo Legal.
24. Incomunicabilidade – artigo 21 CPP: Recai exatamente sobre a figura do investigado, ao contrário do
sigilo. Regra geral: flagrante delito. Pessoa que se encontra presa não pode ter contato com ninguém.
Isto para impedir que provas sejam perdidas.
- Artigo 136, CF: mesmo neste caso o preso jamais poderá ficar incomunicável. Conflito de norma entre o
artigo 21 CPP e 136 CF (revogação tácita).
- Artigo 7, III, Lei 8.906/94 – Dispositivo da Lei Federal.
Somente o STJ reconhece revogação tácita, STF não reconhece.
STJ – Recurso Ordinário em Hábeas Corpus número 11.124. Relator: Hamilton Carvarido.
Questão objetiva: aplica-se o artigo 21 CPP.
Questão subjetiva: explicar o confronto entre o 21 CPP e 136, CF/88.
25. Da instauração do Inquérito Policial: ‘Notitia Criminis’: Há notitia criminis direta (quando é
espontânea, aquela que o conhecimento da infração penal pelo destinatário ocorre direta e
imediatamente) e notitia criminis indireta (é a noticia que é transmitida pelas diversas formas previstas
na legislacao processual penal). São informações a respeito do crime. Não confundir notícia crime com
instauração de inquérito.
Inquérito Policial – é todo procedimento policial destinado a reunir elementos necessários à apuração da prática
da infração penal e de sua autoria. As atribuições concedidas à polícia no inquérito policial são de caráter
discricionário, ou seja, têm elas a faculdade de operar ou deixar de operar, dentro porém, de um campo cujos
limites são fixados estritamente pelo direito. Lícito é, por isso, à autoridade policial deferir ou indeferir qualquer
pedido de prova feito pelo indicado ou ofendido. Não estando sujeita a autoridade policial à suspeição. O ato de
polícia é auto-executável pois independe de prévia autorização do Poder Judiciário, para a sua concretização
jurídico-material.
Notitia Criminis – (notícia do crime) é o conhecimento, espontâneo ou provocado, pela autoridade policial de
um fato aparentemente criminoso.
Exemplos de noticia Crime Indireta:
• Artigo 7, parágrafo 3, alínea b, CP.
• Artigo 5, II, CPP (geralmente crimes sexuais).
• Artigo 5, parágrafo 4, CPP – regra geral o delegado tem que portariar, mas, dependendo do crime não
permite que o delegado instaure o inquérito. Se o crime for de ação penal privada, impede que o
delegado instaure, necessita de requerimento da vítima. Depois do requerimento o delegado pode
portariar.
26. Da Instauração do Inquérito Policial:
• Auto de prisão em flagrante;
• Portaria.
27. Valor Probante: Como instrução provisória, de caráter inquisitivo, o inquérito policial tem valor
informativo para a instauração da competente ação penal. Entretanto, nele se realizam certas provas
periciais que, embora praticadas sem a participação do indicado, contêm em si maior dose de
veracidade, visto que nelas preponderam fatores de ordem técnica. Nestas circunstancias têm elas valor
idêntico ao das provas colhidas em juízo. Não se pode porém, fundamentar uma decisão condenatória
apoiada exclusivamente no inquérito policial, o que contraria o princípio constitucional do contraditório.
28. Indiciamento: É a imputação a alguém, no inquérito policial, da prática do ilícito penal, ou ‘o resultado
concreto da convergência de indícios que apontam determinada pessoa ou determinadas pessoas como
praticante do fato ou atos tidos pela legislação penal em vigor como atípicos, antijurídicos e culpáveis’.
OBS: Indiciamento NÃO é sinônimo de Instauração.
Para instaurar é suficiente notícia do crime.
Para indiciar, se não houver relação entre um fato e outro do crime, não há indiciamento.
29. Encerramento: artigo 10 (solto; preso): Jamais um delegado de policia poderá arquivar um inquérito
policial. Confunde-se com encerramento de Boletim de Ocorrência (delegado pode arquivar).
O MP quem determina, se pode ou não.
B.O. é informação reduzida a termo.
