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11:54 | Segunda-feira, 10 de Mar de 2008


COMENTÁRIO

Será que o PS aguenta?


O primeiro-ministro disse no sábado uma frase que lhe pode custar muito caro: "Não posso
recuar naquilo em que acredito e em que estou absolutamente convencido".

João Garcia, subdirector do Expresso

A afirmação foi feita numa reunião do PS. Disse ainda que a saída da
ministra da Educação não está nem nunca esteve em causa e fez a sua
total profissão de fé na política da 5 de Outubro e em quem a conduz.

Com o que disse, colou-se de tal forma à ministra que hoje já não parece
possível imaginar cenários com Maria de Lurdes Rodrigues fora da
Educação. A cair um, caem os dois.

Que muitos professores e os partidos da oposição não deixarão de


atacar a ministra, é óbvio; que, se este não fosse um Governo de maioria
absoluta, já vários ministros teriam perdido as respectivas pastas, é uma
evidência; que o primeiro-ministro e o Governo estão com Maria de
Lurdes Rodrigues, também. A dúvida está em saber até onde aguentará o PS este Governo, até
quando o PS, uno e (quase) coeso, continuará a apoiar o actual secretário-geral.

José Sócrates só tem consigo os seus indiscutíveis - ou seja, alguns dos seus ministros. Os
barões, que até agora têm estado mais ou menos silenciosos (à excepção de Alegre) irão
manter-se eternamente discretos? João Cravinho, Jorge Coelho e Ferro Rodrigues não são,
claramente, "yes men" de Sócrates. Soares não morre de amores pelo primeiro-ministro e
António Costa e António José Seguro estão fora do Executivo.

O apoio do PS ao Governo parece ter resistido à pressão de 80 mil manifestantes. E se forem


90? E se forem cem mil? Resta a Sócrates descobrir o que Cavaco, enquanto primeiro-ministro,
não encontrou: uma forma de combater a crispação crescente da sociedade sem mudar o chefe
do Governo.

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