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INTRODUÇÃO
Mas a mobilização das forças políticas não parou com a contagem dos votos.
Nos quase três anos decorridos entre a campanha e o impeachment de Collor,
o país acompanhou pela mídia o confronto entre os discursos pró e contra o
projeto neoliberal do presidente, caracterizado não só por medidas econômicas
– como a liberalização do fluxo de capitais, desestatização e abertura para
importações - como também por um código composto de gestos, roupas e
comportamentos por intermédio dos quais Collor expressava sua visão de
modernidade.
O Plano Collor nada mais foi do que o Plano Cruzado; pode-se até mesmo
dizer, mais ousado, porque sua pretensão era muito mais arrojada, imediatista,
muito mais forte do que os objetivos do Plano Cruzado, que era mais brando,
mais político e porque não dizer, mais paliativo. A ambiciosidade do Plano
Collor foi tal que a economia brasileira não suportou a ditadura do Presidente
que queria crescer e desenvolver a todo custo e rapidamente, sem o aval dos
industriais, dos banqueiros e latifundiários. O Plano era bom, no entanto, a
índole do Presidente não deixava que os resultados econômicos surgissem
com facilidades, já que a política do Plano vinha de encontro com os anseios
de quem dominava econômica e politicamente toda a história, e sociologia
nacionais.
Estas colocações da Ministra são verdades que não se realizariam desta forma
como foram colocadas; no entanto, proporcionariam condições de que todos se
especializassem, sentissem-se responsáveis e a administração pública seria
estruturada de maneira lógica e competente para a sua eficácia.
Com relação à dívida externa, a prática era que o governo federal assumisse
os débitos externos contraídos por empresários e até mesmo isentando
aqueles que contraíram alguns acordos com o governo para tomar para si os
empréstimos internacionais feitos para a dinâmica do setor privado. No Plano
Collor, o que se pretendia, era que o Banco Central negociasse com os
credores estrangeiros a possibilidade de reduzir o montante da dívida contraída
ao longo da história, quer seja do ponto de vista privado, quer do quanto do
ponto de vista social (governo). Do mesmo modo, os empréstimos conseguidos
por empresas particulares e bancos privados teriam em seu processo de
negociação quem estivesse envolvido nesta dinâmica e nunca a participação
do governo em tarefas que seriam totalmente privadas.
No que diz respeito à política salarial verifica-se que o povo estava ganhando
mal e que precisava de uma política para uma melhora salarial, que desce
condições de vida àquele que participa diretamente da produção, isto significa
dizer os trabalhadores, únicos massacrados nesta história. O Plano propunha
que os salários dos trabalhadores seriam melhorados; mas, dentro de um
prisma de crescimento da produção global da economia, fazendo com que
esse abnegado lutador seja qualificado, e todos tenham os seus empregos
bons. Assim sendo, a justiça do trabalho seria estabelecida, dentro do princípio
da livre negociação entre patrões e trabalhadores que precisam estar bem
representados pelos seus líderes, dentro de uma economia sem inflação, e isto
seria muito difícil.
Uma questão importante, que não foi levada em consideração é quanto à taxa
de juros que é referência aos retornos do capital e serve também de empecilho
ao crescimento da demanda; pois, taxas de juros altas significam, as famílias
não terem condições de comprar a prazo, como fazem os que não têm dinheiro
vivo. Tanto o Plano Collor como o Plano Cruzado e os outros Planos de
reajustes não mexeram na taxa de juros que estava num patamar alto por
conta da inflação que estava explodindo de maneira absurda e insuportável.
Com taxas de juros altas não se têm condições de uma entrada de
investimentos maciços no país, e nem tão pouco um aumento na renda a nível
nacional, porque são totalmente incoerentes taxas de juros altas com aumento
no nível de investimentos, a não ser em casos totalmente excepcionais.
PLANO COLLOR I
Em linhas gerais, então, a política adotada pelo Governo Collor, entre 1990-
1992, conduziu à recessão, à queda da atividade econômica, ao crescimento
do desemprego e à desvalorização dos salários; e imobilizou a poupança e os
ativos financeiros aplicados pela classe média e por parte do empresariado.
Além disso, a queda da alíquota das importações, adotada também por Collor,
tornou a economia brasileira mais vulnerável à entrada de capitais estrangeiros
e dificultou ainda mais a produção nacional, que despencou diante da
concorrência com os produtos estrangeiros, de alto padrão tecnológico.
I – a existência da União;
V – a probidade na administração;
VI – a lei orçamentária; e
A administração Collor não foi bem sucedida politicamente por vários motivos.
Confiante na liquidante votação de 35 milhões de eleitores que o levaram ao
poder; o presidente não se preocupou de início em obter o apoio político dos
grandes partidos dentro do Congresso Nacional. A administração federal teve,
com ele, um estilo oligárquico e uma feição populista. Ironicamente, provocou
uma modernização política que foi a causa principal de sua própria
desintegração.
IMPEACHMENT