OBS: Concluídas as investigações, a autoridade policial deve fazer um minucioso relatório do que tiver sido
apurado no inquérito policial. Nele, poderá indicar testemunhas que não tiveram sido inquiridas, mencionando o
lugar onde possam ser encontradas. Não cabe à autoridade em sua exposição emitir qualquer juízo de valor,
expender opiniões ou julgamentos, mas apenas prestar todas as informações e as diligências realizadas. Pode
porém exprimir impressões deixadas pelas pessoas que intervieram no inquérito: indiciado, vítima, testemunhas
etc.
30. Sentença – 3 fases:
• Relatório – delegado não opina. Não confundir relatório com sentença. Aqui ainda não há sentença. Ex.
relatório deve ser apresentado em dois casos distintos, dependendo se indiciado se encontra: artigo 10
- solto (30 dias, podendo sofrer processo de prorrogação);
- preso (10 dias, não tem prorrogação).
Relaxamento de prisão – depois disso, pois expirou o prazo de 10 dias. Quando o inquérito policial não é
concluído nesse prazo de 10 dias).
• Fundamentação;
• Parte dispositiva.
31. OBS: ‘a quo’- dia de início (não); ‘ad quem’- encerramento (sim).
32. Prazo contagem: artigo 798, parágrafo primeiro CPP. Importante!!! Para delegado de polícia – conta-se
feriado, domingo, etc.
33. Arquivamento – artigo 17 – Autoridade policial? Não pode fazer o arquivamento. Ainda que fique
provada a inexistência do fato ou que não se tenha apurado a autoria do ilícito penal, a autoridade
policial não pode mandar arquivar o inquérito. Tal providência cabe ao juiz, a requerimento do órgão do
MP. Sendo este último destinatário do inquérito policial, deve formular um juízo de valor sobre seu
conteúdo, para avaliar da existência, ou não, de elementos suficientes para fundamentar a acusação. Se
não encontrar elementos, cumpre-lhe requerer ao juiz o arquivamento do inquérito. Tal requerimento
deve ser fundamentado
34. Ministério Público – 3 hipóteses:
– Arquivamento – falta de provas (súmula 524 STF): processo arquivado pode ser reaberto. Desde que tenha
novas provas. As provas são supervenientes. Provas novas ou provas do tempo, mas desconhecidas.
- Novas diligências: Novas diligências para elucidar o crime.
- Denúncia: promotor não é obrigado a oferecer a denúncia.
35. Prescrição: Reabertura através de provas supervenientes: Crime prescrito constitui óbice (impedimento)
para o recebimento da denúncia. (Jurisprudência). Não pode!!! Depois de prescrito.
36. Da ação Penal: Conceito: artigo 5, XXXV da CF/88. O direito de ação é autônomo, pois não se
confunde com o direito subjetivo material que ampararia a pretensão deduzida em juízo. Tem assim a
ação conteúdo próprio, uma vida própria, diversos do direito material a que está ligado. O destinatário
da ação não é o sujeito passivo da pretensão insatisfeita e sim o Estado, representado pelo órgão
judiciário.
37. Procedimental (Instrumental): É também um direito instrumental. Embora o fim último do autor seja o
de obter um resultado à pretensão insatisfeita, o direito de ação tem por fim a instauração do processo,
com a tutela jurisdicional, para a composição da lide. Esse direito instrumental, porém, só existe porque
é conexo a um caso concreto. Enfim, não define o que é. Define como fazer (instrumental).
38. OBS: Ação Penal não é processo. Não confundi-los. Ação Penal é um mecanismo para deflagrar
(provocar) o processo.
Ação penal é a denúncia. Ação é o pedido. Depois da denúncia é o processo.
39. Espécies de Ação Penal:
a) Ação Penal Pública Incondicionada: a regra é ser crime de Ação Penal Pública Incondicionada (quando
o legislador não falar nada). Quem tem legitimidade para propor a acao é o promotor de justiça do MP.
