Você está na página 1de 4

Terceira Sessão - Primeira Tarefa

Informação ao Director da Escola sobre o Modelo de Auto – Avaliação das Bibliotecas


Escolares.

Assunto:
O Modelo de Auto-Avaliação da Biblioteca Escolar

Ex.ª Senhora Directora:

A nossa Biblioteca, pertencente à EB1, iniciou a parceria com a RBE no ano de 2002. A
partir dessa data iniciou-se a mudança: Disponibilizaram-se verbas para mobiliários
mais funcionais; houve uma maior atenção relativamente aos recursos humanos, tendo
passado a ser concedidos destacamentos; passou igualmente a existir a preocupação em
dotar esses recursos com alguma formação na área...
Não transcorreram assim tantos anos, e eis que nos deparamos com novos e mais
profundos desafios; estes já não tanto do domínio das necessidades, apesar de elas ainda
existirem e serem entraves a um bom funcionamento das BE, mas pertencentes agora ao
círculo das posturas, dos costumes e das novas condutas sociais.
As modificações que ocorreram na sociedade espelharam-se na Escola; catapultando as
Bibliotecas Escolares para a necessidade de se situarem na vanguarda dos altos desafios
da vida actual. Esta nova Escola, já distante dos antigos paradigmas do - “aprender a ler
e escrever”- sem qualquer atitude criativa, posiciona-se agora frente aos impactos que a
sociedade tecnológica - da era da comunicação e da informação, lhe confiou.
Neste contexto de mudança, entronca-se a BE; imanando na escola, com capacidade de
inovar, de intervir, de dirigir, valorizando-se e valorizando a mesma.
Emerge agora um novo conceito sobre o papel da BE, expondo-a como um recurso ao
serviço do ensino e da aprendizagem, potencial geradora de um apreciável contributo
para o sucesso educativo.
É pois necessário que toda a Escola tenha a percepção do valor e do papel da BE; da
interacção, do impacto das acções e intervenções que a mesma pode estabelecer.
Se essa percepção não ocorrer, a tendência será centrar-se a responsabilidade pelo
sucesso da BE no Professor Bibliotecário e na sua equipa.
Também se exige acção ao PB; neste contexto de mudança, através do seu contributo, o
mesmo deverá transformar a BE num espaço sem barreiras, mas que possua conexões,
vínculos, em perfeita interacção com a escola.
Existe ainda um paradigma que é no entanto vital para a sobrevivência da BE – a
mesma estar aliada ao currículo e ao sucesso educativo dos alunos. Alguns estudos
internacionais conseguem estabelecer parâmetros relacionais entre dois vectores: A
qualidade do trabalho da BE e o sucesso educativo dos alunos. Daqui se depreende a
pertinência da proposta do Modelo de Auto - Avaliação da BE, para as BE integradas na
RBE.
O Modelo pretende “ (...) objectivar a forma como se está a concretizar o trabalho
das bibliotecas escolares, tendo como pano de fundo essencial o seu contributo

para as aprendizagens, para o sucesso educativo e para a promoção da

aprendizagem ao longo da vida (...) ”, “ (...) permite determinar até que ponto a

missão e os objectivos estabelecidos para a BE estão ou não a ser alcançados,

permite identificar práticas que têm sucesso e que deverão continuar e permite

identificar pontos fracos que importa melhorar. (...) ” (RBE, 2009. Modelo de
Auto-Avaliação da Biblioteca Escolar, p.1).
A auto – avaliação deverá deste modo ser encarada como um processo regulador; como
um instrumento que permita a melhoria continua da qualidade das BE, com recurso à
recolha sistemática de evidências.
As evidências, como a própria palavra sugere, permitem demonstrar a efectividade do
desenvolvimento das acções ou actividades a que fazem referência e também reflectir
sobre os resultados dessas acções, ou actividades.
“ (...) Note-se que, na maioria dos casos, esse desempenho não depende da acção

isolada da própria BE, estando envolvidos outros actores, como os órgãos de

administração e gestão e os docentes em geral, pelo que a avaliação da

biblioteca escolar acaba, de facto, por envolver e implicar toda a

escola/agrupamento (...) ” (RBE, 2009. Modelo de Auto-Avaliação da Biblioteca


Escolar, p.4).
Pelo que anteriormente ficou evidenciado, existirá incontestavelmente a
indispensabilidade de interagir com as diferentes estruturas da Escola; é patente em todo
este processo, a necessidade do envolvimento de todos os actores: O director, que como
líder se deverá envolver desde o início; os professores, alunos, pais ou outros elementos
da comunidade escolar, que em determinado momento serão forçados a avançar com o
seu contributo. Claro que estas estruturas não terão o mesmo nível de intervenção, uma
vez que os interesses são distintos.
É aqui que o PB, coordenador do processo, terá um papel fundamental. Ele deverá ser
um incentivador junto da equipa; a sua capacidade de informar, de transmitir e de
regular toda a situação, será fundamental para obter a aceitação e envolvimento de
todos, na utilidade do processo, e consequentemente numa maior valorização das
práticas da BE na comunidade.
A opção do domínio a avaliar deverá partir do professor coordenador e da sua equipa,
devidamente fundamentada, de molde a ser defendida junto dos órgãos executivos e de
decisão pedagógica, e naturalmente ser analisada com o órgão de Direcção da Escola.
Entre a fase de recolha de evidências e a aprovação do Relatório de auto – avaliação, em
Conselho pedagógico, vai um longo percurso. Em todas as fases: - Recolha de
evidências; fase de gestão e interpretação da informação recolhida; fase de gestão das
evidências ao nível da escola; comunicação dos resultados e análise e aprovação dos
mesmos, através do Relatório de auto-avaliação - em todas estas fases, as diversas
forças comprometidas serão convidadas a participar.
Na última fase, o Relatório de auto - avaliação deverá ser discutido e aprovado em
Conselho pedagógico, naturalmente por ser um órgão de decisões pedagógicas, bem
como o plano de melhoria que vier a ser esboçado.
A avaliação da BE não deverá ficar fechada em si própria; dever-se-ão estabelecer
conexões com a avaliação da escola; isto é, ser elaborada uma síntese, a ser incorporada
no relatório da escola. Só deste modo o impacto da BE poderá ser considerado; só deste
modo existirá a possibilidade de a mesma vir a ser oportunamente avaliada pela
inspecção e concludentemente, vir referenciada no relatório final de avaliação da escola.

Senhora Directora, a intenção que norteou esta comunicação, foi meramente um


esforço, uma tentativa de evidenciar a importância de todo o processo, que norteia e
constitui o próprio MAAB.
Antes de terminar, quero porém acrescentar algo que julgo ser tão importante, quanto
delicado:
Deverá existir em toda esta caminhada, uma pura e realista isenção - a verdade tem que
emergir, sob pena, “de não valer a pena”.
O objectivo essencial será a melhoria da organização e se os dados forem exactos, essa
melhoria conseguir-se-á, se não, o processo ficará adulterado e o esforço de todos sairá
estéril.

Atenciosamente,
A professora Bibliotecária:
Lucília Barôa

Você também pode gostar