No digas mais:

- hoje no!
Ou
- Amanh a lua vai ser cheia e toda tua!
As minhas palavras esto com o cio da primavera
E eu, ando sempre com um cesto de bambu nas mos
Para colher e guardar os frutos no celeiro
No me digas mais:
-Hoje no!
Porque eu no sou de travo na lngua
E corpo a desfalecer mngua
Quero s a lua
Mesmo que no seja s a tua
Mas tambm o sol
De todos os sis
Ou apenas de entreabertas.
Para depois descansar a sesta num mosquiteiro
Onde no haja nem moscas
nem sangue de picadas de fel
No digas mais no!
Ou ento parto no batelo de uma ninfa
Para outra ilha outro leito onde meu peito
Nunca deixar de respirar
At fazer novo poema e recomear,
Filho da minha lngua

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No digas mais:
- hoje no!
Ou
- Amanh a lua vai ser cheia e toda tua!
As minhas palavras esto sempre com o cio da primavera
E ando sempre com um cesto de bambu nas mos
Para colher e guardar os frutos da colheita no celeiro
No me digas mais:
-Hoje no!

Porque eu no sou de travo na lngua

De corpo a desfalecer mngua
Ou apenas de entreabertas.
Eu quero no s a lua
Mesmo que no seja s a tua
Mas tambm o sol todos os sis
Para depois descansar a sesta num mosquiteiro
Onde no haja nem moscas
nem sangue de picadas de fel
No digas mais no!
Ou ento parto num batelo de uma ninfa
Para outra ilha outro leito onde meu peito
Nunca deixar de respirar transpirar
At fazer e recomear novo poema
Filho da minha lngua