Enfim, é promovida pelo MP sem que haja manifestação da vontade da vítima ou qualquer pessoa.
b) Ação Penal Pública Condicionada: Quem irá propor é o MP, mas antes precisa da representação
(autorização da vítima), ou da requisição do Ministro da Justiça, como dispuser a lei. A vítima pode
comparecer a qualquer autoridade pública, tem de reduzir a termo. Estando autorizado o MP pode
oferecer a denúncia.
c) Ação Penal Privada exclusiva: Somente pode ser proposta pelo ofendido ou por seu representante legal.
Especificam-se na Parte Especial do Código Penal quais os delitos que a admitem, geralmente com a
expressão ‘só se procede mediante queixa’. É o que ocorre em princípio com os crimes contra a honra
(art. 145 do CP), contra os costumes (art. 225 do CP), e em crime de violação de direito autoral (art. 186,
I do CP) etc. Até quando pode ocorrer a representação? PROVA! Artigo 25 CPP, pode desautorizar o
MP até a denúncia. Depois de oferecida a denúncia, não mais.
d) Ação penal Privada: Mediante queixa. No tipo penal irá dizer: ‘mediante queixa’. O direito de punir
continua sendo do Estado, mas ao particular cabe o direito de agir. A queixa é o equivalente à denúncia,
pela qual se instaura a ação penal, devendo conter em sua forma, os mesmos requisitos desta (arts. 41 e
43 CPP), e só se diferenciam, formalmente, pelo subscritor: a denúncia é oferecida pelo membro do MP,
e a queixa é intentada pelo particular ofendido, através de procurador com poderes expressos. Há 3
hipóteses de ação penal privada:
• Exclusiva;
• Subsidiária; fundamento no artigo 29 CPP (ação penal pública incondicionada). Se o MP não oferece a
denúncia no prazo legal, qualquer que seja o delito qu se apura mediante ação penal pública, se o MP
não oferece a denúncia no prazo que, em regra é de 5 dias, se o agente estiver preso, e de 15 dias, se
solto (art. 46 CPP), poderá esta ser instaurada mediante QUEIXA SUBSTITUTIVA, em razão da inércia
do MP. O magistrado encaminha para o titular (MP), ação penal privada subsidiária, o MP sempre será
parte.
• Personalíssima; cujo exercício compete, única e exclusivamente, ao ofendido, em que não há sucessão
por morte ou ausência. Constitui ação personalíssima a referente ao crime de induzimento a erro
essencial o ocultação de impedimento (art. 236 do CP), em que o titular é ‘o contraente enganado’.
Morto ou ausente este, a acao penal não poderá ser proposta por qualquer outra pessoa. No caso de
morte do titular a ação privada já instaurada não pode prosseguir, ocorrendo uma espécie de perempção.
No caso de doença mental só a recuperação da vítima poderá lhe conceder a titularidade. No caso de
menor, deve ele guardar a maioridade.

40. Custus legis e parte, qual a diferença? Pesquisar.


41. Artigo 38 do CPP: Seis meses para a decadência. A decadência no prazo penal, é causa extintiva de
punibilidade consistente na perda do direito de ação privada ou de representação em decorrência de não
ter sido exercido no prazo previsto em lei. A decadência, como perda do direito de propor a ação penal,
cabe tanto na ação penal privada exclusiva, como na ação privada subsidiária. Não deixam margem a
dúvidas os artigos 38 do CPP e 103 do CP. Salvo disposição em contrário, o ofendido decai do direito de
queixa ou de representação se não o exerce dentro do prazo de seis meses, contado do dia em que veio a
saber quem é o autor do crime, ou no caso do parágrafo terceiro do artigo 100 do CP, do dia em que se
esgota o prazo para o oferecimento da denúncia. Para a contagem do prazo, que é de direito penal,
conta-se o dia do início (dies a quo), ou seja, a data da ciência da autoria, nos termos do artigo 10 do CP.
42. Ação Penal Originária dos Tribunais: Qual o juízo competente para receber a denúncia?
Regra Geral: oferece a denúncia a juiz que atua numa vara criminal.
Primeiro grau – monocrático.
Segundo grau – colegiado.
43. Prazo para a queixa: Enquanto a ação pública pode ser instaurada até ocorrer a prescrição da pretensão
punitiva, a queixa só será admitida dentro do prazo de seis meses, contado do dia em que o ofendido
veio a saber quem é o autor do crime, na ação privada exclusiva, e do dia em que se esgota o prazo para
o oferecimento da denúncia, na hipótese de ação subsidiária (art. 103, do CP e 38 do CPP). Trata-se de
prazo ordenatório, em que a lei faculta a prática de um ato; escoado ele sem a propositura da queixa,
ocorre a decadência, causa extintiva da punibilidade.
47. Princípios da Ação Penal:
a) Ação Penal Pública:
* Obrigatoriedade (artigo 5, II da CF) - o promotor deve denunciar quando estiver convicto de que o réu é
culpado. A exceção ocorre na transação nos JE. O promotor pode oferecer ao acusado a aplicação imediata de
pena restritiva de direitos ou de multa. Se o acusado aceitar o acordo continuará sendo réu primário e tem um
desconto de 50% no caso da pena de multa.
* Indisponibilidade (legitimidade MP) - o MP não pode desistir da ação nem do recurso interposto. Pode,
porém requerer ao juiz a absolvição do réu, sendo que o juiz não é obrigado a acatar o pedido. A exceção ao
princípio da indisponibilidade é a suspensão condicional do processo, prevista para crimes com a pena mínima
de 1 ano. Durante um período de 2 a 4 anos, o processo fica suspenso enquanto o acusado cumpre determinadas
condições.
* Oficialidade (impõe a movimentação a partir dos atos do magistrado) - Oficialidade Diz respeito que há um
órgão oficial, estabelecido em lei, que promoverá a ação penal e sua persecução; Afasta a escolha de outro
órgão oficial ou não para promoção da ação pública MP natural. Princípio Contra-posto da livre determinação.
* Intranscendência - a denúncia deve ser oferecida somente contra aquela pessoa que cometeu o crime.
* Indivisibilidade - a denúncia deve ser oferecida contra todas as pessoas que participaram da ação criminosa.
b) Ação Penal Privada:
* Oportunidade - o ofendido tem a liberdade de escolher entre ajuizar ou não a queixa. Se não quiser ajuizar a
queixa, ele tem 2 opções: a) deixar transcorrer o prazo de 6 meses; b) renunciar ao direito de queixa.
* Disponibilidade (recai sobre a ação já proposta) - o ofendido pode desistir da ação no decorrer do processo,
de 2 maneiras: a) perdão do ofendido; b) perempção.
* Intranscendência - a ação só pode ser ajuizada contra a pessoa que cometeu o crime.
* Indivisibilidade - o ofendido deve se queixar de todas as pessoas que praticaram o crime. Caso ele omita
alguém, haverá renúncia tácita do direito de queixa com relação a todos os acusados.
48. Condições da Ação Penal: Condições genéricas – A. Possibilidade jurídica do pedido: o promotor deve
pedir a condenação do réu por um crime previsto em lei, e nas hipóteses previstas em lei. Ex.: é impossível
condenar alguém pelo crime de incesto, ou à pena de morte.
B. Interesse de agir: não há mais interesse de agir em julgar o caso porque o crime não pode mais ser punido.
Ex.: denúncia por crime de homicídio 25 anos depois do fato (prescreve em 20 anos).
C. Legitimidade para a causa: para que o fato seja julgado, é necessário que a denúncia seja feita pela pessoa
legitimada por lei. Ex.: promotor de justiça não pode denunciar alguém pelo crime de injúria, que é de
APPrivada.
49. Condição de procedibilidade ou condição específica: São condições especificas, exigidas somente em
determinadas ações penais, ao lado das condições genéricas. O principal exemplo trazido pela doutrina se
relaciona com a ação penal pública condicionada, em que se exige a representação do ofendido, ou, a depender
do crime, a requisição do Ministro da Justiça. Trata-se de exigência que condiciona o REGULAR exercício de
direito de ação, de forma que a sua ausência impede a instalação da ação penal.
* Representação do Ofendido;
* Requisição do Ministro da Justiça.
50. Denúncia / Queixa – artigo 41 - A denúncia ou queixa conterá a exposição do fato criminoso, com todas as
suas circunstâncias, a qualificação do acusado ou esclarecimentos pelos quais se possa identificá-lo, a
classificação do crime e, quando necessário, o rol das testemunhas.
51. Requisição do Ministro da Justiça:
Quando a ação penal for pública condicionada à requisição do Ministro da Justiça (art. 145, parágrafo
único do CP, p. ex.), o inquérito só pode ser instaurado após a ordem.
Importante: A requisição não obriga o Ministério Público a iniciar a ação penal.
52. Ação Penal Popular: Não se aplica no Direito brasileiro.
53. Institutos Inerentes à ação:
a) Decadência – artigo 103 e 107 do CP:
- Perda do direito de ação privada ou de representação;
- arts. 103 e 107, IV, do CP.
Decadência é um prazo penal. Seis meses tanto para o oferecimento da queixa como para representação.
A decadência é prevista na art. 107, IV como causa de extinção da punibilidade. Segundo E. Magalhães de
Noronha, "Decadência é a perda do direito de ação, por não havê-lo exercido o ofendido durante o prazo
legal."(Noronha, p.384). "É a perda do direito de ação penal privada ou de representação, pelo não exercício no
prazo legal."(Führer, p. 120). "A decadência pode atingir tanto o direito de oferecer queixa (na ação penal de
iniciativa privada), como o de representar (na ação penal pública condicionada), ou ainda , o de suprir a omissão
do Ministério Público ( dando lugar à ação penal privada subsidiária )."(Delmanto, p.158). Existem duas formas
de se dar a decadência: uma direta, se manifestando nos casos de ação privada, nos quais ocorre a decadência do
direito de queixa; e outra indireta, nos casos de ação penal pública, nos quais o Promotor de Justiça não pode
atuar e quando desaparecido o direito de delatar. "A decadência extingue o direito do ofendido, pois este tem a
faculdade de representar ou não contra seu ofensor (disponibilidade da ação penal); já o Ministério Público não
tem essa disponibilidade, mas a obrigação (dever) de propor a ação penal quando encontrar os pressupostos
necessários."(Delmanto, p.158).

b) Prescrição – ‘punição’: Prescrição é a perda do poder de agir decorrente do seu não-exercício no tempo
fixado em lei. No direito penal, segundo lição de Damásio, a prescrição é a perda da pretensão punitiva ou
executória do Estado pelo decurso do tempo sem o seu exercício.

Decurso de prazo pública ou privada. As relações jurídicas sofrem alterações em razão do tempo, que atua
como fator gerador de direitos (prescrição aquisitiva) ou como força destrutiva extinguindo a ação em face da
inércia do seu titular por certo lapso de tempo (prescrição extintiva). O tempo atua modificando as relações
jurídicas condicionando a validade de alguns direitos ao seu exercício dentro de um prazo estipulado, sob pena
de seu perecimento ou caducidade (decadência).

Conceito: é o modo pelo qual um direito se extingue em virtude da inércia durante certo lapso de tempo do seu
titular, que, em conseqüência, fica sem ação para assegurá-lo. Perda do direito de ação pelo efeito do tempo
aliado à inércia do sujeito, é o próprio direito que perece.

c) Perempção – artigo 60 do CPP: Nos casos em que somente se procede mediante queixa, considerar-se-
á perempta a ação penal: I - quando, iniciada esta, o querelante deixar de promover o andamento do
processo durante 30 (trinta) dias seguidos; II - quando, falecendo o querelante, ou sobrevindo sua
incapacidade, não comparecer em juízo, para prosseguir no processo, dentro do prazo de 60 (sessenta)
dias, qualquer das pessoas a quem couber fazê-lo, ressalvado o disposto no Art. 36; III - quando o
querelante deixar de comparecer, sem motivo justificado, a qualquer ato do processo a que deva estar
presente, ou deixar de formular o pedido de condenação nas alegações finais; IV - quando, sendo o
querelante pessoa jurídica, esta se extinguir sem deixar sucessor. Ação Penal Privada – Inércia do
Querelante. A perempção só recai no autor da ação. Perempção é exclusiva da Ação Penal Privada.
d) OBS: Não se fala em inércia do querelante se ele não foi intimado oficialmente. A perempção é
apresentada no art. 107, IV, 3ª figura, do CP, como causa extintiva da punibilidade. Segundo Damásio
de Jesus, "perempção deriva de perimir, que significa 'extinguir' ou "pôr termo" a alguma coisa.
"Perempção é a perda ,causada pela inércia processual do querelado, do direito de continuar a
movimentar a ação penal exclusivamente privada."(Delmanto, p. 165). A perempção, porém, não se
aplica à ação penal privada subsidiária da pública. Para Mirabete, "perempção é a perda do direito de
prosseguir na ação penal privada, ou seja , a sanção jurídica cominada ao querelante em decorrência de
sua inércia ."(Mirabete, p.371). Damásio de Jesus conceitua a perempção da seguinte forma:
"Perempção é a perda do direito de demandar querelado pelo mesmo crime em fase ,de inércia do
querelante, diante do que o Estado perde o jus puniendi." (Jesus, p. 618). "Só quando a ação é
exclusivamente privada é que pode ocorrer a perempção. Se a queixa é subsidiária (Cód. Penal, art. 102,
§3º), não existe perempção porque a inércia do queixoso fará com que o Ministério Público retome a
ação, como parte principal ( Cód. Processo Penal, art. 29) . Com maior razão, não tem ela lugar na ação
pública.(Noronha, p.406). Conforme o entendimento do STF, a perempção é declarada quando implica
desídia, descuido, abandono da causa pelo querelante. Só cabe a perempção após iniciada a ação penal
privada. Antes, incide a prescrição, decadência ou a renúncia. Com relação a contagem dos prazos de
perempção, Celso Delmanto se posiciona da seguinte forma: "Domina a opinião de que ela se faz na
forma do CPP, art. 798,§1º, e não pela indicada no CP, art. 10. Em nosso entendimento, a perempção é
de direito material, sendo-lhe inaplicável as normas de contagem processual. Por isso, o seu prazo de ser
computado pela regra geral, pois, embora a perempção tenha conotações processuais, ela é causa de
extinção da punibilidade, não podendo, assim, fugir à sua natureza material."(Delmanto, p.167).
e) CASOS DE PEREMPÇÃO DE AÇÃO PENAL: A perempção é regulada pelo art. 60 do Código de
Processo Penal, que especifica os diversos casos de perempção em quatro incisos. Com isso, vejamos o
que diz esse artigo: Art. 60- "Nos casos em que somente se procede mediante queixa, considerar-se-á
perempta a ação penal: I- quando, iniciada esta, o querelante deixa de promover o andamento do
processo durante 30 (trinta) dias seguintes; II- quando, falecendo o querelante , ou sobrevindo sua
incapacidade , não comparecer em juízo, para prosseguir no processo, dentro do prazo de 60 (sessenta)
dias, qualquer das pessoas a quem couber fazê-lo, ressalvado o disposto no art. 36; III- quando o
querelante deixar de comparecer, sem motivo justificado, a qualquer ato do processo a que deva estar
presente, ou deixou de formular o pedido de condenação nas alegações finais; IV- quando sendo o
querelante pessoa jurídica, esta se extinguir se deixar sucessor." "Além das hipóteses ,previstas no artigo
60 do CPP, entende-se ainda com caso de perempção a morte do querelante nos delitos que são objeto
de ação privada personalíssima, como nos casos de induzimento a erro essencial e ocultação de
impedimento (art. 236) e adultério ( art. 240)".(Mirabete, p.373).
f) d) Preclusão: Inércia da parte no processo. Não tem relação com Ação Penal Privada. Recai tanto sobre
a inércia do MP como inércia do réu.
g) e) Renúncia – art. 107, V do CP – Ato Unilateral: Antes do Oferecimento da queixa. Art. 107 -
Extingue-se a punibilidade: V - pela renúncia do direito de queixa ou pelo perdão aceito, nos crimes de
ação privada; A renúncia a qual nos referimos é a renúncia do direito de queixa. A renúncia é
qualificada como causa de extinção da punibilidade pelo disposto no Art. 107, inciso V, Primeira parte
do Código Penal. E o ato unilateral, é a desistência, a dedicação do ofendido ou seu representante legal
do direito de originar a ação penal privada. Por isso, "não cabe a renúncia quando se trata de ação
pública condicionada a representação, já que se refere a lei apenas à ação privada".(Mirabete, p. 373). A
"renúncia é a desistência de exercer o direito de queixa".(Delmanto, p. 161).
h) OPORTUNIDADE DE RENÚNCIA - "O direito de queixa só pode ser renunciado antes de proposta a
ação penal".(Führer, p. 121)."Isto é, iniciada a ação penal, já não haverá lugar para a
renúncia"(Mirabete, p. 374). Nos termos do Art. 103, CP, "salvo disposição expressa em contrario, o
ofendido decai o direito de queixa ou de representação se não o exercer dentro do prazo de 6(seis)
meses, contados do dia em que veio a saber quem é o autor do crime". Observado o disposto no Art. 29,
do CPP, cabe a renúncia nos casos de ação penal privada subsidiaria da pública. "Após a propositura da
queixa, poderá ocorrer apenas a perempção e o perdão do ofendido".(Mirabete, p. 374).
i) FORMAS DE RENÚNCIA - A renúncia pode ser expressa ou tácita. A renúncia tácita é regulada pelo
Art. 5º do CPP que diz: "A renúncia expressa constará de declaração assinada pelo ofendido, por seu
representante legal ou procurador com poderes especiais". Já a renúncia tácita é regulada pelo Art. 104,
parágrafo único, primeira parte, CP, nestes termos: "Imposta renúncia tácita ao direito de queixa a
prática de ato incompatível com a vontade de exerce-lo". Como afirma Júlio Fabbrini Mirabete, a
renúncia tanto expressa como tácita "deve tratar-se de atos inequívocos, conscientes e livres, que
traduzam uma verdadeira reconciliação, ou o propósito de não exercer o direito de queixa".(Mirabete, p.
374)
j) f) Desistência: Ato Unilateral: Depois do Oferecimento da queixa. Igual renúncia, porém neste caso,
desistência é depois do oferecimento da queixa. Ato Unilateral. Porque nem a Renúncia, nem a
desistência depende da aceitação da parte contrária. Pode ser tácita, ou expressa.
k) g) Perdão – artigo 106, parágrafo segundo do CP: Ato Bilateral. Desistência do prosseguimento.

CONCEITO: O querelante pode perdoar o querelado, desistindo da ação penal privada, de modo expresso ou
tácito".(Führer, p.121). "perdão é a desistência do querelante de prosseguir na ação penal privada que iniciou".
(Delmanto, p. 162). Segundo o Art. 107, V, CP, trata-se de causa de extinção de punibilidade. "O perdão do
ofendido não se confunde com o perdão judicial, caso em que o CP permite ao juiz deixar de aplicar a pena,
tomando em consideração determinadas circunstâncias".(Jesus, p. 611). "O perdão só é cabível na ação penal
privada subsidiária da pública, nem à ação penal pública condicionada ou incondicionada(Delmanto, p. 162).
OPORTUNIDADE DO PERDÃO: O perdão só pode ser concedido depois de iniciada a ação penal pública e,
de acordo com Art. 106, II, 2º, CP, até o trânsito em julgado da sentença condenatória. "Portanto, mesmo na
pendência de recurso extraordinário, ainda há ocasião para o perdão. Antes do inicio da ação penal não poderá
existir perdão, mas renúncia(CP, Art. 104), pois o perdão só é cabível após a instauração da ação".(Delmanto, p.
162).
FORMAS DO PERDÃO: De acordo com o Art. 106, caput e 1º, do CP, o perdão pode ser: a)PROCESSUAL -
Ocorrendo dentro dos autos. b)EXPROCESSUAL - Ocorrendo fora dos autos c)EXPRESSO - Concedido
através de declaração ou termo assinado pelo ofendido, seu representante legal ou procurador especialmente
habilitado(CPP, Arts. 50 e 56). d)TÁCITO - Quando resulta da prática de ato incabível com a vontade de
prosseguir na ação(CP, Art. 106, II, 1º) Conforme Damásio de Jesus, "o perdão processual é sempre
expresso(CPP, Art. 58, parte inicial). O perdão extraprocessual pode ser expresso ou tácito".(Jesus, p.612)
CONCESSÃO DO PERDÃO: Se o ofendido é menor de 18 anos de idade, a concessão do perdão cabe ao seu
representante legal. Se o ofendido tiver entre 18 e 21 anos, o direito de perdão pode ser exercido por ele ou por
seu representante. (CPP, Art. 52). Caso haja pluralidade de ofendidos, o perdão concedido por um não
prejudicar o direito do outro.(CP, Art. 106, II)
ACEITAÇÃO DO PERDÃO: "Ao contrário da renúncia, o perdão é um ato bilateral, não produzindo efeito se
o querelando não aceita(Art. 107, inciso V e 106, incidos III)".(Mirabete, P.375) A exigência da aceitação do
perdão se justifica porque o perdão é bilateral e o querelado pode ter o interesse de provar a sua inocência.
Então, o perdão não basta ser concedido: é mistério que seja aceito. O artigo 58, CPP, estabeleceu: "concedido o
perdão, mediante declaração expressa nos autos, o querelado será intimado a dizer, dentro de 3(três) dias, se o
aceite, devendo, ao mesmo tempo, ser cientificado de que o seu silêncio importava aceitação". Esse dispositivo
mostra que a aceitação pode ser expressa ou tácita. Nestes termos, podemos classificar a aceitação do perdão da
seguinte forma: a)PROCESSUAL - Quando realizada nos autos da ação penal. b)EXPROCESSUAL - Feita fora
dos autos da ação penal. c)EXPRESSA - Quando o querelante, nos autos, declara aceitar o perdão. É constante
de declaração assinada pelo querelado, por seu representante legal ou procurador com poderes especiais.
d)TÁCITA - Quando consiste em ato praticado pelo querelado incompatível com a vontade de não aceitar o
perdão e no caso do Art. 58, caput e parágrafo único do CPP, supra citado.
EFEITOS DO PERDÃO ACEITO NO CONCURSO DE AGENTES: Nos termos do Art. 51, CPP e Art. 106, I
e III, CP, "quando há dois ou mais querelados, o perdão concedido a um deles se estende a todos, sem que
produza, entretanto, efeitos em relação ao que o recusa".(Jesus, p. 613). Nesse caso, é extensível a todos os
querelados o perdão concebido a um deles, pois o direito de queixa é indivisível.
EXTENSÃO DO PERDÃO: Se o perdão for concedido a um dos querelados, estende-se aos demais(CP, Art.
106, I). Todavia, quando há mais de um querelante, o perdão dado por um deles não prejudica o direito dos
outros ofendidos de prosseguir a ação(CP, Art. 106, II). "(Delmanto, p. 163).
Artigo 106, I do CP – em decorrência do Princípio da Indivisibilidade.
53. Ação Penal em Contravenções:
a) Sempre Pública;
b) Competência – JECRIM
O presente estudo estará voltado para a questão da competência desses Juizados Especiais Criminais,
especificamente quanto às contravenções penais previstas em leis especiais. Como derradeira lembrança, nunca
é demais enfatizar que a sociedade clama pelo desafogo do Judiciário, visando à celeridade nos julgamentos, e o
legislador federal forneceu, a despeito da demora, um instrumento eficaz. A contravenção, como se costuma
dizer, é um crime anão.
54. Transação Penal:
É a possibilidade de não ter uma ação. Mesmo que o promotor descorde da transação penal, ele tem a obrigação
de fazer a proposta. O infrator não é obrigado a aceitar. Se aceitar, não terá a certidão negativa. Se o infrator
descordar, o promotor irá verificar se tem os requisitos necessários para oferecer a denúncia, se cabe um
processo.

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